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Tutela provisória de urgência e evidencia Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa

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Tutela provisória de urgência e evidencia Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa (Prof. Renato Higa)
Conteudo programático :
· Tutela provisória
· Tutela de urgência
· Tutela de evidencia
· Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa 
· Procedimentos especiais de jurisdição voluntaria
Bibliografia:
Novo curso de direito processual Civil (Marcus Vinicius Rios Gonçalves Vol I , editora Saraiva)
TUTELA PROVISÓRIA 
CPC de 1973
· Ação cautelar
· Tutela antecipada
 No CPC de 73 existia 3 tipos de ação ( conhecimento , execução e ação cautelar) 
Conhecimento : Era uma ação em que o juiz procurava conhecer , a LIDE , para aplicar o direito ao caso completo.
· Declaratória 
· Constitutiva
· Condenatória
Execução: e uma ação que visa satisfazer direitos , tem caráter material , com proposito de satisfazer o credor , em face do devedor.
Cautelar: a ação cautelar não existe mais no código atual , somente no de 73 , a mesma buscava resguardava provisoriamente uma situação de “periculum in mora “ ou seja risco de sofre dano irreparável ou difícil reparação de um direito. Através dela que se deferiam as “LIMINARES”, para que no curso do processo o direito não perecesse, pois o processo de conhecimento e muito demorado.
O Prof. Antônio Claudio da costa machado , disse: “existem situações na vida em que estamos em uma emergência jurídica , e a cada momento que passa há o risco do direito de perder “
Nesse processo após a P.I o juiz concedia-se a tutela antecipada “ Liminar” , algumas vezes sem ao menos ouvir o réu (Inaudita altera parte) 
EX: Ação Cautelar : O devedor para fugir do credor , esta tentado transferir os seus bens para um terceiro ( fraude contra credores) , o credor ao tomar conhecimento , encontra-se em perigo de prejuízo , pois se os bens forem transferidos ele será prejudicado e terá grande trabalho ou ate mesmo não conseguiria reaver o patrimônio , assim sendo o mesmo promovia uma ação de ARRESTO , onde tornava-se os bens do devedor indisponíveis .
Ocorre que a ação cautelar não era satisfativa , ou seja , não resolvia o problema , pois a lei dizia que o autor tinha que entrar com uma ação principal no prazo de 30 dias (execução) , dando assim caráter INSTRUMENTAL a ação cautelar . 
O modelo em questão sofreu uma critica , que veio a acarretar a mudança posterior , pois na cautelar tinha que se fazer uma P.I , pagar custas e todo resto do procedimento inicial do processo , e depois teria que ser feito toda uma petição do processo principal com os mesmos requisitos pressupostos etc... 
Mediante a essa dificuldade o legislador em uma mini reforma do CPC introduziu no artigo 273 CPC , a TUTELA ANTECIPADA , na tentativa de evitar duas ações onde a mesma era inserida na própria ação de conhecimento .
EX: alguém precisava de um medicamento urgente , o mesmo esta em perigo da demora , então o art 273 permitia que na própria petição inicial do processo de conhecimento , o autor formulasse o pedido de tutela antecipada , esta que uma vez deferida vigorava durante o processo de conhecimento .
Devido aos dois mecanismos estarem em vigência , ao mesmo tempo havia uma confusão a cerca de quando era cabível ação cautelar ou tutela antecipada. 
Para resolver essa pendencia no NCPC 2015 veio a revogar a ação cautelar 
CPC de 2015 –
 No dicionário : Tutela = proteção .
Quem vai ao judiciário , esta procurando uma tutela (proteção) ao um bem jurídico.
Existindo assim :
Tutela antecipada :Proteção concedida em sede de liminar, no inicio ou no meio do processo antes da sentença condenatória. Que em caso de deferimento a mesma permanece durante o curso do processo, e uma decisão que visa proteger provisoriamente o bem jurídico ate o momento da tutela definitiva. A mesma e uma decisão interlocutória , não se tratando de sentença de mérito , cabendo AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Esta e uma situação onde o juiz visa proteger mediante urgência ou emergência.
Tutela definitiva : e aquela que e concedida em uma sentença de mérito. (sentença definitiva), proferida após todo contraditório ao fim do processo
- Tutela provisória (gênero) – Decisão interlocutória que pode ser , modificada ou revogada a qualquer momento do processo , pois não faz coisa julgada.
Art 294 a tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidencia .
§ Único : a tutela provisória de urgência , cautelar ou antecipada , pode ser concedida em caráter de antecedente ou incidental .
· Tutela de urgência (tipo) - ( cabem em qualquer processo ) , O Juiz se contenta com a mera probabilidade do direito , e uma cognição superficial.
Cognição superficial 
1- Antecipada : 
EX: uma pessoa e segurado de plano de assistência medica , pagando regularmente , e esse individuo precisa de uma autorização para realização de uma cirurgia , e o plano de saúde indefere alegando não previsão contratual do plano contratado , essa pessoa (autor) se encontra em situação de urgência , pois o mesmo precisa fazer a cirurgia , sendo assim o mesmo precisa de uma decisão que obrigue o plano a custear a cirurgia , há risco de dano se a cirurgia não for realizada uma vez que a situação pode-se agravar no curso do processo , demonstrados os elementos , o juiz através de decisão interlocutória , concede a TUTELA DE URGENCIA ANTECIAPADA.
Na tutela antecipada , a própria tutela definitiva , foi antecipada em sua integralidade . a doutrina diz que a tutela antecipada e SATISFATÓRIA ou seja o autor recebe no inicio do processo o seu direito pleiteado. 
Obs: toda decisão em inicio processual é LIMINAR , porem nem toda LIMINAR é tutela de urgência , ex: ação de alimentos provisórios, e liminar de reintegração de posse ( em caso de posse nova) , sem cogitar o perigo só com base no prazo.
