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( <>|>v' ')'.''* -009 Arthur Arruda Leal Ferreira Ficha Catalográfica elaborada pela Divisão de Processamento Técnico - SIBI/UFRJ Ferreira, Ar thur Arruda Leal 1*737 A pluralidade do campo psicológico: principais abordagens e obje- tos de estudo / organização Ar thur Arruda Leal Ferreira. - Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010. 416 p.; 140 x 210 m m . (Série Didáticos) 1. Psicologia - Filosofia. 2. Psicologia - Pesquisa. I . Ferreira, Ar thur Arruda Leal, org. I I . Tí tulo I I I . Série. C D D 150.1 ISBN 978-85-7108-348-6 EDIÇÃO DE TEXTO João Sctte Camara Kl V I S Ã O ('ccília Moreira Vânia Garcia ('.M',\ PSOJETO GRÁFICO Ailriana Moreno l;,i >ii ORAÇÃO ELETRÔNICA E TRATAMENTO DE IMAGENS Marisa Araujo Universidade Federal do R i o de Janeiro Fortim de Ciência e Cultura Fditora UFRJ Avenida Pasteur, 250, salal07 22295-902 Praia Vermelha R io de Janeiro, RJ IVI . : (21) 2295-1595 ramal 210, 224 e 225 I r l l . i N : (21) 2542-7646 / 2541-7946 / 2295-0346 ht tp : / /www.edi tora .ufr j .br Apoio: Fundação Universitária Josó Bonifácio ARTHUR A R R U D A LEAL F E R R E I R A , A N D R É S C H M I D T II A S I L V A E M Í R I A M S T A R O S K Y () funcionalismo: a psicologia nos trilhos da adaptação O termo psicologia funcionalista foi usado pela primeira vez pelo psicólogo inglês Edward B. Titchener (ver capítulo 2), que tentou distinguir entre uma abordagem estrutural e outra funcional da psicologia em um texto de 1898, Structuralandfunctionalpsychology lo philosophy. A psicologia, especialmente como se produzia na Alemanha do final do século XIX (centro mundial da produção .K adêmica e institucional desse saber nesse período), teria carátet estruturalista, sendo completamente estranha ao quadro atual do nosso saber. Tratava-se de uma psicologia que: a) se devotava à pesquisa pura, em contraste com o quadro iceente que enfatiza o aspecto prático de intervenção nos mais diversos campos; b) tomava como objeto de estudo a nossa experiência comum consciente, o qual era suficientemente problematizado por correntes relevantes como a psicanálise e o behaviorismo; c) devotava-se a este objeto pot meio da suspeita de ilusão de nossa experiência comum, problema herdado da física e da filosofia «lo século XVII , sem buscar, naquele momento, nem o ajustamento dos indivíduos, nem a compreensão de certas psicopatologias; d) utilizava nesse exame da nossa experiência uma forma parti- cular de introspecção controlada em que os sujeitos teriam de ser mentalmente sãos e treinados para fazer a descrição mais precisa dos elementos básicos dessa experiência comum, a saber, as sen- sações; e e) por conta das exigências do método, não estudavam os sujeitos comuns (muito menos crianças, animais e loucos); estudavam outros psicólogos devidamente treinados nos conhecimentos fisiológicos para chegarem aos meandros da nossa experiência mais pura, mais ingénua. Ainda que a psicologia funcional mantivesse o objeto da psi- cologia estrutural, a experiência, esta passou a ser vista a partir de uma nova questão (a da adaptação do organismo ao meio), por métodos diversificados que fogem da ortodoxia da introspecção controlada (os métodos comparativos com os animais, as psicome- trias, a observação natural) e regulada por um novo modelo teórico de cunho biológico. Apesar de estas duas abordagens não serem vistas inicialmente como antagónicas, demarcam uma tomada da experiência mais vol- S tada ora para a decomposição em seus elementos (abordagem estru- 0 tural, mais semelhante à anátomo-fisiologia), ora mais direcionada ° para seus processos e efeitos adaptativos (abordagem funcional, mais 1 próxima à biologia), ora ainda voltada para a história da evolução ° dos seus componentes (abordagem genética, análoga à embriologia). 5 Contudo, a distinção entre estas abordagens estrutural e funcional ° se aprofundou, dividindo o campo da psicologia americana. a O objetivo deste capítulo é expor a transformação da psicologia < £ tal como operada especialmente nos Estados Unidos graças ao mo- 2 vimento funcionalista, composto por psicólogos como Granville £ Stanley Hall, James McKeen Cattell, James Mark Baldwin, William "j James, além de escolas como a de Chicago, composta por John n I Vwey, James Angell e Harvey Carr, e a de Columbia, integrada por Kdward Lee Thorndike e Robert Sears Woodworth. Histórico Para compreender tal transformação, é necessário de início iclorçar uma distinção básica entre esta orientação funcionalista mu te-americana, surgida na virada do século XIX para o século XX, | um projeto mais amplo da psicologia como ciência e técnica da .idaptaçâo que se faz presente de modo maciço na atualidade. De lato, este projeto delimita-se a partir tanto deste movimento fun- i ionalista quanto das psicologias diferencial e comparada, surgidas