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1 -Licitação-Dir -Administrativo-II-2019b

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Prof. Me. Gilberto Júnior Silva Lima 
Direito Administrativo - Licitações & Contratos 
2019b - Pág. 1 
 
Resumo da Ementa: Licitação e Contratos (Negócios jurídicos administrativos);                 
Regime jurídico dos Bens Públicos; Serviços Públicos e à sua prestação;                     
Intervenção do Estado na Propriedade Civil do Estado; Responsabilidade Civil                   
do Estado; Improbidade Administrativa.  
 
Referências Básicas: 
 
ASSUNÇÃO, Igor Saulo Ferreira Rocha Varjão. Organização política e administrativa em países do                         
sistema romano-germânico e da common law. Campinas/SP: Komedi, 2009. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Direito administrativo. São Paulo: Malheiros, s/d. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. 
 
Referências Complementares: 
 
ALEXANDRINO, Marcelo; e PAULO Vicente; Direito Administrativo Descomplicado. 17.ed. São Paulo:                     
Método, 2009. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 19.ed. Rio de Janeiro: Lumen                           
Juris, 2008. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2006. 
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. 
MORGADO, Almir. Manual de direito administrativo: doutrina e jurisprudência. Niterói: Impetus,                     
2008. 
 
Leitura Obrigatória: 
 
Decreto nº 9.412/2018 (Importantíssimo) 
Lei 8.666/93 (licitações e contratos)*** 
Lei 10.520/02 (pregão)*** 
Lei 12.462/11 (regime diferenciado de contratações)*** 
● *** Dia ​25/06/2019​ a Câmara aprovou texto-base de projeto que 
prevê nova lei de licitações. 
○ PL 6814/2017 apensado ao PL 1292/95 
■ Ementa: Institui normas para licitações e contratos             
da Administração Pública e revoga a Lei nº 8.666, de                   
21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de                           
2002, e dispositivos da Lei nº 12.462, de 4 de agosto                     
de 2011. 
Lei 8987/95 (contratos) 
Lei 12.232/10 (Disciplina licitação sobre serviço de publicidade) 
 
“Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade, porque                 
quem não persegue seus objetivos está condenado a               
fracassar 100% das vezes…” 
Augusto Cury 
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Mito ou verdade? Qual a percepção que Vossa Senhoria têm desta situação? Na 
sua percepção de legalidade como deveria ser o Executivo a lidar com as 
licitações e os contratos? 
 
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LICITAÇÃO & CONTRATOS 
 
 
1. LICITAÇÃO 
1.1. Previsão Legal 
a) Lei 8.666/93 (licitações e contratos) 
i) Atualizações: 
1) Decreto n° 99.658/90. 
2) Decreto nº 1.054/94. 
3) Decreto nº 7.174/2010. 
4) Decreto nº 9.412/2018. 
5) Medida Provisória nº 544/2011 
6) Lei Federal nº 12.598/2012 
b) Lei 10.520/02 (pregão) 
c) Lei 8987/95 (contratos) 
d) Lei 11.079 (PPP) 
e) Lei 12.232/10 (Disciplina licitação sobre serviço de publicidade) 
 
1.2. Previsão Constitucional - Constituição Federal de 1988 
a) Art. 22, XXVII 
b) Art. 37, caput 
c) Art. 37, XXI 
i) Administração Direta 
ii) Fundações 
iii) Autarquias 
d) Art. 173, caput 
i) Sociedades de Economia Mista 
e) Art. 173, § 1º, I, II e III 
i) Empresas Públicas 
 
1.3. Conceito 
 
É o ​processo administrativo que legitima e fundamenta a celebração de                     
um contrato administrativo, através da apresentação de diversas               
propostas de contrato a fim de possibilitar à Administração ​optar pela                     
mais vantajosa (Optar pela mais vantajosa não necessariamente quer                 
dizer a mais barata). 
 
A licitação é um procedimento administrativo prévio a todos os ​contratos                     
da administração. A princípio, toda vez que a administração precisar                   
contratar, ela irá licitar. As exceções ficam a cargo das hipóteses de                       
dispensa e de inexigibilidade. 
  
As licitações têm como ​finalidade a busca pela proposta ​mais vantajosa                     
ao poder público, bem como garantir a isonomia das contratações                   
públicas. Desta forma, qualquer pessoa que tenha interesse e cumpra os                     
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requisitos de lei, pode contratar com o poder público, desde que seja                       
vencedor do certame. 
  
Cumpre ressaltar que a Lei 12.349/10 acrescentou uma terceira finalidade                   
à licitação: ​a busca pelo desenvolvimento nacional​. Vejamos a leitura do                     
artigo 3 da Lei 8666/93 após a alteração mencionada: 
  
Art. 3​o – A licitação destina-se a garantir a observância                   
do princípio constitucional da ​isonomia​, a ​seleção da               
proposta mais vantajosa para a administração e a               
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e           
será processada e julgada em estrita conformidade com               
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,             
da moralidade, da igualdade, da publicidade, ​da             
probidade administrativa​, da ​vinculação ao         
instrumento convocatório​, do ​julgamento objetivo e dos             
que lhes são correlatos​. 
  
1.4. PRINCÍPIOS 
  
● Princípio da Vinculação ao instrumento convocatório​: como regra,               
o instrumento convocatório é o edital, não obstante o convite não                     
tenha edital. 
Esse instrumento define todas as regras da licitação, estipulando todas                   
as normas que deverão ser observadas pelos licitantes e pela própria                     
administração pública. O eminente juristaHely Lopes Meirelles já                 
dispunha que: “​O edital é a lei da licitação​”. 
  
Tal assertiva é verdadeira, mas deve ser interpretada com muita cautela.                     
Isso porque o edital não é lei efetivamente. Em verdade, o edital é ato                           
administrativo, submisso à lei, devendo estar formulado de acordo com                   
as disposições legais. 
    
● Princípio do Sigilo das Propostas​: Não é contraditório ao princípio                   
da publicidade. A licitação é pública, mas as propostas são                   
sigilosas até a data da abertura de todas as propostas                   
apresentadas, em conjunto. Até esta data, um licitante não pode                   
saber da proposta do outro, como forma de garantia da isonomia. 
 
● Princípio do Procedimento Legal: A licitação se desenrola por meio                   
de um procedimento definido em lei, que varia de acordo com                     
cada modalidade licitatória. Ressalte-se que a lei veda               
expressamente que sejam combinadas as modalidades existentes,             
ou seja, ​não é possível mesclar os procedimentos da licitação​. 
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Ademais, todos os princípios relacionados ao direito administrativo se                 
aplicam ao procedimento licitatório, tais como os princípios da                 
impessoalidade, moralidade, eficiência, publicidade, legalidade,         
contraditório e ampla defesa. 
 
