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Resenha Crítica - Disciplina de Avaliação Economica em Projetos Renováveis

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO DE ENERGIA RENOVÁVEIS
Resenha Crítica de Caso 
Fabio Nelson Mescoito Gomes
Trabalho da disciplina Avaliação Econômica em Projetos Renováveis
Tutor: Prof. Márcio Jorge Gomes Vicente
Palhoça - SC
2020
COMPARAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS DE GERAÇÃO
(Escrever o título completo do caso: cor preta/caixa alta negrito, mesma fonte) 
Comparação Econômica de Projetos de Geração
A comparação econômica de projetos de geração permite a tomada de decisão a favor de uma alternativa com relação às outras, ou, ainda, o estabelecimento de uma ordem prioritária de desenvolvimento de projetos de geração ao longo do tempo (por meio de ordenamento dos custos de forma crescente).
Em sua forma mais simples, baseia-se na determinação do custo unitário da energia, utilizado como índice de mérito, usualmente expresso em US$/MWh ou R$/MWh.
Para considerar a diferença entre a vida útil econômica das diversas usinas, esses índices são, em geral, calculados em bases anuais: custos anuais e energia produzida anualmente.
A seguir, apresentam-se as etapas básicas do cálculo do referido índice.
Parcela relativa aos custos de investimentos e aos juros durante a construção, dada por:
CI = (I / EG) x FRG
Em que:
· I = Investimento, já considerados os juros durante a construção (JDC) e supondo-se ter sido efetuado no início da operação da usina;
· EG = Energia anual gerada, calculada por: EG = PI x FCM x 8760 (MWh/ano)
Sendo:
· PI = Potência Instalada (MW);
· FCM = Fator de Capacidade, que pode ser médio, mínimo, máximo, ou mesmo um valor resultante de avaliações estatísticas, quando se utiliza análise de riscos instaladas. Esse custo é muitas vezes representado como porcentagem dos custos de investimentos.
Por equações, pode-se inferir a relação existente entre os custos unitários e o fator de capacidade de uma dada usina, o que permitirá, por comparação com outras usinas (ou alternativas para uma mesma usina), a determinação de uma faixa de fatores da capacidade na qual esta será mais econômica do que as demais alternativas de geração.
O sistema econômico será aquele que determinará adequadamente, e da forma mais barata, essas características das diversas usinas, para atender aos requisitos de carga (demanda máxima, fator de carga).
A variação dos custos unitários com o fator de capacidade é função de diversos componentes e características das outras.
Os custos unitários de usinas termelétricas apresentam comportamento diferente em função do fator de capacidade em que operam, dependendo principalmente do tipo de combustível utilizado e da tecnologia associada.
As usinas termelétricas nucleares e a carvão, com altos custos de investimentos e baixos custos variáveis (operação + manutenção + combustível), em geral, adaptam-se à operação na base da curva de carga, com altos fatores de capacidade.
Usinas com baixos custos de investimento e elevados custos variáveis, como aqueles a gás, adaptam-se à operação na ponta da curva de carga, com baixos fatores de capacidade. Por sua vez, usinas com custos intermediários, como, em geral, as usinas a óleo, adaptam-se à posição intermediária na curva de carga.
Essas curvas foram desenvolvidas admitindo-se a não existência de restrições de combustível. Admite-se apenas saída de unidades devido aos índices de indisponibilidade forçada e programada.
Custo Unitário x Fator de Capacidade para Usinas Hidrelétricas
O custo de uma usina hidrelétrica é composto por duas parcelas:
1. Uma parcela fixa, praticamente independente da potência instalada (também denominada motorização), incluindo custos de barragem, vertedouro, estruturas principais, terremotos, etc. ;
2. Uma parcela variável, dependente do nível de motorização (ou seja, da potência instalada), incluindo custos de casa de força, tomada d’água, equipamentos eletromecânicos, etc.. Os custos de O&M são incluídos nesses custos variáveis.
De uma certa forma, a parcela fixa (associada às obras que determinam a capacidade de armazenamento) pode ser relacionada à energia a ser produzida pela usina, enquanto a parcela variável pode ser relacionada à potência instalada.
