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CASO CONCRETO 3 - DIREITO CIVIL IV

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AULA 3 - CASO CONCRETO 03 
 
DAS DISCURSIVAS: 
 
Sheldon em suas andanças pela cidade do Rio de Janeiro descobriu um apartamento em 
Copacabana desocupado e anunciado para aluguel. Sem conversar com o proprietário 
desse imóvel, Sheldon informou à portaria do prédio que comprou o imóvel e entraria para 
tomar posse. Após adentrar o apartamento ele trocou as fechaduras das portas de acesso, 
colocou uma banheira no banheiro da suíte e apresentou-se a todos do prédio como novo 
proprietário do imóvel. O Sr.Holowitz, verdadeiro proprietário do imóvel, tomou 
conhecimento da invasão realizada por Sheldon 1 mês após o ato e contratou advogado 
para realizar a proteção dos direitos sobre sua propriedade. Assim, pergunta-se: 
 
a)Qual foi a espécie de ataque a posse? Qual o remédio cabível para defendê-la? 
Explique 
 
Resposta:​ ​Foi por meio de esbulho, de forma pacífica, caracterizando uma posse 
clandestina, e esta é adquirida por via de um processo de ocultação, onde só a vítima, pode 
identificar o esbulho. Conforme o art.1210,§1º, CC; “O possuidor turbado, ou esbulhado, 
poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de 
defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável, à manutenção, ou restituição 
da posse.” Não podendo, violar a integridade física do esbulhador, ou atentar contra sua 
vida, para reaver a posse do imóvel, o melhor remédio seria reintegração da posse​. 
 
b) Em razão da ação judicial Sheldon deverá devolver o imóvel, quanto à banheira 
instalada no apartamento, ele terá direito de ser indenizado? 
 
Resposta:​ ​Não, conforme podemos observar no Art. 1220, Código Civil; “Ao possuidor de 
má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito 
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.” Levando em conta 
que uma banheira, não seria uma benfeitoria necessária, aplicando o texto do dispositivo 
citado acima, podemos afirmar que sheldon não terá o direito de indenização referente a 
banheira nem sequer retirar-la alegando enriquecimento sem causa. 
 
c) Caso, durante o período que ocupou indevidamente o imóvel, Sheldon tenha 
alugado dois quartos do apartamento para turistas em veraneio na cidade do Rio de 
Janeiro, pelo valor de R$ 10.000,00. Ele Poderá Ficar com este valor? 
 
Resposta:​ ​Sheldon que é possuidor de má-fé, não poderá ficar com os valores provindos da 
locação, tendo em vista o que diz o artigo 1216 do código civil; “O possuidor de má-fé 
responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua 
deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às 
despesas da produção e custeio.”Conclui-se que ele deverá devolver ao Sr Holowitz os R$ 
10.000,00 referente a locação temporária que ele, porém o fruto da propriedade, é do 
proprietário ou do possuidor que tem posse justa. 
 
 
 
 
 
 
DAS OBJETIVAS : 
 
A necessidade do conhecimento da presente matéria é fundamental para o 
exercício de atividades jurídicas,a seguir serão dispostas duas jurisprudências.Faça 
a leitura destas jurisprudências. Análise como o conteúdo ministrado é aplicado em 
nossos tribunais e observe a necessidade do conhecimento dos 
conceitos.Jurisprudência 01 para análise Aplicação de boa-fé e posse justa 
48883996. - APELAÇÃO CÍVEL.DIREITO CIVIL. CONTRATOS. PRINCÍPIO DA 
BOA-FÉ OBJETIVA. AFIRMAÇÃO. ALIENAÇÃO DE BEM IMÓVEL.CADEIA DE 
TRANSMISSÃO.INADIMPLEMENTO.NÃO COMPROVAÇÃO. TERCEIRO DE 
BOA-FÉ.AFIRMAÇÃO. PEDIDO DE IMISSÃO NA POSSE.NEGATIVA. JUSTO 
TÍTULO E BOA-FÉ. MELHOR POSSE.EXERCÍCIO DE FATO.SENTENÇA 
MANTIDA 1.O pedido de rescisão do contrato e retorno ao status quo ante por 
inadimplemento exige que o autor não pratique ato de violação à boa-fé objetiva, 
como efetuar nova alienação do bem imóvel a non domino e, ainda, efetivamente 
provar o descumprimento da contrapartida firmada em sua exata medida, tudo de 
forma a se dar cumprimento aos deveres anexos de lealdade e cooperação, 
contemplados no estatuto civilista. 2.Possuidor é aquele que tem de fato o 
exercício,pleno ou não,de algum dos poderes inerentes à propriedade, devendo a 
posse ser justa e de boa-fé,não tendo sido adquirida por meio de violência, meio 
precário ou de forma clandestina. 3.O possuidor com justo título tem por si a 
presunção de boa-fé,salvo prova em contrário. 4.Quando o mesmo imóvel é 
negociado para dois compradores, ocorrendo então uma venda a non domínio do 
bem,deve preponderar a precedência e a melhor posse, como exercício de fato, a 
qual se sobrepõe a mera posse supostamente jurídica. 5.Apelação conhecida e 
desprovida.Sentença mantida. (TJ-DF; APC 2010.11.1.000996-9; Ac.109.7841; 
Sexta Turma Cível; Rel.Des.Carlos Rodrigues; Julg.09/05/2018; DJDFTE 
30/05/2018) Fonte: DVD MAGISTER ? 
Edição 80 Jurisprudência 02 para análise Caso de Composse 48883350 
APELAÇÃO CÍVEL.REINTEGRAÇÃO DE POSSE.COMPOSSE.UNIÃO 
ESTÁVEL.AFASTAMENTO DO LAR. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. 1.Sendo justa e de 
boa-fé a posse exercida pela companheira, antes e após o afastamento de seu 
companheiro do lar, em razão da prática de violência doméstica,deve ser ela, 
companheira,mantida na posse do imóvel objeto do litígio.2.Negou-se provimento ao 
apelo da autora.(TJ-DF; APC 2014.09.1.004126-7; Ac.109.7973; Quarta Turma 
Cível; Rel. Des.Sérgio Rocha;Julg.16/05/2018;DJDFTE 29/05/2018) Fonte:DVD 
MAGISTER Edição 80 
 
 
Resposta :​ Na primeira jurisprudência abordamos uma situação de Posse de boa-fé, onde o 
possuidor se encontra inadimplente porém com a intenção de quitar os débitos, na segunda 
se trata de uma posse composse onde há uma privação do direito de posse para uma das 
partes devido imposição de lei penal, sobre violência doméstica.

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