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Enterobius vermicularis - Oxiuríase, Enterobiose

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Posição Taxonômica 
• Filo: Nematoda 
• Classe: Secernentea 
• Ordem: Oxyurida 
• Família: Oxyuridae 
• Gênero: Enterobius 
• Espécie: Enterobius vermicularis 
 
• É conhecido como oxiúros
Epidemiologia 
• Distribuição cosmopolita (pode ser encontrado em qualquer lugar do mundo); comum em países 
desenvolvidos 
 
• É uma helmintíase frequente na infância, inclusive em países desenvolvidos, sendo mais incidente na idade 
escolar e geralmente afeta mais de um membro na família 
 
• Não causa óbitos (pelo menos não existem casos documentados) 
 
• A contaminação entre pessoas na mesma residência é comum 
 
• Os ovos podem resistir até 3 semanas em ambientes domésticos, contaminando alimentos e a poeira – é um 
fator que colabora para a transmissão 
 
Morfologia 
• Verme cilíndrico, nítido dimorfismo sexual (se diferenciam um do outro), coloração branca, são filiformes; 
quando adultos, apresentam na extremidade anterior, lateralmente a boca, uma dilatação da cutícula, 
formando duas expansões (asas cervicais) 
 
• Os machos medem de 2 – 5mm, possuindo a parte posterior (cauda) enrolada terminando em ponta romba, 
com espiculo (órgão de copula) presente; apresenta um único testículo 
 
• As fêmeas medem cerca de 1cm (8 – 13mm), possuem dois úteros, dois ovário biformes (vão se unir em uma 
vagina) que se abrem na porção média anterior da vulva, e um oviduto; parte posterior (cauda) do corpo 
pontiaguda, retilínea ou ligeiramente encurvada 
 
Macho (cima) e fêmea (baixo) de Enterobius vermicularis 
 
Ovos 
 
• São assimétricos, possuindo uma de suas faces achatadas (em forma de D) e a outra convexa 
 
• Membrana dupla, casca tripla e transparente, permitindo ser observada em seu interior o embrião já formado 
o Externa: albuminosa (confere ao ovo adesão à mucosa do hospedeiro) 
o Intermediária: quitinosa 
o Interna: lipoide 
 
• Após o acasalamento, o macho é eliminado com as fezes, e a fêmea adulta se dirige até o ânus (região 
perianal) para fazer a ovipostura (5 – 16 mil ovos), principalmente à noite; com frequência não consegue 
retornar para a ampola retal, morrendo no mesmo local 
 
o A fêmea grávida é conhecida como ‘’saco de ovos’’ 
 
o O simples ato de coçar o ânus é o suficiente para romper mecanicamente (traumatismo, dessecamento) a 
cutícula da fêmea, já que a mesma está ‘’distendida’’, liberando os ovos de seu interior 
 
Transmissão 
• O homem é o seu único hospedeiro e sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa ou através de fômites 
 
• Os ovos maturam rapidamente (4 – 6 horas) na pele da região anal e/ou perianal ou no solo, apresentando 
larvas infectantes; devem ser ingeridos pelo hospedeiro para a continuidade do ciclo 
 
• Heteroinfecção: ingestão de ovos na poeira ou em alimentos, objetos, animais, roupas contaminadas com 
ovos dos oxiúros, atingindo o novo hospedeiro 
 
• Autoinfecção externa (direta): responsável pela cronicidade e pela manutenção da doença; ingestão de 
ovos na região perianal (auto infestação no ato de coçar o ânus; os ovos podem aderir aos dedos e então 
levados à boca) 
 
• Autoinfecção interna (indireta): acontecem raramente; as larvas eclodem no reto e voltam para o ceco, 
virando adultos 
 
• Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal, migrando para as regiões superiores do intestino grosso, 
vão até o ceco, onde se tornam adultas 
 
Ciclo Biológico 
• É um ciclo monoxênico 
 
1. Os ovos, já embrionados, adquiridos 
após a deglutição, eclodem (larva 1 – L1; 
rabtóide) no intestino delgado 
 
o Os ovos liberados se tornam 
infectantes em poucas horas 
 
2. No intestino grosso, especificamente 
no ceco, as larvas se transformam em 
adultas (fazem duas mudas no trajeto 
intestino – ceco, em aproximadamente 
45 – 60 dias) 
 
3. As fêmeas migram para o cólon e o 
reto, saindo pelo esfíncter anal e 
depositando ovos na região anal e 
perianal 
 
o Os machos morrem logo após a 
cópula, sendo eliminados nas fezes 
 
o As fêmeas não fazem ‘’ovipostura’’, os mesmos seriam eliminados devido a algum traumatismo ou 
dessecamento 
 
