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2 - FERREIRO, Emilia. TEEBEROSKY, Ana. Psicogenese da Lingua Escrita

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Psicogênese da língua 
escrita
Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em
1936. Doutorou-se na Universidade de
Genebra, sob orientação do biólogo Jean
Piaget, que pesquisava teoria do
conhecimento centrada no
desenvolvimento natural da criança.
Continuou estudando um campo que
Piaget não havia explorado: a escrita. A
partir de 1974, Emilia desenvolveu na
Universidade de Buenos Aires uma série de
experimentos com crianças que deu origem
às conclusões apresentadas em Psicogênese
da Língua Escrita.
Fonte: Nova escola.
Ana Teberosky
Psicóloga e psicopedagoga, catedrática da Universidade de
Barcelona, na Espanha. Ana e Emilia partem do pressuposto
da teoria piagetiana – de que todo conhecimento possui uma
origem – e, pelo método clínico de Piaget, observaram 108
crianças e seu funcionamento do sistema de escrita. Elas
queriam entender como as crianças se apropriam da cultura
escrita.
“A criança não chega a escola vazia, sem saber nada sobre a
língua, pois a escrita não é um produto escolar, mas um objeto
cultural resultante do esforço coletivo da humanidade”.
O princípio de que o processo de conhecimento por parte da
criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos
deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo
depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos
esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por
utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o
que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido.
Emilia Ferreiro
Em relação à situação educacional na América Latina, as 
autoras dizem que:
Há grande preocupação das autoras em relação ao desenvolvimento da alfabetização na América Latina. 
“Não podemos esquecer, porém, que a alfabetização tem duas faces: uma,
relativa aos adultos, e a outra, relativa às crianças. Se em relação aos adultos
trata-se de sanar uma carência, no caso das crianças trata-se de prevenir, de
realizar o necessário para que não se convertam em futuros analfabetos.” (Pág.
19)
“(...) trata-se mais de um problema de dimensões sociais do que da
consequência de vontades individuais. Por essa razão, a creditamos que, em lugar
de “males endêmicos”, deveria se falar em seleção social do sistema educativo;
em lugar de se chamar “deserção” ao abandono da escola, teríamos de chamá-lo
de expulsão encoberta. E não se trata de uma mudança de terminologia, mas de
um outro referencial interpretativo, porque a desigualdade social e econômica se
manifesta também na distribuição desigual de oportunidades educacionais.” (Pág.
20)
Em relação aos métodos tradicionais de ensino
“(...) métodos sintéticos, que partem de elementos menores que a
palavra, e métodos analíticos, que partem da palavra ou de unidades
maiores.” (Pág.21)
“Para os defensores do método analítico leitura é um ato “global” (...)
das palavras ou das orações; a análise dos componentes é uma tarefa
posterior.” (Pág. 23)
• Para o construtivismo, nada mais revelador do que o funcionamento
da mente de um aluno em relação aos seus supostos erros, porque
evidencia como ele "releu" o conteúdo aprendido.
• O que as crianças aprendem nem sempre coincide com aquilo que
lhes foi ensinado.
• Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão
de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas
constroem o próprio conhecimento - daí a palavra construtivismo. A
principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é
transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular - do
conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno.
“Ignorar que a criança pensa e tem condições de escrever desde muito
cedo é um retrocesso.”
Linguagem e suas categorias
• Significante - palavra
• Significado – conceito
A primeira diferenciação que as autoras fazem é mostrar que a 
linguagem representa a realidade e o mundo.
Como as crianças aprendem?
Como devemos ensinar considerando como aprendem?
As autoras...
Defendem que a aprendizagem da leitura e da escrita não
pode se reduzir a um conjunto de técnicas percepto-
motoras, nem à vontade ou à motivação, mas que deveria
se tratar de uma aquisição conceitual.
Aquisição conceitual: aquisição de conhecimentos baseada
na atividade do sujeito em interação com o objeto do
conhecimento - estudo da criança confrontada com esse
objeto cultural que constitui a escrita.
Na psicolinguística contemporânea...
“Nossa atual visão do processo (...) aparece uma criança que:
• procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se
fala à sua volta, e que, tratando de compreendê-la,
• formula hipóteses,
• busca regularidades,
• coloca à prova suas antecipações e
• cria sua própria gramática (que não é simples cópia deformada do
modelo adulto, mas sim criação original).” (Pág. 24)
• Decodificar é diferente de entender o significado e interpretar o que 
se lê.