na Inglaterra no final do século XIX. Nestes movimentos, graças empuxo darwinista, demarca-se uma psicologia interessada na .iclaptação, evolução e variação das atividades mentais. Contudo, ao longo da história da psicologia, este modelo se dissemina, transcende os seus movimentos originais e se dissolve no campo psicológico, dando a uma expressiva parte da psicologia sua feição •itual de saber voltado para as práticas de ajustamento. Que forças históricas conduziram de forma mais específica a este projeto? (lomo o movimento funcionalista norte-americano conferiu uma leição mais organizada e sistemática a este projeto, apesar de sua (áo comentada falta de sistematicidade? Comecemos pela primeira questão, a saber, que condições presentes em solo norte-americano teriam constituído, de forma específica, esta forma de fazer psicologia. Dentre várias situações que concorreram para a irrupção deste projeto, destacamos duas: a) as necessidades governamentais decorrentes de um processo de modernização avançado, próprio àquele país; e b) as características do sistema universitário norte-americano no final do século XIX. No que tange à modernização, pode-se dizer que, especialmente em meados do século XIX, assiste-se, nos Estados Unidos, de modo semelhante a alguns países europeus, a um galopante processo dl urbanização que se expande da costa leste em direção à oeste, poi meio do avanço industrial e de uma intensa imigração. Este processo demandou uma série de novas estratégias de governo, operadas por agências estatais e não estatais (como gtupos religiosos), levando a um maior interesse na vida dos indivíduos e das populações, notadamente em relação à promoção de saúde e produtividade. 6 neste sentido que uma série de instituições, como escolas e hos- pitais, são aparelhadas, visando à utilização máxima da força de trabalho dos indivíduos, entendidos agora como a maior riqueza do Estado. Nestes espaços institucionais e em uma série de novas instâncias, como nas fábricas e nas casernas, passa-se a realizar um acompanhamento mais minucioso sobre a vida das populações e dos indivíduos. Notadamente sobre estes são operados exames dentro de uma linguagem biomédica, na qual todos passam a ser avaliados a partir de sua normalidade/anormalidade e adaptação/ desadaptação, configurando o que Foucault (1977) denominaria de biopoder. Este modo de gestão voltado às populações ganha novo contorno perante os modos de governo liberais, em que é valorizada a gestão pelos movimentos naturais dos governados. É neste con- texto que a psicologia passou a ter um papel ativo neste processo, classificando, selecionando e ajustando os indivíduos a estes novos espaços por meio de sua natureza — as escolas, as fábricas e as ca- sernas — e auxiliando no bom uso da sua liberdade neste admirável mundo novo. E neste avanço galopante da modernização que o sistema univer- sitário norte-americano igualmente se expande, sem o peso da tradi- ção que tinham as universidades europeias. Em certas áreas, como a da filosofia e das ciências humanas, isto implicavaa adoção de novos modelos e paradigmas, como os evolucionismos biológicos, condu- zindo à circulação de conceitos como adaptação, função e equilíbrio na constituição de novas áreas e na abordagem de velhos problemas, • i>mo o do conhecimento humano. Essa expansão universitária I vou à constituição de novas e importantes universidades, como a • I• ( 'hicago e a de Columbia, sedes dos movimentos funcionalistas. Ini nesses centros e em outras universidades mais tradicionais, como I l.n vard, que estes novos conceitos foram vigorosamente utilizados, n.io apenas visando estudar processos naturais, como a evolução e iiil.iptaçao dos organismos, mas, especialmente, promovê-los nos Imos ajustes e controles do mundo moderno em expansão. Nesse ( niido, pode-se dizer que o movimento funcionalista conduziu a Uma implementação refletida e regulada das práticas disciplinares •.incidas na modernidade. Nesse processo, alguns psicólogos começaram a se destacar em Gentros isolados e com diferentes relações com a matriz alemã. I ím primeiro grupo, claramente representado por Titchener na I Iniversidade de Cornell, aportou nos Estados Unidos (no caso, i in 1892) visando trazer a boa nova da psicologia alemã e gerando .ii.i psicologia, a esttutural, supostamente mais objetiva e oficial. Titchener foi uma voz praticamente isolada no contexto da psico- logia americana, pregando no deserto do Novo Mundo. Um segundo grupo, composto por psicólogos genuinamente norte-americanos, como Granville Stanley Hall, James McKeen (!attell e James Mark Baldwin, frequentou a Roma da psicologia do século XIX (Leipzig, na Alemanha) visando à obtenção da ben- çfto institucional de seu papa (Wilhelm Wundt). Mas esta rígida lormação não aplacou interesses diversos do modo germânico de