A partir dessa relação, pode-se usar CE (E de Energia) para representar os custos relacionados à parcela fixa e CP para o custo da potência instalada por unidade por unidade de potência (custo incremental de potência).
A equação do custo, deverá ser representada por:
C = CF + CV x POT x 10³ = CE + CP x POT x 10³ 
Em que:
· C = custo total da usina (US$);
· CF = custo fixos, correspondentes às parcelas relacionadas com a energia e, portanto, com CE;
· CV = custos variáveis, correspondentes às parcelas relacionadas com a potência instalada e, portanto, com a motorização da usina;
· CE = custo atribuído à energia (US$);
· CP = custo incremental de potência (US$/kW);
· POT = potência instalada em MW.
Assim como para as UTE’s, obviamente, usina de base será aquela econômica para fatores de capacidade elevados (operação com toda potência na maior parte do tempo) e usina de ponta, aquela econômica para baixos fatores de capacidade (operação com potência máxima apenas em parte do tempo).
Em geral, a alocação de usinas para atender à curva de carga (cobertura da curva de carga) tem como base, no caso das UHE’s, critérios econômicos dependentes principalmente do custo incremental de ponta e das distancias aos centros de carga (custo de transmissão).
Com relação ao custo incremental de ponta, lembrando-se que a potência varia proporcionalmente com a altura H e a vazão Q, sabe-se que, para uma mesma potência, vazões menores e alturas maiores levam a menores custos incrementais de ponta.
Assim, para UHE’s, tem-se, em geral:
· Usinas de alta queda com baixo custo incremental de ponta;
· Usinas de baixa e média quedas, com custo mais elevado.
Com relação à distância do centro de carga, menores distâncias implicam baixos custos de transmissão; e maiores distâncias, custos elevados.
A partir da equação apresenta anteriormente para custo das UHE’s, pode-se obter seu custo unitário (US$/MWh) em função do fator de capacidade:
CU = (CE x FRC) / (POT x FC x 8760) + (CP x FRC x POT x 10³) / (POT x FC x 8760)
CU = CME + CMP / (8,76 x FC)
Em que:
· CME = (CE x FRC) / (POT x FC x 8760)
· CMP = CP x FRC
· CP dado em US$/kW
· POT dada em MW
Sendo:
· CU = custo unitário da energia produzida (US$/MWh)
· CME = custo marginal de energia pura (US$/MWh)
· CMP = custo marginal de ponta pura (US$/kW.ano)
· FC = fator de capacidade (pu)
Com a equação CU x 8,76 x FC = CME x 8,76 x FC + CMP, chega-se ao custo unitário em US$/kW ano, CU’:
CU’ = CME’ x FC + CMP
Em que:
· CU’ = custo unitário da energia produzida (US$/kW ano);
· CMP = custo marginal de ponta pura (US$/kW ano);
· CME’ = custo marginal de energia pura (US$/kW médio);
Esse custo unitário pode ser também representado por:
CU’ = CME’ x H + CMP
Em que:
· H = horas de operação no ano;
· CME’ = custo marginal de energia pura em US$/kWh
Pois:
CME = CME’ x FC / (1 / H) = (CME x 8,76 x FC) / H = (CE x FRC x 8,76 x FC) / H =
CE x POT x 8760 x FC x H x 1000 x POT
Usando esse custo, em termos de US$/kW ano, podem ser construídos diagramas similares ao apresentado para UTE’s, em que é possível visualizar a melhor localização das usinas na curva de carga.
Determinação dos Custos Unitários de Projetos de Geração
Uma verificação mais detalhada da análise dos custos unitários, anteriormente apresentada, permite que se reconheça que, em sua determinação, o fator de capacidade da usina durante o seu tempo de vida útil é a principal variável representativa de sua integração a um sistema de potências.
A escolha e o cálculo do fator de capacidade a ser utilizado (mínimo, médio, máximo ou associado a riscos, conforme já apresentado) podem ser simples ou complexos, dependendo de diversas características, como objetivo da análise econômica, porte da usina e sua área de influência no sistema, tipo de sistema, tipos de centrais operando em um sistema, forma de interligação energética, formas de produçãoenergética e critérios relacionados com indisponibilidade, reserva etc. 