1.4.1. VEDAÇÕES AOS AGENTES PÚBLICOS NAS LICITAÇÕES 
 
Conforme o artigo 3º, I e II fica ​proibido aos agentes públicos​: 
 
● Admitir, prever, incluir ou tolerar, 
○ nos atos de convocação, cláusulas ou condições que               
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter             
competitivo. 
● Estabelecer 
○ preferências ou distinções em razão da naturalidade, da               
sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra                 
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico             
objeto do contrato. 
● Estabelecer 
○ tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,           
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra 
■ ENTRE 
● empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no           
que se refere à moeda, modalidade e local de                 
pagamentos, mesmo quando envolvidos       
financiamentos de agências internacionais. 
 
VIDE RESSALVA LEGAL: Art. 3º da Lei 8248/91 
 
1.4.2. OUTRAS VEDAÇÕES IMPORTANTES - (ART. 7º, §§ 3º AO 5º) 
 
As vedações destes parágrafos incidem sobre o OBJETO a ser licitado e                       
suas particularidades, resumindo assim: 
 
● PROIBIDO: 
○ Incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos                 
financeiros para sua execução, qualquer que seja sua               
origem, 
■ EXCETO: nos casos de empreendimentos executados e             
explorados sob o regime de concessão, nos termos da                 
legislação específica. 
● PROIBIDO: 
○ Inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de               
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos                 
quantitativos não correspondam às previsões reais do             
projeto básico ou executivo. 
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● PROIBIDO (IMPORTANTE ++ ) 
○ a realização de licitação cujo objeto INCLUA bens e serviços                   
sem similaridade ou de marcas, características e             
especificações exclusivas 
■ EXCETO: nos casos em que for tecnicamente               
justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais               
materiais e serviços for feito sob o regime de                 
administração contratada, previsto e discriminado no           
ato convocatório. 
 
ATENÇÃO!  
 
A INFRINGÊNCIA DO DISPOSTO NAS VEDAÇÕES ACIMA ELENCADAS, IMPLICA A NULIDADE DOS ATOS OU CONTRATOS 
REALIZADOS E A RESPONSABILIDADE DE QUEM LHES TENHA DADO CAUSA. 
 
 
1.4.3. MARGENS DE PREFERÊNCIA (ART. 3º, §§ 5º AO 10) 
 
Na lei 8.666/93 vem trazendo possibilidades de preferência, neste caso,                   
por haver previsão legal e ter especificações não vemos aqui conflito                     
com os artigos desta mesma lei. 
 
Dentro da leitura, daremos destaque para o § 8º que informa o seguinte: 
 
§8º. As margens de preferência por produto, serviço, grupo de                   
produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7ª,                           
serão definidas pelo Poder Executivo federa ​l, não podendo a                 
soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por                     
cento) ​sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços                 
estrangeiros ​. (Destaque e grifo do professor) 
 
 
  
1.5. TIPOS DE LICITAÇÃO 
  
Quatro critérios ​podem ser estabelecidos no Edital como forma de                   
escolha do vencedor. São os chamados ​tipos de licitação                 
(cuidado para não confundir com modalidade licitatória): 
  
A) MENOR PREÇO, 
  
Neste sentido, leciona com pertinência MELLO (2010,             
p. 608): “O julgamento pelo menor preço o critério de                   
seleção da proposta mais vantajosa é, como o nome                 
indica, o da oferta menor (art. 45, par. 1º, I). Cumpre                     
tomar atenção para o fato de que nem sempre o                   
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preço ​nominalmente ​mais baixo é o menor preço.               
Com efeito, uma vez que a ​lei, em diferentes                 
passagens (art. 43, V, art. 44, ​caput​, e art. 45), refere-se                     
a “critério de avaliação”, a “fatores” interferentes com               
ela, de dar par com os “tipos” de licitação, percebe-se                   
que, paralelamente a estes, complementado lhes a             
aplicação, podem ser previstos no edital critérios e               
fatores a serem sopesados para a avaliação das               
propostas.” 
  
B) MELHOR TÉCNICA, 
  
Neste sentido leciona MEIRELLES (2009. P. 306): “Na               
licitação de melhor técnica o que a Administração               
pretende é a obra, o serviço, o equipamento ou o                   
material mais eficiente, mais durável, mais           
aperfeiçoado, mais rápido, mais rentável, mais           
adequado, enfim, aos objetivos de determinado           
empreendimento ou programa administrativo. Em         
face desses objetivos, é licito a Administração dar               
prevalência a outros fatores sobre o preço, porque               
nem sempre pode obter ​a melhor técnica​, dentro das                 
especificações e ​do preço negociado pela           
Administração.” 
  
 
C) TÉCNICA E PREÇO, 
  
Assim leciona MELLO (2010. P.610): “Nas licitações de               
técnica e preço, as quais reguladas no par. 2º do                   
art.46, o critério de seleção da melhor proposta é o                   
que resulta da média ponderada das notas             
atribuídas aos fatores técnica e preço, valorados na               
conformidade dos pesos e critérios estabelecidos no             
ato convocatório. Dele deverão constar, tal como na               
licitação de melhor técnica, critérios claros e             
objetivos para identificação de todos os fatores             
pertinentes que serão considerados para a avaliação             
da proposta técnica.” 
  
D) MAIOR LANCE. 
  
A doutrina clássica salienta, através do renomado             
GASPARINI (2009.P.621): “O Estatuto federal Licitatório           
ainda prevê a licitação do tipo maior lance ou oferta                   
(art.45, IV). É o tipo de licitação especialmente               
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adequado para venda de bens, outorga onerosa de               
concessões e permissões de uso e de bens ou                 
serviços públicos e locação em que a Administração               
pública é a locadora, cuja proposta vencedora é a                 
que faz a maior oferta. É tipo de licitação de que não                       
oferece qualquer dificuldade na sua promoção.           
Tirante o fato de que o procedimento licitatório deve                 
levar ao maior preço, todo o que mais obedece à                   
licitação de menor preço.” 
   
Caso Ficto​: Foi aberto um procedimento licitatório na cidade de                   
Eunápolis para a compra de um carro 1.0 com ar condicionado na                       
modalidade tomada de preço e o critério menor preço. 
  
As propostas foram as seguintes: 
  
1° - Fiesta 1.0, com ar condicionado, 30 mil; 
2° - Corsa 1.0, sem ar condicionado, 23 mil; 
3° - Pálio 1.0, com ar condicionado, vidro elétrico, direção hidráulica, 30                       
mil. 
  
De acordo com as propostas apresentadas, quem foi o ganhador do                     
certame? 
  
● O número 2 foi desclassificado, pois não cumpriu as exigências do                     
edital; O número 1 e 3 empataram!!! Sim!!! ​Isso porque, ​os critérios                       
objetivos definidos no edital não foram suficientes para fazer a                   
escolha do vencedor​. Nestes casos, a lei estabelece a regra de                     
desempate. 
Para desempatar, deveremos obedecer aos critérios sucessivos de               
desempate propostos na lei geral 8.666/93 no seu artigo 3° no parágrafo                       
20. 
  
Senão vejamos: 
  
Art. 3. A licitação destina-se (...) 
  