produzir psicologia. Baldwin em Princeton, por exemplo, foi um dos autores que de modo mais evidente adotou o pensamento dar- winista, voltando-o para temas como o desenvolvimento infantil. ( /attell, em Columbia, dedicou-se ao trabalho de aperfeiçoamento de medidas mentais para a classificação dos indivíduos, crucial para a constituição dos testes mentais. Stanley Hall, na Universidade de (llark, se dedicou a áreas como psicologia da infância, adolescência e velhice, psicologia da educação, sexo e religião, temas de resto estranhos à psicologia oficial da época. Um terceiro grupo de psicólogos, composto por William James (em Harvard) e por John Dewey (nas universidades de Michigan, Minnesota e Chicago), dispensou claramente as bênçãos da matriz germânica e implantou esta disciplina em território norte-americano a seu próprio modo. As primeiras tentativas de sistematização da psicologia sob a nova orientação couberam a esses autores: Dewey, com seu livro Psycbology (1 886), e James, com seu The principies ofPsychology (1890), mesmo que estes textos tivessem um aspecto pouco sistemático para os padrões germânicos (Wundt, por exem- plo, considerava Os princípios de psicologia de James pura literatura). O livro-texto de James, ainda que posterior ao trabalho de Dewey (os primeiros artigos de James datam de 1878), foi fundamental para a constituição de um primeiro esboço do movimento funcio- nalista. Para fins didáticos, é possível dividir a obra de William James em dois momentos: um psicológico (que vai da década de 1870 à de 1890) e outro filosófico (da década de 1890 até o final de sua vida). O primeiro período tem como marco inicial a criação de um peque- no laboratório de psicologia, em 1875, na Universidade de Harvard (ao qual James, na verdade, nunca devotou grande interesse), ou, ainda no mesmo ano, o seu primeiro curso de psicologia. Neste período, o ponto culminante de sua produção teórica é, sem dúvida, a publicação, em 1890, após doze anos de elaboração minuciosa, de Os princípios de psicologia. Nesse tratado de mais de mil páginas, en- contram-se as principais ideias de James sobre tópicos tais como "há- bito", "atenção", "fluxo do pensamento" e "self'. O segundo período, que se iniciou em meados dos anos 1890 e vai até o final da sua vida, diz respeito à formação de seu pensamento filosófico, incluindo o pragmatismo e o empirismo radical, sendo esta fase a mais impor- i intc para a constituição da psicologia funcionalista. Examinemos i questão de forma mais próxima. Magmatismo e funcionalismo () que estava na base da fundação institucional e académica da mu ologia com Wilhelm Wundt em Leipzig, 1879, era a pretensão tlr (onstrução de uma ciência da experiência imediata que se valia i l o s métodos e dos conceitos da fisiologia, a fim de responder à i oníraparte do problema moderno do conhecimento: a questão do erro. E é aqui que o pragmatismo, no final do século XIX, auxilia 11.1 recolocação dos problemas da psicologia: ao problematizar essa Concepção moderna da verdade como representação de uma rea- Ildade extraempírica e repropô-la como efeito adaptativo de uma condução bem-sucedida no fluxo da nossa experiência, no ajuste de nossas açÕes ao mundo, produz-se aqui uma nova abordagem CU experiência e da consciência. Em outras palavras, o pragma- tismo, especialmente com James, vai ser responsável pela virada luncionalista na psicologia, que começa a dar as feições atuais deste nosso saber. É na filosofia de James, e mais especificamente no seu pragma- lismo, que a orientação funcionalista ganha força. Para vermos de modo mais claro esta mudança em seu trabalho, devemos recorrer ,i algumas definições prévias de sua filosofia. Passemos a palavra ao próprio autor. Sobre o pragmatismo, este seria "primeiramente um método e, em segundo lugar, uma teoria genética do que se enten- de por verdade" (James, 1979b, p. 25). Em seu primeiro sentido, significa: "extrair de cada palavra o seu valor de compra prático, s pô-la a trabalhar dentro da corrente de nossa experiência [...]. As ^ teorias assim tornam-se instrumentos e não respostas aos enigmas, o sobre as quais podemos descansar" (ibid., p. 20). z O método pragmatista aqui exposto foi originário do filósofo «• Charles Sanders Peirce. Contudo, na sua apropriação, há um des- locamento, pois, se para Peirce este visava apenas extrair as "regras de conduta" ou ações presentes nos diversos conceitos, para James, este representava o estudo das modificações na experiência trazidas pelas teorias, em especial as metafísicas e as religiosas. Portanto, ao contrário de Peirce, para James, a teoria da verdade, ou o segundo sentido para o termo pragmatismo, é tida como consequência natu- ral do seu primeiro sentido, como método. Se o método pragmático une o significado à conduta, a teoria pragmática da verdade implica a boa conduta em seu sentido adaptativo.' Exposto em breves linhas o pragmatismo, deve-se em seguida perguntar: quais são as relações desta forma de pensar o conhecimen- to com o movimento funcionalista? Mais do que a mera presença de alguns autores como Dewey nos dois movimentos, para alguns comentadores, a relação entre pragmatismo e funcionalismo é de pura semelhança. Seriam, pois, duas faces de uma mesma moeda: o pragmatismo seria o funcionalismo filosófico, assim como o funcionalismo seria o pragmatismo psicológico. 