Buscar

TCC FASE FINAL - 02 06 2019 Envio

Prévia do material em texto

9
4.4 Documentos necessários para efetuar o registo 
Os documentos necessários para realizar o registro de nascimento irá depender do prazo que o mesmo está sendo realizado. Se este esta sendo realizado dentro do prazo estabelecido em lei, é necessário para quem quer que for o declarante, que o mesmo apresente um documento de identifação com foto atualizado. Documentos que possuem data de validade, precisam estar vigentes no ato do registro de nascimento.
A legislação vigente acerca do tema disciplina que é necessária a presença apenas de um dos pais no cartório de registro civil para efetivar o registro da criança nascida, quando os pais forem casados entre si, ou mesmo ambos podem participar desse momento momentaneamente, devendo levar Cédula de Identidade das ou da pessoas que comparecer no Cartório, Declaração de Nascido Vivo, documento este, fornecida aos pais do recém nascido pelas respectivas maternidades e hospitais. e Certidão de Casamento, conforme disposto no item 1º, do artigo 52, da Lei de Registros Públicos, sendo o prazo de até 15 (quinze) dias, conforme norma expressa no artigo 50, da mesma Lei retro mencionada. 
Caso os pais da crianças não serem casados entre si, podem ambos os pais comparecer juntos ao cartório, ou somente o pai, devendo levar os seguintes documentos: Documento de identidade (RG ou Carteira de Habilitação), Declaração de Nascido Vivo (fornecido pelo hospital onde a criança nasceu), para este caso, o pai poderá realizar o registro colocando o nome tanta da mãe quanto o seu nome, porém se a mão compararecer sozinha ao cartório, o registro terá apenas o nome dela.
4.4.1 Pais menores de 16 anos
Sendo os pais menores que 16 anos, para registrar seus filhos, devem se dirigir ao cartório acompanhados dos avós da criança ou de seu responsável legal.
Todos devem estar munidos de documento de identidade (RG ou Carteira de Habilitação) e a Declaração de Nascido Vivo.
4.4.2 Pai desconhecido
Nesse caso, a criança será registrada e na filiação constará apenas o nome da mãe. A mãe deverá comparecer ao cartório de registro civil munida de Documento de identidade (RG ou Carteira de Habilitação), Declaração de Nascido Vivo (fornecido pelo hospital onde a criança nasceu).
Importante ressaltar que na hipótese de o registro for requerido pela mãe, o nome do pai constante na Declaração de Nascido Vivo não é suficiente para o oficial registrá-lo como pai. É o que dispõe o parágrafo 2º, do artigo 54, da Lei de Registros Públicos (Lei 6015/73), recentemente modificado pela Lei 13112/15:
Art. 54. O assento do nascimento deverá conter:
[…] 
§ 2º  O nome do pai constante da Declaração de Nascido Vivo não constitui prova ou presunção da paternidade, somente podendo ser lançado no registro de nascimento quando verificado nos termos da legislação civil vigente.
O fato do registro conter apenas o nome da mãe, este poderá ser complemetendo dentro da forma da lei, com o nome do pai posteriormente.
4.4.3 Crianças que nasceram em casa ou em caso de perda da declaração de nascido vivo
Para crianças nascidas através do parto natural em domicílio, serão necessários além dos documento pessoais, devem comparecer no ato do registro, desde que tenham conhecimento do parto, duas testemunhas maiores, sendo permitindo os seguintes declarantes: pai ou mãe, o parente mais próximo, desde que este seja maior, médico ou parteira que assistiu ao parto, sendo permitido também, a pessoa idônea que tiver assistindo ao parto.
A peculiaridade de reside na eventual distância do local de nascimento da criança, prevendo e concendendo o legislador, dadas as dimensões continentais de nosso país, prazo maior para o registro da criança nascida em lugares distantes mais de 30 (trinta) quilômetros da sede do cartório, de até 3 (três) meses para efetivar o registro, conforme norma prevista no artigo 50, caput, da Lei 6.015/73, que teve sua redação alterada pela Lei 9.053/95.
Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório. 