§ 2º. Em igualdade de condições, como ​critério de                 
desempate​, será assegurada preferência,       
sucessivamente, aos bens e serviços: 
I - revogado pela lei 12.349/2010 
II – produzidos no País; 
III – produzidos ou prestados por empresas             
brasileiras; e 
IV – produzidos ou prestados por empresas que               
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invistam em pesquisa e no desenvolvimento de             
tecnologia no País. 
V - produzidos ou prestados por empresas que               
comprovem cumprimento de reserva de cargos           
prevista em lei para pessoa com deficiência ou               
para reabilitado da Previdência Social e que             
atendam às regras de acessibilidade previstas na             
legislação.  
  
Os critérios são sucessivos e não alternativos. Se nenhum dos critérios de                       
desempate alcançar o propósito de desempatar a licitação, deve ser feito                     
sorteio, segundo preceitua o artigo 45, § 2° da mesma lei. 
  
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo,               
devendo a Comissão de licitação ou o responsável               
pelo convite realizá-lo em conformidade com os             
tipos de licitação, os critérios previamente           
estabelecidos no ato convocatório e ​de acordo             
com os fatores exclusivamente nele referidos​, de             
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes             
e pelos órgãos de controle. 
  
§ 2° No caso de empate entre duas ou mais                   
propostas, e após obedecido o disposto no § 2° do                   
art. 3° desta Lei, a classificação se fará,               
obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para             
o qual todos os licitantes serão convocados,             
vedado qualquer outro processo​. 
   
IMPORTANTE: ​Se uma das empresas empatadas é microempresa ou                 
empresa de pequeno porte, deve-se atentar para a LC 123/06. A                     
microempresa e empresa de pequeno porte têm direito de preferência no                     
desempate. Isto significa que, antes de analisar os critérios de                   
desempate, a microempresa poderá reduzir o valor de sua proposta e                     
vencer a licitação. 
  
Se as propostas destas empresas (Microempresas e Empresas de                 
Pequeno Porte) for até 10% maior que a proposta vencedora, será                     
considerada empate. No pregão este benefício será de 5% somente. 
  
Você sabia que a Medida Provisória n° 495/2010 alterou as leis n°                       
8.666/93 e 10.973/2004 e revogaram os artigos 1° e 2° da Lei n° 11.273/2006                           
e que ainda no mesmo ano foi convertida na Lei n° 12.349/2010? 
  
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1.6. ​QUEM DEVE LICITAR? 
  
O texto legal estabelece expressamente a obrigatoriedade de licitação                 
para todas as entidades que recebam dinheiro público. De fato, estipula                     
que devem licitar: 
  
a) ​Os entes da Administração direta​; 
 
b) ​Os entes da Administração indireta​; 
(Também chamada administração pública descentralizada – se dá por                 
outras pessoas jurídicas, distintas da própria entidade pública –recebe                 
poderes para gerir áreas da administração pública por meio de outorga                     
– não há vínculo hierárquico – não sendo subordinadas ao Estado – existe                         
apenas o controle como forma de fiscalização – são personalizadas e                     
contraem obrigações por si próprias – São elas: ​Autarquias​, ​Empresas                   
Públicas​, ​Sociedades de Economia Mista​, ​Fundações Públicas​.) 
  
c) ​Os fundos especiais; 
(Fundos especiais é um conceito de Direito Financeiro que significa que                     
certas receitas do Estado​, quando são previamente, ​por lei anterior​,                   
determinadas ao atendimento de certas finalidades​, portanto receitas               
afetadas ou vinculadas​, essa afetação ou destinação de produtos a                   
essas finalidades faz com que isso só possa ser feito através da                       
constituição de fundos especiais, que ​não são pessoas jurídicas nem                   
pessoas ​administrativas​, ​mas que nas leis de orçamento são                 
equiparadas aos ​órgãos que integram a Administração Pública Direta ou                   
Indireta conforme o caso.​) 
  
*Lei 4320/64 – Art. 71 a 74. 
  
d) Demais entes mantidos ou subvencionados pelo dinheiro público. 
  
Empresas estatais: quanto às Empresas Públicas e Sociedades de                 
Economia Mista exploradoras de atividade econômicas, art. 173, § 1°,                   
inciso III, da CF diz que é possível a criação de uma ​lei específica para                             
reger licitações dessas empresas​. Entretanto, ​não tendo havido a edição                   
de regime específico, lhes é aplicada a Lei 8.666/93​. 
  
Todavia a própria Lei 8.666/93 admite a possibilidade da edição de                     
regulamento para facilitar e tornar mais simples o procedimento                 
licitatório dessas empresas. Logo, algumas destas empresas respeitam               
as disposições da lei 8.666/93, mas tem sua aplicabilidade minudenciada                   
por decreto executivo, como é o exemplo da Petrobras. 
  
 
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IMPORTANTE: ​Há decisão do TCU que entende que de fato as empresas                       
estatais precisam licitar, mas deve haver exceção. Quando a empresa                   
estatal exploradora de atividade econômica lícita para contratações               
referentes à sua ​atividade fim, está sendo impedida de concorrer com                     
igualdade no mercado. Nestes casos, o TCU entende que não precisam                     
licitar por motivo de inexigibilidade, uma vez que não há interessepúblico na licitação. 
  
Os convênios não dependem de prévia licitação porque os interesses dos                     
conveniados são convergentes; diferentemente dos contratos, onde as               
vontades são divergentes, haja vista o particular contratar com o Poder 
Público na busca pelo lucro. 
  
1.7. INTERVALO MÍNIMO ​– ​É o prazo mínimo definido em lei e que deve ser                             
respeitado pela administração pública, entre a publicação do edital e a                     
data da abertura dos envelopes. 
  
Necessariamente esse prazo mínimo deve ser observado pelo ente                 
público, sob pena de se considerar a licitação fraudulenta. Este prazo é                       
presumido pela lei, como suficiente para que todos os interessados                   
apresentem documentação necessária e a proposta dentro dos limites                 
estipulados no edital. 
  
Os prazos de intervalo mínimo estão definidos em lei e serão                     
apresentados na medida em que for estudada cada uma das                   
modalidades de licitação. 
  
1.8. COMISSÃO (ART. 51, §§ 2º AO 4º) 
 
A comissão existe porque a autoridade máxima do órgão ​não realiza o                       
procedimento licitatório, apesar de ser responsável pela ​elaboração do                 
edital e exposição dos motivos da contratação​. Logo, normalmente quem                   
procede à licitação é uma comissão designada por essa autoridade,                   
responsável pela realização dos trâmites do procedimento. 
  
É composta por no mínimo 03 (três) membros, sendo que, pelos menos 02                         
(dois) deles, deverão ser servidores efetivos do órgão. 
  
A ​comissão pode ser ​especial ou ​permanente​. Isso porque, em algumas                     
situações, é designada uma comissão específica para cada               
procedimento licitatório, que recebe denominação de comissão especial.               
Entretanto, a maioria dos órgãos públicos possui uma comissão                 
permanente, que será responsável por todas as licitações daquele órgão                   
no período de um ano. 
  
