Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 2 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 aviso importante NFPSS Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão reservados. Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-tem- per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF para os formatos doc, odt, txt entre outros. 3 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 DIREITO ADMINISTRATIVO1 1 - As funções do Estado. Origem do Direito Administrativo. O regime jurídico-administrativo. Conteúdo do regime jurídico-administrativo. Aplicação do regime jurídico administrativo a entidades da Administração Indireta, entidades de colaboração e particulares. Poder de polícia administrativa. Caracterização. Atributos. Manifestações do poder de polícia. Princípios limitadores do poder de polícia. Abuso de autoridade. 2 - Princípios Constitucionais do Direito Administrativo. Restrições ao princípio da legalidade. Princípios reconhecidos em legislação infraconstitucional, pela doutrina e pela jurisprudência. Interpretação do direito administrativo. Normas sobre interpretação do direito público na Lei de Introdução ao Direito Brasileiro. Controle sistemático das relações administrativas. CONCEITOS BÁSICOS EM DIREITO ADMINISTRATIVO Administração Pública em sentido Formal/Subjetivo/ Orgânico: Refere-se a quem é a Administração Pública, ou seja, o conjunto de órgãos, entidades e agentes. Administração Pública em sentido Material/Objetivo/ Funcional: Refere-se a o que é a Administração (ato de administrar), ou seja, as atividades que são desempenhadas no intuito de gerir a coisa pública ou os interesses públicos. Administração Extroversa Relacionamento entre a Administração Pública (sentido subjetivo) e os administrados. Administração Pública Introversa Relacionamento da Administração Pública (sentido subjetivo) para com ela mesma (ex.: um consórcio entre dois Municípios). PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ATENÇÃO COM ESSA DISTINÇÃO! #Regime Jurídico-Administrativo: conjunto formado por todos os PRINCÍPIOS e NORMAS pertencentes ao Direito Administrativo. O regime jurídico-administrativo compreende um conjunto de regras e princípios que baliza a atuação do Poder Público no exercício de suas funções de realização do interesse público primário e secundário. #Regime Jurídico da Administração: designa os regimes de direito público e de direito privado aplicáveis à Administração Pública. BIPOLARIDADE DO DIREITO OU BINÔMIO DO DIREITO ADMINISTRATIVO: expressão cunhada por Celso Antônio Bandeira de Mello, diz respeito à interação de dois polos opostos: as prerrogativas conferidas à Admi- 1 Conforme previsão do edital, o material foi atualizado considerando toda a legislação em vigor na data de sua publicação. 4 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 nistração Pública e as sujeições a ela imposta. Diz respeito, assim, ao regime jurídico-administrativo da AP. PEDRAS ANGULARES OU PEDRAS DE TOQUE DO DIREITO ADMINISTRATIVO: expressão trazida por Celso de Mello, diz respeito à supremacia do Interesse Público e o princípio da indisponibilidade do interesse público. São também chamados de supraprincípios ou superprincípios da AP. SUPRAPRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: São princípios centrais e relativos (nunca absolutos) dos quais derivam todos os demais princípios e normas do Direito Administrativo. Conforme ensina Celso de Mello, são dois os supraprincípios: (1) supremacia do interesse público sobre o privado; e (2) indisponibilidade do interesse público. “PEDRAS DE TOQUE” DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO (Celso Antônio Bandeira de Mello) Indisponibilidade do interesse público À medida que o administrador exerce função pública (múnus público – atividade em nome do interesse do povo), ele não pode abrir mão desse interesse (direito), justamente porque tal direito não o pertence. Presente em qualquer ato. É um dos principais princípios do Direito Administrativo, sendo o seu alicerce juntamente com o princípio da indisponibilidade do interesse público, dos quais decorrem os outros princípios. É a sobreposição do interesse público em face do interesse particular, o que é pressuposto lógico para o convívio social. Não há previsão expressa para o princípio da supremacia do interesse público. Supremacia do interesse público sobre o privado No exercício da função administrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não segundo sua própria vontade, mas do modo determinado pela legislação, porque a vontade é pública, do povo (por isso o princípio guarda estreita relação com o princípio da legalidade). A Administração Pública é mera gestora de bens e interesses alheios, por isso a função pública impede a livre disposição (interesse público é alheio). Ex: dever de apuração de prática de infração disciplinar, cuidar do patrimônio ou dos interesses, arrecadar corretamente, contratar com licitação, obediência ao procedimento de desapropriação. Quando em confronto, o interesse público se sobrepõe ao interesse particular. É esse o princípio que justifica, por exemplo, a intervenção do Estado na propriedade privada. Obs.: a doutrina mais moderna começa a questionar a existência desse princípio, sustentando que não se pode utilizar “razões de estado” para justificar a restrição de direitos individuais também consagrados na Constituição. CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publici- dade e eficiência e, também, ao seguinte. - LEGALIDADE: a atuação da Administração Pública deve ser autorizada por lei. #ATENÇÃO: A doutrina mais moderna entende que o princípio da legalidade cede espaço ao PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, segundo o qual a Administração se vincula a todo o ordenamento jurídico e não apenas a lei em sentido formal. 5 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 - IMPESSOALIDADE: pode ser analisado sob duas perspectivas: • Isonomia: a Administração deve tratar todos os administrados da mesma forma. • Proibição de promoção pessoal: o administrador não pode se valer das realizações públicas para se pro- mover. #OLHAOGANCHO: esse princípio fundamenta a proibição de existência de nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, inclusive do partido. Por outro lado, permite que se reconheça a validade de atos praticados por agente de fato. (Segurança Jurídica e Teoria dos atos de Governo). - MORALIDADE: o administrador deve se pautar de acordo com padrões éticos (moral administrativa). Súmula Vinculante n. 13 STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, inves- tido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.” → “Ato decisório contrário à Súmula vinculante 13 do STF. Nepotismo. Nomeação para o exercício do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. (...) A vedaçãodo nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF.” (Rcl 6.702-AgR-MC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 30-4-2009.) → As leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares. STF. Plenário. RE 570392/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/12/2014 (Info 771). → “Em atenção à necessidade de se preservar os padrões de moralidade no serviço público, sublinha-se a disci- plina aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça, em resolução regulamentadora de dispositivo constitucional, pela qual ficou expressamente vedada a condenável prática do nepotismo”. (Resolução 07/CNJ). → A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018 (Info 914). → Em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo, Secretário Municipal. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo. Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação 6 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018. → A contratação, por agente político, de parentes para cargos em comissão ocorrida antes da Súmula Vinculan- te 13 configura ato de improbidade administrativa? DIVERGÊNCIA: ① NÃO. Não configura improbidade administrativa a contratação, por agente político, de parentes e afins para cargos em comissão ocorrida em data anterior à lei ou ao ato administrativo do respectivo ente federado que a proibisse e à vigência da Súmula Vinculante 13 do STF. STJ. 1ª Turma. REsp 1.193.248-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 24/4/2014 (Info 540). ② SIM. A prática de nepotismo configura grave ofensa aos princípios da administração pública, em especial aos princípios da moralidade e da isonomia, enquadrando-se, dessa maneira, no art. 11 da Lei nº 8.429/92. A nomeação de parentes para ocupar cargos em comissão, ainda que ocorrida antes da publicação da Súmula vin- culante 13, constitui ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da administração pública, nos termos do art. 11 da Lei n. 8.429/92, sendo despicienda a existência de regra explícita de qualquer natureza acerca da proibição. STJ. 2ª Turma. REsp 1643293/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/03/2017. → Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle externo do Tribunal de Contas mesmo que seu tio (parente em linha colateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de gabinete de determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do referido tio não tem qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessora- mento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção. STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 23/2/2016 (Info 815) - PUBLICIDADE: os atos da Administração devem ser públicos, o que permite maior controle pelo povo. Dele decorrem dois subprincípios: 9 Princípio da Transparência: abriga o dever de prestar informações de interesse dos cidadãos e de não praticar condutas sigilosas. 9 Princípio da Divulgação Oficial: exige a publicação do conteúdo dos atos praticados atentando-se para o meio de publicidade definido pelo ordenamento ou consagrado pela prática administrativa. A publicação de atos, contratos e outros instrumentos jurídicos, salvo os normativos, pode ser resumida. Atos nor- mativos não podem ser publicados de forma resumida. CUIDADO: 9 Particular pedindo informação do seu interesse, que é negada, o remédio constitucional cabível é o man- dado de segurança, e não o habeas data (cabível somente quando for pessoal), pois garante a proteção ao direito líquido e certo de obter informação. 7 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 9 Ofensa ao direito de certidão é atacada por via de MS. 9 O STJ já decidiu que o mandado de segurança é o meio hábil para buscar extrair cópia integral de autos de processo administrativo. 9 Conforme Hely, a publicidade não é elemento formativo do ato, mas sim requisito ou condição para eficácia e moralidade do ato. 9 Constituem atos de improbidade administrativa, que atentam contra princípios da AP, as condutas de negar publicidade a ato oficial e de revelar fato ou circunstância de que se tem ciência em razão das atribuições e que deveria permanecer em segredo (art. 11, III e IV, da Lei 8.429/92). 9 “Lei de Acesso à Informação” – Lei 12.527/2011 - promulgada visando regulamentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas. Busca favorecer o controle social e a melhoria na gestão pública. • Restrições à publicidade: segurança da sociedade e do Estado; proteção à intimidade ou ao interesse social. #SELIGANAJURIS → O IBGE está legalmente impedido de fornecer a quem quer que seja as informações individualizadas que coleta, no desempenho de suas atribuições, para que sirvam de prova em quaisquer outros procedimentos administrativos. STJ. 1ª Turma. REsp 1.353.602-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 30/11/2017 (Info 617). → Informativo 766/STF: É constitucional lei de iniciativa parlamentar que obriga o Poder Executivo a divulgar na imprensa oficial e internet a relação de obras de rodovias, portos e aeroportos. A Corte entendeu que não havia qualquer vício formal ou material na referida lei, considerando que foi editada em atenção aos princípios da publicidade e da transparência, tendo por objetivo viabilizar a fiscalização das contas públicas. → Informativo 543/STJ: O Ministério das Relações Exteriores não pode sonegar o nome de quem recebe pass- aporte diplomático. O nome de quem recebe um passaporte diplomático emitido por interesse público não pode ficar escondido do público. O interesse público pertence à esfera pública, e o que se faz em seu nome está sujeito ao controle social, não podendo o ato discricionário de emissão daquele documento ficar restrito ao domínio do círculo do poder. → Informativo 782/STF: É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Públi- ca, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. STF. Plenário. ARE 652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (tese fixada sob o rito da repercussão geral) - EFICIÊNCIA: introduzido pela EC 19/2000, esse princípio impõe a busca por melhores resultados, com o me- nor custo possível. 8 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #ATENÇÃO: É comum a afirmação de que o princípio da eficiência busca promover a substituição da Adminis- tração BUROCRÁTICA pela Administração GERENCIAL (ou de RESULTADOS). - RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE: é a mesma ideia que aprendemos em direito constitucional, no sentido de que a atuação administrativa deve respeitar os subprincípiosda (i) adequação; (ii) necessidade e (iii) proporcionalidade em sentido estrito. Muito atrelado ao controle de atos discricionários (as escolhas, ainda que “dentro” da margem de liberdade da lei, devem ser razoáveis e proporcionais). - AUTOTUTELA: a Administração possui o poder-dever de anular seus atos ilegais e revogar os inconvenientes. #ATENÇÃO: fala-se em HETEROTUTELA se o controle não é feito pela Administração Pública, como em casos de anulação de ato administrativo pelo poder Judiciário. #NÃOCONFUNDA: TUTELA é o poder de fiscalização dos atos das entidades da Administração Indireta pelos órgãos centrais da Administração Direta. - MOTIVAÇÃO: obriga a Administração a explicitar o fundamento normativo de suas decisões, permitindo o con- trole. #SELIGA: chama-se de MOTIVAÇÃO ALIUNDE o caso em que a motivação consiste em declaração de concor- dância com fundamentos de anteriores pareceres, informações ou decisões, que passam a ser parte integrante do ato. Art. 50, §1º, Lei 9.784/99: A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. #OLHAOGANCHO: TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: o ato discricionário, uma vez motivado, tem sua validade vinculada à veracidade dos fatos descritos como motivadores da sua prática. #SELIGANOTERMO. PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE: expresso no art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9784 (Lei do Processo Administrativo), define a legalidade como o dever de atuação conforme a lei e o Direito. Nessa perspectiva, a juridicidade é uma ampliação do conteúdo tradicional da legalidade. Além de cumprir leis ordinárias e leis complementares (lei em sentido estrito), a Administração está obrigada a respeitar o denomina- do bloco da legalidade. Significa dizer que as regras vinculantes da atividade administrativa emanam de outros veículos normativos, a saber: (a) Constituição Federal, incluindo emendas constitucionais; (b) Constituições Es- taduais e Leis Orgânicas; (c) medidas provisórias; (d) tratados e convenções internacionais; (e) costumes; (f ) atos administrativos normativos, como decretos e regimentos internos; (g) decretos legislativos e resoluções (art. 59 da CF); (h) princípios gerais do direito. Algumas provas já admitiram que o preâmbulo constitucional integrava o bloco da legalidade. Assim, consider- ou-se que o mesmo poder influenciar no controle de legalidade do ato administrativo. 9 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #TEORIA DA AUTOVINCULAÇÃO: Em decorrência dos princípios da igualdade, boa-fé e segurança jurídica, a doutrina considera que hoje a Administração encontra se autovinculada aos seus precedentes. Segundo essa teoria, a AP não pode promover alterações repentinas no seu padrão decisório, pois a adoção reiterada de certa forma de agir, decidir ou interpretar suscita a confiança dos cidadãos e, diante de um caso semelhante, a Admin- istração não pode simplesmente abandonar imotivadamente o modo como vinha decidindo. #TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS (VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM): é a chamada autovinculação vol- untária, proíbe que a Administração Pública adote comportamento contraditório com postura anteriormente por ela assumida. Trata-se de uma teoria que tutela a confiança do particular e a coerência dos atos públicos, pois seria deslealdade com a contraparte criar uma aparência e depois quebrar a confiança com atos contraditórios. Requisitos para aplicação da teoria: vide abaixo. PRINCÍPIO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS Aplica-se na hipótese de atos inválidos Pressupõe a legalidade do ato vinculante anterior Não exige unidade de relação jurídica Aplica-se no âmbito da mesma relação jurídica #TEORIA DO PROSPECTIVE OVERRULING: afirma que as mudanças de orientação jurisprudencial nos Tribu- nais somente poderão ser aplicadas a casos futuros. Aplica-se ao direito administrativo e está em plena con- sonância com o art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei 9784/99. 