4.5 Gratuidade do registro de nascimento
A todos é garantido o direito de ter o Registro Civil de Nascimento, sendo este documento, o que assegura todos os cidadões os benefícios desde os primeiros dias de vida, passando assim, tanto existir quanto fazer parte da sociedade como um cidadão. Sua gratuidade é assegurada pela lei nº 9.534/97, em seu artigo 30, que possibilitará para todos aqueles que nascerem no Brasil, desde de que trate-se da emissão da 1ª via da certidão de nascimento. 
Na emissão da 2ª via, é cobrado uma taxa, a qual varia em cada Estado, porém, uma vez a pessoa comprove estar em estado de pobreza, a segunda via da certidão também será garantida, sendo para exigido para isso, uma declaração.
5 DO REGISTRO DE NASCIMENTO
5.1 Nome
Não há dúvida que o nome civil é um dos principais quesitos individuais da pessoa natural. Sendo visto como de um símbolo da personalidade do indivíduo, capaz de particularizá-lo no contexto da vida social e produzir reflexos na ordem jurídica. 
O nome e sobrenome é conservado para a vida toda, a não ser em situações excepcionais de ordem particulares e com justificadas para tal alteração. 
 
O Código Civil, traz que toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome O nome civil é formado basicamente pelo nome individual (conhecido como prenome) e o nome de família (patronímico, apelido, sobrenome ou cognome), devendo o declarante mencioná-lo de forma completa no ato do registro do recém-nascido.
Pereira (2008,pg.01) cita o autor Caio Mário no seguinte argumento; é um elemento designativo do indivíduo e fator de sua identificação na sociedade, o nome integra a personalidade, individualiza a pessoa e indica, grosso modo, a sua procedência familiar.
O nome, possui tanto aspecto público, quanto o aspecto individual, sendo interessante para o Estado, quanto ao aspecto público, que os indivíduos sejam, inquestionáveis e perfeitamente, individualizados junto a sociedade, através do nome. Quanto ao aspecto individual, este refere-se ao direito personalíssimo do nome e de seu reconhecimento através dele.
Estabilidade e segurança para identificar as pessoas são inerentes ao Direito Público, já pelo lado do direito privado, é essencial o nome para o exercício regular dos direitos e do cumprimento das obrigações. 
No tocante ao direito da personalidade, o nome é indisponível, e uma vez registrado um indivíduo, não poderá ele dispor, ceder, alienar, ou renunciar a seu nome civil, e salientando também, que trata-se de imprescritível, sendo certo que o indivíduo não perde seu nome pelo desuso nem o adquire em virtude de posse. 
5.1.1 Prenome
Trata-se do primeiro nome de uma pessoa; nome que antecede o sobrenome da família (sobrenome) na forma de designar as pessoas. O prenome também é conhecido como nome de batismo. A cada pessoa podem ser atribuídos um ou mais prenomes quando nasce ou quando é batizada. Os pais possuem liberadade para escolher o nome, porem,devendo prevalecer sempre o bom senso na escolha, afim de não expor o filho a uma eventual zombaria. Uma vez que a Lei 6.015 /73, denominada Lei dos Registros Publicos - LRP traz os oficiais do registro civil não registrarão nomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Caso os pais não se conformarem com a recusa do oficial, os mesmos levaram por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do juiz competente 
5.1.2 Sobrenome e Agnome
Sobrenome ou apelido de família é a porção do nome do indivíduo que está relacionada com a sua ascendência de maneira a indicar sua filiação, sendo este uma caracteristica da fimilia,e assum transmitudo por secussão. De forma sugestivo, é recomentado o registro de sobrenome duplo (pai ou mãe) afim de se evitar um possivel homonimia a qual é comum em grandescidades.
Com o simples fato do nascimento, o sobrenome/ apelidos da família são adquiridos em razão do próprio direito, pois a sua inscrição no Registro competente tem caráter declaratório.
Faz-se necessário lembrar quanto a possibilidade de aquisição de patronímico familiar mediante um ato jurídico de efeitos reflexos no nome, como nos casos de adoção e casamento, em que a inscrição do apelido de família tem eficácia constitutiva. 