2 A definição do funcionalismo Tomemos novamente a questão: como o movimento funcionalis- ta norte-americano deu uma feição mais organizada e sistemática ao projeto da psicologia como ciência e técnica de adaptação? Apesar de ' "A verdade para nós é simplesmente um nome colerivo para processos de verificação, do mesmo modo que a saúde, a riqueza, a força etc. são nomes de outros processos ligados à vida, e também perseguidos, porque compensa persegui-los. A verdade é feita, do mesmo modo que a saúde, a riqueza e a força são feitas no curso dos acon- tecimentos" (James, 1979b, p. 78). 1 "Não desejo comprometer qualquer das tendências ao afirmar que a psicologia fun- cional e o pragmatismo são a mesma coisa. Na verdade, como psicólogo, eu hesitaria em atrair paramim a torrente de críticas metafísicas, provocadas pelos autores prag- matistas [...]. De qualquer forma, sustento apenas que os dois movimentos decorrem de motivação lógica semelhante e, para sua vitalidade e propagação, dependem dc forças muito semelhantes" (Angell, 1971, p. 622). i i ii i possuir o carácer engessado de um sistema como o voluntarismo • li Wundt ou o estruturalismo deTitchener, os princípios funcionais • < i invertem em escolas no final do século X I X , e justamente em • In i . das mais novas universidades americanas: Chicago e Columbia. \, como visto, com Dewey (que se manteve ligado à psi- • nlogia apenas até a passagem para o século X X ) , Angell e Carr; e i ti M I nda, comThorndike e Woodworth. Nestas escolas, marca-se o que poderíamos designar como orien- i it,ao luncionalista propriamente dita. O que seria esta abordagem? I li v i - se lembrar antes de tudo que, neste período inicial dapsicolo- i 11 institucional, nenhum psicólogo se distinguia nitidamente dos ili in.lis por sua escola, isolando-se do convívio com os demais ou Utilizando algo como uma etiqueta ou crachá, revelando a sua orien- i H, n>. O que caracterizava uma escola era, então, o convívio insti- iin ional de um grupo de psicólogos que operavam mais ou menos ili litro de uma mesma linha, como no caso destas escolas funcio- n ti I M .is. Como foi se especificando a nascente psicologia funcional? \, demarcaremos algumas características desta psicologia, i il como se apresenta nas suas duas principais escolas. A Escola ili < hicago servirá de linha mestra, ainda que a de Columbia se Imponha em certos temas. Uw\/ematicidade A primeira característica dessa psicologia é a sua assistematicida- • l< ( 'cttamente isto facilitou a sua difusão e a delimitação de modo MI.ir, amplo da psicologia como ciência e técnica de adaptação. As i i/iK-s para o caráter assistemático do funcionalismo vão além da s • I H,ao a uma psicologia em moldes germânicos, extremamente J I armatizada. Ela reflete também os interesses diversificados de seus 5 membros na propagação desta nova forma de psicologia. É desta ri loi ma que seus membros se dedicaram tanto a cargos administra- ^ nvos quanto a atividades académicas (James Angell, da Escola de °. o o o o o o Chicago, por exemplo, foi presidente da Associação de Psicólogos Americanos em suas primeiras administrações). Contudo, outros componentes de caráter mais doutrinário se insinuam na abordagem funcionalista.3 Objeto Um dos pilares da psicologia alemã do século XIX é sua base na fisiologia da época e sua profissão de fé nos elementos sensoriais. A sua primeira crítica é realizada por James, especialmente em seu capítulo "A teoria dos materiais do espírito" (1979a). Ao afirmar que o pensamento é contínuo, isto é, que não é fragmentado em partes, ele constitui a metáfora que nomeará o capítulo e entrará para a história como uma de suas principais contribuições ao estudo da psicologia.4 A vida subjetiva retratada como o fluxo de um rio — correlata do conceito de fluxo do pensamento—€ uma das vigas centrais para a ca- racterização final dos principais conceitos de James. Nestes termos, a consciência teria como propriedades básicas: 1) a pessoalidade; 2) o seu aspecto mutante; 3) a continuidade; 4) a referência aos objetos; e 5) o seu aspecto seletivo (James, 1979a, p. 225). ' Este caráter assistemático é reconhecido por seus próprios membros, como Angell: "Atualmente, a psicologia funcional é um pouco mais do que um ponto de vista, um 2 programa, uma ambição. Sua vitalidade talvez decorra