Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Erro de Tipo Trata-se da falsa percepção da realidade. Cuida-se da ignorância ou erro que recai sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer dado agregado ao tipo penal. ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO Existe uma falsa percepção da realidade. O agente percebe a realidade, equivocando-se sobre a regra da conduta. O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz, porém ignora ser proibido. Ex.: fulano sai de uma festa com guarda-chuva pensando que é o seu, mas logo percebe que era de outra pessoa. Não sabia que a coisa era alheia Ex.1: Fulano, a pedido de um amigo portador de doença terminal, elimina a sua vida (Eutanásia). No caso, fulano não sabia que eutanásia era proibida. Ex.2: Fulano encontra celular perdido. Sabe que a coisa é alheia, mas pensa que achado não é roubado, porém constitui crime de apropriação de coisa achada (art. 169, II, do Código Penal). ESPÉCIES DE ERRO DE TIPO ERRO DE TIPO ESSENCIAL ERRO DE TIPO ACIDENTAL · Inevitável; · Evitável. · Sobre o objeto; · Sobre a pessoa; · Na execução (Aberratio Ictus); · Resultado diverso do pretendido (Aberratio Criminis); · Sobre o nexo causal. 1. Erro do Tipo Essencial O erro recai sobre dados principais do tipo. Se avisado do erro, o agente para de agir criminosamente. Previsão legal: Art. 20, caput, CP.: O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Exemplo: Caçador que atira contra um arbusto pensando que lá se esconde um veado (animal). Ao se aproximar, percebe que matou alguém. O atirador não sabia da existência da elementar "alguém", praticando um homicídio sem ter consciência. Erro Inevitável (Escusável, Invencível) Erro Evitável (Inescusável, Vencível) · Exclui Dolo; · Exclui Culpa · ISENTA DE PENA · Exclui Dolo; · Pune a culpa. 2. Erro de Tipo Acidental Erro que recai sobre dados secundários do tipo. Quando avisado do erro, o agente corrige os caminhos ou sentido da conduta para continuar a agir de forma ilícita. Erro sobre o objeto: o agente se confunde quanto ao objeto material (coisa por ele visado, atingindo objeto diverso do pretendido). Exemplo: André, querendo subtrair relógio de ouro, por erro, acaba furtando um relógio dourado. Consequências: ✓ Não exclui dolo e não exclui culpa; ✓ Não isenta o agente de pena; ✓ O agente responde pelo crime praticado, considerando o objeto material efetivamente atingindo. Erro sobre a pessoa Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Equivocada representação do objeto material (pessoa visada) pelo agente. Em decorrência do erro, o agente acaba atingindo pessoa diversa. Exemplo: André quer matar seu pai (vítima virtual), porém, representando equivocadamente a pessoa que entra na casa, acaba matando o seu tio (vítima real). Consequências: ✓ Não exclui dolo; não exclui culpa; ✓ Não isenta o agente de pena. ✓ O agente responde pelo crime, mas considerando as condições da vítima pretendida (vítima virtual) e não da vítima atingida, segue a teoria da equivalência. No exemplo acima, será responsabilizado como se tivesse matado seu pai, isso porque será considerado as qualidades da vítima virtual (pretendida). Erro na execução = também denominado de aberratio ictus Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código (erro sobre a pessoa). No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código (regra do concurso formal). Conceito: por acidente ou por erro no uso dos meios da execução, o agente acaba atingindo pessoa diversa pretendida. Exemplo: André mira seu pai, mas por falta de habilidade no manuseio da arma, acaba atingindo um vizinho que passava do outro lado da rua. Exemplo: Caso1: Mévio atira para matar o Pai, e atinge o também o vizinho. Responderá pelo homicídio doloso do pai, em concurso formal com o homicídio culposo do vizinho. Caso2: Atira para matar o Pai, mas acaba ferindo o vizinho. Responderá por tentativa de homicídio do Pai, em concurso formal com lesões culposas no vizinho. Caso3: Atira para matar o pai, mas além da morte do genitor, acaba ferindo o vizinho. Responderá por homicídio doloso do pais em concurso formal com a lesão do vizinho. 3. Resultado Diverso do Pretendido = aberratio criminis/ aberratio delicti Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. OBS: O art. 74 - “aberratio criminis” é espécie de erro na execução, mas que não envolve pessoa, mas a relação coisa-pessoa. Conceito: por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente atinge bem jurídico diverso daquele que pretendia atingir. Exemplo: André quer danificar o carro de Pedro. Atira uma pedra contra o veículo, mas acaba atingindo o motorista, que vem a falecer. André responderá por homicídio culposo. 4. Erro sobre o nexo causal Conceito: o agente produz o resultado desejado, mas com nexo causal diverso do pretendido. Modalidades Erro sobre o nexo causal em sentido estrito Dolo geral/erro sucessivo/ aberratio causae O agente, mediante 1 só ato, provoca o resultado visado, porém com outro nexo. o agente, mediante conduta desenvolvida em pluralidade de atos, provoca o resultado pretendido, porém com outro nexo. Ex.: “A” empurra “B” se um penhasco para que morra afogado (nexo visado). “B”, na queda, bate a cabeça numa rocha e morre em razão de traumatismo craniano (nexo real). Ex.: “A” dispara (nexo visado) contra “B” (1º ato). Imaginando que B está morto, jogo seu corpo no mar (2º ato). “B” morre afogado (nexo real).
Compartilhar