PERIGO DE DANO TUTELA ANTECIPADA SATIZFAZ O PEDIDO ANTECIPADAMENTE 
RISCO AO RESULTADO UTIL DO PROCESSO TUTELA CAUTELAR NÃO SATISFAZ O PEDIDO ANTECIPADAMENTE
2- Cautelar
EX: dois herdeiros estão disputando a herança , , nesse caso há uma disputa pela posse de um cavalo (semovente) e esse litigio esta colocando em risco a vida do animal , nesse caso o autor pede ao juiz uma cautelar de sequestro , e pede que o animal seja entregue a terceiro ( inventariante) , nesse caso o inventariante não houve uma antecipação de tutela definitiva , o mesmo obteve uma decisão cautelar diferente do pedido da inicial , visado meramente a proteção do bem jurídico ate que o processo seja resolvido no mérito .
Para o autor ele esta mais fortalecido , quando pede tutela antecipada , pois a decisão não o satisfará , apenas protegera o bem jurídico. A mesma resguarda a tutela da decisão definitiva.
Fred Didier faz seguinte analogia: Uma pessoa quer comer um bife , em sede de tutela antecipada a pessoa tem o direito de comer o bife imediatamente , Porem na tutela cautelar , o bife fica protegido e ninguém come ate a decisão de quem poderá comer o bife. 
· Tutela de evidencia Art 311 NCPC
Não existe situação de periculum in mora ou de urgência, mas há uma situação de indícios que evidenciam o direito do autor , tudo indica que o autor tem razão.
EX: o autor na própria P.I alega um fato que já tem jurisprudência pacifica do STF , existindo uma sumula vinculante, nesse caso o juiz esta perante a fato evidente , porem o mesmo não pode julgar de cara , pois e necessário citação do reu , contraditório etc.. assim sendo o mesmo concede tutela antecipada de evidencia , não sendo necessário incidir perigo de demora ou urgência.
Requisitos da tutela de urgência 
I- ”Periculum in mora” – o autor se encontra em situação de urgência onde não e possível esperar por uma sentença definitiva, O Prof. Antônio Carlos da costa machado diz: “ a cada minuto que passa o risco de dano aumenta mais , o tempo encontra-se contra os interesses da parte , e seu interesse esta ameaçado”.
1- Perigo de dano – ocorre quando o próprio direito da parte se encontra ameaçado .
EX: uma pessoa esta doente e precisa de um medicamento importado , o referido medicamento não esta disponível e portanto não sera fornecidopelo estado , mediante situação o autor ingressa com uma ação de obrigação de dar em face do estado alegando na CF a integralidade universalidade do acesso a saúde. Porem se o autor tiver que esperar uma decisão definitiva para fazer o uso do remédio , será tarde demais , não e possível esperar , sendo assim mediante provocação o juiz concede a tutela antecipada de urgência que obriga o estado a fornecer o medicamento.
2- Risco do resultado útil do processo – O direito ou bem não corre perigo , o autor não esta sob perigo de lesão ao seu bem , porem o autor tem o receio que ao final do processo quando o juiz sentenciar , a mesma terá resultado ineficaz (inútil) , nesse caso o juiz defere uma tutela cautelar , que não ira satisfazer o direito pleiteado pelo autor , mas permitira uma proteção ao mesmo .
EX: Quando dois sócios de uma empresa , resolvem criar uma sociedade porem após eles não se entendem , não entram em consenso para desfazer a sociedade ,um dos sócios esta tentando desviar o patrimônio da empresa para si com atos desonestos , quando isso ocorre o outro socio promove uma ação de dissolução da sociedade e apuração de haveres . O autor tem o receio de quando o juiz determinar o fim da sociedade a mesma seja inútil , pois teme que durante o processo o socio pratique atos com vistas ao esvaziamento dos bens da empresa , assim sendo o mesmo requer uma TUTELA CAUTELAR o juiz determina o ARROLAMENTO dos bens . Para determinar esse rol , o juiz envia um oficial de justiça onde são discriminados todos bens e ativos da empresa , com vistas a resguardar os mesmos.
II- “Fumus boni iuris” (probabilidade do direito)- O juiz se contenta com a mera probabilidade do direito do autor , fazendo uma cognição superficial.
III- Verossimilhança - Pedido razoável , plausível há razoabilidade no fato narrado. ( ex extravio de correspondência do Detran)
IV- Requerimento da parte- Só e possível tutela de urgência , quando requerido ou antecedente ou incidental no curso do processo. 
V- Inexistência de irreversibilidade. A tutela de urgência e algo provisório que pode ser revogado ou modificado , pois se não há reversão a mesma não será concedida pois esta representaria uma antecipação da matéria de mérito 
Art 300 §3º CPC A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. ... § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
- Por vezes há irreversibilidade reciproca : EX o STF considerou 3 possibilidade de aborto (estupro , risco a saúde da mãe e anencefalia) uma gestante , alega ter sido vitima de um estupro e solicita ao judiciário autorização para abortar , nesse caso a situação e irreversível de dois lados , pois se o juiz concede a tutela antecipada , não da para reverter , não obstante se ele indeferir a criança nascerá e não será mais possível efetuar o aborto . Nesse caso Marcus Vinicius Rios Gonçalvez diz que : “ em caso de irreversibilidade reciproca o magistrado aplicara o principio da proporcionalidade do bem jurídico mais importante.
Outro exemplo e o caso de um testemunha de Jeova que necessitava de transfusão de sangue , onde o hospital pediu tutela antecipada de urgência para fazer a transfusão de sangue , como há irreversibilidade reciproca , mede-se o direito a vida com o direito a liberdade religiosa , considerando o principio da proporcionalidade o juiz concedeu a tutela.
CAUÇÃO – Art 300 §1º CPC
Para a concessão da tutela de urgência , o juiz pode conforme o caso ,exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer , podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente , não puder oferece-lo.
· Caução real – É dinheiro , bem móvel ou imóvel 
· Caução fidejussória – Caução pessoal , Fiador .