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Depois de um ano, a comissão deve ser alterada, ainda que com a                         
modificação de um único membro. Com efeito, a lei proíbe                   
expressamente a recondução de todos os membros da comissão após o                     
decurso de um ano. 
  
Ressalte-se que todos os membros da comissão respondem               
solidariamente pelos atos da comissão, salvo se, com vistas a se eximir                       
da responsabilidade, o membro da comissão deixar consignado,               
expressamente, em ata que foi voto vencido em determinada atuação. 
 
1.9. MODALIDADES LICITATÓRIAS (ART. 22) 
  
- Concorrência; 
- Tomada de preço definidas em razão do valor do contrato; 
  
- Convite; 
- Concurso; 
- Leilão definidas em razão do objeto a ser contratado; 
  
- Pregão (Lei 10.520); 
  
1.9.1. Concorrência 
  
Modalidade muito garantidora da competição, sem limite de ingresso,                 
com procedimento amplo, abarcando todas as fases, desde a análise de                     
documentação, até a escolha das propostas. ​Qualquer pessoa pode                 
participar da concorrência. 
  
Em virtude de seu caráter mais amplo, ​a concorrência é obrigatória para                       
contratações de valores mais altos​, conforme estipulado por lei. 
  
Contratos de ​OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA 
● acima de R$ 3.300.000,00 
Contratos de ​COMPRAS DE BENS E AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS 
● acima de R$ 1.430.000,00 
  
Exceções: ​existem determinados contratos, em que a concorrência é                 
obrigatória independentemente do valor da avença. Nestes casos, é o                   
objeto do contrato que faz com que a concorrência seja obrigatória e,                       
portanto, é considerada uma exceção à regra de valor. 
  
● Alienação ou aquisição de imóveis​: Quando a administração               
pública adquire ou aliena imóveis, estas contratações dependem               
de prévia licitação, ​sempre na modalidade de concorrência​, não                 
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sendo relevante, nestes casos, o valor do contrato. 
  
 
IMPORTANTE: ​Caso o imóvel a ser alienado tiver sido adquirido por                     
dação ​em pagamento ou decisão judicial, pode-se celebrar este contrato                   
de alienação mediante licitação na modalidade concorrência ou leilão.                 
Logo, nestes casos específicos, a modalidade de concorrência não será                   
obrigatória. 
  
● Contrato de concessão de serviço público: ​na concessão de                 
serviço ​público, regulamentada pela Lei 8987/95, a administração               
pública contrata determinada empresa que será remunerada pelo               
usuário do serviço. A concessão pode ser precedida de obra ou                     
não. Só pode ser realizada mediante concorrência. 
  
● Concessão de direito real de uso: ​quando o Estado permite que o                       
particular utilize um bem público de forma privativa, como titular                   
de direito real deste bem. Também depende de licitação na                   
modalidade concorrência, independente do valor do bem. 
  
● Contratos de obra celebrados por meio de empreitada integral:                 
não interessa o valor da obra; haverá concorrência mesmo que a                     
obra não atinja um milhão e quinhentos mil reais. É quando a                       
administração contrata uma empresa e ela deve entregar a obra                   
pronta para usar. A obra fica integralmente a cargo da empresa                     
contratada, devendo ser entregue ao poder público pronta para o                   
uso. 
  
● Licitações Internacionais: ​Estas licitações, nas quais se admite a                 
participação de empresas estrangeiras que não tenham sede no                 
país, só podem ser realizadas mediante concorrência. 
  
Exceção da exceção: 
  
1 – Se o órgão que vai realizar licitação internacional ​tiver cadastro                       
internacional de licitantes​, poderá optar por fazer licitação na                 
modalidade ​Tomada de Preços​, desde que dentro dos limites desta                   
modalidade. 
  
2 – Se o bem ou serviço a ser contratado ​não tiver fornecedor no país​, o                               
órgão poderá ​fazer licitação internacional na modalidade convite (ou                 
tomada de preço​), desde que respeitados os limites de valor. 
  
 
 
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Intervalo mínimo da concorrência: 
  
- ​Técnica​ ou ​Técnica e preço​ e ​contratos de empreitada integral​:  
● 45​ ​dias 
- Nos demais casos:  
● 30 dias​. 
  
1.9.2. Tomada de Preço 
  
Participam da competição apenas os licitantes que ​forem cadastrados                 
no ​órgão ou aqueles que ​se cadastrarem até 3 (três) dias antes da data                           
marcada para a abertura dos envelopes contendo as propostas dos                   
licitantes. 
  
Ressalte-se que o cadastro funciona como uma habilitação prévia feita                   
pelas empresas, no órgão público. No momento da realização do                   
cadastro, a empresa deverá apresentar toda a documentação               
necessária à sua habilitação. O cadastro tem duração de 1 (um) ano,                       
quando estão deverá ser renovada a apresentação dos documentos. 
  
Em virtude da restrição da competição, somente admitindo o ingresso de                     
licitantes cadastrados, a tomada de preços respeitarum limite máximo                   
de valor, acima do qual não poderá ser realizada. Vejamos: 
 
 
Contratos de ​OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA 
● até de R$ 3.300.000,00 
Contratos de ​COMPRAS DE BENS E AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS 
● até R$ 1.430.000,00 
  
Ressalte-se que, nestas situações, em que é possível a tomada de preços,                       
também será possível a realização de concorrência, apesar de não                   
obrigatória. 
  
Intervalo mínimo da tomada de preços​: 
  
Técnica​ ou ​Técnica e preço​:  
● 30 dias 
Demais casos: 
● 15 dias. 
  
1.9.3. Convite 
  
O convite é a modalidade mais restrita de todas as previstas na lei de                           
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licitações. Participarão do certame apenas os convidados, cadastrados               
ou não, sendo no mínimo 03 (três) convidados, salvo comprovado                   
restrição de mercado, quando então pode se realizar o convite com                     
apenas 02 (dois) convidados. Este é o entendimento expresso do artigo 22                       
§ 7° da Lei 8.666/93, abaixo transcrito, ​in litteris: 
  
“Quando, por limitação do mercado ou manifesto             
desinteresse dos convidados, for impossível a           
obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no               
§ 3° deste artigo, essas circunstâncias deverão ser               
devidamente justificadas no processo, sob pena de             
repetição do convite”. 
  
Se não foi convidado, ainda assim o interessado poderá participar da                     
licitação desde que comprove que, cumulativamente, está ​regularmente               
cadastrado no órgão e que ​apresentou manifestação de interesse em                   
participar da competição, até 24 horas antes da data marcada para a                       
abertura dos envelopes​. 
  
Os convidados, conforme explicitado, não precisam ser cadastrados.               
Entretanto, enquanto, no órgão, houver cadastrados que ainda não                 
foram convidados, a cada novo Convite realizado para o mesmo objeto,                     
exige-se que um convidado a mais em relação ao anterior, até que a                         
administração pública contemple todos os cadastrados com o convite.                 
Vejamos: 
  
“Art. 22. § 6°. Na hipótese do § 3° deste artigo, existindo                       
na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a                 
cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou               
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo,               
mais um interessado, enquanto existirem         
cadastrados não convidados nas últimas licitações”. 
  