GRANDES PROJETOS DE GERAÇÃO INTEGRADOS A GRANDES SISTEMAS
Das situações possíveis, a que se configura mais complexa é a da integração de geração de grande porte em grandes sistemas hidrotérmicos interligados. Nesse caso, há a necessidade de estudos de simulação da operação do sistema a longo prazo, para a determinação de fatores de capacidade e atendimento a critérios específicos quanto à indisponibilidade e à reserva.
No caso de grandes usinas termelétricas, é necessária uma clara definição de suas condições operativas, até mesmo para verificar sua possível operação nas condições de uma complementação termelétrica voltada ao melhor uso da água.
Neste caso, de forma geral, valem as considerações a seguir:
É preciso, inicialmente, dimensionar as hidrelétricas, o que é geralmente complexo por diversos fatores, como o efeito de novas usinas no fator de carga, no fator de capacidade das usinas existentes, a melhor utilização possível de energia secundária (valorizada em termos de energia hidrelétricas deslocando termelétricas) e outros fatores.
Nesse contexto, faz-se análise de custo versus benefício para diferentes alternativas de motorização (capacidade ao ser instalado) das UHE’s, usando valorização advinda de dados e parâmetros do sistema e considerando trabalho na base, na semi-base (ou posição intermediária da curva de carga), na ponta e com uso de energia secundária e na ponta garantida.
Dimensionada a UHE, é estabelecido o custo de geração, por exemplo, em US$/MWh de energia firme ou garantida.
É importante notar que, entre outros aspectos, a análise é fortemente dependente de variáveis estatísticas/estocásticas, relacionadas principalmente com a disponibilidade de geração das hidrelétricas. Além disso, a análise é fortemente dependente dos processos de planejamento e de operação (principalmente quanto aos critérios associados à entrada em operação das termelétricas) do setor elétrico brasileiro.
TECNICAS PARA MELHORAR A UTILIZAÇÃO DE GERAÇÃO A PARTIR DE FONTES
É fundamental o entendimento de cada tecnologia com foco em suas principais características técnicas e econômicas, bem como no critério de apresentação a serem utilizados no planejamento e no dimensionamento. Também são listados resultados da introdução de algumas dessas tecnologias no Brasil.
Sistemas de geração de energia elétrica considerados renováveis, como hidrelétrico, solar fotovoltaico e eólico, apresentam características estatísticas e estocásticas que demandam medidas apropriadas para conciliar a geração com a carga, de forma que obtenha melhor uso das fontes primárias de energia e que reduza ao máximo as perdas.
São importantes características desses sistemas de geração a potência máxima e a potência que pode ser gerada constantemente durante a vida útil de operação, relacionadas respectivamente à capacidade instalada e à energia firme.
A capacidade instalada é a potência máxima (pico) que um sistema pode produzir instantaneamente. Ela é relacionada com os equipamentos de geração instalados. Com a energia firma, melhor será sua utilização.
Essas características são determinadas por meio de uma análise de dimensionamento que envolve avaliações técnicas, econômicas, sociais, políticas e ambientais.
Os métodos mais conhecidos para aumentar a utilização de energia renovável nos sistemas elétricos têm como conceito principal o emprego de sistemas de armazenamento para estocar a energia que poderia potencialmente ser gerada a mais do que a carga momentânea, nas situações em que permita seu consumo futuro, naquelas situações nas quais a carga excede a capacidade de energia à disposição.
Podemos citar como exemplos bastante conhecidos de todos nós as barragens das usinas hidrelétricas e as baterias dos sistemas solares fotovoltaicos e dos sistemas eólicos.
Pela natureza estatística e estocástica dos recursos, as técnicas de dimensionamento dependem fortemente de um processo baseado em coleta de informações, em critérios assumidos e em hipóteses quando ao futuro, processo sempre direcionado à solução mais econômica.