EX: uma pessoa recebe uma notificação do cartório de protesto , dando uma data para pagamento ou será protestada , so que este devedor não reconhece a divida , então o mesmo entra com uma ação declaratória de nulidade da divida , esse individuo esta em periculum in mora , o juiz antes de deferir a liminar ser protestado o mesmo faz o caução do valor num deposito em juízo para resguardar o pagamento em caso de indeferimento do pedido.
Poder geral do juiz para a concessão de tutelas provisórias ( Art 297 CPC)
“ O Juiz poderá determinar medidas que achar adequadas para a efetivação da tutela provisória.”
E efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao comprimento provisório da sentença no que couber .
Seria humanamente impossível , o legislador prever em lei todas hipóteses de “periculum in mora” , pois há infinitas possibilidades , assim sendo o legislador estabeleceu uma regra genérica o juiz , permitindo que o juiz aplique a medida que julgar mais ADEQUADA
A palavra adequada , e uma medida que segundo ao prudente arbítrio do juiz , ou seja sua discricionariedade , lhe pareça cabível , decidindo com base na equidade
Em regra a atuação do juiz e restrita a forma da lei , porem nesse caso o legislador atribuiu o PODER de ampla discricionariedade ao juiz para decidir sobre tutelas provisórias .
Na tutela provisória , não se aplica o principio da adstrição , a decisão do juiz pode extrapolar ou minimizar o pedido.
EX uma pessoa alegou que eu veiculo havia sido clonado (dublê) , logo entrou com o pedido de tutela antecipada , para retirada dos pontos da carteira , o juiz ao perceber que a solução não seria a mais adequada , logo o mesmo decide pela substituição das placas do veiculo ao invés do pedido , pois essa solução realmente garantirá solução em sede de tutela provisória.
Esse poder , pode ensejar abusos por parte dos magistrados , caso haja esse desvio , a parte prejudicada tem um “remédio” para essa situação , é utilizado o agravo de instrumento (art 1015 CPC), Em caso de periculum in mora , o relator no tribunal que recebe o recurso , tem poder de aplicar efeito suspensivo a tutela de urgência.
Obs : principio da adstrição : Juiz só pode conceder o contido no pedido.
A efetivação da tutela provisória vai observar o cumprimento da sentença 
Existem alguns recursos que não tem efeito suspensivos, somente devolutivo , toda vez que o recurso tiver efeito devolutivo , e possível efetuar a execução provisória ou cumprimento provisório da sentença (antes do transito em julgado) . As regras do cumprimento provisório da sentença estão previstas no art 520 CPC e são aplicadas na efetivação da tutela provisória no que couber .
Art 520 CPC o cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo sujeitando-se ao seguinte regime :
I- Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente que se obriga se a sentença for reformada , a reparar os dados que o executado haja sofrido 
II- -Fica sem efetito , sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando -se eventuais prejuízos aos mesmos autos (Status “QUO ANTE” )
III- Se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte , somente nesta ficara sem efeito a execução 
IV- O levantamento de deposito de dinheiro e a pratica de atos que importem a transferência de possse ou alienação de propriedade ou de outro direito real ou dos quais possa resultar grave dano ao executado , dependem de caução suficiente e idônea arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos autos.
Quando e comprovada má fe (dolo) do promotor de justiça , cabe ação regressiva contra o membro do MP , Juiz etc... , respondendo inclusive com patrimônio pessoal.
 Responsabilidade civil pelo dano causado pela efetivação da tutela de urgência ( art 302 CPC) 
Independente da reparação por dano processual a parte reponde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar a parte adversa ( inc I a IV )
A indenização sera liquidada nos autosem que a medida tiver sido concedida , sempre que possível. 
Dano processual : Agir com litigância de má fé (art 80 CPC ) 
Nesse caso o litigante vai pagar multa não inferior 1% e não superior a 10% do valor da causa , despesas , honorários , custas e prejuízos sofridos pela outra parte.
A responsabilidade Civil nesse caso e objetiva , ou seja não sendo necessário provar culpa ou dono , somente precisando provar o dano causado.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.
TUTELA ANTECIPADA ANTECENDENTE (Arts 303 e 304,CPC)
Tutela antecipada: Adite duas possibilidades:
· Incidental : É aquela que e definida, preenchidos os requisitos, no curso do processo , no seu andamento (começo, meio e fim , fase de conhecimento e execução).
Ex: O autor precisa de uma autorização do seu plano de saúde para fazer uma cirurgia , o mesmo fez uma P.I e na própria , em uma ação condenatória , pede uma tutela antecipada pedindo a condenação a danos morais e materiais. O Juiz pode no decorrer do processo dar a liminar antecipada , ates mesmo de citar o réu (inaudita altera parte) .
Ex2 : O autor quer a condenação do plano de saúde porem não pede a tutela antecipada , na P.I , o mesmo pede a condenação mas não solicita a Tutela antecipada . Porem no curso do processo surge o “Periculum in mora “ , nesse caso a tutela pode ser pedida 
Obs : É possível pedir a tutela antecipada , mesmo se a matéria já estiver em instancias superiores (TJ , STJ , STF). 
· Antecedente: É uma medida concedida antes do processo , e uma novidade do CPC/2015 .
EX: o autor precisa da autorização do plano de saúde para fazer uma cirurgia , ela se encontra em “periculum in mora” (risco de dano a vida) , ao procurar seu advogado , o autor não traz todos os seus documentos , ou elementos para a P.I condenatória , e a sua cirurgia tem q acontecer brevemente , portanto não daria-se tempo de elaborar uma P.I robusta com todos elementos e argumentos . O Advogado mediante a necessidade iminente entra com uma P.I singela , não esgotando todos os argumentos , somente com elementos que tem acesso , a mesma ira elaborar apenas um pedido: “ O pedido da tutela antecipada”
OBS 1: Nas petição inicial de tutela antecipada antecedente tem que valorar a causa levando em consideração a tutela definitiva, e danos etc...