Na modalidade ​convite, não há edital​. O instrumento convocatório é                   
simplificado e ​denomina-se carta-convite​. 
  
A carta convite não é publicada em Diário Oficial, porém, ainda assim, há                         
publicidade (toda atuação do Estado deve respeitar a publicidade).                 
Nestes casos, a publicidade é feita de forma diferente da publicação.                     
Estipula a lei que a administração deverá enviar a carta-convite aos                     
convidados e afixar no átrio da repartição, em local visível ao público.                       
Respeitadas estas regras, está devidamente publicizada a licitação. 
  
Em virtude de tantas restrições, o convite somente pode ser utilizado                     
para contratações de valores mais baixos, quais sejam: 
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Contratos de ​OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA 
● até de R$ 330.000,00 
Contratos de ​COMPRAS DE BENS E AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS 
● até R$ 176.000,00 
  
Intervalo mínimo: ​5 dias úteis do recebimento da carta-convite pelos                   
convidados ou da afixação, o que acontecer por último. Neste caso, 
o último ato de publicidade é que iniciará a contagem do prazo de                         
intervalo mínimo. 
  
Comissão de licitação: a princípio deve ser obedecida a regra geral                     
definida na lei para designação de comissões. 
  
Exceção: ​se o órgão comprovar ​escassez de pessoal​, ​é possível que se                       
dispense a comissão e realize o procedimento licitatório com ​um único                     
servidor efetivo do órgão​. 
  
1.9.4. Concurso 
  
Não se pode confundir o concurso – procedimento licitatório – com o                       
concurso público para provimento de cargos públicos. Concurso é                 
modalidade licitatória que serve para escolha de trabalho técnico,                 
artístico e científico por parte da administração pública. 
  
Ex.: concurso para escolha do melhor projeto arquitetônico para                 
revitalização do centro de uma cidade, ou concurso de monografias de                     
determinada área do conhecimento de interesse do órgão público. 
  
O licitante vencedor da licitação recebe ​um prêmio ou ​remuneração ​pelo                     
trabalho adquirido pelo ente estatal. 
  
Intervalo mínimo: ​45 dias​ contados da ​publicação do edital​. 
  
A comissão é diferenciada e denominada ​COMISSÃO ESPECIAL DE                 
CONCURSO. ​Composta por 3 (três) membros que não precisam,                 
necessariamente, serem servidores públicos. A lei determina que sejam                 
pessoas idôneas e que tenham conhecimento na área do trabalho que                     
será apresentado. 
  
O artigo 22 § 4° merece transcrição, por trazer conceito legal da licitação                         
na modalidade concurso e ser bastante repetido em provas objetivas de                     
concurso. Vejamos. 
  
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§ 4°. Concurso é a modalidade de licitação entre                 
quaisquer interessados para escolha de trabalho           
técnico, científico, artístico, mediante a instituição           
de prêmios ou remuneração aos vencedores,           
conforme critérios constantes de edital publicado           
na imprensa oficial com antecedência mínima de 45               
(quarenta e cinco) dias. 
  
1.9.5. Leilão 
  
Esta modalidade licitatória serve para alienação de bens pelo poder                   
público. 
  
a) O leilão pode ser feito para alienar ​bens imóveis que tenha sido                         
adquiridos por ​dação em pagamento ou ​por decisão judicial (todos os                     
outros deverão ser alienados mediante concorrência, obrigatoriamente). 
  
b) Também, é modalidade licitatória para alienação de ​bens móveis                   
inservíveis​, ​apreendidos​ e ​penhorados​. 
   
B.1) ​Bens inservíveis​: são os bens que ​não têm mais serventia                     
pública​, ​são desafetados​, que ​não estão sendo destinados à utilização                   
pública​. 
  
B.2) ​Bens apreendidos​: adquiridos pelo poder público, em               
decorrência de atos ilícitos. 
  
B.3) ​Bens penhorados​: o legislador se equivocou ao falar em                   
“penhora” quando ​queria se referir ao penhor​. É importante atentar para                     
o fato de que o leilão administrativo não se confunde com o leilão                         
judicial. Em verdade, quando se trata de licitação na modalidade leilão,                     
utiliza-se para ​alienar bens empenhados pelos particular ao ente                 
público​. 
  
Intervalo mínimo: ​15 dias​, contados da publicação do edital. 
  
Não há comissão licitante nesta modalidade licitatória. O leilão é                   
realizado pelo ​leiloeiro​, ​que pode ser o ​leiloeiro oficial ou um ​servidor                       
designado pela administração pública para cumprir a função de                 
leiloeiro. 
  
O ​leilão será sempre dotipo ​MAIOR LANCE, sendo que a ​administração                       
somente pode alienar o bem para o lance vencedor que seja ​igual ou                         
superior ao valor da avaliação​. 
  
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1.9.6. Pregão – ​(Sempre do tipo​ ​–​ ​MENOR PREÇO​) 
  
O pregão nasceu de agências reguladoras (Lei 9472 – ANP e Lei 9478 –                           
ANATEL), assim como a Consulta. Em 2000 foi editada a Medida Provisória                       
que ampliou o pregão à União. Em 2002 foi editada a Lei 10.520 (lei                           
especial da licitação), que ampliou o leilão para todos os entes da                       
Administração (de qualquer esfera de governo). 
  
O pregão é modalidade licitatória definida ​para aquisição de bens – por                       
esta razão a doutrina chama de “leilão reverso” – ​e serviços comuns​.                       
Ressalte-se que serviços e bens comuns são aqueles que podem ser                     
designados no edital com expressão usual de mercado, conforme                 
disposição legal expressa. 
  
Hoje, quaisquer bens e serviços vêm sendo considerados comuns pela                   
doutrina, ​não sendo possível a realização de pregão para ​OBRAS                   
PÚBLICAS​. 
  
Intervalo mínimo do pregão: ​8 (oito) dias úteis​, contados da publicação                     
do edital. 
  
Também no pregão, assim como no leilão, não há designação de                     
comissão licitante, uma vez que o responsável pela realização do pregão                     
é o ​pregoeiro, ​que será um servidor ​efetivo designado a esta função. ​Na                         
lei 10.520/02, ​há uma comissão de apoio ao pregoeiro que não é comissão                         
licitante e serve apenas para auxiliar o pregoeiro na realização do                     
certame. Apenas o pregoeiro responde pela licitação, inclusive é                 
responsável pelos atos da comissão de apoio. 
 
1.9.7. PUBLICIDADE (ART. 21)  
Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das                   
tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no                     
local da repartição interessada, deverão ser publicados com               
antecedência, ​no mínimo​, POR UMA VEZ: 
 
● DOU 
○ Órgão ou entidade da Administração Pública Federal 
○ Obras financiadas parcial ou totalmente com recursos             
federais. 
○ Garantidas por instituições federais. 
● DOE / DDF 
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○ (DOE) Órgão ou entidade da Administração Pública Estadual               
ou Municipal 
○ (DDF) Órgão ou entidade da Administração do Distrito               
Federal 
○ Em jornal diário de grande circulação no Estado e também,                   
se houver, em jornal de circulação no Município ou na região                     
onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido,                 
alienado ou alugado o bem. 
○ Podendo ainda a Administração​, conforme o vulto da               
licitação, ​utilizar-se de outros meios de divulgação para               
ampliar a área da concorrência​. 
 