3 - Ato administrativo: conceito, elementos, atributos, classificação, espécies. Perfeição, validade e eficácia do ato administrativo. Invalidade, nulidade, anulação, cassação, caducidade, convalidação e revogação. Principais espécies. Controle de mérito e de legalidade dos atos administrativos. Controle sistemático dos atos administrativos. NOÇÃO CONCEITUAL Manifestação unilateral e expressa de vontade da Administração Pública, sob o regime de direito público, orientada à produção de efeitos jurídicos. É uma declaração jurídica; Provém do Estado ou de quem faça às vezes; Exercida no uso de prerrogativas públicas; São providências jurídicas complementares da lei ou da própria CF, diferenciando-se o ato administrativo da lei; Sujeita-se ao exame de legitimidade perante o Poder Judiciário (art. 5°, XXXV da CF/88). ATOS DA ADMINISTRAÇÃO Atos praticados pela Administração Pública do qual os “atos administrativos” são uma espécie. 10 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 SILÊNCIO ADMINISTRATIVO Não é um ato administrativo, pois não há manifestação expressa de vontade por parte da Administração Pública. Alguns autores tratam o silêncio como um fato administrativo quando a omissão produz efeitos jurídicos. Por exemplo, o silêncio no lançamento tributário por homologação é um fato administrativo cujo efeito é a homologação do pagamento, apesar de não ter sido emitida nenhuma vontade, de fato. ELEMENTOS ESSENCIAIS COMPETÊNCIA - É o poder ou atribuição para a prática do ato. - É irrenunciável e intransferível, mas pode ser delegada (a diferença é que na delegação há a reserva da competência do delegante para, no mínimo, retomar a competência delegada, enquanto nas outras duas a competência não poderia mais ser reavida). - Elemento vinculado Vícios relacionados: - Usurpação de Função Pública: É crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido em cargo, emprego ou função pública. Em outras palavras, não tem nenhuma espécie de relação jurídica funcional com a administração. Ato é inexistente. - Função de Fato: A pessoa foi investida no cargo, no emprego público ou na função pública, mas há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática do ato. Ex. Servidor que continua em exercício após a idade limite para aposentadoria compulsória. Ato é inválido. - Excesso de Poder: agente (regularmente investido) pratica ato fora da sua competência. O excesso de poder é uma das modalidades de “abuso de poder” (a outra modalidade é o desvio de poder, que corresponde a vício no elemento finalidade dos atos administrativos). FINALIDADE - O ato tem uma finalidade geral/mediata (atender o interesse público) e uma específica/imediata (própria de cada ato) a atender. - Elemento vinculado Vícios relacionados: - Desvio de poder ou desvio de finalidade: prática do ato com finalidade diversa (seja a geral, seja a específica) da visada no tipo legal. Ex.: remoção para punir servidor. 11 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 MOTIVO - É o pressuposto fático e jurídico que justifica a prática do ato (igual a causa de pedir do processo civil). - Vs. MOTIVAÇÃO: motivo é o pressuposto; a motivação é a EXTERIORIZAÇÃO do motivo. - Vs. MÓVEL: motivo são os elementos externos (o que ocorreu e o que está na norma) e o móvel são os Elementos INTERNOS ao agente (o que o agente, de fato, pensou ou desejou quando praticou o ato). - Elemento que pode ser discricionário (nos atos discricionários) Vícios relacionados: - Motivo ou fato inexistente: o pressuposto fático do ato não existe (ex.: não houve a infração administrativa que ensejou o ato de sanção); - Motivo ilegítimo: o tipo legal não serve para justificar juridicamente o ato praticado (ex.: concedeu aposentadoria com base em norma que determina a concessão de licença saúde);- #SELIGA #PEGADINHA: ausência de motivação é vício de forma! -Teoria dos motivos determinantes: o ato se vincula aos seus motivos, de modo que se um deles “cai” (a norma é declarada inconstitucional ou o fato é inexistente), o ato também “cai”. OBJETO - É o conteúdo do ato - Elemento que pode ser discricionário (nos atos discricionários). Vícios relacionados: - Objeto não previsto em lei (ex.: suspensão de 100 dias, quando a norma determinada que seja de até 90); - Objeto diverso do previsto em lei para aquela hipótese (ex.: suspensão quando a lei manda demitir). Alexandrino afirma que este vício acaba se confundindo, na prática, com o motivo ilegítimo, sendo a diferenciação puramente teórica. FORMA - É o modo pelo qual o ato é exteriorizado. - Formalismo moderado: apenas aquelas formalidades necessárias a garantir publicidade e segurança jurídica. - É tradicionalmente classificado como vinculado. Vício: utilização de forma diversa da prevista em lei, em tese, enseja a invalidade do ato. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Normativos: manifestações de vontade abstratas para destinatários determináveis. Exemplos: decretos, re- gulamentos, resoluções e instruções normativas. Ordinatórios: expedidos pela autoridade administrativa de hierarquia superior para seus subordinados. Exemplos: ordens de serviço e circulares. 12 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Negociais: coincidem com a pretensão de particulares. Exemplos: licença, permissão e autorização. ENUNCIATIVOS: a Administração se limita a certificar ou atestar fato constante de registros, processos e arquivos públicos ou emitir opinião sobre determinado assunto. Exemplos: certidões, atestados e pareceres. PUNITIVOS: aplicação de sanção a servidores ou administrados. Exemplos: multa, interdição de atividades e demolição. - Destaque para o art. 54 da Lei 9784 e a jurisprudência correlata. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. - Segundo o STF, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observân- cia do contraditório e da ampla defesa prévios em âmbito administrativo. (Info 763). - Ainda, o PRAZO DECADENCIAL DO ART. 54 DA LEI 9784/99 NÃO SE APLICA QUANDO O ATO A SER ANU- LADO AFRONTA DIRETAMENTE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. No caso julgado pelo STF, foi decidido que não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, §3º). O art. 236, §3º, CF, é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 8935/94 ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na atividade notarial e de registro (Info 741 do STF). Em outro julgado, seguindo tal entendimento, o STF decidiu que não há decadência quanto ao recebimento de auxílio-moradia com má-fé por servidor público (Info 839 do STF). #OLHAATABELA: DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO Não há perda de competência, pois a competência continua de forma concorrente. Delega-se para subordinado ou agente público de mesma hierarquia. É temporária, mas por tempo determinado. Agente delegado responde pelo ato. Retira-se a competência dada por lei de subordinado. É temporária e por tempo determinado. Excepcional e motivada. Ex. avocação de processos administrativos pelo CNJ. 13 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 CONVERSÃO CONVALIDAÇÃO (ou SANATÓRIA) É a transformação de um ato em outro, para aproveitar o que for válido. Ex tunc (retroativo). Correção feita no ato, que continua a ser o mesmo. Ex tunc (retroativo). #ATENÇÃO Vícios que ADMITEM CONVALIDAÇÃO: - Vícios quanto à competência (salvo a exclusiva ou quanto à matéria); - Vícios quanto à forma (salvo a essencial à validade do ato). #SELIGANATEORIA. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: aplica-se tanto a atos vinculados como discricionários, sempre que houver motivação. Uma vez enunciados os motivos do ato pelo agente, isto é, os fatos que serviram de suporte à decisão integram a validade do ato. Assim, a invocação de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou incorreta- mente qualificados vicia o ato administrativo praticado. Em alguns casos, os atos não precisam de motivação (Ex: exoneração ad nutum), mas se o administrador os der, estará a eles vinculado. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE (ou de legalidade) É presente em todos os atos administrativos, quer imponham obrigações ou reconheçam direitos aos administrados. Funda-se na necessidade de o poder público exercer com agilidade suas atribuições, em prol do interesse público. De acordo com esse atributo, em regra, o ato administrativo produz os seus efeitos desde o momento da sua edição, ainda que sejam apontados vícios que possam levar à sua futura invalidação. DI PIETRO desmembra esse atributo em duas facetas: (a) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: a interpretação e a aplicação da norma jurídica pela administração foram corretas; (b) PRESUNÇÃO DE VERACIDADE: os fatos alegados pela administração existem, ocorreram e são verdadeiros. IMPERATIVIDADE Traduz a possibilidade de a Administração Pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados ou impor-lhes restrições. Decorre do chamado PODER EXTROVERSO do Estado (prerrogativa de praticar atos que invadem a esfera jurídica alheia, alterando-a independentemente de anuência prévia de qualquer pessoa). A imperatividade impõe a coercibilidade para o cumprimento do ato e podem ser imediatamente impostos ao administrado, em decorrência da presunção de legitimidade. 14 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 AUTOEXECUTORIEDADE A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos têm de provocar a imediata execução pela própria Administração, independentemente de ordem ou autorização judicial (Exceção: execução das multas administrativas), inclusive mediante o uso da força, se necessária. Ex.: retirada forçada de moradores de um prédio que ameaça ruir, dissolução de passeata. Jamais afasta a apreciação judicial do ato, apenas dispensa a necessidade de autorização prévia para poder praticá-lo. Não é atributo presente em todos os atos administrativos. Genericamente, é atributo próprio dos atos inerentes ao exercício de atividades típicas da administração, quando ela está atuando na qualidade de poder público. Ex.: poder de polícia TIPICIDADE A tipicidade significa dizer que todo ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Decorre do PRINCÍPIO DA LEGALIDADE de forma que o ato deve estar previamente definido na lei, com a previsão, inclusive, de sua finalidade. Esse atributo teria o condão de afastar a possibilidade de adoção de atos inominados. Para DI PIETRO, a tipicidade só existe em relação aos atos unilaterais, eis que nos bilaterais não existe imposição de vontade por parte da administração (nada impede a celebração de contrato inominado, desde que atenda ao interesse público). FORMAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: ATO PERFEITO é aquele que esgotou todas as fases necessárias a sua produção, vale dizer, quando completa o ciclo de sua formação, e, se não concluiu ele ainda não existe, sendo considerado um ATO IMPERFEITO. ATO VÁLIDO é aquele que foi expedido em absoluta conformidade com o sistema normativo, vale dizer, que cumpre todas as exigências legais. Se não cumpre ele é INVÁLIDO, ILEGAL. Portanto quando se encontra adequado aos requisitos estabelecidos pela ordem jurídica. ATO EFICAZ é aquele que está disponível para a produção dos efeitos jurídicos, vale dizer, quando os efeitos não se encontram suspenso por qualquer motivo. Caso seja um ato perfeito, massubmetido a condição, termo ou necessidade de aprovação ou homologação de outro órgão, estamos diante de um ATO PENDENTE. ATO VIGENTE é aquele que está dentro do seu período de existência no mundo jurídico. EFEITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ❶ EFEITOS PRÓPRIOS (ou típicos): são efeitos correspondentes à função jurídica do ato. É a consequência natural ou efeito natural do ato administrativo. ❷ EFEITOS IMPRÓPRIOS: É o ato que produz efeito anormal: (a) PRELIMINARES ou PRODRÔMICOS: existem enquanto dura a situação de pendência do ato, ou seja, durante o período da produção do ato até o desencadeamento dos efeitos típicos. Ex. Atos sujeitos a controle por outro órgão, sendo o efeito atípico preliminar do ato controlado acarretar para o órgão controlador o dever-poder de emitir o ato de controle. 15 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 (b) Efeitos em face de terceiros (ou REFLEXO): são aqueles que influenciam outra relação jurídica, atingin- do terceiros não objetivados pelo ato. Ex: Desapropriação de imóvel atinge o contrato de locação. PLANOS DE EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA Há muita divergência sobre os níveis de ingresso no mundo jurídico dos atos administrativos, mas, o posi- cionamento majoritário, considerada que podem ser verificados nos planos da existência, da validade e da eficácia. ATO VÁLIDO É aquele que preenche todos os requisitos previstos no ordenamento jurídico, ou seja, não tem defeito algum. ATO INEXISTENTE O vício contido no ato é tão grave que ele nem sequer existe e não produz efeitos. Ato decorrente de conduta criminosa. ATO NULO É o ato defeituoso que não admite convalidação, mas produz efeitos até ser declarado inválido. ATO ANULÁVEL (para aqueles que se filiam à corrente que admite anulação de ato administrativo) É o ato que tem defeito sanável, ou seja, admite convalidação, que pode ser feita em dois defeitos: competência e forma. Se o defeito for muito grave, não será possível a convalidação, mesmo que na forma e na competência. A convalidação é faculdade ou dever? Há divergência doutrinária, alguns pensam que se trata de um dever, porque o Estado tem que salvar o ato (majoritária), em razão do princípio da economia da administração. Mas, quando a convalidação causar mais prejuízo é melhor não convalidar. ATO IRREGULAR É o ato que tem uma pequena falha de uniformização, mas que não causa prejuízo algum. Não depende de revisão, por ser irrelevante. Trata-se de um defeito leve. Normalmente, estão relacionados à forma. Ex: uniformizar o procedimento, somente podem ser praticados os atos com caneta azul, não haverá prejuízo para o interesse público, apesar da irregularidade, não há necessidade de revisão. Não serão revistos e nem convalidados, os atos continuam como estão. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: ❶ Cumprimento dos seus efeitos: esgotamento do conteúdo jurídico (o gozo de férias); execução mate- rial (uma demolição); implemento de condição resolutiva ou termo final. Diz-se, neste caso, que há um ato exaurido. ❷ Desaparecimento do sujeito ou do objeto: Ex: morte extingue os efeitos da nomeação, a tomada pelo mar de um terreno de marinha extingue a enfiteuse. ❸ Retirada do ato – pelo Poder Público (ato concreto): (a) revogação (b) invalidação (c) cassação – é a retirada do ato em razão do DESCUMPRIMENTO de CONDIÇÕES inicialmente impostas. O fundamento da cassação não se encontra na ilegalidade do ato anterior, nem em razões de mérito: o fundamento 16 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 reside no descumprimento posterior, por parte do interessado, de exigências legais relativas à situação objeto do ato. (d) caducidade – retirada em razão da SUPERVENIÊNCIA de NORMA JURÍDICA que tornou inadmissível a situação anterior. (e) contraposição – atos de competências diversas, mas, com efeitos contrapostos. Ex. exoneração de um funcionário que aniquila os efeitos do ato de nomeação. ❹ Renúncia: extinção dos efeitos porque o beneficiário abre mão. Ex.: renuncia a um cargo de Secretário. Um ATO INEFICAZ extingue-se: 9 retirada: alguns chamam de mera retirada. CABM prefere englobar o conceito genérico de revogação e invalidação, respectivamente, por razões de mérito e ilegitimidade; 9 recusa: pela inutilização do ato ante a recusa do beneficiário. 4 - Servidores Públicos. Agentes Públicos. Classificação. Normas relativas à remuneração dos servidores e de agentes públicos. Regime dos servidores públicos e titulares de cargos públicos na Constituição Federal e na Constituição do Estado do Mato Grosso do Sul. Cargo, emprego e função pública. Provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição. Provimento. Nomeação. Concurso Público. Posse e exercício. Estabilidade. Transferência. Readaptação. Reversão. Reintegração. Recondução. Disponibilidade. Aproveitamento. Vacância. Remoção. Redistribuição. Substituição. 5 - Direitos e vantagens dos servidores públicos. Deveres e responsabilidades dos servidores públicos. Do regime disciplinar. O funcionário Público Civil. Da Seguridade social do servidor: aposentadoria e pensões; aposentadoria de magistrado, membros do Ministério Público e do Tribunal de Contas; aposentadoria voluntária, aposentadoria compulsória. Normas relativas à remuneração dos servidores e de agentes políticos. Lei complementar nº 35, de 14 de março de 1979 (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) e alterações. Lei nº 1.102, de 10 de outubro de 1990 (Estatuto dos Servidores do Estado do Mato Grosso do Sul) e alterações. Lei n° 2.207, de 29 de Dezembro de 2000 (Regime de Previdência Social do Estado de Mato Grosso do Sul) e alterações. SERVIDOR PÚBLICO Cargo público: • Efetivo ou em comissão. 