Art 303 CPC – “ nos casos em que a urgência for contemporânea a propositura da ação , a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e a indicação do período de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo ou risco ao resultado útil do processo.
- Concedida a tutela : autor tem prazo de 15 dias para aditar a inicial nos mesmos autos , sem incidência de novas custas . Em casos excepcionais pode-se ceder maior prazo a ser fixado pelo juízo. Em caso de não aditamento , o processo será extinto sem resolução do mérito. 
- Indeferida a tutela : Autor tem prazo de 5 dias para emendar a inicial , sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 
- Se o juiz tiver duvida : O Juiz agenda Audiência de justificação ( Art 300 §2º ) , na mesma o autor tem oportunidade de levar testemunha afim de levar elementos de convicção para o juiz , já que as provas documentas ,não deram a robustez necessária . Nessa audiência não ocorre a presença do Réu.
- ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA: Se o réu não apresentar agravo de instrumento contra a decisão que deferir a tutela antecipada: Ocorre a estabilização da tutela antecipada . O processo será extinto e somente por ação própria (ação de revisão e invalidação de tutela antecipada estabilizada ) poderá haver revisão ou invalidação.
OBS : Estabilização da tutela não faz coisa julgada , prazo para a ação se extingue em dois anos contados da extinção do processo. Após os dois anos se dará efeito de coisa julgada.
EX: Houve uma P.I onde e formulado o pedido de tutela antecipada antecedente, solicitando home care a um paciente em face do plano de saúde. Imaginemos que o juiz concede a tutela antecipada antecedente feita através de decisão interlocutória , o Réu ao se deparar da decisão o mesmo possui 15 dias para apresentar o agravo de instrumento. 
Em caso de não apresentação do agravo de instrumento : O legislador entende que o réu aceitou a tutela antecipada (art 304 CPC) , ou seja o plano esta aceitando pagar o home care , por logo o processo será extinto e haverá a estabilização da tutela antecipada.
No caso que há concessão da tutela :
· O autor não aditou a inicial 
1- O réu não agrava de instrumento : há a estabilização 
2- O réu agrava de instrumento : O agravo e julgado podendo revogar/anular/reformar a tutela ou estabilizar de acordo com a decisão do TJ.
TRABALHO : DIFERENÇA ENTRE ADITAMENTO E EMENDA (1 pt na media)
	
TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE – Arts 305/310 CPC
-A petição inicial da ação que visa a prestação da tutela cautelar em caráter antecedente indicara a lide e seu fundamento , a exibição sumaria do direito (“ fumus boni iuris”) que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado iutil do processo.
- Caso entenda que pedido que se refere o art 305 (caput) tem natureza antecipada e possível e fungibilidade.
- Prazo de constestação = 5 dias 
- Efetivada a medida cautelar , o autor tem 30 dias para reformular o pedido principal.
- Art 309 cessação da tutela concedida em caráter de antecedente 
· Se o prazo e perdido cessa a liminar , ou seja a mesma não produz mais efeitos no mundo jurídico .
· De mesma forma se a tutela antecipada não for efetivada em 30 dias a mesma perde os efeitos , porem somente quando a efetivação da liminar decorra de motivo alheios a vontade do autor.
· 
· PROVA : se o autor perder o prazo para efetivar a tutela , cessa a liminar??
· Depende , se por omissão sua sim , perde a eficácia , porem se o motivo da não efetivação decorrer de motivos alheios a vontade do autor não se perde a eficácia.
· 
· O pedido principal , da ação , tem que decorrer da tutela antecipada , ou seja tem que haver conexão .No mesmo pode haver novos fundamentos e novas provas , observada a conexão
· Se a Petição inicial do pedido principal for indeferida , cessa os efeitos da liminar.
- Art 310, CPC – inexistência de coisa julgada , exceto decadência ou prescrição.
- Só e pedida em sede pré-processual , o autor pede so a tutela cautelar e pede o pedido principal depois , por diversas razões , por não dispor de tempo ou de todos elementos para elaborar o pedido principal. 
- Não e satisfativa , apenas protege temporariamente um direito que se encontra em perigo.
EX: um casal , vive brigando e o marido além de ofensas verbais , constantemente agride fisicamente sua esposa, o mesmo ainda ameaça a mulher “ se você pedir o divorcio algo de pior vai acontecer” , A mulher pensa em sair de casa , o art 1566 CC pesa que a vida em comum no mesmo domicilio , logo o cônjuge que sai de casa , pratica o abandono do lar , e nessa hipótese o mesmo sofre consequências , diante dessa lide , advogado promove uma tutela cautelar antecedente , pedindo em liminar que o juiz promova uma autorização para que a mulher saia de casa (tutela antecipada cautelar antecedente de separação de corpos). Após da tutela será formulado o pedido de divórcio . 
EX 2 = a mesma mulher no mesmo problema , porem a mesma não tem para onde ir , logo o Advogado pode pedir em tutela cautelar antecedente , para separação de corpos com expulsão do marido de casa . A decisão correem segredo de justiça e e inaudita altera parte , ou seja o marido e citado e já e retirado da casa . A professora Agatha Pelegrin em seu manual de processo civil defende esse tipo de liminar pois não fere o contraditório , sendo que o mesmo esta apenas suspenso ,podendo ser revisto.
EX 3 : Um casal vive junto , e a mulher promove uma ação de divorcio , so que o marido que ate então era tranquilo , ao ser citado , o mesmo muda de personalidade se tornando , agressivo no curso da ação de divorcio, nesse caso e cabível uma tutela cautelar INCIDENTAL , pois a antecedente somente antes do inicio do processo.
EX 4: Um casal esta em vias de se separar , então o marido planeja levar as crianças para o exterior , com proposito de dificultar a mãe a ter contato com sua prole , a mãe procura um advogado e ao explicar o caso , que por sua vez elabora um pedido de tutela cautelar antecedente de busca e apreensão ( ocorre para coisas , semoventes ou pessoas absolutamente incapaz), então o juiz expede a liminar e um oficial de justiça busca o responsável e impede a viagem. 