Agnome é usado para designar uma parte do nome de um indivíduo que o diferencia de seus homônimos. Tendo como função de diferenciar pessoas da mesma família que possuem o mesmo prenome e sobrenome. Assim, é acrescido a eles um agnome, como Júnior, Filho, Neto, Sobrinho para diferenciá-los. O agnome não é transmitido, sendo necessario ser inscrito no meomento do assento do registro de nascimento.
5.1.3 Axionômio e Hipocorístico
Axiônimo é a designação das formas protocolares, corteses ou respeitosas de tratamento, expressões de reverência, títulos honoríficos, como exemplos: V. Exª, V.S., Dr., Vossa Santidade etc.
Hipocorístico também chamado de epíteto, cognome ou, mais comumente conhecido como pseudônimo, o hipocorístico é um apelido pelo qual a pessoa é conhecida.Exemplos: António - Tonho, Toninho, Francisco - Chico, José - Zé, Beatriz – Bia, entre outros.
5.2 DA FILIAÇÃO 
De um conceito geral, pode-se entender a filiação como sendo a relação entre pais e filhos, onde o vínculo pode ser de origem tanto genética/biológica, quanto afetiva e também registral. Não se pode abrir mão do vínculo de filiação, sendo esse um direito indisponível.
Trata-se a um direito reconhecido a filhos originados ou não pelo casamento, incluindo ainda os adotivos, sendo todos portadores dos mesmos direitos, uma vez que Código Civil Brasileiro veda discriminação de qualquer tipo, sejam de filhos adotivos ou nascidos fora do casamento. 
 No que diz respeito da filiação natural, esta é a relação existente entre o filho e as pessoas que o geraram. Os pais podem reconhecer o filho conjunta ou separadamente, antes ou depois do seu nascimento e até após a sua morte, se deixar descendentes. O reconhecimento do estado de filiação constitui direito personalíssimo indisponível e imprescindível, exercitável contra os pais e seus herdeiros sem qualquer restrição. 
6 AUSÊNCIA DO NOME DO PAI NO REGISTRO DE NASCIMENTO
Bem mais que um detalhe, a falta do nome do pai nos documentos influência diretamente nos acessos ao direito, além que é garantido ter o nome do pai na certidão de nacimento, sendo um direito do cidadão advindo tanto pela Contituição Federal, quanto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. 
É dever do genitor e direito da criança ter a paternidade regulamentada e documentalmente reconhecida, consequentemente garante dentro outros, o direito a pensão alimentícia e direitos de herança, ampliando assim, uma gama de direitos, além de fortalecer os vínculos familiares, uma vez que a referencia paterna é quão importante quanto a materna.
Conforme matéria publicada no Jornal Edição do Brasil de 17/08/2018, no país há cerca de 5,5 milhões de crianças que não possuem a paternidade reconhecida, constatando no lugar do nome do pai a expressão Pai ausente. E ainda conforme com a mesma matéria, o homem por um complexo de fatores, desde o reflexo da sociedade que até pouco tempo e mesmo nos dias de hoje demostra um machismo acentuado, dando ao homem certas liberdade, inclusive escolher ser ou não pai, ficando a mãe responsavel sozinha do filho.
No assento do Registro de nascimento é então permitido a ausência do nome do pai , diferentemente o que acontece com a mãe, uma vez que a mesma acaba registrando a criança sozinha. Claro que se faz necessário consideredar os motivos para o registro de nascimento possuir apenas o nome da mãe, sendo estes de foro pessoal da mãe, nem sempre sendo uma decisão fácil de se tomar, porém, em muitas dessas decisões, não são esplanadas para a genitora as causas e consequência de tais atitudes, pois quando a mãe registra o filho sem mencionar o nome pai, está sendo suspenso, mesmo que provisoriamente os direitos do filho. 
Vários motivos podem dar origem ao registro do filho sem o nome do pai,dentre elas quando existe dúvida sobre quem pode ser o pai, ou por estar em um relaciomento extra conjungal, produção indepentende, dentre outras variadas hipóteses.
