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Enterobiose

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Posição taxonômica 
Espécie de interesse: Enterobuis vermiculares 
Filo: nematelmintos 
Classe: nematoda 
Família: oxyutidae 
Popularmente conhecido como oxiurus 
Principal manifestação clínica: prurido anal 
Habitat: ceco e apêndice 
Morfologia 
Verme adulto 
Apresenta um dimorfismo sexual assim como os outros nematelmintos 
Tanto o macho quanto a fêmea têm o aspecto filiforme, coloração esbranquiçada e boca 
 Próximo à boca se apresentam as asas cefálicas 
 A boca possui 3 lábios (como no Ascaris) 
A fêmea tem o tamanho aproximado de 1cm e sua extremidade posterior é alongada e afilada 
A fêmea quando está grávida fica com sua cutícula distendida à medida que os ovos vão sendo formados (preenchem quase 1/3 do corpo da 
fêmea) 
 A fêmea grávida é conhecida como saco de ovos 
A fêmea tem como característica ir para a região perianal após a cópula para a ovoposição 
 A ovoposição e a intensa movimentação da fêmea que colaboram para o prurido anal 
 O simples ato de coçar é suficiente para romper mecanicamente romper a fêmea pois sua cutícula está distendida, 
liberando os ovos de seu interior 
O macho é menor que a fêmea (0,3 a 0,5cm) e sua cauda é fortemente recurvada 
Ovos 
Tem tamanho aproximado de 50 a 60μm de comprimento para 20μm de largura 
Tem formato grosseiro em forma de “D” 
Levemente achatado de um lado e convexo do outro 
Possui uma dupla camada 
 Chamada de albuminosa 
 Confere a esse ovo uma intensa adesividade fazendo com que um ovo fique grudado no outro e na superfície 
São transparentes 
Assim que é eliminado da fêmea já sai larvado 
 As fêmeas liberam os ovos na região perianal, portanto o exame coproparasitológico é pouco eficaz 
 O método ideal é o da fita adesiva 
Ciclo biológico 
Ciclo rápido: se não ocorre a reinfecção (autoinfecção ou heteroinfecção) o parasitismo acaba após os 45 a 60 dias 
 Se não existir mecanismo de autoinfecção o ciclo se encerra rapidamente pois o tempo de vida médio dos vermes adultos é curto 
 Depois que ocorre a cópula os machos são eliminados nas fezes e morrem 
 As fêmeas após serem fecundadas se tornam grávidas e migram para a região perianal passando por todo o IG até atingir o 
ambiente externo 
Verme adulto 
Ovos 
Pietra Rosa TXIX 
 As fêmeas são encontradas no ânus ou na região perianal após aproximadamente 45 a 60 dias após a infecção 
O ciclo se inicia pela ingestão dos ovos larvados. Quando atingem o ID as larvas eclodem, sofrem duas mudas e migram para o IG onde se 
desenvolvem em vermes adultos em aproximadamente 45-60 dias. Após a cópula os machos são eliminados nas fezes e morrem enquanto 
as fêmeas grávidas migram para a região perianal durante o período da noite. Devido a intensa movimentação das fêmeas na região perianal 
ocorre um intenso prurido que gera a ação de coçar, causando o rompimento das fêmeas e a liberação dos ovos. Os então liberados na 
região perianal se tornam infectantes após 4 a 6 horas no ambiente, sofrendo durante esse período duas mudas larvais ainda dentro do ovo 
e podem resistir até 3 semanas no ambiente. 
A migração para a região perianal acontece a noite devido ao calor do leito (gera maior ativação da fêmea) 
A ovoposição não apresenta grande significância pois os ovos são liberados em sua maioria pelo rompimento das fêmeas 
Transmissão 
Heteroinfecção 
 Mais comum devido a presença de ovos em alimentos, na poeira e água, alcançado um novo hospedeiro 
 Também conhecida como primo-infecção 
Autoinfecção externa 
 Responsável pela cronicidade da doença 
 Manutenção da doença 
 Hábito de coçar a região perianal e levar os ovos até a boca 
Autoinfecção interna 
 Rara 
 As larvas eclodem no reto e voltam ao habitat natural e se transformam em VA 
Retroinfecção 
 Larvas eclodem na região perianal e voltam para o intestino pelo ânus e no intestino se transformam em VA 
Patogenia e sintomatologia 
Depende da carga parasitária 
 Baixo número de parasitos causa poucas perturbações 
 Alta carga parasitária gera ação mecânica e irritativa causando a enterite catarral/ colite crônica (processo inflamatório no ID ou IG) 
 Pode causar além da irritação local processos de erosão e inflamação 
 Lesões anais e perianais são geradas pela movimentação das fêmeas na região perianal 
Prurido anal intenso (manifestação mais comum) 
 Além de agravar a irritação anal pode resultar em ferimentos e escoriações 
 Nesses locais é muito comum a infecção bacteriana secundária 
Infecção bacteriana secundária 
 Forma abcessos 
 Ulcerações de mucosa e abcessos de mucosa que podem ser observados são resultantes na maioria das vezes de infecções 
bacterianas secundárias 
 Bactérias entéricas carreadas pelos VA no processo de invasão 
Nervosismo, irritabilidade, insônia 
Infecções externas (extra-intestinais) 
 As lesões ectópicas são caracterizadas por um infiltrado inflamatório rico em linfócitos, eosinófilos, pode ocorrer a formação de 
granulomas e a possibilidade de necrose 
Presença de VA nos órgãos genitais femininos 
 Devido à proximidade entre a região anal e a região vulvar 
 Pode causar vaginite, metrite, sapingite e ovarite/ ooforite 
 Podem ser formados granulomas nesses locais 
Localizações ectópicas: vagina, endométrio, miométrio, tuba uterina, ovário, mesentério, peritônio, fígado, bexiga, ureter, rim, próstata, 
baço, pulmão e mama 
Hetero infecção 
Autoinfecção externa 
Autoinfecção interna 
Retroinfecção 
Diagnostico 
Clínico: Prurido anal 
Laboratorial: Método de Graham ou fita adesiva 
 Orientação do paciente: exame feito de manhã, paciente não pode se higienizar antes do exame 
Profilaxia 
 Cuidado com a roupa íntima e rupa de cama de pessoas infectadas 
 Devem ser enroladas e lavadas diariamente com água fervente 
 Corte de unhas e lavagem frequente das mãos 
 Banho diário de manhã para impedir o processo de autoinfecção 
 Desestimular o ato de coçar a região perianal 
 Limpeza da casa quando possível com aspirador de pó 
 Tratamento dos infectados 
 Higienização de alimentos 
Tratamento 
Albendazol e mebedeazol: inibem a divisão celular 
 Albendazol é a droga de escolha 
Pamoato de pirantel: bloqueador neuromuscular 
Esses medicamentos não podem ser utilizados durante a gravidez

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