PROVA: qual diferencia entre tutela antecipada e cautelar??
A antecipada satifaz e ocorre a estabilização , a cautelar não satisfaz e não ocorre a estabilização.
Fungibilidade das tutelas de antecipadas
A doutrina admite fungibilidade das tutelas antecipadas , a exemplo do que ocorre com os recursos e ações possessórias no processo civil. Visando a economia processual.
Ex: Em uma P.I um o autor interpreta que e caso de uma tutela antecipada , ocorre que o juiz entende diferente de maneira a verificar que a mais apropriada , e uma tutela cautelar , nesse caso o magistrado aplica a fungibilidade , deferindo a tutela antecipada como se cautelar fosse . 
Prazo para formular o pedido principal em tutela cautelar : Quando ocorre a efetivação da tutela antecipada , o prazo para a P.I do pedido principal e de 30 dias uteis.
Efetivação e diferente de Concessão , a ultima e a simples decisão , a anterior e o momento em que a liminar realmente e cumprida.
TUTELA DE EVIDENCIA – Art 311 , CPC
- Somente se admite na modalidade incidental.
- Art 311 CPC – não se exige a demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo incisos I ao IV , do art 311 CPC.
- Nessa modalidade de tutela antecipada , o autor esta em uma situação que tudo leva a crer que o autor tem razão do pedido , ou seja a P.I traz todos indícios e evidencias .
- A tutela de evidencia , protege direito evidente , liquida e certa , que permite o juiz antecipe a satisfação do direito .- Somente a requerimento das partes
- Quando ficar evidente abuso do direito de defesa através mecanismos protelatórios e litigância de má fé .
EX : o Autor alega que esta sedo cobrado de maneira ilegal de um tributo chamado taxa de iluminação , como a iluminação e custeada por impostos e não pode ser fato gerador de taxa , e já existe uma sumula vinculante do STF , declarando inconstitucionalidade da cobrança , nesse caso mediante a obviedade da procedência do pedido do autor o juiz concede uma tutela de evidência .
Existem dois tipos de ação que se subdividem-se :
-Conhecimento: É aquela em que o juiz quer conhecer a lide ,conhecer o mérito , e caracterizada pela ampla instrução probatória. Começa com uma P.I e termina com uma Sentença de mérito transitado em julgado.
a) declaratória 
b) constitutiva 
c) condenatória 
- Execução : É aquela em que o juiz pratica atos materiais de satisfação do credor , portador de : 
a) titulo executivo judicial (515 CPC) - fase de cumprimento de sentença.
b) extrajudicial (art 784 CPC). 
Ação ≠ Procedimento
Procedimento = Rito 
Procedimento e a sequencia legal dos atos do processo, faz-se uma analogia do procedimento como se fosse uma linha de metro em que cada ato e uma estação .
Ação de Conhecimento tem dois tipos de procedimento :
a) Procedimento comum : sequencia base , da maioria das ações de conhecimento 
b) Procedimento especial: e aquele rito que difere do procedimento comum , onde os atos seguem outra ordem . A doutrina diz que foi necessário criar procedimento especial , pois a relação jurídica de direito material e peculiar , que justifica o procedimento diferente. 
Os procedimentos especiais , estão no CPC ou em leis extravagantes ( ex: Mandado de segurança) 
EX : O cliente vem relatar um falecimento , precisa abrir inventário , só que o inventario tem uma sequencia totalmente diferente do procedimento comum , afim de se ajustar a necessidade , não se trata necessariamente de uma lide.
O procedimento comum tem caráter residual , ou seja deve-se verificar primeiramente se há procedimento especial, para a matéria da ação, caso não se aplique ,somente ai adota-se o procedimento comum.
EX: o cliente chega ao escritório do ADV , reclama que deixou um terno na lavanderia , onde o mesmo foi destruído e teve prejuízo de R$250,00. O adv entra com ação de conhecimento condenatória , porem precisa escolher o procedimento , por ser o valor da causa inferior a 20 salarios mínimos , o mesmo se enquadra no procedimento especial do JEC .
EX2 : um vestido foi avariado em uma lavandeira , porem custa R$100.000,00 , o adv ajuíza uma ação de conhecimento condenatória , porem por exclusão vai para o procedimento comum . 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS :
a) Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa :
Ex : ação de reintegração de posse 
b) Procedimentos especiais de jurisdição voluntária : o juiz exerce papel de mero fiscalizador :
Ex: Herança jacente (art 738 CPC) – pessoa falece e tinha patrimônio porem não se tem noticia de nenhum herdeiro, quando isso ocorre , estamos diante de uma herança jacente, o juiz abre um processo e a mesma e arrecadada , o mesmo nomeia um curador , que toma posse dos bens , juiz publica edital , convocando os herdeiros a se habilitar ao processo , caso não apareçam herdeiros a mesma se transmuta em herança vacante , onde permanecendo os bens vão para o município.
Diferença entre Jurisdição voluntaria e contenciosa : na contenciosa existe Lide , há conflito entre as partes , na jurisdição voluntaria , não há lide.
 
Ação de consignação de pagamento (art 539 a 549 , cpc)
Consignação em pagamento : e uma modalidade de extinção das obrigações , e cabível quando o devedor quer se resguardar dos riscos da mora (atraso) , quando o devedor encontra dificuldade para cumprir a obrigação. De modo que o devedor tome a iniciativa de fazer o deposito , com vistas em se proteger .
EX: um inquilino quer pagar o aluguel , porem o proprietário se recusa a receber a quantia por motivo não sabido , nesse caso o devedor corre os ricos da mora ( pagamento de juros ,multa e despejo) diante da dificuldade o mesmo , toma a iniciativa de ingressar com ação de consignação de pagamento ,assim o juiz manda citar o credor (réu) para que receba o valor ou conteste a ação . O autor busca sentença declaratória de extinção da obrigação. 