6.1 PAI AUSENTE, MÃE PRESENTE 
Se por um lado o pai pode opta em não assumir e não registrar o filho, a mãe é incubida de realizar o registro, assumindo todas as responsabilidade e deveres para com a criação do filho, uma vez que é comum ouvir da sociedade que até pode existir uma criança sem pai, mas sem a mãe não é possível. 
Segundo Benczik (pg.01,2011) é reconhecido como importante o papel do pai no desenvolvimento da criança e a interação entre pai e filho é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade. A experiência clínica tem mostrado que, na vida adulta, as representações dessa vivência insurgem nas várias possibilidades de construção psicoafetiva, com repercussão nas relações sociais.
As teorias psicológicas e as pesquisas científicas afirmam e fundamentam o papel da figura paterna no desenvolvimento e no psiquismo infantil. É pressuposto da teoria psicanalítica o papel estruturante do pai, a partir da instauração do complexo de Édipo. Na trama familiar, o sujeito se constrói e sai do estado de natureza para ingressar na cultura. Benczik cita no seguinte sentido: Freud, em seu trabalho Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância, afirma: "na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada".
A mesma autora, cita também Aberastury, o qual traz que o pai representa a possibilidade do equilíbrio pensado como regulador da capacidade da criança investir no mundo real. A necessidade da figura paterna no processo de desenvolvimento infantil ocorre entre seis e doze meses, quando a criança se vê inserida no triângulo edípico, denominado organização genital precoce, e, na adolescência, quando a maturação genital obriga a criança a definir seu papel na procriação, havendo um movimento mais intenso na adolescência para que o filho alcance maior autonomia.
6.2 CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DO NOME DO PAI NO REGISTRO DE NASCIMENTO
Nem uma pessoa pode ter ser direito renunciado por quem quer que seja, porem a mãe, quando opta em não revelar a identidade do pai ao filho, acaba se abstendo do direito, isso não quer dizer que o direito deixou de existir, e se for de interesse da criança, essa quando atingir maior idade, podera requerer o direito de filiação, este até então sendo abdicado pela mãe.
Os meios legais de ter a paternidade declarada na certidão, podem ser requeridas tanto pela a criança que se tornou jovem, quanto para o adulto, sendo possível tambem ser feito pela mãe. Para todos os casos, não é obrigatorio adotar o sobrenome do pai, porem não deixa de ser um direito da pessoal ter a paternidade reconhecida, não sendo permitido o pai negar o reconhecimento
Não há punição legal para o pai o se nega em assumir o filho, não trata-se de crime, no entanto requerer o reconhecimento da paternidade, é o primeiro passo para garantir alguns direitos, pois quando o pai não é declarado, não existe presunção de paternidade, não respondendo assim, por uma pensão alimenticia
O reconhecimento da paternidade traz não somente o aspecto afetivo, como passa assegurar ao filho variados direitos e garantias, estes previstos em lei, como participação na divisão de bens orindus de herança, bem como provimento de alimentos.
6.2.1 Aspectos psicológicos
Segundo a psicóloga Conrado (pg.01,2018), a ausência paterna pode trazer consequências. “Esse distanciamento gera um sentimento de rejeição profundo na criança e ela pode levar esse registro para outros relacionamentos, tendo, atémesmo, dificuldade em criar laços”.
O registro de nascimento, vai muito além de um simples documento, onde os dados ali são inseridos conforme mencionados pelo declarante, conta uma historia, o começo de tudo e quando este está incompleto, quando falta um dado, pode mudar muitas coisas na vida emocional do registrado e seus genitores. 
Faz se necessário o conhecimento de suas origens, sendo esta, uma necessidade do ser humano e é indiscutivel que o reconhecimento da paternidade tem efeitos emocionais, psicológicas, sociais, materiais, dentre outras..
6.2.2 Abandono Afetivo
Os motivos que contribuíram para a ausência do nome do pai no registro de nascimento, muitas vezes acabam gerando uma grande frustração e culminando no abandono afetivo, pelo fato, muitas vezes, de o pai não saber que é pai.