fundamentalmente de um ^ protesto contra a excelência exclusiva de outro ponto de partida para o estudo da u mente [o estrutural], e atualmente tem, pelo menos, o vigor peculiar que geralmente • adquire qualquer forma de protestantismo, em seus estágios iniciais, antes de se tornar M respeitável e ortodoxo" (1971, p. 617-618). < 4 "A consciência não se apresenta, para ela mesma, cortada em pequenos pedaços. — Palavras tais como 'cadeia' ou 'sucessão' não a descrevem adequadamente, tal qual ^ ela se apresenta em primeira instância. Ela não é algo agregado; ela flui. Um 'rio' ou ^ um 'fluxo' são as metáforas pelas quais ela é mais naturalmente descrita. Ao falar dela, *" daqui por diante, vamos chamá-la de o fluxo do pensamento, da consciência ou da vida subjetiva' (James, 1950, p. 239). 8o A < rítica a uma psicologia dos elementos realizada por James foi • unida por Angell (1903) e Dewey (1971a). Enquanto o primeiro li i nsa a possibilidade de uma psicologia elementar calcada em áto- Hlov mentais, o segundo, no texto inaugural da Escola de Chicago, M i nsa a compartimentalização do reflexo em unidades estanques. I Ima vez que o reflexo diz respeito a uma unidade funcional intrin- • i .imente coordenada e voltada para a adaptação, qualquer divisão K ria um mero artifício e jamais poderia ser tomada em termos substanciais. Para Dewey, "o fato é que o estímulo e a resposta M i n são distinções de existência, mas distinções teleológicas, isto •. distinções de função, ou papel desempenhado, com referência a buscar ou manter um fim" (ibid., p. 398). A crítica de Angell (1903) é mais contundente, colocando em leque toda a possibilidade de uma psicologia estruturada em ele- mentos mentais do mesmo modo que a anatomia e a morfologia se (alçam em estruturas espaciais. Em primeiro lugar, a metáfora falha em seu aspecto essencial, uma vez que os átomos mentais ou sensações não teriam o caráter espacial. Na verdade, a analogia só s e manteria a respeito de uma "complexidade" de ambos os conjun- t o s . Em segundo lugar, o aspecto temporal também diferenciaria os elementos psíquicos dos anatómicos, uma vez que os primeiros leriam duração insranrânea. Para inviabilizar de vez a analogia, é posta em questão a possível identidade eterna entre as sensações elementares. E deste modo que o aspecto estrutural do psiquismo, para Angell, deve ser buscado: não nos seus supostos elementos, mas nas funções, atos ou processos mentais. Ê assim que a psicologia deve reconhecer, cm sua análise estrutural: não elementos como sensações ou sen- s timentos, mas atos como julgar, perceber, recordar. É neste sentido J que, para Angell, a psicologia se torna mais funcional do que a § biologia, pois não apenas o funcional precede e produz o estrutural, " como também ambos representam duas fases de um mesmo fato £ psíquico. . o u O Esta guinada é crucial na história da psicologia porque encarna o sujeito da experiência, avalizado pela psicologia clássica como sujeito dos erros ou das ilusões do conhecimento em um corpo vivo. Se a psicologia clássica, mesmo apoiada na fisiologia sensorial, estudou a nossa experiência imediata a partir do referencial de verdade da experiência mediata da física, tomando este sujeito desencarnado do conhecimento como modelo, o funcionalismo denunciou esta ilusão, passando a conceber a verdade e a ilusão como processos da vida, no caso, adaptação e desadaptação a um certo meio ambiente. Se a função última da consciência é a adaptação, são as funções e não os elementos mentais que devem ser alvo de investigação. Em outras palavras, a fisiologia cede à biologia a função de ciência-guia da psicologia. Com isto, a relação da consciência com o mundo passa a ser de adaptação e não mais de adequação (como estabelecido pela psicologia alemã). Questão da adaptação Dentro desta abordagem não elementarista, própria do fun- cionalismo, um conceito primordial é o de função. Os críricos do funcionalismo veem uma ambiguidade em sua noção central, a de função. Christian Ruckmick destacou a dupla significação desta noção: "Na primeira, função é empregada como sinónimo de ati- vidade; neste sentido, o perceber e o rememorar são funções. Na segunda classe, esta palavra é usada para indicar a utilidade de uma atividade para o organismo" (apud Heidebreder, 1964, p. 170). Carr (1965)rebate esta crítica ao sugerir que, em ambos os casos, o que está em jogo é a noção matemática de função, definindo-a como "relação contingente", independentemente de esta ter como termos um ato e uma estrutura, um meio e um fim, ou uma causa e um efeito. Mesmo com a ressalva de Carr, deve-se destacar o exame da noção de função por meio de seu duplo aspecto: como processo vital e como sentido adaptativo. 