MONISMO E PLURALISMO JURÍDICO

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Faculdade Estácio Campus Feira de Santana 
Graduação em Direito 
 
 
 
 
Adenora Silva dos Santos 
Mário Jorge Matos Neves 
 
 
 
Monismo e Pluralismo Jurídico 
Filme Cidade de Deus 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feira de Santana 
2020 
 
1. Introdução. 
 
O presente trabalho é sobre o Pluralismo Jurídico visto no filme Cidade de Deus, dirigido 
por Fernando Meirelles em 2002, mais concretamente sobre a forma em que as leis são 
criadas e impostas pelo crime naquela região. 
São objetivos deste trabalho explicar as características do Monismo e Pluralismo Jurídico 
e reconhecê-la dentro do filme Cidade Deus. 
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, enriquecidas com a 
visualização do filme e os conhecimentos acerca do assunto abordado e seus efeitos na 
sociedade. 
 
2. Características do Monismo e do Pluralismo Jurídico. 
O Monismo é a ideia universalista com base na qual existe apenas um ordenamento 
jurídico, aplicável e aceito por todos. Já o Pluralismo Jurídico é a coexistência de 
ordenamentos diversos, estatais ou não, com normas diversas em um mesmo lugar e em 
uma mesma época. 
 
 
3. Pluralismo jurídico a luz do filme Cidade de Deus 
 
O filme retrata a vida em uma favela do Rio de Janeiro, onde as leis são criadas e impostas 
pelos traficantes locais, no início do filme nos anos 1960, a favela é um complexo 
habitacional recém-construído longe do centro do Rio de Janeiro, com pouco acesso à 
eletricidade e água. Três ladrões amadores conhecido como "Trio Ternura" Cabeleira, 
Alicate e Marreco aterrorizam os negócios locais. Como “Robin Hood”, eles dividem 
parte do dinheiro roubado com os habitantes da favela chamada de Cidade de Deus e, em 
troca, são protegidos por eles. A vida na comunidade é um verdadeiro estado paralelo 
afastados da realidade 
Os chamados “estados paralelos” que comandam determinados territórios com o tráfico 
de drogas, de um modo bastante explícito, igualmente desafiam a ordem jurídico-política 
oficial ao recrutar pessoas para seus negócios: eles têm uma legislação própria, uma 
política própria, um exército próprio, uma promessa de vida própria; sua face mais cruel 
está no fato de abortar capacidades humanas para uma vida livre e plena, sempre quando 
preenchendo o lugar que o Estado não preenche, retira jovens da escola e lhes oferece o 
sucesso imediato em um mundo paralelo. O filme brasileiro, Cidade de Deus, de Fernando 
Meirelles, é preciso em mostrar: ou bem se está com Zé Pequeno, ou mal se está sem ele. 
Para Zé pequeno o simples fato de roubar pode não ser caracterizado crime, mas, roubar 
na Cidade de Deus é crime grave, podendo o ladrão ser sujeito até a pena de morte. 
Nosso sistema jurídico é repleto de leis, porém muitas das vezes não consegue abranger 
a toda sociedade. As favelas por sua vez, é o local mais afetado pela falta da eficácia dos 
ordenamentos, os menos favorecidos sempre ficam à mercê da criminalidade, tendo então 
 
que seguir as leis imposta pela localidade em que se encontram. O fato de termos uma 
constituição extensa não significa que toda a sociedade se encontra coberta por ela. Pode-
se perceber que não é apenas o Estado que produzem leis, elas também são criadas e 
imposta, até de forma agressiva, pela própria sociedade que sente falta de uma legislação 
que possa resolver conflitos sociais dentro de uma dada realidade. 
Em virtude do que foi exposto, o Pluralismo Jurídico é retratado de forma bem clara no 
filme Cidade de Deus, ou seja, a lei sendo criada por terceiros, sendo aplicada de maneira 
bem mais eficaz. Porém, vale salientar que essas leis criadas por organizações criminosas, 
não gozam de legalidade alguma, são feitas de forma irregular, não sendo reconhecida 
pelo Estado por sua vez. Portanto, o grupo de pessoas mais fragilizadas e vítimas da 
desigualdade do nosso sistema socioeconômico, são as que mais aderem esse modo de 
vida imposta para elas.