A legislação vigente dispõe que os pais tem o dever de bem criar os filhos, educando-os, cuidando e exigindo comprotamento obediente e compatível com a idade da criança, sob pena de extinção do poder familiar, conforme artigos 1.634, caput, e incisos I, VIII e IX, artigo 1.635, inciso V, e artigo 1.638, inciso II, todos do Código Civil. 
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:(Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;(Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.(Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
II - deixar o filho em abandono;
 
A doutrina é fiel à legislação. Maria Berenice Dias expõe que:
 “A falta de convívio dos pais com os filhos, em face do rompimento do elo de afetividade, pode gerar severas sequelas psicológicas e comprometer o desenvolvimento saudável da prole. A figura do pai é responsável pela primeira e necessária ruptura da intimidade mãe-filho e pela introdução ao mundo transpessoal, dos irmãos, dos parentes da sociedade, Nesse outro mundo, imperam ordem, disciplina, autoridade e limites. A omissão do genitor os encargos decorrentes do poder familiar, deixando de atender o dever dde ter o filhoem sua companhia, produz danos emocionaismerecedores de reparação. Se lhe faltar essa referência o filho estará sendo prejudicado, talvez de forma permanente, para o resto de sua vida. Assim, a falta da figura do pai desestrutura os filhos, tira-lhes o rumo da vida e debita-lhes a vontade de assumir um projeto”. (DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 4 ed. São Paulo; Editora Revista dos Tribunais. 2007, p. 407).
 E complementa.
“O conceito atual de família, centrada no afeto como elemento agregador, exige dos pais o dever de criar e educar os filhos sem lhes omitir o carinho necessário para a formação plena de sua pernsonalidade , como atribuição do exercício do poder familiar. A grande evolução das ciências que estudam o psiquismo humano veio a escancarar a decisiva a decisiva influência do contexto familiar para o desenvolvimento sadio de pessoas em formação. Não mais de podendo ignorar essa realidade, passou-se a falar em paternidade responsável. Assim, a convivência dos filhos com os pais não é direito do pai, mas direito do filho. Com isso, quem não det´m a guarda tem o dever de conviver com ele. Não é direito de visitá-lo, é obrigação de visitá-lo. O distanciamento entre pais e filhos produz sequelas de ordem emocional e reflexos no seu saio desenvolvimento. O sentimento de dor e de abandono pode deixar reflexos permanentes em sua vida.”
Por fim, importante ressaltar a lição de Jorge Trindade sobre o assunto:
“A função dos pais não se limita em prover materialmente as necessidade básicas do filho. A sua finalidade precípua é a assistência emocional. É exercer a função psicopedagógica de educar e zelar pelo desenvolvimento sadio da criança. Não sendo exercido esse irrenunciável papel surge o dever de reparar o dano, pois se encontram presentes os pressupostos que caracterizam o abandono afetivo”. (TRINDADE, Jorge. Manual de Psicologia Jurídica Para Operadores do Direito, 4ª Edição. Editora Livraria do Advogado. Página 346)
Assim, em situações de abandono afetivo, os tribunais de todo o país encontram-se em harmonia no sentido de reconhecer o abandono afetivo como ilícito civil, gerando o direito à repação civil. Para exemplificar traz-se abaixo parte de uma das mais sensitivas ementas pesquisidas que segue na íntegra em anexo.