Isso faz com que, durante a vida útil, possam ocorrer situações de perda de parte do recurso primário devido a limitações no dimensionamento. Esse é o caso, por exemplo de uma usina hidrelétrica vertendo água por estar com seus reservatórios cheios em épocas de chuva, que do ponto de vista elétrico, é um desperdício.
CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DA EXPANSÃO DA GERAÇÃO
Quando aos critérios para as análises da expansão da geração de energia, é fundamental o entendimento quanto às importantes questões financeiras relacionadas ao planejamento desta geração objetivando sua ampliação.
Vamos enfatizar, então, os seguintes aspectos:
· A energia elétrica é um insumo energético nobre, além de ser uma forma de energia limpa e eficiente e de fácil manutenção e aplicação;
· A energia elétrica é um produto capital intensivo, que exige parcelas consideráveis da capacidade de investimentos do país;
· O investimento em projetos de geração de energia elétrica é um investimento com maturação lenta, que só passa a ter retorno após entrada em operação;
· Os projetos de geração de energia elétrica apresentam vida útil econômica longa (aspectos que atua em contrapartida ao anterior) tipicamente de 50 anos para UHE’s e 30 anos para UTE’s.;
· O planejamento da geração, principalmente para os países em desenvolvimento, implica a necessidade de muitas obras e de grandes parcelas de investimentos, apresentando como característica um crescimento exponencial da demanda, que se reflete em grandes necessidades de oferta.
Os dois aspectos básicos orientadores da análise da expansão da geração são:
· Os custos, dirigidos à busca da economia; e
· A qualidade, voltada principalmente à qualidade do atendimento.
A diretriz básica é oferecer eletricidade com mínimos e qualidade satisfatória. Quanto à análise econômica, que definirá as alternativas de custos mínimos, devem ser considerados os principais apresentados anteriormente, com inclusão de métodos adequados para determinação e custeamento de déficits (ou seja, energia não suprida).
Quanto à qualidade satisfatória, diversos aspectos e níveis podem ser considerados:
· Simples atendimento aos requisitos de energia e ponta;
· Índice de suprimento garantido acima de certo valor;
· Características mínimas garantidas quando de emergência;
· Relacionamento aberto e transparente com os consumidores.
A definição mais adequada dessa qualidade dependerá largamente do tipo, da localização e das características da carga. Assim, em um país com as disparidades do Brasil, diferentes metas de qualidade podem ser aplicadas, por exemplo, a áreas industriais, urbanas, rurais, regiões ou menos desenvolvidas, entre outras.
A equalização dessa qualidade será um tema estratégico que deverá nortear o rumo do planejamento a longo prazo, em conjunto com o desenvolvimento do país e sua homogeneização.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Vamos abordar as questões fundamentais da “Geração Distribuída” no Brasil. É importante entender que a geração distribuída consiste em estabelecer diversos pontos de geração de energia junto aos pontos de consumo.
Trata-se de uma revolução com potencial para mudar completamente a forma que estamos acostumados a gerar e consumir eletricidade. Nesta modalidade, o consumidor deixa de ser passivo, sujeito a qualquer tipo de política governamental que impacte o preço da tarifa de energia, e obrigado a comprar a energia da empresa concessionária do serviço de distribuição em sua região.
Para denominar esse novo tipo de consumidor foi usado o termo “prosumidor”, mesclando as palavras produtor e consumidor.
No Brasil, a geração distribuída foi regulamentada pela Resolução nº 482 da ANEEL, em 2012, e posteriormente atualizada pela Resolução nº 687, de 2015. A política adotada no Brasil é de compensação de energia, e permite que sejam usadas fontes de energia renováveis, com destaque para a energia solar fotovoltaica.
De acordo comas regras estabelecidas, a energia gerada pelos painéis solares é abatida da conta de luz das distribuidoras. Ou seja, no fim do mês o “prosumidor” irá pagar apenas a diferença entre o que gerou e consumiu.
A geração distribuída consiste em estabelecer diversos pontos de geração de energia junto aos pontos de consumo.