Mora: 2 tipos:
Mora do devedor : Mora “solvendi” 
Mora do credor : Mora “accipiendi”
Divida 2 tipos: 
Lugar do pagamento (fixado em contrato , em geral domicilio do devedor (“querable” , quesível) ou credor(portable ou portável).
OBS: cabe consignação em pagamento na justiça do trabalho .
OBS2: cabe conseignação em pagamento de coisas ( móvel , imóvel ) 
OBS 3 : não cabe ação de consignação em pagamento de obrigação de fazer ou não fazer 
Hipoteses de consignação em pagamento : (art 335 CC)
1- Se o credor não puder ou sem justa causa recusar o pagamento.
2- O credor que se recusa a dar quitação. (recibo)
3- Se o credor não for , nem mandar receber a coisa no tempo e lugar devido.
4- O credor incapaz de receber , desconhecido , declarado ausente , em lugar incerto ou acesso perigoso
5- Duvida a quem pagar
Ex: havia um imóvel que ficava na divisa entre dois municípios , o mesmo recebeu dois IPTUs um de cada município , nesse caso cabe ação de consignação em pagamento.
6- Se houver litigio sobre o objeto do pagamento .
Tipos de ação de consignação de pagamento
a) Extrajudicial : forado processo , não precisa de advogado , foi criado como uma forma de tirar o atraso da justiça . Funciona da seguinte forma :A pessoa vai a um estabelecimento bancário oficial situado em local de pagamento , e deposita em nome do credor , e envia uma carta com A.R avisando do deposito com prazo de 10 dias para manifestar recusa. Caso não o faz , considera-se extinta a obrigação . Caso o mesmo se recusa a receber o mesmo manda uma carta para o banco com A.R onde recusa faz perecer o objeto do deposito.
OBS: a consignação extra judicial e facultativa.
OBS2 : a consignação extra judicial só cabe em quantia monetária.
b) Judicial : 
Ação de consignação em pagamento JUDICIAL : Consignação em pagamento e uma das espécies de extinção das obrigações , o código civil em seu art 335 , prevê 5 casos de consignação em pagamento :
· Se o credor ao puder ou sem justa causa recusar o recebimento do pgto ou dar quitação 
· Se o credor não for nem mandar ir receber a coisa 
· Se o credor for incapaz , desconhecido , ausente ou se residir em lugar incerto e não sabido , difícil acesso ou perigoso.
· Se ocorrer duvida de quem legitimamente tenha q receber 
· Se pender litigio sobre objeto do pagamento 
A ação de consignação e uma ação proposta pelo devedor em face do credor , que realizando o deposito judicial , pede ao juiz uma sentença declaratória de extinção da obrigação. E importante ressaltar que não e preciso tentar a extra judicial para ingressar com a ação ,
Art 540 CPC – Competência (lugar do pagamento) – o foro do domicilio do réu não e a regra para as ações de consignação em pagamento , sendo o lugar do pagamento o foro competente para a distribuição
Contrato com pagamento no domicilio do devedor – Querable ou Quesivel art 327 CC
Contrato com pagamento no lugar do Credor – Portable art 327 CC
Ou pode ser em local diferente de ambos , estabelecido em contrato. art 327 CC
Ausência de eleição de foro a divida e Querable / Quesivel ou seja no domicilio do devedor art 327 CC
Art 541 CPC – prestações sucessivas - Existem contratos em que a execução não e instantânea , a mesma se ocorre em prestações sucessivas , se renovam mês a mês ( contrato de locação/ plano de saúde etc...) , existem duas possibilidades :
· Uma ação para cada prestação 
· Uma ação para todas as prestações , e quando vão vencendo as prestações , são efetuados os depósitos , pois ao depositar a primeira prestação , as demais são feitas sem grandes formalidades no mesmo processo , contato que faca em ate 5 dias da data do vencimento .
Art 542 CPC – Petição inicial – requisitos para a P.I , Observados os requisitos do 319 CPC, deve-se observar os seguintes elementos :
· O autor requererá autorização para o deposito do dinheiro ou coisa devida em 5 dias – O autor (devedor) deve relatar os fatos , tem que indicar uma das 5 hipóteses do 335 CC , mas tem que pedir a autorização para o deposito.
OBS : e errado entrar com a ação já apresentando o deposito sendo necessário pedir autorização na inicial , para efetuar o deposito. Quando o juiz autoriza o mesmo , o autor vai ate uma agencia bancaria ( no próprio fórum, Banco do Brasil) e preenche uma guia de deposito judicial , essa tem como beneficiário e o Juiz da vara onde tramita , inserindo o numero do processo , o valor e faz o deposito. Após concretizado somente com o mandado de levantamento judicial (assinatura do Juiz ) os recursos podem ser movimentados.
§ único , se o juiz autoriza o deposito e o autor não efetuou o deposito no prazo de 5 dias uteis , o processo e extinto sem resolução do mérito , por falta de pressuposto processual.
No código antigo CPC/73 não havia guia bancaria , era efetuada uma audiência de Oblação onde era efetuado o deposito.
OBS : diferentemente da extrajudicial o a ação de consignação em pagamento judicial , permite o deposito de coisa móvel , imóvel ou semovente.
O deposito de coisa não e efetuado no estabelecimento bancário , nesse caso o cartório lavra um auto de deposito , onde o juiz determina um depositário que custodiará o bem no curso do processo.
OBS 2 – O contribuinte pode fazer uma ação de consignação em pagamento em face do estado , e pedir uma sentença declaratória . Ex: O caso dos restaurantes japoneses que o governo quer mudar a liquota , devido ao peixe ser vendido “in natura” , o contribuinte deposita o valor a menos que entende devido e promove a ação 
OBS 3 – Cabe consignação em pagamento na justiça do trabalho . Ex: o patrão quer pagar o salario ou verba trabalhista e o trabalhador não comparece para receber.