4. As larvas migram pela mucosa intestinal até o ceco e o intestino grosso, onde atingem a maturidade 
 
5. O período pré-patente dura entre 1 – 2 meses, provocando poucas lesões significativas na mucosa; na região 
perianal e períneo, pode haver laceração da pele, com hemorragia, dermatite e infecções secundárias, 
podendo manifestar-se como uretrite e vaginite em localizações ectópicas 
 
Ação 
• Ação mecânica e irritativa: pode levar a enterite (inflamação no ceco), apendicite, vaginite (colpite), 
proctite (inflamação no reto) e diarreia 
 
Patogênese 
• Depende da carga parasitária 
 
• Baixa carga parasitária caracteriza infecções leves, que podem ser 
assintomáticas; apenas 1 em cada 20 crianças parasitadas apresentam sintomas 
 
• Alta carga parasitária gera ação mecânica e irritativa; as manifestações incluem 
prurido anal intenso (principalmente à noite, devido ao calor do leito; gera maior 
ativação das fêmeas), devido a intensa movimentação das fêmeas na região 
perianal, que pode levar a lesões na região devido às coceiras, possibilitando 
infecções bacterianas secundárias; náuseas, emagrecimento, diarreias, dores 
abdominais, nervosismo, insônia, eosinofilia (aumento da concentração de 
eosinófilos - > 500/µl – indicativo de que o indivíduo apresenta alguma infecção 
parasitária, doença alérgica ou asma) e anemia, tenesmo e, raramente, evacuações sanguinolentas 
também são outras manifestações 
 
• As infecções bacterianas secundárias podem formar abcessos, ulcerações e abcessos de mucosa 
 
• Nas mulheres, a migração para a região genital (vulva e vagina) também provoca prurido valvar, sapingite, 
metrite, corrimento vaginal e excitação sexual, além de granulomas peritoneais (devido a um possível 
infiltrado inflamatório rico em linfócitos e eosinófilos), e grande possibilidade de necrose 
 
• Localizações ectópicas; além da vagina, podem ser atingidos o endométrio, tuba uterina, ovário, miométrio, 
mesentério, peritônio, fígado, bexiga, ureter, rim, próstata, baço, pulmão e mama 
 
Diagnóstico 
• O diagnóstico clínico é feito a partir da análise de prurido anal 
noturno contínuo, irritação cutânea perianal em crianças e ligeira 
eosinofilia podem levar a uma suspeita clínica de enterobíase 
 
• O diagnóstico laboratorial pode ser evidenciado pela 
visualização dos vermes nas fezes, em pesquisa de ovos 
no exame parasitológico de fezes e mais comumente 
pela pesquisa de ovos na região perianal e anal através de raspado anal (Swab) ou 
fita adesiva (método de Graham – deve ser feito de preferência pela manhã, antes 
do banho, por dias sucessivos) 
 
• O exame anatomopatológico é uma alternativa quando ocorrer infecções de 
estruturas específicas, como o apêndice 
 
Tratamento 
• Uso de sais de: 
o Pamoato de Pirantel (bloqueador neuromuscular) 
o Mebendazol (inibe a divisão celular) 
o Albendazol (Zolbem; inibe a divisão celular) 
Todas as 3 são 
contraindicadas em gestantes 
Fêmeas de Enterobius 
vermicularis em amostras fecais 
Método de Graham (fita 
adesiva) 
Fêmea de Enterobius 
vermicularis na região anal 
o Piperazina 
o Pamoato de Pirvínio 
 
Profilaxia 
• Tratamento de todas as pessoas infectadas na família 
 
• Cortar as unhas 
 
• Aplicação de pomada na região perianal ao deitar-se 
 
• Limpeza doméstica com aspirador de pó, lavar a roupa de cama do portador em água fervente diariamente 
 
Prevenção – Medidas de controle 
• Educar a população em hábitos de higiene pessoal, particularmente o de lavar as mãos antes das refeições, 
após o uso do sanitário, após o ato de se coçar e quando for manipular alimentos 
 
• Manter as unhas aparadas, rente ao dedo, para evitar acúmulo de material contaminado 
 
• Evitar coçar a região anal desnuda 
 
• Evitar levar as mãos à boca 
 
• Eliminar as fontes de infecçãoatravés do tratamento do paciente e de todos os membros da família 
 
• Trocar as roupas de cama, de roupa interna e toalhas de banho diariamente/frequentemente, para evitar a 
aquisição de novas infecções pelos ovos depositados nos tecidos 
 
• Manter limpas as instalações sanitárias 
 
• Banho diário de manhã para impedir o processo de autoinfecção

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