• Para as autoras, os grandes “problemas” são ocasionados na fase de 
alfabetização. 
• Como essa linguagem pode ser desenvolvida, então?
Código de transcrição de sons (o som precisa estar relacionado com o
que se quer dizer)
Sistema de representações (a linguagem deve ser desenvolvida de
modo que represente a realidade e o mundo)
Questão
Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, em suas pesquisas, dizem ser de suma
importância que o professor tenha maior conhecimento da
psicogênese da língua escrita para entender a forma e o processo pelos
quais a criança aprende a ler e a escrever, para detectar e entender os
erros construtivos característicos das fases em que se encontra a
criança e para saber desafiar seus alunos. Assinale a alternativa que
apresenta um conceito que faz parte da teoria psicogenética.
A) O objetivo da alfabetização é associar os processos de construção
do pensamento aos progressos escolares, uma vez que o avanço
escolar será dependente do progresso de conceitualização.
B) A pedagogia deve encarar a aprendizagem da leitura como um
mecanismo de correspondência entre o oral e o escrito.
C) A escrita deve ser considerada uma cópia passiva dos modelos do
mundo adulto.
D) A escrita é um objeto de conhecimento, por isso, para ensiná-la é
necessário levar em consideração as tentativas individuais infantis,
a interação, o aspecto social da escrita.
E) A criança aprende segundo a lógica do adulto que segue a lógica,
única e permanente, proposta pelos métodos de alfabetização.
A) O objetivo da alfabetização é associar os processos de construção
do pensamento aos progressos escolares, uma vez que o avanço
escolar será dependente do progresso de conceitualização.
B) A pedagogia deve encarar a aprendizagem da leitura como um
mecanismo de correspondência entre o oral e o escrito.
C) A escrita deve ser considerada uma cópia passiva dos modelos do
mundo adulto.
D) A escrita é um objeto de conhecimento, por isso, para ensiná-la é
necessário levar em consideração as tentativas individuais infantis,
a interação, o aspecto social da escrita.
E) A criança aprende segundo a lógica do adulto que segue a lógica,
única e permanente, proposta pelos métodos de alfabetização.
A progressão regular da criança levam aos 
seguintes níveis:
• Pré-silábico
• Silábico sem valor sonoro / Silábico com valor sonoro
• Silábico-alfabético
• Alfabético.
Pré-silábica
Crianças conceituam a escrita como um conjunto de formas arbitrárias.
- não estabelecem vínculo entre fala e escrita (a escrita não representa o
caráter fonético do sistema de escrita);
- pode usar letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra;
- possui leitura global, individual e instável do que escreve.
É comum a criança conservar propriedades do objeto que representa:
realismo nominal.
Observando as outras pessoas
desenharem, as crianças
tendem a imitá-las.
As primeiras manifestações
gráfica, as garatujas.
O que parece ser um “garrancho” já tem um significado para a criança.
Diferenciação dos modos de representação 
da escrita
Icônica - escrever é a mesma coisa que desenhar – as formas do
grafismo devem reproduzir as formas dos objetos.• escritas formadas por grafias não convencionais: garatujas e/ou
pseudoletras;
• uma só grafia para cada nome
Diferenciação dos modos de representação da 
escrita
Não icônica - escrever é reproduzir os traços típicos da escrita,
identificados pela criança como a forma básica da escrita.
• presença de escritas convencionais, mas sem o controle de
quantidade;
• não-diferenciação de letras e números;
• formas básicas utilizadas: grafismos separados (linhas curvas e retas)-
letra imprensa maiúscula, grafismos ligados entre si com uma linha
ondulada (parecendo letra cursiva);
• Surgimento da linearidade da escrita - esquerda para a direita.
Não icônica
Faz sentido que existe uma
progressão regular nos
problemas e nas soluções
que a criança encontra para
descobrir a natureza da
escrita.