O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será 
 
45 dias  
Concurso 
Concorrência - EI; MT 
e TP. 
30 dias 
Concorrência* 
Tomada de Preço - 
MT e TP. 
15 dias 
Tomada de Preço* 
Leilão 
5 dias 
Convite 
 
 
1.9.8. LIMITES DE COMPRAS para CONCORRÊNCIA, TOMADA DE PREÇO e                   
CONVITE (Art. 23) 
 
Para obras e serviços de engenharia: 
 
● Convite 
○ Até R$ 330.000,00 
● Tomada de Preços 
○ Até R$ 3.300.000,00 
● Concorrência 
○ ACIMA de R$ 3.300.000,00 
 
Para compras e serviços não incluídos no quesito obras e serviços de                       
engenharia 
 
● Convite 
○ Até R$ 176.000,00 
● Tomada de Preços 
○ Até R$ 1.430.000,00 
● Concorrência 
○ ACIMA de R$ 1.430.000,00 
 
1.10. LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS (ART. 15, II; §3º, III) 
< REPOSIÇÕES DE ITENS COM REGULARIDADE > 
  
Em algumas situações, o poder público não licita com a finalidade                     
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imediata da contratação, mas ​tão somente para registrar preços​, para o                     
caso de ​eventual contratação posterior​. Acontece quando a               
administração entende que um bem é adquirido com muita frequência. 
  
Essa licitação não obriga a administração a contratar com o vencedor,                     
uma vez que sequer sabe se haverá dotação orçamentária para                   
celebração do contrato. O vencedor não tem a garantia de que, se o                         
Estado for contratar, irá contratar com ele. ​O registro de preço não                       
vincula a Administração Pública ao vencedor. 
  
Finalizada a licitação, os preços são registrados no sistema de cadastro                     
do ente, tendo este registro validade de 1 (um) ano. 
   
1.11. DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO (ART. 24 E 25) 
  
São situações que a administração pode contratar sem licitação –                   
contratação direta. 
  
As hipóteses estão previstas na Lei 8.666/93 em três artigos: art. 17 e 24                           
(dispensa) e 25 (inexigibilidade). Tais dispositivos são muito comuns em                   
provas objetivas de concursos e de exame de ordem e merecem leitura                       
cuidadosa. 
  
Deve haver um processo de justificação, dando base a dispensa e                     
inexigibilidade e, depois disso, é enviado para ratificação pela                 
autoridade do órgão. Ressalvado o fato de serem hipóteses de                   
contratação direta, dispensa e inexigibilidade não são expressões               
sinônimas e ocorrem em situações diversas. Vejamos: 
  
1.11.1. Art. 25 – “Inexigibilidade” 
 
● Pressupostos 
○ 1. Sempre que a ​competição for impossível​, a licitação será                   
inexigível. 
○ 2. As hipóteses dispostas na lei não são taxativas, mas                   
meramente exemplificativas. Mesmo que a circunstância não             
esteja disposta expressamente no texto legal, a licitação               
será inexigível quando for inviável a realização da               
competição. 
○ 3. A doutrina costuma apontar pressupostos da licitação e                 
estabelece que a ausência de qualquer dos pressupostos               
torna o procedimento licitatório inexigível: 
 
● Pressuposto lógico​: pluralidade de bens e de fornecedores do bem                   
ou do serviço. 
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● Pressupostos jurídico​: interesse público. A licitação não é fim em si                     
mesmo; é um meio para atingir o interesse público. Se a licitação                       
for de encontro ao interesse público, não será exigível licitar. 
 
● Pressuposto fático:​ desnecessidade de contratação específica. 
  
Nos casos em que há necessidade de contratação específica, a licitação                     
será inexigível. 
  
Ex.: o Estado precisa contratar o melhor tributarista do Brasil para                     
defendê-lo em uma demanda que envolve milhões de reais. Não posso                     
fazer isso para qualquer causa. 
  
É VEDADA inexigibilidade de licitação para serviços de divulgação e 
serviços de publicidade. 
  
 
1.11.2. Arts. 17 e 24 – “Dispensa” 
  
● Pressupostos 
○ Nas situações de dispensa, é plenamente possível competir,               
mas a lei diz que é dispensada a licitação. Somente a lei                       
pode trazer as hipóteses de dispensa, não podendo haver                 
definição de novas hipóteses poratos administrativos             
específicos ou decretos. 
○ As hipóteses da lei 8.666/93 são taxativas/exaustivas. Art. 17 –                   
estabelece um rol de licitação ​dispensada​. Art. 24 –                 
estabelece um rol de licitação ​dispensável​. 
  
1.11..2.1. Licitação dispensável – Art. 24: 
  
Incisos I e II: ​em razão do valor – “para obras e serviços de engenharia de                               
valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a” (convite), do                           
inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma                           
mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma                       
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e                     
concomitantemente”; 
  
à ​
Obras e serviços de engenharia ​à​ R$ 33.000,00 
à ​
Bens ​à​ R$ 17.600,00 
  
Parágrafo único estabelece exceções (situações de dispensa em dobro):                 
alguns entes têm dispensa no percentual de até ​20% do valor do convite​:                         
Empresas Públicas​, ​Sociedades de Economia Mista​, ​Agências executivas               
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e ​Consórcios Públicos​. 
  
Inciso IV: ​urgência, desde que não seja causada pelo Estado – “nos casos                         
de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada               
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou                   
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e                 
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens                   
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e                 
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no                       
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos​,                     
contados da ​ocorrência da emergência ou calamidade, ​vedada a                 
prorrogação​ dos respectivos contratos;” 
  
Na prática, ainda que a urgência tenha sido gerada pelo Estado, será                       
responsabilizado o causador da urgência e a administração deverá                 
contratar. 
  
Exigem-se urgências efetivas e que o contrato não ultrapasse o prazo de                       
180 dias – neste caso, improrrogáveis. 
  
Inciso V: ​licitação deserta – “quando não acudirem interessados à                   
licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem                   
prejuízo para a administração, mantidas, neste caso, todas as condições                   
preestabelecidas;” 
  
É diferente de licitação fracassada. 
Licitação fracassada: aparecem os licitantes, mas são todos ​inabilitados ou                   
são todos ​desclassificados​. à normalmente gera necessidade de uma nova                   
licitação. 
  
Exceção: hipótese de licitação fracassada que gera dispensa: 
  
Inciso VII do art. 24: “quando as propostas apresentadas consignarem                   
preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional,               
ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais                 
competentes, casos em que, observados o parágrafo único do art. 48                     
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta                     
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de                         
preços, ou dos serviços;” 
  
Além destas hipóteses mais comuns em prova de concurso, deve-se fazer                     
uma leitura acurada dos dispositivos relativos à dispensa e                 
inexigibilidade​. 
 
