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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Lwana Domingos do Nascimento
Mercado de Etanol no Brasil
Niterói
2017
Mercado de Etanol no Brasil
O Etanol
O etanol é conhecido largamente no cotidiano, principalmente, como combustível para os meios de transporte e como ingrediente para bebidas alcoólicas. Além desses, é usado como matéria-prima industrial, utilizado para a produção de perfumes, material de limpeza, tinta, solvente, entre outros. 
	O processo mais utilizado para obter o álcool é por meio de fermentação de açúcares de plantas ricas em açúcar ou amido, como a cana-de-açúcar, que é o mais utilizado no Brasil, mas pode ser usado o milho, a beterraba e sorgo. A cana é mais utilizada em nosso território pois é o processo mais simples e mais produtivo entre os outros e gera vantagem pois é o principal produto de extração de etanol. A produtividade média de geração por hectare de cana é de 7500 litros, em contrapartida, a mesma área de milho produz 3 mil litros de combustível. 
	O poder calorífico do etanol é de 5,380 Kcal/l. Em comparação a gasolina, corresponde a aproximadamente 70% do poder calorífico. O que quer dizer que a energia contida na gasolina é 30% maior que do Etanol. O combustível líquido com maior poder calorífico é o diesel que gera 9,060 Kcal/l. Uma das explicações para o menor poder calorífico do etanol é a pouca quantidade de hidrogênio em sua cadeia, que é o átomo com maior poder calorífico existente. 
Os maiores produtores mundiais
	O Brasil é hoje, referência mundial em produção sustentável e eficiente de etanol. Porém somos o segundo país que mais produz. Os Estados Unidos é o país que mais produz etanol de milho, mesmo sendo a matéria prima menos eficiente, pois há baixo rendimento e alto custo de produção. 
As diferenças do etanol de milho X cana 	
	O etanol a base de cana tem um custo de produção estimado em R$ 0,90 o litro. Uma vantagem química, é que a molécula de açúcar é facilmente quebrada pelas enzimas, agilizando uma etapa de produção. Com relação ao rendimento, uma tonelada de cana gera 89,5 litros de etanol. A cana pode ser colhida o ano todo sem precisar replantar por 5 anos, porém quando ela é cortada precisa ser moída dentro de 36 horas. Sua fermentação demora entre 7 e 11 horas. Com relação a produtividade, como a cana ocupa menos espaço plantado, um hectare rende 90 toneladas de cana-de-açúcar e produz cerca de 7 mil litros de etanol. 
	Já o etanol de milho, custa certa de R$ 1,10 o litro para produzir, que estão incluindo os gastos com transporte e a produção do milho. Mesmo sendo mais difícil a transformação das moléculas de amido em açúcar, o milho produz mais sacarose e álcool, então uma tonelada de milho rende 407 litros. O milho precisa ser colhido 4 meses após o plantio, caso contrário ele estraga, porém pode ficar estocado o ano inteiro. Sua fermentação leva de 40 a 70 horas, devido ao processo de quebra das moléculas de amido em açúcar. E quanto a produtividade, um hectare produz entre 15 e 20 toneladas, gerando 3500 litros de álcool etílico. 
Além desses, o etanol de milho produzido nos Estados Unidos apresenta um balanço energético por volta de 1,3 e o etanol de cana é superior a 8. 
Utilização do etanol 
	O etanol em sua forma pura, é utilizado na indústria como matéria prima de tintas e solventes, por exemplo. Para ser utilizado como combustível, é misturado à gasolina ou também no diesel. O etanol hidratado, que tem 5% de água, é utilizado na produção de cosméticos, bebidas, alimentos, remédios, vacinas, aromatizantes e como combustível de veículos, que é o etanol vendido nos postos. O Brasil é o único país que utiliza 100% de álcool hidratado nos tanques. 
	O álcool é utilizado principalmente em motores de ignição por centelha (ciclo otto), que são motores que usam a vela de ignição para lançar uma faísca elétrica que queima o combustível e gera energia para o movimento do veículo. Esse tipo de motor é encontrado em veículos leves como automóveis e motocicletas. Outro tipo de motor é o de combustão por compressão (ciclo diesel). 
	Mesmo não sendo o biocombustível mais recomendado para o uso na aviação, em 2005 foi lançado a primeira aeronave movida a etanol hidratado. Ele é utilizado na agricultura para pulverizar lavouras. 
Benefícios do uso do Etanol
	
Segundo os dados da Agência Internacional de Energia, a IEA, os principais benefícios do etanol é que ele é um recurso renovável, limpo e autossustentável. Além disso, o etanol produzido pela cana diminui cerca de 89% da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. O etanol de outras bases também diminuem o problema, mas em menor proporção. 
Como a emissão dos gases dos combustíveis fósseis são os principais causadores do aumento do efeito estufa, a utilização de uma matriz mais limpa vem sendo objetivo principal, e com isso se tornou cada vez mais benéfico usar biocombustíveis como o etanol. 
Os combustíveis como a gasolina e o diesel também são responsáveis por emitir poluentes como óxidos nitrosos, que formam o ozônio e monóxido de carbono, que são nocivos para a saúde humana. Eles podem ocasionar desconforto respiratório, envelhecimento precoce e irritação nos olhos, diminuir a oxigenação no sangue, vertigens e tonturas. Mas o álcool também lança tais substâncias, porém em quantidade menor. 
Além disso, a gasolina e o diesel soltam outros compostos, por exemplo o benzeno e dióxido de enxofre, que causam, por exemplo, câncer, chuva ácida, respectivamente. Em comparação, o diesel é mais poluente que a gasolina. 
Mesmo com todas essas propriedades, as características do etanol de nada valem, se a tecnologia do carro seja recente e adequada ao combustível. Caso contrário, a poluição dos combustíveis se equipara. 
Outro benefício do etanol, é que sua produção gera outras fontes de energia. Os substratos da cana produzem vapor que é transformado em energia elétrica, térmica e mecânica, que tem grande poder calorífico e é chamada de bioeletricidade. Essa eletricidade é utilizada na própria usina e seu excedente pode ser utilizado no sistema elétrico.
A safra de 2009 e 2010 produziu cerca de 20 mil megawatts hora, segundo os dados da Conab, e estimasse que essa quantidade seria suficiente para abastecer cerca de 28 milhões de lares, considerando o aproveitamento total da energia vendida pelas usinas. A eletricidade derivada da cana representou 5% de toda produção energética e 90% da energia bioelétrica. 
Expansão do etanol
	