82 Quanto ao primeiro sentido, se a noção de função se refere ao es- nido das relações contingentes entre um ato e a sua estrutura, ou uma 1.11 isa e seu efeito, o funcionalismo constitui uma psicologia expli- i .uiva, e não apenas descritiva dos elementos mentais. Ou seja, o luncionalismo não se ocupa da listagem dos átomos mentais, como l.i/.ia a psicologia clássica alemã. Isto resulta de uma opção não só de estudo como também doutrinária, presente, por exemplo, na teoria da corrente da consciência de James. E desra forma que um pensa- mento não se torna semelhante a outro por seu cometido, mas por envolver um mesmo processo. Contudo, no segundo sentido, função confunde-se com adapta- ção. Se há um conceito capital no funcionalismo, este é o de adapta- ção. Função aqui é vista como utilidade promovida em uma situação adaptativa. Se a noção de adaptação se associa às de ajustamento e de equilíbrio, a de função representa a utilidade, a finalidade biológica cumprida por este equilíbrio. Ela põe o funcionalismo em contato direto com o evolucionismo biológico, diferenciando-o da psico- logia clássica alemã. Enquanto esta buscava avaliar o ajustamento da nossa experiência aos objetos experimentados, o funcionalismo intenta estudar a adaptação do organismo a seu meio ambiente por meio da sua experiência. Considerando, pois, esta duplicidade do conceito de função é que a experiência como objeto pôde ser considerada: como um processo dinâmico (um ato) e como processo orgânico dotado de finalidade adaptativa. Aqui, a experiência consciente se coloca conforme uma nova questão: Para que serve? Como opera? Qual é a sua função biológica? Conforme sugere Dewey, a nossa consciên- cia opera no ajuste a situações problemáticas, das quais nem os instintos nem os hábitos são capazes de dar conta. Nestes casos, a consciência é ativada a fim de selecionar as melhores hipóteses ou alternativas de ação, e as que forem bem-sucedidas serão mantidas, gerando novos hábitos. Mas a psicologia funcional não se interessa apenas pelo estudo I adaptação; ela deseja igualmente se transformar num instrumento de adaptação, promovendo-a. E isto se dá mais uma vez graças à postura pragmatista, na qual o valor de um conhecimento está calca- do em suas consequências práticas. É desta forma que não apenas o conhecimento comum deve se mostrar vital, mas principalmente o do psicólogo. Só que a utilidade buscada não diz respeito ao in- divíduo, mas à sociedade como um todo. Portanto, o meio social não é apenas regulador, mas também finalidade da adaptação. A adaptação psicológica visa, então, ajustar a sociedade a si própria pelo manejo dos indivíduos, especialmente os desadaptados. A utilidade-função, assim, não se manifesta de forma individual e solta; ela é antes de tudo regulada pelas normas sociais. O psicólo- go entra neste contexto como um engenheiro social da utilidade, buscando promover, à moda utilitarista, o maior bem possível. Transforma-se assim a utilidade individual em patrimônio social. Aqui vemos claramente o funcionalismo atualizar as estratégias de governo biopolítico, próprias da modernidade. Método ° Como já exposto, a consciência e a experiência não foram mais Q abordadas no afã analítico de decompô-las em seus elementos o mínimos, a fim de distinguir a verdade das ilusões (como almejava a psicologia alemã). O funcionalismo, portanto, negou a intros- o pecção, entendida como a "falácia do psicólogo", destacada por ^ James (1979a), para quem não se pode confundir a "experiência do psicólogo" em termos de introspecção com a experiência efetiva ° da nossa vida cotidiana. A primeira diria respeito a um artefato < elaborado com fins de compreender a segunda. Não seria, pois, - real. Mesmo como recurso metodológico, a atomização não seria < * procedente, dada a sua artificialidade. Como alternativa à intros- £ pecção, são trazidos à cena outros métodos, como o comparativo . e o diferencial. Neste caso, são estudados outros indivíduos além 84 u dou adultos ocidentais sadios e treinados experimentalmente, como Iazia a psicologia clássica alemã. É isto que permite e justifica uma I' n ologia animal, uma psicologia do anormal e uma psicologia do desenvolvimento. Arcas conexas 0 conceito de função como adaptação é, por conseguinte, um conceito claramente importado da biologia. Entretanto, ocorre Uma inflação deste, levando-o a perder seu sentido original. De lato, a consciência como instância adaptadora é vista não somente COmo adaptada (produto da evolução filogenética), mas inclusive i orno adaptante (fatot de evolução individual e solucionadora dos impasses na vida dos indivíduos). Ela adapta o organismo ao meio, ,10 selecionar, segundo um fim por ela fixado, uma dentre várias possibilidades de ação oferecidas pelo sistema nervoso. Como sugere [ames (1979a), isto ocorre porque o cérebro humano é um órgão complexo e, portanto, sujeito ao acaso, carecendo da consciência em situações problemáticas. Para que o corpo se