Caso a geração seja maior do que o consumo, serão gerados critérios energéticos, com validade de 60 meses, que poderão ser utilizados em períodos futuros com maior consumo. Tais critérios podem ainda ser aproveitados em outras unidades consumidoras, desde que localizadas dentro da área de concessão da mesma distribuidora.
Uma das principais vantagens de um sistema de geração distribuída é a eliminação das baterias, o que reduz bastante o investimento nos sistemas de geração. Em momentos onde a geração é maior do que o consumo, em vez de ser armazenada em bancos de bateria, a energia excedente é injetada na rede da concessionária.
Outra vantagem é que o “prosumidor” continua conectado à rede de distribuição, o que garante a disponibilidade de energia a qualquer momento, mesmo quando o sistema não está gerando.
Finalmente, a geração distribuída também beneficia o sistema energético como um todo. Como a geração ocorre junto aos pontos de consumo, as perdas com a transmissão de energia são praticamente eliminadas.
A Geração Distribuída tem vantagem sobre a geração central, pois economiza investimentos em transmissão e reduz as perdas nestes sistemas, melhorando a estabilidade do serviço de energia elétrica.
A geração elétrica perto do consumidor chegou a ser a regra na primeira metade do século, quando a energia industrial era praticamente toda gerada localmente. A partir da década de 40, no entanto, a geração em centrais de grande porte ficou mais barata, reduzindo o interesse dos consumidores pela Geração distribuída e, como consequência, o desenvolvimento tecnológico para incentivar esse tipo de geração também parou.
As crises do petróleo introduziram fatores perturbadores que mudaram irreversivelmente este panorama, revelando a importância, por exemplo, da economia de escopo obtida na cogeração.
A partir da década de 90, a reforma do setor elétrico brasileiro permitiu a competição no serviço de energia, criando a ocorrência e estimulando todos os potenciais elétricos com custos competitivos.
Com o fim do monopólio da geração elétrica, em meados dos anos 80, o desenvolvimento de tecnologias voltou a ser incentivado com visíveis resultados na redução de custos.
O crescimento da Geração Distribuída nos próximos anos parece inexorável e alguns autores fazem uma analogia com o crescimento do microcomputador em relação aos grandes computadores centrais (“main frames”).
As redes de energia são sistemas complexos, integrados e com uma interação sensível entre fontes de geração, sistemas de rede e a demandas de energia.
A rede elétrica tradicional, como visto anteriormente, tem como principais características uma infraestrutura de geração centralizada e consumidores com participação passiva sem contribuir com a gestão operacional das fontes de geração de energia.
Cada usuário é simplesmente um nó final para entrega de eletricidade. O fluxo de comunicação e de energia é unidirecional e, de forma geral, o objetivo do sistema elétrico é o fornecimento de energia para os usuários finais.
O novo modelo de rede elétrica inteligente propõe diversas novidades. A mais discutida e mais amplamente implementada é a infraestrutura de medição inteligente.
Nesse sentido, toda a medição, que exigia a presença de um técnico para anotar o consumo de cada medidor analógico nas unidades consumidoras, é substituída por medidores digitais, capazes de se comunicar diretamente com uma central.
Esse medidor digital, permite, entre outras funcionalidades, uma comunicação bidirecional com a central de energia. Assim, ao invés de o usuário apenas informar o seu consumo de energia, ele passa também a receber dados da empresa concessionária.
Dentre as vantagens desse novo modelo, estão a possibilidade de diferenciar o preço da energia ao longo do dia e informar ao cliente em tempo real as mudanças de preço e o seu consumo, e, ainda, controlar a carga dos clientes em caso de aumento excessivo da demanda.
Nesse caso, seria possível enviar notificações aos clientes para que se reduza o consumo desligando alguns aparelhos de forma a evitar o corte de energia em toda uma região.
Portanto, nesse novo modelo, toda a inteligência e automação que antes só existiam em parte do sistema, como em subestações, deverão ser levadas para todo o sistema, chegando à casa dos consumidores. Na proporção que o sistema muda, tanto a infraestrutura elétrica é afetada como a comunicação no sistema.
