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Curso - Orientações Gerais ao Paciente com COVID-19 na Atenção Primária ● Terminologias: - Doença: COVID-19 - Vírus: SARS-CoV-2 ● Fases Epidemiológicas da COVID-19: O COVID-19 possui características dinâmicas, portanto, em cada localidade ele pode se propagar de maneiras variadas. Para compreender a dinâmica de propagação da doença nos territórios, consideram-se 3 fases epidemiológicas. - fase 1: casos importados - fase 2: transmissão local - fase 3: transmissão comunitária Na fase 1, há poucas pessoas acometidas e todas regressaram de países onde há epidemia. Já na fase 2, há transmissão autóctone, ou seja, quando as pessoas que não viajaram para o exterior ou estados com casos confirmados, ficam doentes, porém ainda é possível identificar o paciente que transmitiu o vírus. E na fase 3, o número de casos aumenta exponencialmente e não é possível identificar a fonte ou pessoa transmissora. Atualmente, existem alguns critérios para as fases epidemiológicas, considerando o cenário de transmissão. - transmissão local: casos autóctones com vínculo epidemiológico a um caso confirmado identificado. - transmissão comunitária: casos autóctones sem vínculo epidemiológico a um caso confirmado ou resultado laboratorial positivo sem relação com outros casos na iniciativa privada/rotina de vigilância de doenças respiratórias ou transmissão se mantiver por cinco ou mais cadeias de transmissão. OBS: A Portaria nª 454, 20 de março de 2020, reconhece a fase de transmissão comunitária em todo o território nacional. Esta tem como objetivo a redução da transmissão e a coordenação do manejo adequado de casos. A Atenção Primária à Saúde e a Estratégia Saúde da Família são a porta de entrada preferencial do SUS e na ocorrência de surtos e epidemia tem papel fundamental na resposta global ao COVID-19. Estas devem ser resolutivas em suas ações e atendimentos, além de manter a longitudinalidade e a coordenação do cuidado em todos os níveis de atenção à saúde. No cenário epidemiológico de transmissão comunitário, a atuação das equipes de Atenção Primária à Saúde e Estratégia Saúde da Família no território visam o monitoramento e acompanhamento de casos leves, bem como a identificação precoce dos casos graves para manejo nos serviços especializados em níveis secundários e terciários. Em nível local, a conduta da Atenção Primária à Saúde e Estratégia Saúde da Família deve-se se concentrar na abordagem sindrômica dos casos, não necessitando a identificação dos fatores etiológicos por meio de um exame específico. ➔ Ações da Atenção Primária à Saúde e Estratégia Saúde da Família: - condutas e manejos adequados de acordo com os casos operacionais; - monitoramento de casos em isolamento; - orientações gerais aos pacientes; - ações de prevenção e controle na comunidade. ● Definições de Casos Operacionais COVID-19: - Caso suspeito: Existem 2 situações que os casos podem ser classificados como suspeitos: viajante e contato próximo. Situação 1: Viajante - Pessoa que, nos últimos 14 dias, retornou de viagem internacional de qualquer país e apresente: Febre E pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia). Situação 2: Pessoa que, nos últimos 14 dias, teve contato próximo de caso suspeito ou confirmado para COVID-19 e apresente: Febre OU pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia). - Caso provável: Pessoa que, nos últimos 14 dias, resida ou trabalhe no domicílio de caso suspeito ou confirmado para COVID-19 e apresente: Febre OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia) OU outros sinais e sintomas inespecíficos como: fadiga, mialgia/artralgia, dor de cabeça, calafrios, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito, desidratação e inapetência. - Caso confirmado: Existem 2 formas de confirmação: estudo laboratorial e clínico epidemiológico. Laboratorial: Caso suspeito ou provável com resultado positivo em RT-PCR em tempo real, pelo protocolo Charité. Clínico epidemiológico: Caso suspeito ou provável com histórico de contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente por COVID-19, que apresente febre ou pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica. - Caso descartado: Caso que se enquadre na definição de suspeito E apresente resultado laboratorial negativo para SARS-CoV-2 OU confirmação laboratorial para outro agente etiológico. - Caso excluído: Diante do aumento de registros na base de dados do FORMSUS2, serão classificados como excluídos aqueles que apresentarem duplicidade OU que não se enquadram em uma das definições de caso anteriormente referidas. - Casos curados: Diante das últimas evidências compartilhadas pela OMS e países afetados, o Ministério da Saúde define que são curados: casos em isolamento domiciliar - casos confirmados que passaram por 14 dias em isolamento domiciliar, a contar da data de início dos sintomas E que estão assintomáticos e casos em internação hospitalar - diante da avaliação médica. OBS:a liberação do paciente deve ser definida de acordo com o Plano de Contingência local, a considerar a capacidade operacional, podendo ser realizada a partir de visita domiciliar ou remota (telefone ou telemedicina). ● Manifestações clínicas do COVID-19: O quadro clínico inicial de COVID-19 é caracterizado por uma Síndrome Gripal (SG), que pode variar seus sintomas desde uma apresentação leve e assintomática até uma apresentação grave. Para diagnóstico de Síndrome Gripal, os principais sintomas a serem considerados são: Em crianças com menos de 2 anos de idade, deve-se considerar também: febre de início súbito e qualquer outro sintoma respiratório ● Manifestações clínicas do COVID-19 - orientações aos usuários: Nos casos de sintomas leves, as medidas incluem: suporte, conforto e monitoramento até a alta. As orientações aos usuários devem ser: uso de máscara, lavagem das mãos, evitar tocar nos olhos, boca e nariz, cobrir o nariz e boca com o cotovelo ao tossir ou espirrar e isolamento domiciliar. Nos casos de pacientes que pertencem ao grupo de risco, além das orientações gerais, deve-se observar os sinais e sintomas de gravidade que os pacientes possam apresentar durante o período de isolamento domiciliar, considerando os casos de comorbidades descompensadas que contraindicam o isolamento domiciliar. Nesses casos, é necessário encaminhamento a Centros de Referências ou de Atenção Especializada. ● Sinais e Sintomas de Gravidade: É de extrema importância a orientação ao paciente em isolamento domiciliar quanto aos sintomas de gravidade, uma vez que o próprio usuário precisará reconhecer a presença de qualquer sinal de alerta, retornando imediatamente à unidade de saúde. SIST.RESPIRATÓRIO SIST.CARDIO ALERTAS ADICIONAIS ADULTOS ● Falta de ar ou dificuldade de respirar; ● Ronco, retração sub/intercostal severa; ● Cianose central; ● SPO2 <95% em ar ambiente; ● Taquipneia (<30bpm). ● Sinais e sintomas de hipotensão (hipotensão sistólica abaixo de 90mmHg e hipotensão diastólica abaixode 60mmHg); ● Diminuição do pulso periférico. ● Piora nas condições clínicas de doenças de base; ● Alteração do estado mental, como letargia e confusão; ● Persistência ou aumento de febre por mais de 3 dias ou retorno após 48h de período afebril. CRIANÇAS ● Falta de ar ou dificuldade para respirar; ● Ronco, retração sub/intercostal severa; ● Cianose central; ● Batimento de asa de nariz; ● Movimento paradoxal do abdome; ● Bradipneia e ritmo respiratório irregular; ● SPO2 <95% em ar ambiente; ● Taquipneia; ● Déficit no sist.cardiovascular; ● Sinais e sintomas de hipotensão; ● Diminuição do pulso periférico. ● Inapetência para amamentação ou ingestão de líquidos; ● Piora nas condições clínicas de doenças de base; ● Alteração do estado mental: confusão e letargia; ● Convulsão. ● Quem deve ficar em isolamento domiciliar? Todas as pessoas diagnosticadas com a Síndrome Gripal deverão realizar o isolamento domiciliar por até 14 dias, considerando principalmente a abordagem sindrômica, presença de sintomas. O isolamento domiciliar também será indicado a pacientes já diagnosticados, sem