adapte ao meio, é preciso, pois, que a consciência tenha para si as finalidades a atingir c que, de acordo com estas, selecione os meios adequados. É, pois, uma adaptação com finalidade, sem paralelo no mundo físico: "Mas deste momento em que incluímos uma consciência, a sobrevivência deixa de ser uma mera hipótese... Converta-se agora em um decreto imperativo: 'A sobrevivência ocorrerá e, por conseguinte, os órgãos devem trabalhar assim. Os fins reais aparecem agora pela primeira vez na cena do mundo'" (ibid., p. 141). É deste modo que, em James, pode-se reconhecer a distinção s entre uma adaptação vital e uma adaptação psicológica. A primeira, J de fundo darwinista, seria casual e disteleológica (sem finalidade). % A finalidade, se é que se pode falar dela, estaria na conclusão do £ processo e careceria de uma consc iênc ia externa que a nomeasse * como tal. Por outro lado, a adaptação psicológica seria de índole estritamente lamarkista, uma vez que a finalidade existe antes e seleciona, pois, ações possíveis. A consciência, à moda de um "im- pulso para sobrevivência", conheceria imediatamente as finalidades a cumprir, não agindo, portanto, ao acaso. A abordagem funcionalista de adaptação se marca ainda por um ligeiro desvio em relação à sua matriz darwinista. Entretanto, outras características no seu uso corrente pela psicologia funcional alargam mais ainda este desvio. A adaptação, conforme já insinuado, não se refere apenas a um processo filogenético (na evolução das espécies), mas, antes de tudo, ontogenético (ligado à adaptação individual). Trata-se, pois, mais da adaptação do indivíduo do que da espécie. De mais a mais, o conceito de adaptação deixa de expressar uma relação de sobrevivência (referida à taxa de reprodução da espécie) em um meio e passa a significar uma "melhor vivência neste". Torna-se, pois, um conceito qualitativo. Esta melhor vivência, este equilíbrio, não se refere apenas a um meio físico, mas, antes de tudo, a um meio social. Estar adaptado é antes de tudo estar ajustado às demandas do meio social, sejam estas quais forem. Aqui o ajuste do organismo ao meio se realizaria por um conjunto de mecanismos casuais, mecânicos e passíveis de controle, concedendo, portanto, - plenos poderes aos psicólogos, enquanto engenheiros da conduta. 2 A necessidade de estar conforme ao meio social justifica-se pela o . . . . . . t extrapolação de um conceito biológico a um significado social. E confiando no valor deste conceito que os psicólogos zelarão pelo^ "equilíbrio social" em sua prática. Portanto, a ideia original de u função, como utilidade promovida para sobrevivência do organis- o mo, é transportada para um contexto psicossocial. Isto ocorre ao o acoplá-la à ideia de utilidade e, por fim, substituí-la, favorecendo um - uso "asséptico" desta noção. Contudo, como lembra Canguilhem 2 (1973, p. 119), o homem aqui não é mais o julgador, mas meio de t promoção de uma utilidade, no caso, a social. Assim, a psicologia . funcional conduz a uma concepção instrumental do ser humano. 86 v u l . i se torna o grande vetor na determinação e disciplinarização lios indivíduos. Conforme Canguilhem (ibid., p. 120), o homem M lo seria mais uma inteligência servida por órgãos, mas uma mera • «Hl , i iência a serviço destes. Desta maneira, o homem é apenas um ili n i i v os seres vivos, e a consciência, somente um órgão, ainda que • ipccial, no seu ajuste ao meio natural-social. Quando o behaviorismo vier a banir a consciência de seu papel •' ntral na psicologia, a presunção dos poderes dos psicólogos che- l . i i . i ao máximo, transformando os indivíduos em instrumentos de nulidade social, uma vez que predominaria nestes a capacidade de .1 moldar às contingências do meio. Práticas derivadas O modelo de adaptação finalista de James será fartamente utiliza- do por Dewey na sua proposta pedagógica da Escola Nova, na qual lUgere uma metodologia baseada nesta aprendizagem inteligente e n . i cooperação entre os indivíduos. Só por meio desta aprendizagem inteligente poderíamos criar hábitos sólidos, ao mesmo tempo que indivíduos autónomos, ativos e capazes de atuar coletivamente — ideais para as sociedades democráticas, as únicas que permitiriam 0 desenvolvimento inteligente de seus cidadãos. Neste aspecto, poiler-se-ia concluir que, no quadro do funcionalismo, as formas democráticas de vida permitem a realização de forma completa das nossas funções adaptativas naturais. A democracia não seria apenas uma forma social justa, mas, antes de tudo, natural, ao mesmo tempo arcaica e moderna. Esta abordagem, ao mesmo tempo utilitarista e biológica, conduz t.unbém a uma abordagem dos indivíduos por meio de sua variação e m um grupo, como expresso nos testes mentais. É deste modo que o funcionalismo não trabalha só com leis gerais, mas também com a diferença, ainda que referida ao