Os aspectos formais do grafismo e sua Interpretação: Letras, Números 
e Sinais de Pontuação
A Relação entre números e letras e o reconhecimento de letras
individuais - Emilia Ferreiro traça as disparidade entre crianças de
classe média e classe baixa:
“- Temos aqui um caso típico de conhecimento socialmente transmitido
e não em níveis de conceitualização próprios da criança (...). A maneira
de atuar frente a essas caracteres gráficos testemunha uma extensa
prática de explorações ativas com essematerial” (...), (Pág. 57 e 58)
“(...) muito antes de saber ler um texto, as crianças são capazes que
tratar o mesmo em função de características formais específicas” (Pág.
66)
Leitura com imagem
Leitura de orações
“(...) O que acontece quando uma criança de 4 anos trata de ler uma
história? Infere o conteúdo a partir do desenho. Suas atitudes de
postura, como pega um livro, onde olha etc. Serão uma imitação do ato
de leitura do adulto. Mas, além disso, poderemos advertir que sua
imitação não termina ali. Haverá determinada “forma” no que diz,
determinadas marcas: palavras, entonação e inclusive gestos, que nos
indicam que pretende “ler”. Obviamente, para que isso ocorra, será
necessário que antes, ela tenha assistido a atos de leitura, que tenha
tido leitores á sua disposição, que lhe tenham lido histórias. Ou seja,
que tenha exemplos aos quais imitar.” (Pág.80)
Pré-silábica
Chega um momento em há que há presença de um conflito a criança começa desvincular a palavra
de uma imagem, de letras, de números etc.
“Em termos práticos, não se trata de continuamente introduzir o sujeito
em situações conflitivas dificilmente suportáveis, e sim de tratar de
detectar quais são os momentos cruciais nos quais o sujeito é sensível
às perturbações e às suas próprias contradições, para ajudá-lo a
avançar no sentido de uma nova reestruturação.” (Pág. 34)
As autoras terminam o primeiro capítulo com a ideia de que o
professor precisa intervir em situações conflituosas, sensíveis a
perturbações para que o aluno reestruture seus conceitos.
“(...) as crianças possuem conceitualizações sobre a natureza da escrita
muito antes da intervenção de um ensino sistemático. Porém, além disso,
essas conceitualizações não são arbitrárias, mas sim possuem uma lógica
interna que as torna explicáveis e compreensíveis sob um ponto de vista
psicogenético.” (Pág. 105)
“(...) A influência do fator social está em relação direta com o contato com o
objeto cultural “escrita”. É evidente que a presença de livros, escritores e
leitores é maior na classe média do que na classe baixa. Também é claro que
quase todas as crianças de classe média frequentam jardins de infância,
enquanto que as provenientes de classes sociais mais desfavorecidas
possuem menos oportunidades de se questionar e pensar sobre o escrito. Se
reunirmos todos os fatores de incidência negativa – nível de
conceitualização, metodologias e classe social – as probabilidades de obter
êxito na aprendizagem da língua escrita são, obviamente, muito poucas. É
um fato amplamente conhecido que existe uma alta taxa de fracassos
escolares e que esses fracassos se produzem, sobretudo, nos primeiros anos
de escolaridade.” (Pág. 105)
Silábica
Na hipótese pré-silábica, o alfabetizando 
ainda não percebe: que a “escrita 
representa a fala” e, por isso, “escreve 
aleatoriamente”.
- sabe que não pode escrever
aleatoriamente, mas com as letras que
foram convencionadas ao longo da
história da língua para representar cada
palavra;
- sabe que, geralmente, é necessário mais
de uma letra para representar cada
emissão de voz (sílaba).
Silábica
Na hipótese pré-silábica, o alfabetizando
ainda não percebe: que a “escrita
representa a fala” e, por isso, “escreve
aleatoriamente”.
A criança:
- começa a ter consciência de que existe
relação entre pronuncia e a escrita;
- começa a desvincular a escrita das
imagens e os números da escrita das
letras;
Silábica sem valor sonoro
- conserva as hipóteses da
quantidade mínima e da
variedade de caracteres;
- relaciona a escrita e a fala,
para cada vez que pronuncia
uma sílaba, ela escreve uma
letra, porém essa letra
(grafema) não tem relação
com o som (fonema).
Exemplo : XLH (cavalo).
Silábica-alfabética
- representa transição entre os níveis silábico e
alfabético;
- permite considerar que a escrita “representa” a fala;
- sabe que não se pode escrever aleatoriamente;
- compreende que, geralmente, é necessária mais de
uma letra para representar cada emissão de voz (sílaba).