O Brasil tem características agrícolas que propiciam a cultura da cana no território. O país é o maior produtor de etanol de cana no mundo e segundo maior de álcool, porém as terras cultiváveis de cana são 1% da área agricultável. Com um aumento dessa área, o Brasil poderia abastecer toda a frota de veículos leves com etanol. Além disso, o Brasil é o único país do mundo em que a utilização de álcool supera o da gasolina. 
Mesmo com esse status, ainda é tem pouco investimento em P&D. Um indicador desse baixo investimento é a relação de recursos investidos por área plantada. Enquanto nossa aplicação é de US$ 1,2/ha, a Austrália investe US$ 10/ha, Argentina US$ 3/ha e Barbados, no Caribe, investe US$ 14/ha, segundo Marcos Landell do Centro Cana/IAC. 
Os recursos brutos destinados à pesquisa de cana são oriundos do setor privado e do setor público. O investimento privado em P&D está direcionado na parte agrícola, principalmente no aprimoramento genético das variedades. Quanto o setor público, o programa de cana do IAC conta com apoio privado. Esse programa curta 2 milhões por ano e é financiado em 60% pelo setor privado. Áreas de alto risco de pesquisa, por exemplo engenharia genética, tem um financiamento limitado. 
A expansão da produção de etanol e a implantação de novas destilarias exigem que elas sejam projetadas para atingir alta eficiência de conversão dos açúcares redutores totais extraíveis da cana. Também é necessário que as unidades não apresentem deficiências em equipamentos e na incorporação de tecnologia de ponta. Além disso, deve serdada destaque à correção ou redução de práticas inadequadas do ponto de vista ambiental. Assim, essa transição de aumento da produção deve ser acompanhada de uma reformulação das unidades, focadas também na redução de emissão de efluentes, sólidos líquidos e gasosos, e no uso racional e sustentável dos recursos naturais, em particular terra e água. 
Algumas hipóteses ajudam a delinear uma política de aumento de investimentos no etanol combustível no Brasil como: a competitividade do etanol face à gasolina; a redução das emissões de gases de efeito estufa ocasionado pela substituição do etanol à gasolina; grande disponibilidade de terras aptas para o cultivo de cana, sem utilização dos biomas naturais, como a Amazônia e Mata Atlântica; alta produtividade; expectativa de relaxamento das barreiras protecionistas ao etanol nos países industrializados; expansão da produção, propicia a criação de mercado internacional, o tornando uma commodity; e benefícios socioeconômicos do efeito multiplicador do crescimento do setor, que traz efeitos positivos na geração de emprego e renda. 
	Visando diminuir a dependência dos combustíveis fósseis, os países têm aumentado o uso do etanol em sua matriz energética. 
	Existem muitos fatores atualmente que propiciam a expansão da produção do etanol como combustível. Dentre eles, o aumento dos preços do petróleo no cenário internacional; o discernimento das consequências ambientais do aquecimento global e o consumo de combustíveis fósseis; a queda dos custos de produção do etanol e que já é competitivo com a gasolina; a preferência econômica pela produção de cana-de-açúcar; outros países vêm produzindo etanol de cana, porém menos competitivos, devido ao clima, qualidade e disponibilidade do solo, salientando a vantagem comparativa do Brasil. Além desses, cana é a biomassa energética de maior produtividade e de melhor balanço energético. 
	Com esse montante de fatores, é possível pensar em uma expansão considerável da produção de bioetanol no país, visando desenvolvimento socioeconômico além de gerar efeito positivo nas áreas rurais. 
Referência
Caderno energia e sustentabilidade. Disponível em: <http://fgvenergia.fgv.br/sites/fgvenergia.fgv.br/files/site_caderno_fgvcatavento_web_baixa.pdf>. Acesso em: 3 jul. de 2017. 
 Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis 2016: Produção de cana bate segundo recorde sucessivo, açúcar também atinge máximo histórico. Disponível em: < http://www.epe.gov.br/Petroleo/Paginas/An%C3%A1lisedeConjunturadosBiocombust%C3%ADveis2016Produ%C3%A7%C3%A3odecanabatesegundorecordesucessivo,a%C3%A7%C3%BAcartamb%C3%A9matingem%C3%A1ximohist%C3%B3rico.aspx >. Acesso em: 01 jul. de 2017.
Análise de conjuntura de dos biocombustíveis. Disponível em: < http://www.epe.gov.br/Petroleo/Documents/An%C3%A1lise%20de%20Conjuntura%20dos%20Biocombust%C3%ADveis%20-%20boletins%20peri%C3%B3dicos/An%C3%A1lise%20de%20Conjuntura%20-%20Ano%202016_r1.pdf >. Acesso em: 3 jul. de 2017

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