grupo. É esta diferença que lavorece que, no meio social, de forma análoga ao natural, alguns indivíduos mais adaptativos sejam selecionados pelos testes mentais. Deste modo, o psicólogo e seus testes recriam nas instituições a lei do mais apto, supondo um prolongamento das funções da vida na sociedade. Mas o psicólogo, em sua prática, não só reproduz, a natureza em sua função de seleção, mas principalmente na de adaptação e ajustamento. Ele não apenas ajusta os indivíduos aos novos meios sociotécnicos modernos, como as linhas de montagem fabris, mas também favorece uma adaptação ativa, como visto no exemplo da Escola Nova. Situação atual Se um conhecimento se mede por seus efeitos, a psicologia não deve apenas estudar a adaptação da nossa consciência, mas promovê-la. A partir daqui, a psicologia se torna a ciência e tec- nologia da adaptação. Aqui, a psicologia sai dos laboratórios e se dirige às fábricas, às escolas e aos consultórios. Já não se volta mais apenas para os próprios psicólogos, mas recruta crianças, animais, loucos desajustados em sua cruzada adaptativa, estuda, avalia (pelos testes mentais) e promove o ajustamento e a utilidade social. Nada mais próximo da psicologia como ela é reconhecida e exercida nos dias de hoje. Quais são os destinos do funcionalismo? Em primeiro lugar, deve-se dizer que, se a fundação do movimento funcionalista é norte-americana (ou própria dos países de língua inglesa, se con- siderarmos a psicologia comparada e diferencial), suas condições históricas e seu desenvolvimento certamente dizem respeito às forças da própria modernidade. É neste sentido que podemos encontrar ecos de sua disseminação em outros grandes centros, destacando- se os trabalhos de Karl Gross na Alemanha, Alfred Binet e Henri Piéron na França, Edouard Claparède e Jean Piaget na Suíça. No Brasil, tivemos representantes deste movimento mais ligados à área fronteiriça entre psicologia e pedagogia graças ao movimento da Escola Nova, destacando-se os nomes de Helena AntipofT, Lourenço Filho e Anísio Teixeira. Por fim, pode-se discutir qual teria sido o ponto terminal do hnii ionalismo. Pode-se conjecturar que este teria encontrado seu li uno nos trabalhos de Carr (Chicago) e Woodworth (Columbia). < >u ainda no behaviorismo, por meio de um funcionalismo pura- mente darwinista, ao dispensar a consciência (Watson, seu fundador, Inclusive se dizia um funcionalista consequente). Contudo, pode- mos dizer, considerando o quadro da psicologia atual, especialmente i m suas práticas e sua multiplicidade, que a psicologia funcional e o p roje to da psicologia como ciência e técnica de adaptação triun- l.uam, alçando a psicologia à função de zeladora do bom uso e do ajustamento de nossas capacidades. Deste modo, a psicologia não se constitui apenas como uma prática discursiva, mas principalmente como um discurso prático. Esta passagem, como lembra Canguilhem, refere-se ao cerne do projeto funcionalista: "Se, pois, o psicólogo não toma seu projeto ile psicologia numa ideia do homem, acredita ele poder legitimá-lo por seu comportamento de utilização do homem?" (Canguilhem, 1973, p. 120). As práticas em psicologia, agrupadas e justificadas a partir do funcionalismo, ganham autonomia e, hoje em dia, são 0 setor predominante neste saber-fazer. A psicologia, pois, é reco- nhecida, hoje em dia, mais por sua eficácia, por sua engenharia das relações humanas, do que por seu saber.5 Bibliografia comentada A língua portuguesa dispõe de poucas traduções de textos fun- cionalistas. Autores renomados, como John Dewey e William James, 5 Repassemos a palavra a Canguilhem: "a menos que se confundam o teórico da psico- logia e o professor de psicologia, deve-se reconhecer que o psicólogo contemporâneo é, na maioria das vezes, um prático profissional cuja 'ciência' é totalmente inspirada na pesquisa das Íeis' da adaptação a um meio sociotécnico — e não a um meio natural —, o que confere sempre a essas operações de 'medida' uma significação de apreciação e um alcance de perícia" (1973, p. 121). têm volumes específicos na coletânea Os pensadores, incluindo tex considerados psicológicos. John Dewey teve vários textos peda gicos traduzidos graças aos interesses do movimento brasileiro da Escola Nova, destacando o seu último texto puramente psicológico, Como pensamos (1910). Livros clássicos da história da psicologia, como os de Boring e Herrnstein (1971) e os de Schultz e Schultz (2000), têm extratos de textos funcionalistas. DEWEY, J . Como pensamos? São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959. BORING, E. G.; HERRNSTEIN, R. J. Textos básicos da história da psicologia. São Paulo: Herder/Edusp, 1971- SCHULTZ, D. ; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. São Paulo: Cultrix, 2000. o o a o J o u 2 < u o D c < D < 3 90
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