fatores de risco e que apresentem manifestações leves da doença, desde que sigam o acompanhamento da equipe de saúde da Atenção Básica e que tenham disponibilidade de um cuidador até o desaparecimento dos sintomas da doença. ➔ Primeiras orientações: - Primeiro contato: no primeiro contato com o paciente, a equipe deverá anotar no prontuário o número de contato do paciente e de algum acompanhante, além de fornecer canais para a comunicação com a equipe. Informe ao paciente que, caso ele não consiga contato com sua equipe de referência, e na ausência de sinais de gravidade, ele deve entrar em contato com o DISQUE SAÚDE 136 para maiores informações. - Tempo de isolamento: o isolamento domiciliar deve durar até 14 dias e deverá ser determinado por prescrição médica e deve ser estendido às pessoas que residam no mesmo domicílio, mesmo que assintomáticas. - Monitoramento via teleatendimento: explique ao paciente que ele não ficará desamparado durante este período. É de responsabilidade da equipe da APS realizar o acompanhamento do paciente e de seus familiares, de maneira contínua, durante todo o período de isolamento. O monitoramento deve ser realizado a cada 48h, durante 14 dias, após o início dos sintomas, preferencialmente por telefone, solicitando consulta presencial nos casos que julgue necessária a realização do exame físico. ● Medidas de precaução domiciliar: Durante o isolamento domiciliar, o paciente deve ser monitorado via teleatendimento, que deve garantir a segurança, integridade e sigilo. O profissional de saúde deverá registrar no prontuário as seguintes informações: - dados clínicos do paciente; - data, hora, tecnologia e comunicação utilizada para o atendimento; - número do seu Conselho Regional Profissional e sua unidade de Federação. Em todos os casos de isolamento domiciliar, o paciente e os familiares devem receber orientações de higiene pessoal e medidas de prevenção e controle da infecção para evitar a disseminação do vírus entre os contatos familiares. É essencial que o paciente e sua família recebam orientações sobre o COVID-19, meios de transmissão e formas de reduzir a disseminação do vírus. A partir da compreensão destes aspectos, a adesão às medidas de isolamento pode ser mais efetiva. Após o esclarecimento das dúvidas, o paciente e seus familiares devem ser orientados acerca de algumas medidas de precaução a serem seguidas em casa. 1. Higienização das mãos: A equipe da APS deve orientar quanto à higienização das mãos, de maneira frequente, com água e sabão ou álcool em gel, especialmente antes de comer ou de cozinhar e após ir ao banheiro. Oriente o paciente e seus familiares para que utilizem papel toalha para secar as mãos após lavagem. Caso não seja possível, oriente quanto ao uso de uma toalha de uso individual que deve ser sempre substituída quando estiver úmida. Todas as pessoas da casa devem realizar a higiene adequada das mãos, com água e sabão, nos 5 momentos de higienização. São eles: 1. Antes do contato com a pessoa. 2. Antes da realização do procedimento (cuidado). 3. Após risco de exposição a fluidos biológicos, como secreção e catarro. 4. Após contato com a pessoa. 5. Após contato com as áreas próximas à pessoa, mesmo que não tenha tocado a pessoa, cuidado direta ou indiretamente da pessoa. OBS: Mesmo que as mãos sejam lavadas frequentemente, oriente o seu paciente e familiares que não toquem no rosto, a fim de evitar contato com as mucosas da boca e do nariz. 