17 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 • Criado por lei. • Atribuição, nomenclatura e responsabilidades próprias. • Vínculo estatutário. Î Emprego público: • Criado por lei. • Atribuições, nomenclatura e responsabilidades próprias. • Contratação decorrente de prévia aprovação em concurso público. • Vínculo trabalhista. Î Função pública: • Não precisa ser criada por lei. • Corresponde às atribuições dos cargos e empregos públicos, mas podem existir isoladamente. #ATENÇÃO - Não é necessário realizar concurso para: • Cargos em comissão • Funções temporárias • Cargos vitalícios de Ministros ou de Conselheiros dos Tribunais de Contas • Magistrados dos Tribunais Superiores • Quinto constitucional 18 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 CARGOS PÚBLICOS ACESSO GARANTIA DEMISSÃO/EXONERAÇÃO EFETIVOS Concurso público Estabilidade Estágio probatório – 3 anos (i) Sentença judicial transitada em julgado; (ii) PAD; (iii) insuficiência de desempenho e (iv) excesso de gasto orçamentário com despesa de pessoal. VITALÍCIOS Concurso público, exceto Ministros de Tribunais Superiores, TC e quinto constitucional. Vitaliciedade: Vitaliciedade diferida – 2 anos: magistrados e promotores Vitaliciedade automática: quinto constitucional, ministros tribunais superiores e membros TC Apenas sentença judicial transitada em julgado. COMISSIONADOS Livre Inexistência Livre AGENTES PÚBLICOS Agentes políticos (legislativo, excecutivo, judiciário, MP, TCU...) Servidores administrativos do Estado SERVIDORES PÚBLICOS (Relação de trabalho permanente com entidades de direito público) Regime estatutário REGIME ÚNICO = O STF declarou inconstituiconal, com efeitos ex nunc, a existência de regimes jurídicos diversos. EMPREGADOS PÚBLICOS (Relação de trabalho permanente com entidades de direito privado da Adm. Pública indireta) Regime celetista SERVIDORES TEMPORÁRIOS (contratados para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público) Nem celetista e nem estatutáro SERVIDORES MILITARES Agentes ou Particulares em colaboração com o Estado (mesários, jurados, concessionários, permissionários, notários não oficializados...) 19 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS |@CICLOSR3 PROVIMENTO ORIGINÁRIO Formalizado por meio da nomeação, a qual gera direito à posse para os aprovados em concurso público (Súmula 16, STF). DERIVADO Promoção Progressão funcional em que o servidor é deslocado de cargo de classe inferior para outro cargo de classe superior dentro da mesma carreira. Readaptação Provimento derivado do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada por perícia médica. Reversão Retorno do servidor aposentado ao cargo quando ocorrer uma das seguintes hipóteses: Declaração por junta médica oficial da insubsistência dos motivos determinantes para aposentadoria por invalidez; Declaração de ilegalidade do ato de concessão da aposentadoria; Reversão “no interesse da administração” desde que preenchidos os requisitos legais (controvérsia sobre essa última hipótese). Aproveitamento Retorno do servidor colocado em disponibilidade para cargo com atribuições, responsabilidades e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Reintegração Retorno do servidor ao cargo de origem após a declaração (administrativa ou judicial) de ilegalidade da sua demissão, com ressarcimento da remuneração e vantagens não percebidas. Recondução É o retorno do servidor estável ao cargo de origem, tendo em vista a sua inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou a reintegração do servidor ao cargo. #DEOLHONASSÚMULAS: Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de lei complementar específica. Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimen- tos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. Súmula vinculante 55 STF: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos. Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais 20 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 ou municipais a índices federais de correção monetária. Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor inve- stir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos. Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas res- ervadas aos deficientes. Súmula 378-STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças salariais decorrentes. Súmula 36-STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade. Súmula 682-STF: Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos de servidores públicos. #SAINDODOFORNO. O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. STF. Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/9/2019 (repercussão geral – Tema 19) (Info 953). É possível o pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário aos Vereadores, mas desde que isso esteja previsto em lei municipal. STF. 1ª Turma. Rcl 32483 AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2019 (Info 950). Na falta de lei específica que regulamente a aposentadoria especial dos servidores públicos portadores de defi- ciência (art. 40, § 4º, I, da CF/88), deve ser aplicada a LC 142/2013, que trata sobre a aposentadoria especial de pessoas com deficiência no RGP. (STF. 1ª Turma. MI 6818/DF e MI 6988/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 13/8/2019 (Info 947). A estabilidade especial do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) não se estende aos empregados das fundações públicas de direito privado, aplicando-se tão somente aos servidores das pessoas jurídicas de direito público. O termo “fundações públicas”, utilizado pelo art. 19 do ADCT, deve ser compreendido como fundações autárquicas, sujeitas ao regime jurídico de direito público. Ex: empregados da Fundação Padre Anchieta não gozam dessa estabilidade do art. 19 do ADCT em razão de se tratar de uma fundação pública de direito privado. STF. Plenário.RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão geral) 21 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 (Info 946). A expressão “Procuradores”, contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, com- preende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF. STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932). #SELIGANAJURIS. ❶ A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de ho- rários no exercício das funções, cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. STF. 1ª Turma. RE 1094802 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2018. STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. STJ. 2ª Turma. REsp 1746784/PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/08/2018. - Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, o teto é conside- rado especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais. (Info 862). ❷ Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas. A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”). Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria especial (art. 40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais. A aposentadoria especial não pode ser estendida aos guardas civis, uma vez que suas atividades precípuas não são inequivocamente perigosas e, ainda, pelo fato de não integrarem o conjunto de órgãos de segurança pública relacionados no art. 144, I a V, da CF/88. STF. Plenário. MI 6515/DF, MI 6770/DF, MI 6773/DF, MI 6780/DF, MI 6874/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/6/2018 (Info 907). ❸ O termo inicial do adicional de insalubridade a que faz juso servidor público é a data do laudo pericial. STJ. 1ª Seção. PUIL 413-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/04/2018 (Info 624). ❹ No âmbito da administração pública federal, é vedada a contratação temporária do mesmo servidor antes de decorridos 24 meses do encerramento do contrato anterior. Tal regra está prevista no art. 9º, III, da Lei nº 8.745/93. O STF, ao analisar um caso concreto envolvendo a contratação temporária de professores, decidiu que essa regra é constitucional e fixou a seguinte tese: “É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o transcurso de 24 (vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de nova admissão de professor temporário anteriormente contratado.” (Info 869 STF). ❺ A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. STF. Plenário. RE 22 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). ❻ O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860). ❼ A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845). ❽ Em regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão judicial tomada à base de cognição não-exauriente. Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato consu- mado para candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão judicial provisória posterior- mente revista. Trata-se do entendimento firmado no RE 608482/RN (Tema 476). A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão de aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da proteção da confiança legítima inci- de com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza a distinção (distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476). STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911). Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes do julgamento final do mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse exercício e após legítima contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir no certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria. STJ. 1ª Seção. MS 20558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600). #JURISPRUDENCIAEMTESES. SERVIDORES PÚBLICOS. EDIÇÃO I E II → A questão relativa à INDENIZAÇÃO POR OMISSÃO LEGISLATIVA, decorrente da falta de encaminhamento de lei que garanta aos servidores públicos o DIREITO À REVISÃO GERAL ANUAL dos seus vencimentos (art. 37, X, da CF), tem NATUREZA CONSTITUCIONAL, razão pela qual não pode ser apreciada em sede de recurso especial. → NÃO COMPETE ao Poder Judiciário equiparar ou reajustar os valores do auxílio-alimentação dos servidores públicos. → É INDEVIDA A DEVOLUÇÃO ao erário de valores recebidos de BOA-FÉ, por servidor público ou pensionista, em decorrência de ERRO ADMINISTRATIVO OPERACIONAL ou nas hipóteses de EQUÍVOCO OU MÁ INTERPRE- TAÇÃO DA LEI PELA ADMINISTRAÇÃO Pública. (Recurso repetitivo) → É de 200 horas mensais o divisor adotado como parâmetro para o PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS aos ser- vidores públicos federais, cujo cálculo é obtido dividindo-se as 40 horas semanais (art. 19 da Lei n. 8.112/90) por 6 dias úteis e multiplicando-se o resultado por 30 (total de dias do mês). 23 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 → O pagamento do ADICIONAL DE PENOSIDADE (art. 71 da Lei n. 8.112/90) depende de regulamentação do Executivo Federal. → A INCORPORAÇÃO DE QUINTOS decorrentes do exercício de FUNÇÕES COMISSIONADAS aos vencimentos de servidores públicos federais somente é possível até 28.2.1995, enquanto que, no interregno de 1.3.1995 a 11.11.1997 a incorporação devida seria de décimos, sendo INDEVIDA qualquer concessão a partir de 11.11.1997, data em que a norma autorizadora da incorporação foi expressamente revogada pela Medida Provisória n. 1.595-14, convertida na Lei n. 9.527/1997 (art. 15). → Os efeitos do Decreto n. 493/92, que regulamentou o pagamento da Gratificação Especial de Localidade - GEL, devem retroagir à data em que se encerrou o prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 17 da Lei n. 8.270/91. → É LEGÍTIMO o tratamento diferenciado entre PROFESSORES ATIVOS E INATIVOS, no que tange à percepção da Gratificação de Estímulo à Docência - GED, instituída pela Lei 9.678/1998, tendo em vista a natureza da grati- ficação, cujo percentual depende da produtividade do servidor em atividade. → A lei que cria NOVA GRATIFICAÇÃO ao servidor SEM promover reestruturação ou reorganização da carreira NÃO TEM APTIDÃO para absorver índice de reajuste geral. → A fixação ou alteração do SISTEMA REMUNERATÓRIO e a supressão de VANTAGEM PECUNIÁRIA são atos comissivos únicos e de efeitos permanentes, que modificam a situação jurídica do servidor e NÃO se renovam mensalmente. → A CONTAGEM DO PRAZO decadencial para a impetração de MS contra ato que fixa ou altera sistema remu- neratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor público inicia-se com a CIÊNCIA DO ATO IMPUGNADO. → NÃO CABE o pagamento da ajuda de custo prevista no art. 53 da Lei n. 8.112/90 ao servidor público que participou de concurso de remoção. → É DEVIDA ao servidor público aposentado a conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, ou não contada em dobro para aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração. → O prazo prescricional de cinco anos para CONVERTER EM PECÚNIA LICENÇA-PRÊMIO não gozada ou utili- zada como lapso temporal para jubilamento tem início no dia posterior ao ato de registro da aposentadoria pelo Tribunal de Contas. → Os EFEITOS DA SENTENÇA TRABALHISTA, quanto ao reajuste de 84,32%, referente ao IPC - Índice de Preços ao Consumidor de 03/1990, têm por limite temporal a Lei n. 8.112/90, que promoveu a TRANSPOSIÇÃO DO REGIME celetista para o estatutário. → O termo inicial da prescrição do direito de pleitear a INDENIZAÇÃO POR FÉRIAS NÃO GOZADAS é o ato de aposentadoria do servidor. → É POSSÍVEL A SUPRESSÃO do índice de 26,05% relativo à URP - Unidade de Referência de Preços de 1989 incorporado em decorrência de sentença trabalhista transitada em julgado, pois a eficácia desta está adstrita à data da transformação dos empregos em cargos públicos e ao consequente enquadramento no Regime Jurídico Único. 24 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 → A Vantagem Pecuniária Individual - VPI possui NATUREZA JURÍDICA de REVISÃO GERAL ANUAL, devendo ser estendida aos Servidores Públicos Federais o índice de aproximadamente 13,23%, decorrente do percentual mais benéfico proveniente do aumento impróprio instituído pelas Leis n. 10.697/2003 e 10.698/2003. → Os candidatos aprovados em concursopúblico para os cargos da Polícia Civil do DF e da Polícia Federal fazem jus, durante o programa de formação, à percepção de 80% dos vencimentos da classe inicial da categoria. → É LEGÍTIMO o ato da Administração que promove o DESCONTO DOS DIAS NÃO TRABALHADOS pelos ser- vidores públicos participantes de movimento grevista. → É VEDADO o cômputo do tempo do curso de formação para efeito de PROMOÇÃO do servidor público, sendo, contudo, considerado tal período para fins de PROGRESSÃO NA CARREIRA. → O TEMPO DE SERVIÇO prestado às empresas públicas e sociedades de economia mista somente pode ser computado para efeitos de APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE. → O direito de transferência ex officio entre INSTITUIÇÕES DE ENSINO CONGÊNERES conferido a servidor públi- co federal da administração direta se ESTENDE aos empregados públicos integrantes da administração indireta. → Os efeitos da sentença trabalhista têm por limite temporal a Lei n. 8112/90, que promoveu a transposição do regime celetista para o estatutário, INEXISTINDO violação à coisa julgada, ao direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade de vencimentos. → A pensão por morte do servidor público federal é devida até a IDADE LIMITE DE 21 ANOS do dependente, SALVO SE INVÁLIDO, não cabendo postergar o benefício para os universitários com idade até 24 anos, ante a ausência de previsão normativa. → Não é possível o registro de penas nos assentamentos funcionais dos servidores públicos quando verificada a ocorrência da PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA do Estado, por força do entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o art. 170 da Lei n. 8.112/90 viola a Constituição Federal. → A abertura de CONCURSO DE REMOÇÃO pela administração revela que a EXISTÊNCIA DE VAGA a ser preen- chida pelo servidor aprovado é de INTERESSE PÚBLICO. → A investidura originária NÃO SE ENQUADRA no conceito de deslocamento para fins da concessão da LICEN- ÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE com exercício provisório. → É LÍCITA a cassação de aposentadoria de servidor público, não obstante o caráter contributivo do benefício previdenciário. → O termo inicial para o pagamento dos proventos integrais devidos na conversão da APOSENTADORIA PRO- PORCIONAL por tempo de serviço em APOSENTADORIA INTEGRAL POR INVALIDEZ é a DATA DO REQUERI- MENTO ADMINISTRATIVO. → A concessão de APOSENTADORIA ESPECIAL aos servidores públicos SERÁ REGULADA PELA LEI N. 8.213/91, enquanto não editada a lei complementar prevista no art. 40, § 4º, da CF/88. → A limitação da carga horária semanal para servidores públicos PROFISSIONAIS DE SAÚDE que acumulam cargos deve ser de 60 HORAS SEMANAIS. Superada! 25 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 → O Auxiliar Local que prestou serviços ININTERRUPTOS para o Brasil NO EXTERIOR, admitido antes de 11 de dezembro de 1990, submete-se ao REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS Civis da União (art. 243 da Lei n. 8.112/1990). (Repercussão geral reconhecida pelo STF) → A Lei n. 8.112/90, quando aplicada aos servidores do Distrito Federal por força da Lei Distrital n. 197/91, assume STATUS DE LEI LOCAL, insuscetível de apreciação em sede de recurso especial, atraindo o óbice da Súmula 280/ STF. #SELIGA2: SITUAÇÃO TERÁ QUE DEVOLVER? 