Nessa nova arquitetura, a comunicação entre a concessionária de energia e os consumidores é um passo fundamental para o progresso das redes elétricas inteligentes.
Outras vantagens que a infraestrutura de medição inteligente traz é a geração de energia pelo cliente. Muitas vezes, ao se falar em Geração Distribuída, se pensa nas formas de geração alternativas, como fazendas para geração de energia eólica ou usinas construídas para funcionar com a variação das marés. Tudo isso é a parte da iniciativa sustentável para reduzir a emissão de poluentes, conectando à rede plantas virtuais de energia renovável em escala industrial.
Contudo, a Geração Distribuída inclui também a geração de energia pelos clientes. Assim, uma residência equipada com um painel solar ou uma pequena turbina eólica pode ser uma fonte geradora para todo o sistema, disponibilizando o excesso de energia que foi gerado.
Isso só é possível devido à comunicação bidirecional dos medidores. Assim, a Geração Distribuída, os medidores inteligentes e outras tecnologias do lado de demanda estão se tornando cada vez mais necessário para controlar a demanda de energia, tanto durante o horário de pico quanto fora do pico.
Essas e outras características mudam o paradigma de geração de energia e distribuição. O sistema deixa de ser centralizado e unidirecional para formar uma rede de energia e comunicação. Com isso, o sistema de comunicação passa a ser totalmente integrado.
O futuro do sistema de energia elétrica inclui muitos pontos de mudança introduzidos pela modernização do sistema. Os pontos mais fortes considerados aqui incluem o cliente, a rede de distribuição e a rede de transmissão do sistema.
As empresas de distribuição terão que lidar com clientes mais consciente das possibilidades oferecidas pelo mercado, que terão essa resposta online. Estas possibilidades incluem:
· Tarifas flexíveis com preços competitivos;
· Geração de energia local;
· Suporte a programas de energias renováveis;
· Programas de economia de energia;
· Geração pelo lado da demanda; e 
· Serviços de comunicação e de faturamento.
Além disso, os eletrodomésticos poderão receber, em tempo real, o preço da energia via rede de comunicação. Com isso, os próprios dispositivos poderão otimizar o seu nível de consumo de acordo com o preço atual de energia.
Dessa forma, a eficiência na utilização da energia aumenta e o consumo é reduzido, o que ajuda a combater a crise de recursos energéticos.
As aplicações de automação residencial e de gerenciamento de energia residencial tendem a crescer e a incorporar novas funcionalidades. A tecnologia de rede usada para automatizar uma casa terá que coexistir com a rede de comunicação com a concessionária.
Existe ainda uma grande discussão sobre qual tecnologia deverá ser usada para a rede que irá interligar casas inteligentes, concentradores e medidores inteligentes. No lado da demanda, o uso de aparelhos inteligentes, a adoção de veículos elétricos e a geração distribuída fazem com que o perfil de carga do consumidor seja variado.
Os dados gerados do lado da demanda deverão ser filtrados e tratados a fim de gerar informação útil para as concessionárias. A rede de distribuição será muito mais ativa.
A Geração Distribuída poderá ser conectada a redes de distribuiçãoou ainda a redes de transmissão, e o controle deverá ser coordenado. A função da rede de distribuição ativa é interligar de forma eficiente as fontes geradoras de energia com a demanda dos consumidores, permitindo uma operação em tempo real.
Os tipos de geração deverão ser iniciados ou deixados em standby de acordo com o mercado de energia e com o controle da rede. A necessidade de supervisão dessa rede aumenta já que o equilíbrio entre oferta e demanda, também chamado de balanceamento de carga, é essencial para um fornecimento estável e confiável de eletricidade.
A rede deverá interagir com o consumidor e, para isso, o nível de controle necessário é muito maior do que em sistemas de distribuição atuais. Além disso, essa rede precisa ser protegida, e proteção requer tecnologias de custo competitivo, bem como novos sistemas de comunicação com mais sensores e atuadores do que no sistema de distribuição atual.