2. Higiene respiratória: Os pacientes com sintomas respiratórios e os demais moradores do domicílio devem receber orientações sobre a etiqueta respiratória, sendo informados sobre a importância de cobrir o nariz e a boca na hora que for tossir ou espirrar, seja com a parte de dentro do cotovelo ou com um lenço descartável. Lembrando sempre de lavar as mãos em seguida e descartar o lenço após o uso. 3. Uso de máscara cirúrgica: Usar máscara cirúrgica é uma das medidas de prevenção mais eficazes. Entretanto, o paciente e a família devem ser informados que o uso da máscara por si só é insuficiente para fornecer um nível adequado de proteção e que outras medidas devem ser adotadas, como a higiene das mãos. Além disso, o uso incorreto da máscara pode prejudicar sua eficácia na redução do risco de transmissão. ➔ Como devo orientar o paciente e o cuidador sobre o uso de máscaras? - paciente: a pessoa que está em isolamento social deverá usar a máscara o tempo todo. Para pessoas que não toleram máscaras por muito tempo, orientar reforçar a higiene respiratória. Lembrar ao usuário que é imprescindível o uso de máscara nas áreas comuns da casa. - cuidador: o cuidador deverá utilizar a máscara apenas quando estiver no mesmo ambiente no qual o paciente esteja. Em ambos os casos, devem ser orientados que as máscaras não devem ser tocadas durante o uso e devem ser substituídas sempre que estiverem sujas ou úmidas. 4. Limpeza de objetos e superfícies: - Oriente a família que objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos, toalhas, etc não devem ser compartilhados. - As superfícies que são tocadas frequentemente devem ser limpas mais de uma vez por dia com solução contendo alvejante (1 parte de alvejante para 99 partes de água). Esta orientação deve ser estendida à banheiros e toaletes. - Em relação às roupas pessoas, de cama e banho, estas devem ser lavadas isoladamente com sabão comum e água entre 60º-90ºC. ● Orientações diretas ao paciente: - Permanecer em quarto isolado e bem ventilado. Assim, a equipe da APS deve checar se há disponibilidade de local adequado para a realização do isolamento; - Caso não exista um quarto disponível, orientar o paciente a manter uma distância de pelo menos 1m de seus familiares; - No período de isolamento, oriente o paciente a limitar sua movimentação na casa, se restringindo a um quarto e as áreas indispensáveis para uso compartilhado; - As áreas comuns devem estar sempre bem ventiladas. - Amamentação: As mães que estão amamentando podem continuar com o aleitamento materno, atentando-se apenas para as medidas de higiene como a lavagem frequente das mãos e uso de máscara durante a amamentação. Nos demais momentos, orientar quanto a importância do distanciamento entre a mãe e o bebê, que devem ser mantidos em quartos separados sempre que possível ou mantendo a distância minima de pelo menos 1m. - Visitas: em período de isolamento, os moradores da casa não deverão receber visitas em casa, mesmo que não haja contato com a pessoa em isolamento. - Emergência: o paciente só deve sair de casa antes do período recomendado em casos de emergência. Nessas situações, orientar o paciente a utilizar máscaras, respeitar a distância segura das pessoas e evitar aglomerações.Sempre que possível utilizar transportes particulares ou ir a pé. - Etiqueta Respiratória: os pacientes com sintomas respiratórios devem receber informações sobre etiqueta respiratória, sendo informados acerca sobre a importância de cobrir a boca e o nariz quando forem tossir ou espirrar, seja com a parte de dentro do cotovelo ou com um lenço descartável. Lembrando sempre de lavar as mãos em seguida e descartar o lenço após o uso. ● Orientações aos cuidadores de pessoas com suspeita ou confirmação do COVID-19: A pessoa em isolamento social deverá ter um cuidador. Essa pessoa deverá estar saudável, sem patologias ou imunidade baixa. O cuidador deverá ser orientado pela equipe da APS sobre algumas precauções que devem ser tomadas para evitar a contaminação, como a utilização dos equipamentos de proteção individual durante o cuidado com o paciente. - Sempre usar máscaras ao manusear utensílios usados pelo paciente, de modo a evitar contato com secreções orais/respiratórias (catarro, coriza, etc), fezes e urina. - Ao manusear utensílios usados pelo paciente, utilizar luvas descartáveis de para evitar contato com secreções orais/respiratórias, fezes e urina. É importante informar sobre a importância da lavagem das mãos sempre que elas parecerem sujas, antes e depois do contato com o paciente, antes e depois de ir ao banheiro, antes e depois de cozinhar e comer