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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO ATIVIDADE AVALIATIVA DISCIPLINA PATOLOGIA GERAL PROFa Lamara Laguardia NOME: CAMILA PASSIG MARTINS CURSO: FISIOTERAPIA TURMA: 51 Alterações irreversíveis 1) Conceitue necrose e apoptose. Necrose é o "ponto final" das alterações celulares, sendo uma conseqüência comum de inflamações, de processos degenerativos e infiltrativos e de muitas alterações circulatórias. É o resultado de uma injuria celular irreversível, quando o então "nível zero de habilidade homeostática" (ou "ponto de não retorno" ou ainda "ponto de morte celular") é ultrapassado, caracterizando a incapacidade de restauração do equilíbrio homeostático. Aapoptose é um tipo de "autodestruição celular" que requer energia e síntese protéica para a sua execução. Está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, exercendo um papel oposto ao da mitose. O termo é derivado do grego "apoptwsiz", que referia-se à queda das folhas das árvores no outono - um exemplo de morte programada fisiológica e apropriada que também implica em renovação. Fisiologicamente, esse suicídio celular ocorre no desenvolvimento embrionário, na organogênese, na renovação de células epiteliais e hematopoiéticas, na involução cíclica dos órgãos reprodutivos da mulher, na atrofia induzida pela remoção de fatores de crescimento ou hormônios, na involução de alguns órgãos e ainda na regressão de tumores (Tab. 1). Portanto consiste em um tipo de morte programada, desejável e necessária que participa na formação dos órgãos e que persiste em alguns sistemas adultos como a pele e o sistema imunológico. 2) Quais as diferenças fundamentais existentes entre necrose e apoptose? Identifique em imagens de microscopia estas alterações. A necrose difere da apoptose por representar um fenômeno degenerativo irreversível, causado por um agressão intensa. Trata-se pois da degradação progressiva das estruturas celulares sempre que existam agressões ambientais severas. É interessante salientar que o mesmo agente etiológico pode provocar tanto necrose quanto apoptose; sendo que a severidade da agressão parece ser o fator determinante do tipo de morte celular. Vários agentes etiológicos já foram confirmados como indutores de apoptose, entre eles diversas viroses, isquemia, hipertermia e várias toxinas . Evidências recentes suportam o conceito de que o crescimento tumoral "in vivo" depende da evasão dos mecanismos homeostáticos de controle que operam via indução de morte celular por apoptose. A indução de apoptose seja através de mecanismos imunológicos, seja por outros mecanismos homeostáticos específicos, parece ser extremamente importante no processo de eliminação de células sofrendo transformação maligna. Danos não reparáveis no DNA (por mutações ou infecções virais) aparentemente iniciam o processo de apoptose. É importante salientar que muitos dos genes que condicionam a proliferação celular (chamados oncogenes e genes supressores de tumores) estão também envolvidos na iniciação do processo de apoptose e que a inibição por si só do processo fisiológico da apoptose leva à sobrevivência prolongada das células, favorecendo o acúmulo de mutações e a transformação maligna. Assim, a apoptose FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO representa um mecanismo de eliminação seletiva de células cuja sobrevivência poderia prejudicar o bem estar do organismo. 3) Descreva as alterações celulares seguintes à morte celular provocada. Alterações na coloração e aspecto geral: Palidez e opacidade, determinando uma coloração mais brancacenta ou acinzentada, típica da necrose de Coagulação, vista nos infartos brancos ou isquemicos; Escurecimento do órgão, quando este por ocasião da necrose estiver repleto de sangue - típica da necrose edematosa e hemorrágica, vista nos infartos vermelhos ou hemorrágicos; Liquefação do tecido necrótico - típica da necrose Coliquativa ou Liquefativa, vista nas malácias do SNC e nas necroses supurativas na região central de abscessos, determinando a cavidade neoformada onde se alojará o pus; Formação de massa brancacenta ou amarelada, pastosa, friável, lembrando à caseína do queijo - típica da necrose Caseosa ou de caseificação, vista no centro dos granulomas causados pelo Mycobacterium tuberculosis e suas variedades [exceção: M. avium] na tuberculose; Formação de massa gomosa, compacta, "emborrachada" ou fluida, lembrando à "goma arábica" - típica da necrose Gomosa, vista no centro dos granulomas vascularizados causados pelo Treponema palidum, na sífilis ou Lues tardia; Formação de pequenas massas esbranquiçadas, lembrando à "parafina derretida" em tecidos ricos em lípides - típica da necrose Enzimática das Gorduras, vista no omento e tecido pancreático, nas pancreatites agudas e no tecido adiposo das glândulas mamarias. 