	OBS- 4 Toda vez que uma norma do procedimento especial for omissa , se aplica subsidiariamente a regra do procedimento comum .
Art 543 CPC - coisa indeterminada , o credor se manifesta em 5 dias para qualificar a coisa 
Art 544 CPC – contestação , não há prazo para contestação , dado a omissão aplica-se subsidiariamente a regra do procedimento comum , podendo questionar preliminar e a questão de mérito.
Poderá alegar : 
· Não houve recusa 
· Justa recusa 
· Deposito fora do prazo ou lugar errado 
· Não e integral
O credor pode pedir o levantamento da quantia : RECONHECIMENTO JURIDICO DO PEDIDO, e como se fosse uma confissão do réu , nesse caso conforme o art 90 CPC , as despesas dos honorários será pago pelo reconhecedor.
Art 545 CPC – reconhecimento da procedência da contestação , Quando na contestação o réu alega deposito não integral , ou seja quantia a maior do que depositada pelo autor , o juiz abre vista , para o autor regularizar , se o mesmo regulariza (fazendo o aditamento ) processo e extinto pelo juiz (PROVA)
Art 546 CPC – Sentença condenatória – e o objeto da ação , cabe apelação.
Art 547,548 CPC – duvida a quem pagar : 
Em caso de deposito com duvida a quem pagar , o juiz considera quitada a obrigação e somente continua o processo se não houver consenso com quem fica o pagamento , decidindo o juiz ao final o correto beneficiário.
Ex: em caso de inquilino de imóvel sob inventario , não sabe se paga ao filho ou a esposa , nesse caso se ingressa contra os dois um litisconsórcio. Se os dois entram no processo dizendo que o dinheiro pertence a cada um o autor sai do processo e o mesmo fica somente entre o filho e a mãe.
Ação de exigir contas : Toda pessoa que administra patrimônio alheio tem dever de prestar contas, tem que encaminhar uma demonstração contábil , de tempos em tempos , Ex: banco através de extratos, o sindico do condomínio etc...
Quando essa pessoa , não presta contas cabe uma ação de exigir contas.
O caso do advogado que pegou dinheiro do cliente , pagou, perito , custas diligencias etc . e não oferece os demonstrativos . o cliente pede respeitosamente , sem acusar uma ação para verificar a prestação de contas , pois se acusa , o mesmo pode ser processado por denunciação caluniosa.
Art 550 -CPC o reu e citado , e em 15 dias pode contestar , alegando não obrigação de prestar contas , ou vai reconhecer o pedido e vai prestar a contas. 
Art 551 CPC – contas devem ser apresentadas em forma contábil ( receitas despesas e investimento) Nesse caso o juiz determina um perito contábil , que vai analisar as contas .
Nesse caso o perito determina em caso de inconsistência , o valor correto , e diante o saldo o juiz condena o réu a pagar os valores errados.
Art 552 CPC a sentença apurará o saldo e contituirá titulo executivo judicial.
No caso do réu , não apresentar as contas e não contestar o juiz presume real as contas do autor.
No caso que o autor pede as contas , e após apresentado fica esclarecido que o autor na verdade devia ao réu , o autor pode ter sua situação agravada pelo caráter dúplice da ação , onde pode ter sentença em seu desfavor.
Art 553 CPC as contas do inventariante , do tutor, do curador , do depositário e de qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. O juiz competente e o da interdição ou recuperação judicial etc.. para decretar a prestação de contas , podendo destituir o curador , ou administrador ,sequestrando os bensdepositados .
AÇÕES POSSESSÓRIAS ( Art 554 a 568 , CPC)
Conceito de posse : 
Duas terorias:
· Subjetiva : defendido pelo doutrinador Savigny , POSSE e “animus” (intenção) + “corpus” (o contato físico com a coisa)
· Objeitva : do doutrinador Jhering , diz que a posse a exteriorização do domínio , 
Ex: um caçador que deixa a sua armadilha na floresta não teria posse segundo Savigny , pois não esta em contato com a coisa , mesmo tendo intenção . O doutrinador Jhering diz que esse caçador tem posse da armadilha , pois o mesmo tem a manifestação do domínio. 
O CC adota a teoria Objetiva 1196 CC “ Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade “
A posse e fato ou e um direito ?? A doutrina majoritária vê a posse como uma situação de fato protegida pelo direito , diferente da propriedade que e um direito real. 
O legislador protegeu a posse , pois quando se protege a posse , normalmente via de regra indiretamente protegendo a propriedade , pois como a posse e um exercício de poder de propriedade , ao defender a primeira , também é protegida a segunda.
Posse ≠ detenção : O direito protege a posse porem não protege a detenção em que pese ser dois institutos parecidos ,e por vezes confundido , são totalmente diferentes.
A diferença entre possuidor e detentor: o possuidor tem o direito de disfrutar da coisa , exercendo uma conduta de dono , ( ex : Inquilino) . O detentor , esta em contato físico com a coisa , porem não pode disfrutar da coisa , ele serve ao dono da coisa ( Ex: o Caseiro , esse não tem posse) 
Quando o detentor perde a coisa , o mesmo não tem direito a ações possessórias , somente o possuidor.
Art 1198 CC , classifica o detentor : “ Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.” 
Classificação da posse: A posse pode ser :
· Justa: e aquela que não for violenta , clandestina ou precária. 
· Injusta : não e protegida pelo direito , e ilícita.
1- Precária : é ocorre quando o possuidor quebra a confiança e se nega a devolver o bem para o proprietário. 
2- Clandestina : aquela que se adquire as escondidas , de modo dissimulado.
3- Violenta : quando se vale da violência para com outra pessoa ou com a própria coisa 
Obs : a posse injusta pode se converter em posse justa , quando cessa a violência , a clandestinidade e o proprietário não faz nada , sendo possível obter o usucapião da coisa mediante a posse pacifica .