- considera que palavra tem unidades menores que a
sílaba: o fonema que pode ser representado por uma,
duas ou mais letras.
NÍVEIS DE CONCEITUALIZAÇÃO
A - ASPECTO QUANTITATIVO:
• uma letra para representar o
nome de JOÃOZINHO: M;
•muitas letras para representar o
nome do ZEZÉ: MCLUDIALSTURIA;
•Muitas letras, nunca menos de
três para representar nomes;
•As palavras se diferenciam de
acordo com o tamanho e
quantidades de objetos a serem
representados.
B- ASPECTO QUALITATIVO:
• Ao escreverem coisas diferentes,
ora as crianças variam o repertório
de letras, ora variam a posição das
letras.
• Também é comum aumentar o
número de letras conforme as
crianças representam através da
escrita coisas diferentes.
• O nome próprio geralmente é o
ponto de partida (primeira forma
estável dotada de significação)
para o uso de letras na escrita.
Alfabética
Compreende que cada letra
relaciona-se a um som. Isso
implica que as escritas
apresentam quase todas as
características do sistema
convencional, mas sem uso,
necessariamente, ainda das
convenções ortográficas. Assim
pode misturar a hipótese atual
com a anterior.
As autoras dizem que o aprendiz elabora um sistema de representação
por meio de um processo construtivo, que se dá em níveis:
• 1º) o da distinção entre o modo de representação icônica (imagens) ou não icônica
(letras, números, sinais);
• 2º) o da construção de formas de diferenciação, controle progressivo das variações
sobre o eixo qualitativo (variedade de grafias) e o eixo quantitativo (quantidade de
grafias). Esses dois períodos configuram a fase pré-linguística ou pré-silábica;
• 3º) o da fonetização da escrita, quando aparecem suas atribuições de sonorização,
iniciado pelo período silábico e terminando no alfabético.
Questão Vunesp - 2013
Emília Ferreiro teorizou e escreveu sobre a “psicogênese da língua
escrita” e abriu espaço para um novo tipo de pesquisa em pedagogia.
Ela desloca a investigação do “como se ensina” para “o que se
aprende”. O processo de alfabetização nada tem de mecânico, do
ponto de vista da criança que aprende. Observe as escritas de Luiz e de
Ana e assinale a alternativa que expressa corretamente a etapa do
sistema alfabético de escrita em que essas crianças se encontram:
A) Pré-silábica: esse esquema permite à
criança relacionar, pela primeira vez, a
escrita à pauta sonora da palavra.
B) Silábica sem valor sonoro: é o resultado
de um dos esquemas mais importantes
e complexos que se constroem durante
o desenvolvimento da leitura e escrita.
C) Silábica com valor sonoro: é a etapa
que nos mostra que a linha de
desenvolvimento tem uma lógica
interna.
D) Silábica-alfabética: é a etapa da
construção do sistema alfabético deescrita que distancia a representação
da pauta sonora com a escrita.
E) Alfabética: é o momento de domínio
do processo de construção do sistema
de escrita, resultando na interação do
sujeito com o objeto de escrita.
https://2.bp.blogspot.com/-gPLL_j8Mokg/WBjKVEghgFI/AAAAAAAADX0/-nCXaLOjaLY-iCWa87CutCMdvZKxTznvgCLcB/s1600/escrita+infantil.png
A) Pré-silábica: esse esquema permite à
criança relacionar, pela primeira vez, a
escrita à pauta sonora da palavra.
B) Silábica sem valor sonoro: é o
resultado de um dos esquemas mais
importantes e complexos que se
constroem durante o desenvolvimento
da leitura e escrita.
C) Silábica com valor sonoro: é a etapa
que nos mostra que a linha de
desenvolvimento tem uma lógica
interna. (todas as etapas têm)
D) Silábica-alfabética: é a etapa da
construção do sistema alfabético de
escrita que distancia a representação
da pauta sonora com a escrita.
E) Alfabética: é o momento de domínio
do processo de construção do sistema
de escrita, resultando na interação do
sujeito com o objeto de escrita.
https://2.bp.blogspot.com/-gPLL_j8Mokg/WBjKVEghgFI/AAAAAAAADX0/-nCXaLOjaLY-iCWa87CutCMdvZKxTznvgCLcB/s1600/escrita+infantil.png
Interpretação silenciosa da leitura
“O poder de diferenciar ler de falar parece-nos um fato
sumamente importante, tendo em vista que se trata de
crianças que não são leitores no sentido tradicional do termo.