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. ABANDONO AFETIVO. COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL. POSSIBILIDADE. DANO IN RE IPSA. 1. "A omissão é o pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece, e o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo." (Padre Antônio Vieira. Sermão da Primeira Dominga do Advento.Lisboa, Capela Real, 1650). … 4. "A indenização do dano moral por abandono afetivo não é o preço do amor, não se trata de novação, mas de uma transformação em que a condenação para pagar quantia certa em dinheiro confirma a obrigação natural (moral) … Por tratar-se de uma obrigação natural, um Juiz não pode obrigar um pai a amar uma filha. Mas não é só de amor que se trata quando o tema é a dignidade humana dos filhos e a paternidade responsável. … 16. A indenização fixada na sentença não é absurda, nem desarrazoada, nem desproporcional. Tampouco é indevida, ilícita ou injusta. R$ 50.000,00 equivalem, no caso, a R$ 3,23 por dia e a R$ 3,23 por noite. Foram cerca de 7.749 dias e noites. Sim, quando o abandono é afetivo, a solidão dos dias não compreende a nostalgia das noites. Mesmo que nelas se possa sonhar, as noites podem ser piores do que os dias. Nelas, também há pesadelos. 17. Recurso conhecido e desprovido. (Acórdão n.1162196, 20160610153899APC, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA, Relator Designado:DIAULAS COSTA RIBEIRO 8ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 28/03/2019, Publicado no DJE: 10/04/2019. Pág.: 533/535)
 
Nota-se que a jurisprudência é firme no entendimento indenizar a vítima do abandono afetivo paternal. Vale dizer também que é uníssona, harmônica e cristalina no sentido supra exemplificado.
6.3 RECONHECIMENTO AO FILHO 
O registro de nascimento poderá ter incluido o nome do pai posteriormente, sendo esse um processo tardio, onde uma das partes tem a iniciativa em incluir o nome do pai no documento. 
A mãe, se quiser, poderá apresentar o nome do suposto pai ao juízo no momento da declaração do registro. Conforme a Lei 8.560/1992 em seu artigo 2;
Art. 2º Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
§ 1° O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a paternidade alegada e mandará, em qualquer caso, notificar o suposto pai, independente de seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída
Antes, o reconhecimento de paternidade era realizado somente via judicial por meio de processo apresentado a um juiz de direito, com manifestação do Ministério Público e presença de advogados. O processo, muitas vezes, levava anos para ser finalizado. Agora, o processo é mais rápido e feito diretamente em cartório. Ele pode ser feito de maneira espontânea pelo pai ou solicitada pela mãe ou filho maior de 18 anos. Em todo caso, é necessário ir ao cartório de registro civil dar início ao processo, onde o registrador civil encaminha as informações ao juiz responsável, quando a iniciativa parte da mãe ou do filho, o qual tenta localizar o suposto pai e convoca-o para audiência para se manifestar e realizar o registro. 
Havendo recusa por parte do suposto pai,o caso é encaminhado ao Ministério Público, para abertura da ação judicial de investigação de paternidade e realização de exame de DNA.
Com qualquer idade, o filho poderá solicitar o reconhecimento de paternidade, sendo um direito que nunca se prescreve.
O filho reconhecido passa a ter todos os direitos inerentes à filiação, inclusive o direito à herança e ao pagamento de pensão alimentícia. Além disso, o nome familiar, o status, a dignidade, a honra, a integridade psíquica e emocional são outros exemplos de direitos que advêm da identificação da paternidade. Também o pai passa a ter os direitos relativos à paternidade, como, por exemplo, o direito de visita.
6.3.1 Alteração e Inclusão no Registro de Nascimento
Todo cidadão brasileiro que não possue o nome do pai na certidão de nascimento, poderá solicitar a inclusão atraves do reconhecimento de paternidade. Essa solicitação poder ser iniciado pela mãe, pai ou filho caso seja maior de 18 anos. 
Para a alteração/inclusão seja realizada, basta que o interessado preencha o formulario padrão disponivel no proprio cartório e tenha em mãos a primeira certidão de nascimento, indicando o nome do suposto pai. 
O cartório encaminhará o documento para o juiz da localidade onde o nascimento foi registrado, que consultará o indicado sobre a veracidade da informação”, explica Souza (pg.01.2015).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se portanto através das pesquisas realizadas no decorrer do presente trabalho de conclusão de curso, que a ausência paterna é significativa com relação a formação intelectual do filho.
Se faz necessário uma esplanação quanto ao aspecto histório inerente ao registro de nascimento, como sua evolução pode permitir que muitos registros fossem complementados com o nome do pai. E não menos importante, como todo esse processo é realizado nos dias atuais, trazendo informações importantes quanto os direitos e deveres que se obtém através do registro de nascimento, onde se expede a certidão de nascimento, contendo dados que darão ao novo cidadão brasileiros vários direitos, além de permitir que todos os demais documentos adquiridos na sequência.