1) Servidor recebe por decisão ADMINISTRATIVA depois revogada NÃO 2) Servidor que recebe indevidamente valores em decorrência de erro operacional da Administração NÃO 3) Servidor recebe por decisão JUDICIAL não definitiva depois reformada SIM(posição do STJ) 4) Servidor recebe por decisão JUDICIAL não definitiva depois reformada (obs.: a reforma da liminar foi decorrência de mudança na jurisprudência). NÃO (posição do STF) 4) Servidor recebe por sentença TRANSITADA EM JULGADO e que posteriormente é rescindida NÃO 5) Herdeiro que recebe indevidamente proventos do servidor aposentado depois que ele morreu SIM 6 - Improbidade administrativa: Lei Federal n.º 8.429/92. agentes do polo ativo e passivo. Atos de improbidade. Da ação de improbidade administrativa. Das penas. Enriquecimento ilícito. Prejuízo ao erário. Princípios. Penas. Procedimento e prescrição. Lei de Responsabilidade Fiscal - Lei Complementar n.º 101/00. Lei de Acesso à Informação - Lei Federal n.º 12.527/11. Lei Anticorrupção - Lei Federal n.º 12.846/13. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei 8.429/1992) - Sujeitos ativos: Agente público, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Inclui agentes políticos e terceiro que induza ou concorra para a prática de ato de improbidade (deve haver participação de agente públi- co). - Sujeitos passivos: Administração direta, indireta ou fundacional; Empresa incorporada ao patrimônio público; Entidade privada da qual o erário participe com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual; Entidade privada 2 Quadro retirado do Buscador Dizer o Direito. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/598a90004bace- 6540f0e2230bdc47c09> 26 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 da qual o erário participe com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual (sanção limita-se à contribuição do poder público); Empresa privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público (sanção limita-se à contribuição do poder público). ATOS DE IMPROBIDADE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. 9º) DANO AO ERÁRIO (ART. 10) VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART. 11) Art. 9° Constitui ato de impro- bidade administrativa importan- do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente (...). Art. 10. Constitui ato de impro- bidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbara- tamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e no- tadamente (...). Art. 11. Constitui ato de improbi- dade administrativa que atenta contra os princípios da adminis- tração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, lega- lidade, e lealdade às instituições, e notadamente (...). ELEMENTOS ESSENCIAIS: • Percepção de vantagem patrimonial pelo agente, mesmo que não haja dano ao erário. • Essa vantagem deve ser indevida. • Conduta dolosa do agente. • Nexo causal entre o exercício funcional e a vantagem indevida. ELEMENTOS ESSENCIAIS: • Conduta, comissiva ou omissiva, dolosa ou CULPOSA. • Perda patrimonial. • Nexo causal entre o exercício funcional e a perda patrimonial. • Ilegalidade da conduta. ELEMENTOS ESSENCIAIS: • Conduta funcional, comissiva ou omissiva, dolosa do agente público. • Ofensa aos princípios da administração pública. • Nexo causal entre o exercício funcional e a violação dos princípios #SELIGA: Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016). ELEMENTO SUBJETIVO: dolo. SANÇÕES: • perda da função pública; • suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos e 27 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 • multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. #NOVIDADE2018 #AJUDAMARCINHO3 A Lei nº 13.650/2018 inseriu um inciso no art. 11 da Lei nº 8.429/92 afirmando que a prática de transferir re- cursos para instituições privadas de saúde sem prévio contrato ou convênio é ato de improbidade ad- ministrativa. Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qual- quer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdadeàs instituições, e notadamente: (...) X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia cele- bração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (inciso X inserido pela Lei nº 13.650/2018) - Prescrição: • 5 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. • Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público. • Ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis. São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910). • Até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o da lei em comento. SANÇÕES PELA PRÁTICA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO PREJUÍZO AO ERÁRIO LESÃO A PRINCÍPIOS CONCEDER, APLICAR OU MANTER BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO CONTRÁRIO AO QUE DISPÕEM A LC 116 Ressarcimento ao erário Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Perda da função pública Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável 3 Comentários disponíveis em: http://www.dizerodireito.com.br/2018/04/lei-136502018-acrescenta-nova-hipotese.html. 28 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Suspensão dos direitos Políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos De 5 a 8 anos Perda dos bens acrescidos ilicitamente Deve ser aplicada Pode ser aplicada - - Multa civil Até 3x o valor do acréscimo patrimonial Até 2x o valor do dano Até 100x o valor da remuneração recebida pelo agente Até 3x o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. Proibição de contratar com o Poder Público Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos - Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em jul- gado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer ne- cessária à instrução processual. #SELIGANAJURIS ❶ O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os cargos de Secretário Estadual e Municipal. Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação in- devida nas hipóteses de: • nepotismo cruzado; • fraude à lei e • inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019 (Info 952). ❷ O processo e julgamento de prefeito municipal por crime de responsabilidade (Decreto-lei 201/67) não impede sua responsabilização por atos de improbidade administrativa previstos na Lei nº 8.429/92, em virtude da autonomia das instâncias. STF. Plenário. RE 976566, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/09/2019 (repercussão geral – Tema 576) ❸ Súmula 634-STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de Improbidade Ad- ministrativa para o agente público. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/06/2019, DJe 17/06/2019. ❹ O prazo prescricional previsto na lei penal se aplica às infrações disciplinares também capituladas como crime independentemente da apuração criminal da conduta do servidor. Para se aplicar a regra do § 2º do art. 142 da Lei nº 8.112/90 não se exige que o fato esteja sendo apurado na esfera penal (não se exige que tenha havido oferecimento de denúncia ou instauração de inquérito policial). Se a infração disciplinar praticada for, em tese, também crime, deve ser aplicado o prazo prescricional previsto na legislação penal independentemente de qualquer outra exigência. STJ. 1ª Seção. MS 20857-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em 22/05/2019 (Info 651). 29 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 ❺ São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910). ❻ Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime san- cionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro especial por prerroga- tiva de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901). ❼ Em caso de ação de improbidade administrativa que envolva dois ou mais réus, o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 23 da Lei nº 8.429/92 deve ser contado de forma individual. O art. 23 é claro no sentido de que o início do prazo prescricional ocorre com o término do exercício do mandato ou cargo em comissão, sendo tal prazo computado individualmente, mesmo na hipótese de concurso de agentes, haja vista a própria natureza subjetiva da pretensão sancionatória e do instituto em tela. STJ. 2ª Turma. REsp 1230550/PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/02/2018. ❽ Em regra, para a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei nº 8.429/92 exige-se a presença do efetivo dano ao erário. Exceção: no caso da conduta descrita no inciso VIII do art. 10 não se exige a presença do efetivo dano ao erário. Isso porque, neste caso, o dano é presumido (dano in re ipsa). STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1542025/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/06/2018. ❾ A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65. STJ. 1ª Seção.EREsp 1220667-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/5/2017 (Info 607). ❿ É possível a abertura de inquérito civil pelo