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INTERPRETAÇÃO DE PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS E OS PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESENHA DO TEXTO: A ANULAÇÃO OU INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. Na formação de um ato administrativo, pode acontecer que algum de seus elementos contenham vícios, por decorrência desses vícios no ato administrativo, este será passível de anulação, também chamada de invalidação, caracterizado pelo desfazimento do ato administrativo em virtude da ilegalidade ocasionada em decorrência do ato viciado. O texto apresentado, descreve a importância da anulação ou invalidade dos atos Administrativos, que estejam em desconformidade com o direito vigente, devendo haver de imediato uma declaração de invalidade do ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feito pela própria Administração ou Poder Judiciário, desta forma deverá restabelecer a legalidade administrativa. Para melhor entendimento, sobre a importância de se identificar e anular tal ato administrativo ilegítimo ou ilegal, vejamos o principal princípio que norteiam o Direito Administrativo segundo alguns autores supracitados: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Inerente ao Estado de Direito, o princípio da legalidade representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular. O exercício da função administrativa não pode ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar a vontade da lei. (MAZZA, 2019). Este princípio, juntamente com o de controle da Administração pelo Poder Judiciário, nasceu com o Estado de Direito e constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais. Isto porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites da atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. É aqui que melhor se enquadra aquela ideia de que, na relação administrativa, a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei. (DI PIETRO, 2018). Analisando os conceitos dos doutrinadores citados, entendemos que o Princípio da legalidade é uma garantia, visto que a Administração Pública só poderá atuar com base na lei. Na Administração Pública, não há espaço para liberdades, o agente público sempre deve agir com a finalidade de atingir o bem comum, os interesses públicos, e sempre segundo àquilo que a lei lhe impõe. PRINCÍPIO DA DEMANDA – INICIATIVA DA PARTE Para ser feita a anulação pelo Poder Judiciário, depende de provocação do interessado, diferentemente do que ocorre com a atuação administrativa, pauta-se pelo Princípio da Demanda- iniciativa da parte que pode utilizar-se quer das ações ordinárias, quer dos remédios constitucionais de controle da administração (mandado de segurança. Ação popular etc.), ou seja, as partes interessadas devem reclamar judicialmente pela anulação do ato por meio de demanda. ANULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO ILEGAL No momento em que a Administração reconhece que praticou um ato contrário ao direito vigente, este ato será anulado. A anulação produz efeitos retroativos à data em que foi emitido produzindo efeitos ex tunc, ou seja, a partir do momento de sua edição, conforme Súmula 473 e a Lei 9.784/99, citada abaixo: Súmula 473 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Lei 9.784/99, artigo 54, dispõe sobre a decadência do direito de a administração pública anular seus próprios atos, quando esses gerarem efeitos favoráveis a seus destinatários: O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1° No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar- se-á da percepção do primeiro pagamento. §2° Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. OS VÍCIOS Os vícios que podem atingir os atos da Administração Publico estão elencados na Lei nº 4.717 de 29 de Junho de 1965: Regula a ação popular. Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. Perante os discursões sobre A invalidade dos atos administrativos, estudados por muitos doutrinadores, para possibilitar melhor compreensão da nulidade, anulabilidade dos atos administrativos, foi analisado o princípio da legalidade, em que o administrador só pode fazer aquilo que a lei determina ou autoriza e o princípio da segurança jurídica onde as decisões tomadas pelo administrador devem indicar as suas consequências jurídicas. Outro ponto relevante foi em questão do prazo de 05 anos para anular seus atos, salvo comprovada má fé. Por outro lado, se for constatado a existência de um ato de nulidade praticado pela Administração Pública, nada impede que a sua revisão seja realizada a qualquer tempo, ou seja, mediante a uma anulação de um ato administrativo sempre terá a possibilidade de uma revisão, sem necessidade de prazos estipulados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MORGADO, Almir de Oliveira. A Anulação ou Invalidação dos atos administrativos. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, X, n. 41, maio 2007. Disponível em: Acesso em 03 de maio de 2020. PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito administrativo - 31. ed. rev. atual e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018. MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo - 9. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.