O uso de tecnologia da informação, comunicação e infraestruturas de controle serão necessárias devido ao aumento da complexidade de gerenciamento do sistema. O controle poderá ser distribuído em microgrids e Virtual Power Plants (VPP’s) para facilitar a gestão do sistema e sua integração, tanto no sistema físico como no mercado.
No Brasil, as iniciativas nessa área vêm crescendo bastante. Como característica geral, os projetos brasileiros iniciaram-se com a implementação de medidores inteligentes, já que é um ponto crucial inclusive para o funcionamento da Geração Distribuída.
Em seguida, o enfoque passa para Geração Distribuída e o desenvolvimento de sistemas de armazenamento de energia mais eficientes
As redes elétricas inteligentes estão provocando uma revolução nos sistemas de energia elétrica, pois exigem uma integração do sistema elétrico com diversas outras áreas de pesquisa, incluindo fortemente as redes de comunicação.
No contexto de redes elétricas inteligentes, a geração distribuída de energia elétrica com enfoque no requisito e desafio que são trazidos às redes de comunicação que darão suporte à transmissão de dados e mensagens de controle em redes elétricas inteligentes.
Como ainda não existem soluções completas e consolidadas, há bastante espaço para pesquisa e desenvolvimento em arquiteturas de rede e modelos e protocolos de comunicação que possam ser usados nas redes elétricas do futuro.
Caso a geração seja maior do que o consumo, serão gerados créditos energéticos, com validade de 60 meses, que poderão ser utilizados em períodos futuros com maior consumo. Tais créditos podem ainda ser aproveitados em outras unidades consumidoras, desde que localizadas dentro da área de concessão da mesma distribuidora.
Uma das principais vantagens de um sistema de geração distribuída é a eliminação das baterias, o que reduz bastante o investimento nos sistemas de geração. Em momentos onde a geração é maior do que o consumo, em vez de ser armazenada em bancos de bateria, a energia excedente é injetada na rede da concessionária.
Outras vantagens é que o “prosumidor” continua conectado à rede de distribuição, o que garante a disponibilidade de energia a qualquer momento, mesmo quando o sistema não está gerando.
Finalmente, a geração distribuída também beneficia o sistema energético como um todo. Como a geração ocorre junto aos pontos de consumo, as perdas com a transmissão de energia são praticamente eliminadas.
AVALIAÇÃO ECONOMICA EM PROJETOS
O estudo de viabilidade de qualquer negócio é iniciado pela esfera econômica. Dentre as várias alternativas de investimentos, é possível a identificação do projeto mais viável que possua bom retorno e que o investidor tenha afinidade.
Para mostrar sua consistência, é preciso que seja feito com base em estimativas coerentes e confiáveis dos elementos de custos e de receitas, o que permitirá montar um fluxo de caixa projetado.
Para tanto, inicialmente, se analisa se o lucro projetado é positivo, o resultado do fato de que as saídas projetadas necessitam ser menores do que as entradas. Quando a decisão de investimento está baseada somente na análise comparativa das receitas entrantes e de saídas referentes aos custos e despesas, resultando em lucro, trata-se de viabilização econômica.
Ainda deve-se considerar que quando a decisão de investir for baseada na disponibilidade de recursos, com a finalidade de se obter o equilíbrio entre as entradas e saídas, será considerado o fluxo de caixa, que na verdade é a própria viabilidade financeira.
Resumidamente, um estudo de viabilidade econômico-financeira procura caracterizar um empreendimento que proporciona lucro aos investidores, sendo capaz de evitar saldos negativos, de forma a proporcionar um fluxo de caixa positivo ao longo da vida útil do empreendimento.
As ferramentas mais usadas para uma análise de viabilidade de um projeto são:
· Taxa Interna de Retorno (TIR);
· Valor Presente Líquido (VLP);
· Período de Retorno do Investimento (Payback);
· Índice de Retorno.
A análise por meio destas ferramentas permite identificar o lucro e se a Taxa de Retorno do projeto estudado é maior do que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), também conhecida como custo de oportunidade.
A decisão de em qual projeto deve-se investir resume-se em escolher um projeto entre diversas alternativas, após um estudo embasado na engenharia econômica. Porém, se houver apenas um projeto em estudo, sua rentabilidade precisa ser comparada com o rendimento de aplicações financeiras disponíveis ao empreendedor ao mesmo volume de recursos.