Ministério Público objetivando a apuração de ato ímprobo atribuído a magistrado mesmo que já exista concomitante procedimento disciplinar na Corregedoria do Tribunal acerca dos mesmos fatos, não havendo usurpação das atribuições da Corregedoria pelo órgão ministerial investigante. A mera solicitação para que o juiz preste depoimento pessoal nos autos de inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para apuração de suposta conduta ímproba não viola o disposto no art. 33, IV, da LC nº 35/79 (LOMAN). STJ. 1ª Turma. RMS 37151-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, julgado em 7/3/2017 (Info 609). ⓫ No caso de condenação pela prática de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, as penalidades de suspensão dos direitos políticos e de proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios não podem ser fixadas abaixo de 3 anos, considerando que este é o mínimo previsto no art. 12, III, da Lei nº 8.429/92. Não existe autorização na lei para estipular sanções abaixo desse patamar. STJ. 2ª Turma. REsp 1582014-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/4/2016 (Info 581). ⓬ Ainda que não haja dano ao erário, é possível a condenação por ato de improbidadeadministrativa que 30 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 importe enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei nº 8.429/92), excluindo-se, contudo, a possibilidade de aplicação da pena de ressarcimento ao erário. STJ. 1ª Turma. REsp 1412214-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 8/3/2016 (Info 580) 7 - Controles da Administração Pública: Controle administrativo; Controle legislativo ou político; Controle judicial. Discricionariedade administrativa e controle judicial. Controle interno e controle externo. Controle pelo Tribunal de Contas. Domínio público. Controle sistemático das delegações de serviços públicos. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA #SELIGANOCONCEITO. Controle da Administração Pública é a fiscalização que um órgão exerce sobre outro órgão por atribuição legal e constitucional. Pode ser um autocontrole (mesmo órgão) ou heterocontrole (ór- gãos distintos). Se envolver poderes distintos e se não houver previsão constitucional está invadindo funções. A Administração Pública, no exercício de suas funções, sujeita-se ao controle por parte dos poderes LEGIS- LATIVO e JUDICIÁRIO, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos (Maria Sylvia de Pietro). Pelo princípio da AUTOTUTELA, a administração tem o poder/dever de controlar seus próprios atos (STF, súmula 473). #SELIGANASÚMULA. Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Esse controle não só abrange os órgãos do Poder Executivo, mas também os demais poderes, quando exerçam função tipicamente administrativa; em outras palavras, abrange a Administração Pública considerada em sentido amplo. A finalidade do controle é assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico (legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação, impessoa- lidade etc.). Assim, a função de controle é inerente à atividade administrativa. Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado desempenha importante papel à medida que pode provocar o controle, seja em defesa de interesse próprio, seja no interesse da coletividade. “É esse, provavelmente, o mais eficaz meio de controle da Administração Pública: controle popular.” (Maria Sylvia Di Pietro) Em decorrência da Emenda Constitucional 19/98, foi inserido o § 3º no art. 37, da CF/88, que vale a pena ser lido e lembrado: 31 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 37 (...) §3º A lei disciplinará as FORMAS DE PARTICIPAÇÃO DO USUÁRIO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA direta e indireta, regulando especialmente: I – as RECLAMAÇÕES relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, na qualidade dos serviços; II – o ACESSO dos USUÁRIOS a REGISTROS ADMINISTRATIVOS e a INFORMAÇÕES sobre atos do governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III – a disciplina da REPRESENTAÇÃO contra o exercício negligente ou abuso do cargo, emprego ou função na ad- ministração pública.” Além disso, atualmente também o MINISTÉRIO PÚBLICO exerce importante papel no controle da Adminis- tração Pública, em decorrência das funções que lhe foram atribuídas pelo art. 129 da CF. Assim, a Administração Pública, no exercício de suas funções, sujeita-se aos referenciais de legitimidade e legalidade, donde se infere a necessidade da ação do Poder Público conformar-se não somente com a Lei, mas também com a moral administrativa e o interesse coletivo – indispensabilidade do controle de toda atuação admi- nistrativa, para defesa da própria Administração e dos direitos dos administrados, a fim de que se cumpra todo o ordenamento em vigor. Prevê, assim, o ordenamento jurídico mecanismos ou sistemas de controle das atividades da Administração, utilizáveis em sua própria defesa e na defesa dos direitos e garantias dos administrados. #SELIGANATABELA Tipo de Controle Características CONTROLE INTERNO É próprio da Administração Pública, como dever-poder de autotutela, abrange legalidade e mérito. Atua sob as formas de fiscalização hierárquica, supervisão ministerial e recursos administrativos. CONTROLE EXTERNO Poderes Legislativo e Judiciário sobre a Administração Pública, abrange o controle da legalidade, legitimidade e economicidade (mérito), tendo dimensão política e financeira 32 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Rafael Oliveira4 também esquematiza as espécies de controle: Critérios Tipos de Controle Quanto ao órgão responsável por sua efetivação Autocontrole: realizado pela próprio Poder Executivo Controle Externo: exercido pelo Poder Judiciário, Legislativo e Tribunais de Contas Controle Social: implementado pela sociedade civil, por meio da participação nos processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas públicas. Ex. participação em audiência pública. Quanto ao momento do controle* Controle prévio: exercido antes da publicação do ato administrativo. Controle posterior: implementado sobre o ato administrativo existente. Quanto ao parâmetro do controle sobre a atuação administrativa** Controle de Legalidade: verificação, no âmbito interno ou externo, da compatibilidade formal do ato com a legislação infraconstitucional e com o ordenamento jurídico como um todo – respeito à lei e ao direito (princípio da juridicidade). Controle de Mérito: avaliação da conveniência e oportunidade relativas ao motivo e ao objeto, que ensejaram a edição do ato administrativo discricionário. * Maria Sylvia Di Pietro e Odete Medauar acrescentam o controle concomitante, que se processa na medida em que se desenvolve a atividade administrativa. ** Também chamado controle quanto ao objeto ou natureza. #SELIGANADICA. É Importante registrar a posição de alguns doutrinadores no sentido de que o controle exercido pela administração direta sobre as entidades da administração indireta (controle finalístico, supervisão ministerial ou tutela administrativa) seria classificado como controle externo (nesse sentido Maria Sylvia DI Pietro e José dos Santos Carvalho Filho). Esse não é o posicionamento de Celso Antônio Bandeira de Melo, para quem esse fato não deixa de se enquadrar no conceito de controle interno, eis que realizado no âmbito interno de um mesmo poder. Pela importância dessa espécie de controle, notadamente diante do número acentuado de questões sobre o tema, vamos detalhar um pouco mais a classificação quanto ao parâmetro do controle (objeto): legalidade ou de mérito. 4 E-Book - Curso de Direito Administrativo, 7ª edição, ed. Método, 2019. 33 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 PARÂMETRO DO CONTROLE CARACTERÍSTICAS LEGALIDADE Confrontação da conduta administrativa e ordem jurídica; Pode ser exercido pelos três poderes5; O resultado do controle pode ser pela confirmação da validade, a anulação ou a convalidação (se o defeito for sanável);6 São atos de confirmação: a homologação, a aprovação, o visto, dentre outros. Se verificada a incompatibilidade da conduta administrativa com a norma, o ato deve ser revisto (anulado) por ser ilegal, seja pelo Judiciário, seja pela Administração. MÉRITO Verificação da conveniência e oportunidade da conduta administrativa sobre atos válidos; Cabe à própria Administração responsável pela prática do ato e, com limitações, ao Poder Legislativo7.* O controle do mérito é ultimado por atos de confirmação da conduta (aprovação, confirmação), quando esta não precisa ser revista. Se a Administração entender que deve rever a conduta ocorrerá a revogação.8 A revogação não pode atingir
Compartilhar