Nenhuma delas sabe ler; porém, a maioria sabe muitas coisas
específicas sobre a atividades de litura e sua significação.”
(Pág. 172)
Atos de leitura
“(...) interpretar é um ato de leitura silenciosa, tanto como
antecipar, requer, evidentemente, haver outorgado
significação a gestos de leitores, mas, além disso, ter escutado
e avaliado um texto, relacionando-o com determinado
portador e em função de chaves estilísticas ou de conteúdo
que o façam pertinente em determinados contextos.” (Pág.
167)
Leitura, Dialeto e Ideologia
“(...) A homogeneidade da escrita, apesar das marcantes diferenças na fala,
cumpre função social nada desprezível, permitindo a comunicação por
escrito entre falantes de diferentes variedades de uma mesma linguagem.
(...) O importante é que compreendamos o significado da mensagem
transmitida por escrito, ainda que cada leitor dessa mensagem tenha sua
maneira particular de traduzi-la em sinais sonoros, de torná-la oral.”
(Pág.266)
“Torna-se relativamente fácil ser tolerante quando se trata de diferenças de
pronúncia entre nações diferentes. No entanto, a intolerância reaparece
quando se trata de diferenças internas de um mesmo país.” (Pág. 266)
“(...) Um dialeto é uma variante adulta da fala, própria de um grupo social.”
(Pág.266)
“(...) O problema é saber quem decide, e em nome de quem, qual será a
variedade dialetal que receberá o maior número de pontos em termos
de prestígio social. Neste sentido; a história, desde a antiguidade
clássica até nossos dias, é clara e inequívoca: o que foi identificado
como língua, em termos nacionais, é regularmente o modo de falar da
classe dominante do centro político do país (geralmente, a capital).”
(Pág. 266)
“(...) Quando se rejeita o dialeto materno de uma criança, rejeita-se a
mesma por inteiro, a ela e com toda a sua família, com seu grupo social
de pertinência.” (Pág. 270)
“(...) Porque a linguagem é um instrumento vivo de intercâmbios sociais
e segue sua evolução fora da escola. A escola pode, isso sim, ajudar a
conservar uma língua frente a outras línguas concorrentes (situação
típica de escolas de fronteira, ou de escolas de grupos nacionais
minoritários dentro de outra comunidade nacional). A escola pode, isso
sim, perpetuar certas variantes estilísticas, independentemente de sua
função comunicativa. A escola pode assumir a distinção entre “fala
culta” e “fala inculta” (ou “popular”), estigmatizando dialetos e fazendo
sua a hierarquia estabelecido pelas classes dominantes dentro da
sociedade. Porém, não pode frear o desenvolvimento da comunidade
linguística na qual está inserida.” (Pág. 270)
A pesquisadora trata das frases expostas em cartilhas em que são
trabalhadas palavras com mesmos fonemas:
“Com efeito, a armadilha de tais orações é dupla: por um lado, têm a
aparência de verdadeiras orações, e entretanto, não correspondem a
nenhuma linguagem real (nem ao dialeto do docente nem ao das crianças);
por outro lado, se propõem oralmente como enunciados reais, sendo que não
transmitem nenhuma informação e toda intenção comunicativa lhe é alheia.
Uma vez mais, trata-se aqui de a criança esqueça tudo o que ela sabe sobre
a sua língua materna para ascender à leitura, como se a língua escrita e a
atividade de ler estivessem alheias ao funcionamento real da linguagem.”
(Pág. 285)
“(...) desligado da busca constante de significação, o texto se reduz, no
melhor dos casos, a uma longa série de sílabas sem sentido. Quando chegou
ao final da linha, a criança esqueceu o começo, não porque tenha uma falha
de memória, mas sim porque é impossível reter na memória uma longa série
de sílabas sem sentido.” (Pág. 286)
“(...) Porém, nossa defesa vai mais longe ainda: deixemo-la escrever,
ainda que seja num sistema diferente do sistema alfabético; deixemo-la
escrever, ainda que seja seu próprio sistema idiossincrático, mas sim
para que possa descobrir que seu sistema não é o nosso, e para que
encontre razões válidas para substituir suas próprias hipóteses pelas
nossas.” (Pág. 288)

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