REFERÊNCIAS
BENCZICK, Edyleine Belline Peroni. A importancia da figura paterna para o desenvolvimento infantil. Revista de Psicopedagogia, São Paulo, v. 85, n. 28, p.67-75, mar. 2011. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862011000100007>. Acesso em 12.05.2019
CALDEIRA, Fátima Cristina Ranaldo.Publicidade limitada dos registros de nascimento- INSTITUTO DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DO PARANÁ.25/03/2014.Disponível em <http://www.irpen.org.br/site/conteudo-artigo/89 >em 02/06/2019
COLE, M.; COLE, S. R. O desenvolvimento da criança e do adolescente. Trad. Magda França Lopes, 4ª. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
DIAS, Maria Berenice , Manual de Direito de Família. 4. Ed. São Paulo; Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 407.
GUSMÃO Camila, RIBEIRO de Oliveira Sandy. O registro civil de nascimento da pessoa natural como pressuposto da cidadania. Disponível em <https://jus.com.br/artigos/28560/o-registro-civil-de-nascimento-da-pessoa-natural-como-pressuposto-da-cidadania> Acesso em 06/05/2019
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.IBGE. Disponível em:<www.ibge.gov.br> 
ISHIDA, Valter Kenji. “Estatuto da Criança e do Adolescente, Doutrina e Jurisprudência”. Editora Atlas. 12ª Edição.2010.
NERY, Rosa Maria de Andrade. Manual de Direito Civil – Família. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituicoes de direito civil. Rio de Janeiro, Editora Forense,2010 Vol. 1 - 24 ed,
PEREIRA, Rafael D'Ávila Barros. Nome civil: características e possibilidades de alteração. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 13, n. 1811, 16 jun. 2008. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/11345>. Acesso em: 25 maio 2019.
SOUZA, Carolina Graziela.Judiciário orienta sobre reconhecimento tardio de paternidade. IRPEN - INSTITUTO DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DO PARANÁ. 07/08/2015 Itapecuru-Mirim;pg.01.Disponível em< http://www.irpen.org.br/site/conteudo-noticia/2263>acesso em 30 de maio 2019
XIMENES, Rachel Letícia Curcio. Artigo - A MP nº 776/2017 sancionada propõe inovações no âmbito do Registro Civil.IRPEN - INSTITUTO DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS DO PARANÁ. 02/10/2017.Disponível em< http://www.irpen.org.br/site/conteudo-artigo/167>acesso em 02/06/2019
ZAINAGHI, Maria Cristina. Os Meios de Defesa dos Direitos do Nascituro, São Paulo: LTR, 2007.
5,5 milhões de crianças não têm nome do pai no registro. Edição Brasil, Belo Horizonte,n., 17 agosgo 2018. Caderno Geral, p.01. Disponível em <http://edicaodobrasil.com.br/2018/08/17/55-milhoes-de-criancas-nao-tem-nome-pai-no-registro/> acesso em 12/05.2019
+++++++++++++++++++++++++++++
https://www.portaldori.com.br/2016/10/11/artigo-uma-breve-historia-do-registro-civil-contemporaneo-por-marcelo-goncalves-tiziani/ - acessado em 21/10/2018 as 18:00 horas.
 -www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/análise-doutrinária-e-jurisprudencial-acerca-do-abandono-afetivo-na-filiação-e-sua-reparaçã - acessado em 21/10/2018 as 21:00 horas. 
https://guiadocumentos.com.br/certidao-de-nascimento/ acesso 12/05/2019 as 17:19
Direito de Família — Averiguação e Investigação de paternidade
http://www.mppr.mp.br/pagina-6664.html
 https://maesdeprimeira.wordpress.com/2016/09/21/sera-que-e-possivel-omitir-o-nome-do-pai-na-certidao-de-nascimento/
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/20115/nome-civil-caracteristicas-e-possibilidades-de-alteracao acesso em 06/05/2019 as 18:48
https://direitofamiliar.com.br/o-que-e-investigacao-de-paternidade/

Continue navegando