 
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IMPORTANTE! 
 
Qual a diferença entre DISPENSADA/DISPENSÁVEL E INEXIGÍVEL? 
 
a) DISPENSADA 
i) A ​lei determina​ que se faça sem licitação 
1) doação​,​ permitida exclusivamente para fins e uso de 
interesse social, após avaliação de sua oportunidade e 
conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de 
outra forma de alienação; 
2) permuta​,​ permitida exclusivamente entre órgãos ou 
entidades da Administração Pública; 
3) venda de ações​, ​que poderão ser negociadas em bolsa, 
observada a legislação específica; 
4) venda de títulos​,​ na forma da legislação pertinente; 
5) venda de bens​ ​produzidos ou comercializados por órgãos 
ou entidades da Administração Pública, em virtude de 
suas finalidades; 
6) venda de materiais e equipamentos​ ​para outros órgãos 
ou entidades da Administração Pública, sem utilização 
previsível por quem deles dispõe. 
b) DISPENSAVEL 
i) A ​lei permite​ fazer sem a licitação (utilização obrigatória do ROL 
TAXATIVO) 
1) Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
2) Nos casos de emergência ou de calamidade pública, 
quando caracterizada urgência. 
3) Quando a União tiver que intervir no domínio econômico; 
4) Nos casos de licitação deserta(não aparece interessado) 
ou fracassada(os interessados não estão dentro dos 
requisitos da licitação); 
5) na contratação de associação de portadores de 
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada 
idoneidade. 
6) na contratação de fornecimento ou suprimento de 
energia elétrica e gás natural; 
7) para a compra ou locação de imóvel destinado ao 
atendimento das finalidades precípuas da admin. 
c) INEXIGÍVEL 
i) A ​licitação e logicamente inviável​ (rol legal exemplificativo) 
1) Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros 
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou 
representante comercial exclusivo​, vedada a preferência 
de marca; 
2) Para a contratação de serviços técnicos enumerados, ​de 
natureza singular 
3) para contratação de ​profissional de qualquer setor 
artístico​, diretamente ou através de empresário exclusivo, 
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela 
opinião pública 
 
  
1.12. DOCUMENTOS PARA HABILITAÇÃO (ART. 27 C/C 28, 29, 30 E 31) 
 
Para habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,             
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exclusivamente, documentação relativa a: 
 
I - habilitação jurídica 
● c/c art. 28. 
II - qualificação técnica 
● c/c art. 30. 
III - qualificação econômico-financeira 
● c/c art. 31 
IV - regularidade fiscal e trabalhista 
● c/c art. 29. 
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF/88 
● XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a                   
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de                   
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de                   
quatorze anos; 
 
1.12.1. EXIGÊNCIA DE COMPROMISSOS ASSUMIDOS (ART. 31, § 4º) 
 
Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo                   
licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção                 
de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio                 
líquido atualizado e sua capacidade de rotação. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
  
A revogação da licitação ocorrerá por interesse público ​decorrente de fato                     
superveniente devidamente comprovado​, pertinente e suficiente para justificar               
tal conduta, nos termos do art. 49 da Lei 8.666/93. A ​anulação da licitação ocorre                             
quando existe um ​vício quanto a legalidade do procedimento​. A autoridade                     
competente pela licitação, de ofício ou por provocação de terceiros, ​verificando                     
vício insanável​, deverá promover a ​invalidação do certame​. Isso, também, nos                     
termos do art. 49 da Lei Geral de Licitações; 
  
O poder hierárquicoé o poder de escalonar as funções entre seus órgãos, e                           
agentes da mesma entidade. O objetivo desse poder é organizar a função                       
administrativa, de maneira a permitir a atuação isonômica e hierarquizada dos                     
agentes públicos. O poder hierárquico também possibilita, ​em razão da                   
hierarquia ​formada, ordenar e rever a atuação dos agentes de determinado                     
órgão​. Um dos poderes decorrentes do poder hierárquico é o ​poder de                       
delegação consiste na transferência de atribuições, de competências legais.                 
Essa transferência pode ocorrer para um outro agente da mesma hierarquia ou                       
para outro de hierarquia inferior. Observe que somente neste último caso, a                       
delegação é decorrente do poder hierárquico. Por sua vez, o poder de ​avocação                         
é o inverso da delegação​. Em outras palavras, ​na avocação o agente                       
hierarquicamente superior chama para ​si atribuições do agente               
hierarquicamente inferior​. 
  
O art. 11 da LIA traz ​o ato de improbidade administrativa por violação a                           
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princípios administrativos​. Nessa situação, observe que o ​pressuposto exigível é                   
tão somente a violação dos princípios administrativos​. ​É dispensável qualquer                   
elemento de enriquecimento ilícito ou dano ao erário. 
  
Os consórcios públicos visam à realização de objetivos de interesses comuns                     
entre os entes consorciados promovendo a gestão associada de serviços                   
públicos. Ainda, observe que a União somente poderá celebrar consórcio                   
público com município, se o Estado onde se localiza o município fizer parte do                           
consórcio, nos termos do art. 1º, § 2º Lei 11.107/05. Veja o consórcio público APO                             
(autoridade pública olímpica): É um consórcio formado pela União, Estado do RJ                       
e Município do RJ. Observe que somente foi possível o consórcio da União com o                             
Município do RJ, porque o Estado do RJ está também consorciado. ​Nos termos                         
do ​art. 1º, § 1º da mesma lei, o consórcio público é uma pessoa jurídica, que                               
poderá ser de direito público​. Neste caso, ​será chamada de associação pública​.                       
Também, ​o consórcio pode ganhar contornos de pessoa jurídica de direito                     
privado​. 
  
Para Relembrar​: ​Nos termos do art. 5º, XXIV da CR/88, a lei estabelecerá o                           
procedimento para ​desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou                 
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro​. 
  
Nos termos do ​Art. 18 da Lei 8987/95​, o edital de licitação será elaborado pelo                             
poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais                       
da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente: VI -                       
as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem                   
como as provenientes de projetos associados. ​Ademais, nos termos do art. 11, no                         
atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder                   
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a                     
possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas​,               
complementares, acessórias ​ou de projetos associados, com ou sem                 
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas​. 
  
Até breve e bom estudo. Para produzir essa apostila foram utilizadas as                       
seguintes obras: 
  
● BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, Senado Federal, 1988; 
● CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23 ed. Rio                       
de Janeiro: Lúmen Júris, 2001; 
● CARVALHO, Matheus. Direito Administrativo. 2. ed. Recife: Cers, 2012. 
● COUTO, Reinaldo. Curso de Direito Administrativo, 2 ed. São Paulo, Saraiva, 2015. 
● FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito Administrativo. 9. ed. São Paulo:                     
Malheiros, 2008. 
● GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo . 14. ed. São Paulo: Saraiva 2009. 
● Leis Gerais de Licitação: 8.666/93 e 10.520/01. 
● MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo . 5. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011. 
● MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41. ed. São Paulo:                   
Malheiros, 2015. 
● MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo . 28. ed. São                       
Paulo: Malheiros, 2011. 
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2019b - Pág. 26 
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO Nº 1 - LICITAÇÃO 
1. Além do item IV, do parágrafo 2º. do art. 7º, da Lei 8666/93, as obras e 
os serviços só podem ser licitados se apresentarem: 
 
a) Projeto Básico e Executivo. 
b) Projeto Básico e Orçamentário. 
c) Projeto Executivo e Orçamentário. 
d) Projeto Básico, Executivo e Orçamentário. 
 