Obs 2 :A posse precária jamais se transmuta em posse justa Art 1208 CC
· Direta : Quando o possuidor esta em contato físico direto com a coisa.
· Indireta: Quando e exercida a distancia de modo mediato.
Obs : É possível ,ter duas pessoas com posse no mesmo bem , o possuidor direto ( locatario) , e aquele que mesmo sem contato direto com a coisa e possuidor ( Locador), 
Quem tem posse indireta pode promover ação possessória.
Criterio subjetivo de classificação da posse 
· Boa fé : Quando o possuidor ignora o vicio que impede a aquisição do domínio. (o obstáculo que impede a obtenção da propriedade .O caso de alguém que adquire um bem , toma posse porem após e constatado , que o mesmo tem que devolver o bem pois há um vicio que impede a aquisição , nesse caso o possuidor de boa fé tem que devolver a coisa , porem fica-lhe resguardado alguns direitos .
Tem direito aos frutos (acessórios) :
· Industriais 
· Civis 
· Naturais 
Tem direito as benfeitorias :
· Uteis 
· Necessárias 
Obs: tem direito de levantar (remover) as melhorias voluptuárias quando o levante não aconteça em detrimento do bem .
Presume-se possuidor de boa fé aquele que possui justo titulo ( e um titulo injusto , somente aparentando ser justo) 
Ex : O adquirente fez um contrato de compra , pagou o preço , tomou posse de uma fazenda , porem o alienante , era um estelionatário , onde falsificou a escritura , deu um golpe no adquirente. E posteriormente aparece o real proprietário do imóvel , esse por sua vez promove ação e consegue reaver o bem . O possuidor de boa fé tem direito a indenização das benfeitorias uteis e necessárias ,e pode levantar as voluptuárias (ius tolendi) se essas não destruírem a coisa (Art 1210 CC) , 
Posse nova : quando seu prazo e inferior a um ano e dia .
· Quando e posse nova cabe liminar, e procedimento especial
Posse velha : Mais de ano e dia 
· Não cabe liminar e o procedimento e o comum 
Efeitos da posse (apenas boa fé) 
1- Proteção possessória 
a) Autotutela ( desforço imediato / legitima defesa da posse art 1210 §1º CC) , pessoa pode recuperar a posse desde que seja imediatamente utilizando moderadamente a forca .
b) Ações possessórias 
2- Gera usucapião 
3- Benfeitorias
4- Frutos 
5- Não responde pela perda da coisa por causo fortuito ou forca maior.
Ações possessórias – não confundir ações possessórias (posse) com ações petitórias (propriedade) 
Existem 3 tipos de violação a posse : Esbulho (perda da posse) , turbação (perturbação a posse, necessário ato material concreto) , e ameaça a posse (promessa de mal futuro, ameaça de esbulho ou turbação, verbal , escrita ou gestual não sendo necessário ato material)
· Reintegração de posse (esbulho)
· Manutenção da posse (Turbação)
· Interdito proibitório (ameaça)
Ex: turbação : Havia um fazendeiro o qual o seu vizinho passava pela sua propriedade e deixava seus bois pastando na propriedade alheia , o fazendeiro tinha seu direito de posse cerceado.
Ex: tubação 2: Um fazendeiro não consegue sair nem entrar na sua propriedade pois há manifestantes do MST fechando as entradas da propriedade cabe ação de manutenção da posse.
Ex Ameaça a posse: certa vez em época de manifestação um sindicato , ameaçou nas redes sociais ocupar aeroportos estradas , o estado por sua vez temendo esbulho futuro , ingressa com ação de interdito proibitório , que por sua vez foi convalidado pelo juiz. (tutela inibitória) 
Principio da finalidade das ações possessórias 
E possível substituir uma ação possessória por outra pela fungibilidade das ações possessórias, tem previsão no Art 554 CPC . O juiz flexibiliza o pedido.
EX: uma pessoa contratou capangas para invadir fazenda . O autor entende como ameaça e entra com ação de interdito proibitório, o Juiz entende que na verdade o ato material foi concretizado portanto trata-se de turbação , logo o mesmo aceita a ação de interdito proibitório como se fosse ação de manutenção da posse.
Ex2 : havia uma ameaça da posse , e foi proposta uma ação de interdito proibitório , porem no curso do processo a situação evoluiu para uma turbação e posterior esbulho , nesse caso o juiz converte a ação de acordo com a evolução fática dos acontecimentos devido a fungibilidade das possessórias.
Cumulação de pedidos Art 555 CPC
É possível cumular pedido de perdas e danos ,junto a ações possessórias , quando a perturbação da posse e acompanhada de perdas e danos (materiais , morais, lucros cessantes) , pois assim fica atendido a finalidade de economia processual.
Caráter dúplice das ações possessórias Art 556 – proteção possessória do reu 
O réu na própria contestação , sem necessidade de reconvenção pode pedir proteção possessória , 
Ex : O autor entra pedindo reintegração de posse alegando esbulho . O réu na contestação alega que na verdade o autor esta cometendo turbação contra ele , logo propõe a manutenção de posse, cabendo inclusive “reformatio in pejus” para o autor. 
Fica vedado a discussão tanto ao autor quanto ao réu discussão de propriedade Art. 557 
Requisitos das ações possessórias : Art 561 CPC
Art 554 §1º - Novidade nas ações possessórias , no atual CPC , ficou permitido ação possessória , com pluralidade de réus , ou réu indeterminado .
Nesse caso de invasão coletiva , o autor pode propor a ação sem qualificar os réus nos formatos no 554 §1º sendo que serão citados os encontrados na invasão e os demais entende-se citados por edital.
Art 562 CPC – Reforça a posse nova , se o esbulho , ameaçaou turbação for menos de ano e dia o juiz ira conceder liminar , de caráter não cautelar (pois não precisa caracterizar “periculum in mora”) concedendo a liminar somente com o critério de posse nova.

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