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SOCIOLOGIA DO CRIME E DA VIOLÊNCIA AD1

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Universidade Federal Fluminense
Departamento de Segurança Pública
Curso de Tecnólogo em Segurança Pública e Social - Polo Angra dos Reis
Sociologia do crime e da violência – 2019.2 / AD1
NOME: Daniel Lourenço de Castro, matrícula: 18113150120
Resenha crítica do texto:
Direitos Humanos na Polícia: Notícias de uma Frustração
MUNIZ, Jaqueline. Direitos Humanos na Polícia: Notícias de uma Frustração. Rio de Janeiro,2006
Jaqueline de Oliveira Muniz é graduada em Ciências Sociais pela UFF(1986), mestre em Antropologia Social pela UFRJ(1992), doutora em Ciência Política(Ciência Política e Sociologia) pela Sociedade Brasileira de Instrução – SBI/IUPERJ(1999), e Pós-doutora em Estudos Estratégicos pelo PEP-COPPE/UFRJ. É professora-adjunta do Departamento de Segurança Pública- Instituto de Estudos Comparados de Administração de Conflitos – INEAC/UFF, membro do Grupo de Estudos Estratégicos (GEE- COPPE/UFRJ), sócia-fundadora da Rede de Policiais e Sociedade Civil da América Latina e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O texto descrito faz uma referência entre as diferenças existentes entre o Oficialato e os Praças da PMERJ, incluindo os subtenentes, onde um dos principais culpados para tal diferença seria o RDPM( Regulamento Disciplinar da Polícia Militar). Até então, este regulamento, trazia de maneira arcaica, uma indefinição normativa, para que os oficiais, considerados chefes pudessem ter uma liberdade decisória e um maior poder de manobra dos dispositivos disciplinares e seus recursos punitivos, através do conhecido “ mandonismo”, fazendo com que as suas avaliações, não precisassem de justificativas, tanto para punir, quanto para conceder algum privilégio. 
O RDPM servia, e ainda serve, de certa forma, como uma espada que, permanentemente se via apontada sobre as cabeças dos Praças, sendo uma espécie de fantasma, a fim de oprimi-los pedagogicamente, pois havia a lógica de que, “ a punição é a motivação para trabalhar”, ou que “o PM é culpado até provar o contrário”, devido a estes termos, existe a denominação de que, “os direitos humanos ainda não chegaram a PM”, frase esta, dita até hoje pelos policiais de baixa patente, devido ao excesso de militarismo. Com o passar dos anos, esforços foram feitos, a fim de mudar o RDPM, que estava em vigor desde 1983, e que tratava a “prisão administrativa” como sanção disciplinar, podendo ocorrer em total isolamento e com prazo indefinido, de acordo com o texto do decreto 6.579, de 05 de março de 1983. Já no ano de 2002, durante o mês de abril, através de debates voltados para o RDPM, de maneira um pouco fragmentada e descontínua, ganharam um fórum próprio, e durante o governo de Benedita da Silva, através de uma comissão mista, foi revisado e atualizado os regulamentos disciplinares da polícia militar e do corpo de bombeiros, sendo a autora do texto em questão, coordenadora das secretarias estaduais de segurança pública, de justiça, defesa civil e direitos humanos, com a função de coordenar os trabalhos desta comissão, na qual era composta por oficiais e praças, lideranças de suas associações classistas, alto escalão das corporações, e ainda, entre outros, membros da sociedade civil, como representantes da OAB(Ordem dos Advogados do Brasil). Houveram algumas divergências, devido a proximidade com o período eleitoral, tendo aqueles que foram a favor, e que foram contra as mudanças, porém, mesmo assim, na data de 28 de agosto de 2002, através do decreto 31.739, foi aprovado o novo RDPM, também conhecido pelos praças como a “Lei Áurea da PM”, pois teria libertado os policiais de punições arbitrárias. Dentre as novidades introduzidas no novo regulamento seria a classificação das transgressões disciplinares, e os tipos de sanções previstas, além do poder para determinar as sanções previstas. O novo regulamento entrou em vigor 30 dias após a sua publicação, valendo a partir de outubro de 2002. Porém, já no ano seguinte, em 2003, com a mudança de governo, o decreto de criação do novo regulamento foi revogado, pela governadora Rosinha Garotinho, já nos primeiros dias, voltando a vigorar o antigo regulamento, além de ter sido constituída outra comissão, com membros internos do governo para reavaliar a necessidade e pertinência das mudanças propostas, tendo tida como “avançada demais” as alterações realizadas.
O que não ficou claro para a autora, é que apesar da tentativa de tentar dignificar o serviço e a vida do policial militar, através do novo regulamento, que acabou não ficando em vigor permanentemente, devido à questões políticas, não houve reação por parte dos policiais militares e de suas entidades de classe. Não houve nenhum movimento de pressão das comissões de direitos humanos ou de ONGs que militavam em favor da democratização das polícias no Rio de Janeiro. Outros Estados brasileiros tiveram sucesso na modernização de estatutos e regulamentos disciplinares, como Minas Gerais, pois os praças tiveram uma participação efetiva durante todo o processo, além de políticos e intelectuais d a sociedade civil organizada. O que pode ser observado pela autora é que, um dos motivos para a apassivação da revogação do “novo RDPM “, foi devido ao que se chama pelos mesmos de “bico”, que seria vista, a grosso modo, pela instituição policial como uma atividade considerada ilegal, e que a política do “mais ou menos” explícita o consentimento desta atividade, servindo como um poderoso instrumento de pressão, além de servir também como um instrumento de barganha entre os membros da corporação, desde o mais antigo ao mais moderno. 
Ou seja, na prática, os policiais militares se tornam vulneráveis, tendo que trocar favores, ficando autodependentes a seus superiores hierárquicos. Devido a isso, entre outros fatores, a perda gradativa de sua credibilidade pública, além de sua eficácia, eficiência e efetividade, se tornam claras para com o serviço policial militar. Sendo assim, o seu aperfeiçoamento tende a ser inevitável no direcionamento à democratização das organizações policiais e suas ações.
Referências:
MUNIZ Jaqueline. Direitos Humanos na Polícia: Notícias de uma Frustração. Rio de Janeiro, 2006.
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