4) Quais os tipos de necrose e suas características? Identifique em imagens de microscopia cada uma destas alterações. Alterações nucleares: Cariopicnose (gr. "Picnos" = espessamento): Redução de volume e aumento da basofilia, com homogeneização do núcleo ( Contração nuclear + condensação da cromatina); Cariorrexe (gr. "Rhexes" = Ruptura): Ruptura em vários fragmentos, com distribuição irregular da cromatina, acúmulo de grumos em torno da carioteca e posterior desintegração em grupos amorfos com perda dos limites nucleares. Cariólise ou cromatólise (gr. "lysis" = dissolução): Dissolução da cromatina por hidrólise dos ácidos nucleícos gerando hipoacidez e redução da basofilia nuclear. Ausência de núcleos: Conseqüência da cariólise total. Alterações citoplasmáticas: Aumento da acidofilia citoplasmática: devido ao desacoplamento ribossômico (Diminuição de RNA no citosol), ao aumento de acido láctico no citosol, e à desnaturação de cadeias peptídicas com incremento de cargas negativas. Granulação citoplasmática: devido a tumefação e posterior ruptura de organelas (principalmente mitocôndrias e REL). Homogeneização citoplasmática: com a lise das organelas e coagulação das proteínas forma-se uma massa opaca e acidófila, vista principalmente nas necroses coagulativas. http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/infrenal.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/infrenal.jpg FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO Ruptura da membrana celular: com liberação do material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofílica homogênea, vista principalmente nas necroses de caseificação. Alterações da célula como um todo: Desaparecimento dos limites celulares, dificultando a individualização da célula, devido às alterações da membrana celular. Perda de coloração diferencial (devido à diminuição da basofilia nuclear); Desaparecimento das células como estruturas; podendo no entanto ocorrer: Destruição completa das células e arcabouço tissular, produzindo espaços vazios (em algumas formas de necrose coliquativa), ou uma massa homogênea eosinofílica indistinta (nas necroses de caseificação). Preservação do arcabouço tissular, permitindo ainda o reconhecimento histológico do órgão, apesar da necrose (nas necroses de coagulação). 5) Qual o destino dos tecidos necróticos? Fagocitose por neutrofilos e macrófagos 6) Descreva a via intriseca e a extrínseca da apoptose. Células em apoptose exibem muitas modificações bioquímicas, como clivagem de proteínas, degradação do DNA e reconhecimento fagocítico, por exemplo. Um dos principais conjuntos proteicos responsável pela apoptose é composto por caspases , que são proteases que têm uma cisteína em seu sítio ativo e clivam suas proteínas-alvo em ácidos aspárticos específicos, por isso têm esse nome (c para cisteína e asp para ácido aspártico). As caspases são sintetizadas com precursores inativos, ou procaspases, que são ativadas por clivagem proteolítica. Algumas procaspases podem se agregare autoativar. Uma vez ativadas, as caspases podem ativar outras procaspases, de forma que essa cascata proteolítica amplifica a via de sinalização da apoptose e leva a uma rápida morte celular. Uma vez que as caspases são inicialmente ativadas, o processo de morte celular programada parece se tornar irreversível. http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/caseonec.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/caseo.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/caseo.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/infrena2.jpg http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/imagem/micro/infrenal.jpg https://pt.wikipedia.org/wiki/Caspases FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO As procaspases que atuam no início da cascata proteolítica são as iniciadoras (caspase-2,-8,-9,- 10), que quando ativadas, clivam e ativam as executoras (caspase-3,-6,-7) e outras proteínas- alvo na célula. As caspases executoras atuam, por exemplo, na clivagem de lâminas nucleares, um processo irreversível. Ademais, essas proteínas ativam, de maneira indireta, endonucleases, que digerem o DNA no núcleo da célula. Outros alvos são os componentes do citoesqueleto e proteínas de adesão célula-célula. A cascata de caspases é um processo irreversível, destrutivo, autoamplificador e que apresenta duas vias principais de sinalização: via extrínseca e intrínseca, mas também pode ser ativada pela via perforina-granzima. 7) Descreva a importância das proteínas da família BCL 2 para o controle da apoptose. A família das proteínas Bcl-2 desempenha um papel crítico na regulação da apoptose em condições fisiológicas ou patológicas. Algumas dessas proteínas, como Bcl-2 e bcl-XL, bcl-w, mcl-1 e A1 são antiapoptóticas, enquanto outras, como a bax, bad e bid são pró-apoptóticas (Thompson, 1999). 8) Relacione as doenças que podem ocorrer se houver estímulo excessivo e diminuído para apoptose. A apoptose excessiva pode causar doenças neurodegenerativas (como o mal de Alzheimer e o mal de Parkinson), lesões secundárias após isquemia (bloqueio de circulação do sangue), retinite pigmentosa (uma causa de cegueira) e osteoporose (perda de massa óssea). 9) Descreva quais consequências poderão ocorrer com os tecidos se houver diferentes tipos de desequilíbrios entre proliferação celular e apoptose. A apoptose em neoplasias malignas indica provavelmente uma desrregulação do sistema de proliferação celular, pois, normalmente corpos apoptóticos não são facilmente visíveis à microscopia.
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