2. A existência e a vigência de ata de registro de preços decorrente de 
licitação levada a efeito por um ente político 
 
a) obrigam os órgãos integrantes dessa esfera administrativa a realizar suas 
compras e contratações de serviços lançando mão da referida ata. 
b) impedem a utilização do mesmo fornecedor valendo-se da referida ata 
para contratação de bens e serviços pelos demais órgãos da administração 
pública que não especificamente o responsável pela licitação. 
c) significam que foi realizada concorrência para contratação do fornecedor 
responsável pelos valores e produtos constantes da referida ata. 
d) permitem que os demais órgãos e demais interessados contratem com o 
fornecedor responsável pela ata de registro de preços, independentemente 
de comunicação ao ente público que licitou a contratação original. 
e) possibilitam a outros entes, por exemplo da Administração indireta 
federal, em sendo vantajoso, a adesão à referida ata de registro de preços, 
mediante consulta ao órgão responsável pela mesma. 
 
3. A Câmara Municipal de Salvador optou por utilizar gás natural encanado, 
de maneira que realizará a contratação de fornecimento de gás natural com 
concessionário do serviço público, segundo as normas da legislação 
específica. No caso em tela, de acordo com o texto legal da Lei nº 8.666/93, 
a licitação é: 
 
a) dispensável, pois se trata de hipótese constante no rol taxativo do 
mencionado diploma normativo; 
b) inexigível, pois se trata de hipótese constante no rol exaustivo do 
mencionado diploma normativo; 
c) dispensada, pois se trata de hipótese constante no rol exemplificativo do 
mencionado diploma normativo; 
d) obrigatória, em razão da natureza do serviço que será objeto do contrato 
administrativo; 
e) obrigatória, em razão do valor do serviço que será objeto do contrato 
administrativo. 
 
4. O procurador de uma universidade pública estadual, Fulano da Silva foi 
questionado acerca da melhor forma de aquisição de suprimento específico 
para desenvolvimento de projeto de pesquisa e desenvolvimento em um 
dos institutos da universidade. A dúvida reside no fato de que os 
pesquisadores necessitam especificamente de uma espécie de reagente, 
não sendo possível a aquisiçãode similar. Sobre essa situação hipotética, é 
correto afirmar que o procurador poderia, corretamente, aconselhar a área 
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2019b - Pág. 27 
contratante, conforme a seguinte alternativa: 
 
a) em razão da vedação prevista na lei de licitações à preferência por 
marcas, não é possível qualquer forma de contratação por parte do instituto 
que assegure que o reagente necessário será adquirido ao final do processo, 
sendo possível a contratação de similar, em razão da impessoalidade do 
procedimento licitatório. 
b) é possível a preferência por marca em caso de aquisição de materiais, 
equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivo, devendo a comprovação de 
exclusividade ser feita por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro 
do comércio do local em que se realizará a licitação. 
c) a licitação é dispensável na situação descrita, por se tratar de produto 
para pesquisa e desenvolvimento, isto é, bem necessário para a atividade 
de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou 
inovação tecnológica, discriminado em projeto de pesquisa aprovado pela 
instituição contratante. 
d) a forma mais adequada de se assegurar a contratação do reagente 
necessário é o detalhamento das especificações técnicas e das condições de 
habilitação para a licitação de maneira a delimitar ao máximo a 
possibilidade de competição no certame. 
e) não há restrições à contratação de produtos para pesquisa e 
desenvolvimento por universidades públicas estaduais, por não estarem elas 
sujeitas à lei de licitações e contratos administrativos, mas sim às regras 
gerais de contratação previstas no código civil. 
 
5. Quanto à Lei n.º 8.666/1993, julgue o próximo item. 
É permitido incluir, no objeto da licitação, a obtenção de recursos 
financeiros para sua execução, exceto no regime de concessão. 
Certo ( ) OU Errado ( ) 
6. A Câmara Municipal de Bofete pretende realizar uma obra estimada em 
R$ 13.000,00 (treze mil reais). Referida obra não se refere a parcela de 
uma mesma obra, não possui a mesma natureza e também não será 
executada em local que possa ser realizada conjunta e concomitantemente 
com outra. Neste caso, assinale a assertiva que melhor atende aos preceitos 
da Lei nº 8.666/93: 
 
a) Poderá ser dispensada a licitação pois o valor encontra-se dentro de 
limite previsto na alínea "a", do inciso I, do artigo 23 da Lei de Licitações. 
b) Será obrigada a realizar a licitação na modalidade convite, pois o valor 
está além do limite estabelecido pela Lei de Licitações. 
c) Deverá necessariamente realizar licitação na modalidade concorrência, 
uma vez que não se refere a parcela de uma mesma obra. 
d) Poderá ser contratada empresa diretamente mediante processo de 
inexigibilidade de licitação. 
e) Desde que cumpridos os requisitos da lei, poderá ser adotada a licitação 
na modalidade pregão, já que a obra não constitui serviço comum. 
 
7. É inexigível a licitação: 
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2019b - Pág. 28 
 
a) nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. 
b) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente 
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública. 
c) na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás 
natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as 
normas da legislação específica. 
d) para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de 
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. 
e) quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular 
preços ou normalizar o abastecimento. 
 
8. Assinale abaixo o único caso em que é dispensável a licitação: 
 
a) Para contratação de obras e serviços de engenharia relacionadas a 
melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura logística. 
b) Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular 
preços ou normalizar o abastecimento. 
c) Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente 
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública. 
d) Na aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo. 
 
9. De acordo com a Lei nº 8.666/93, é CORRETO afirmar que a licitação é 
inexigível: 
 
a) Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam 
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial não 
exclusivo. 
b) Para serviços de publicidade e divulgação. 
c) Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que 
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
d) Para a contratação de serviços técnicos de natureza plural. 
e) Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. 
 
10. De acordo com a Lei n.º 8.666/1993 (Lei de Licitações), é inexigível a 
licitação na hipótese de 
 
a) guerra ou grave perturbação da ordem. 
b) não acudirem interessados à licitação anterior e esta não puder ser 
repetida sem prejuízo para a administração. 
c) compras de gêneros perecíveis no tempo necessário para a realização 
dos processos licitatórios correspondentes. 
d) aquisição de materiais e equipamentos que só possam ser fornecidos por 
produtor ou empresa comercial exclusivos. 
e) contratação de serviços de publicidade, de natureza singular, com 
profissionais de notória especialização. 
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