Como a TMA é a taxa de juros que representa o mínimo que o investidor deseja obter, as rentabilidades destas aplicações servirão de base para definir a TMA.
O processo de avaliação envolve três etapas:
· Projeção do fluxo de caixa;
· Cálculo da TMA;
· Aplicação de técnicas de avaliação.
Após definir o horizonte da análise, coletar dados relevantes, elaborar as estimativas de fluxo de caixa e obter a TMA, o passo seguinte à elaboração da perspectiva do investimento consiste na análise dos ganhos oferecidos pela decisão.
Para melhor análise, é importante considerar o momento em que ocorrem as receitas e os gastos e trazê-los para o mesmo período, por meio de um fluxo de caixa descontado.
A seguir são apresentados os principais parâmetros associados a uma análise econômico-financeira de um projeto, que auxiliam na tomada de decisões financeiras.
Payback é uma ferramenta de grande uso no mundo dos negócios para auxiliar nas tomadas de decisões, decorrente do seu fácil entendimento e aplicabilidade. O tempo necessário para recuperar o investimento é geralmente medido pelo pagamento de volta ou payback, uma palavra que vem do inglês.
Payback é definido como o período necessário para recuperar o capital investido, ou seja, é o período necessário para que os lucros de um investimento consigam cobrir o capital empregado.
Este método consiste em apurar o tempo necessário para que um investimento cubra os dispêndios iniciais. Existe um tempo para recuperar o que foi investido e somente depois que o valor dos lucros se equipararem ao investimento inicial é que se pode afirmar que tal empreendimento está tendo retorno.
AVALIAÇÃO ECONOMICA EM PROJETOS – PARTE II
De acordo com as avaliações econômicas de projetos energéticos no atual cenário brasileiro, deve ser utilizada a Teoria de Opções Reais (TOR), para o detalhamento do projeto de integração no cenário da viabilidade econômico-financeira, face à aleatoriedade dos parâmetros envolvidos, o que causa incertezas.
O método do VLP vem sofrendo críticas por ignorar opções implícitas em projetos (abandono, estratégia de crescimento e espera por melhores condições – timing de investimento, por exemplo), levando a erros significativos quanto à incertezas e/ou flexibilidades que são relevantes no projeto.
Na Teoria de Opções Reais, é considerada a natureza estocástica da evolução dos preços (ou de qualquer outra variável do modelo), com um modelo estocástico, enquanto no método do VLP, o preço para calcular a receita é o preço atual do mercado, uma sequência,ou um valor esperado do preço na data em que o projeto iniciará a sua operação.
Quando aplicada a projetos de investimentos, a TOR integra estratégia e finanças, considerando analiticamente as flexibilidades gerencias e as opções implícitas nos projetos.
O princípio de neutralidade ao risco é uma boa ferramenta por permitir a superação de dois problemas de importância presentes nas técnicas tradicionais do VLP, que são:
· Determinação da taxa de desconto; e
· Estimativa das probabilidades dos diversos cenários futuros.
Para isso, é necessário utilizar técnicas mais sofisticadas da teoria de probabilidade e técnicas de otimização dinâmica sob incerteza, nas quais a Teoria das Opções Reais possui sofisticadas ferramentas matemáticas, que consideram as flexibilidades gerenciais existentes nas oportunidades de investimento.
Isto representa uma evolução na metodologia de análise de projetos para diversas aplicações em vários segmentos industriais, inclusive no segmento cloro-soda e projetos a serem desenvolvidos no Setor Elétrico Brasileiro.
Referência: 
(ex: SOBRENOME, Nome. Título do caso. Harvard Business School, mês ano. Disponível em: http://www.xxxxxxxxxx/xxxxx. Acesso em: dia mês ano
A partir daqui, digite seu texto na cor preta, como informado nas orientações para elaboração da resenha crítica do caso.
XXXXXXXXXXXXXXXXXX em 
* Ao final, apague todas as orientações em vermelho

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