ou sempre que julgar necessário. Sempre lavar as mãos após remover luvas e máscaras. O cuidador deverá analisar se outra pessoa na casa possui sintomas da síndrome gripal. Caso isso ocorra, a equipe da APS deverá ser informada o mais breve possível e os cuidados do isolamento domiciliar devem ser estendidos à essa pessoa. A equipe da APS deverá manter o atendimento dos casos em isolamento domiciliar a cada 48h, disponibilizando formas de contato para família. Oriente o paciente, cuidador e familiares sobre os sinais de agravamento que indicam necessidade de uma ação imediata. ● Orientações referentes às medidas de prevenção para a comunidade: - Permanecer em casa o maior tempo possível. - Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel (70%). Se não houver água e sabão, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool. - Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. - Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência e não compartilhar objetos de uso pessoal. - Manter os ambientes bem ventilados. - Evitar contato com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença, dando atenção especial aos idosos, os quais precisam ser mantidos protegidos e afastados de crianças e casos suspeitos. - Procurar uma USF caso apresente febre, tosse, dificuldade de respirar e histórico de viagem ou contato com casos suspeitos ou confirmados. - Instruir todas as pessoas a cobrir nariz e boca durante a tosse ou o espirro com o cotovelo flexionado, ou a usar tecido ou lenço de papel, descartando-os após o uso. É importante higienizar as mãos após tossir ou espirrar. ● Perguntas mais frequentes realizadas pelos usuários aos profissionais da saúde da Atenção Primária de Saúde sobre o COVID-19: 1. Devo usar máscara 24h por dia? R: No ambiente hospitalar, tanto profissionais quanto pessoas infectadas devem usar máscaras durante a assistência direta ao paciente. No ambiente domiciliar, as máscaras devem ser utilizadas por pessoas com sintomas respiratórios o tempo todo e por cuidadores quando precisarem entrar em contato. Lembre-se de orientar que o paciente isolado e os cuidadores devem ter o mínimo de contato possível e manterem uma distância segura 2. Álcool em gel é melhor do que a lavagem das mãos? R:Tanto a lavagem das mãos com água e sabão como o álcool em gel são eficientes no combate ao vírus, a diferença é que o álcool em gel tem um efeito mais prolongado, portanto, caso a pessoa precise sair e/ou não tenha como lavar as mãos frequentemente, o uso do álcool em gel é importante. De qualquer forma, o ideal é que as mãos sejam lavadas frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, incluindo o espaço entre os dedos, unhas e punhos, mesmo que se esteja em casa o tempo todo. Se não houver mais álcool em gel, aumentar a frequência da lavagem das mãos durante o dia. Não se esqueça de explicar que é importante limpar os objetos que são tocados frequentemente: maçanetas, talheres, copos, teclados de computador, celulares, corrimãos etc. e lavar as mãos após utilizá-los. 3. Posso usar Ibuprofeno? R: A Organização Mundial da Saúde recentemente informou que ainda não há informações suficientes para não indicar o uso de medicamentos com Ibuprofeno. A recomendação, portanto, vai depender da avaliação médica. De qualquer forma, reforce ao paciente em isolamento domiciliar que ele não deve se automedicar, usar apenas o que for prescrito pelo profissional responsável. 4. Hidroxicloroquina cura a COVID-19? R: Ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do medicamento para casos de coronavírus, mas existem estudos promissores. Dessa forma, o Ministério da Saúde prevê a distribuição de 3,4 milhões de unidades da Hidroxicloroquina e da Cloroquina no dia 26 de março de 2020 para tratamento de casos de COVID-19 grave, somente para pacientes hospitalizados. Apesar disso, é importante explicar ao paciente que o uso destes medicamentos só pode ser feito sob supervisão médica, e que, sem indicação, o uso representa um grande risco à saúde. Lembre o paciente que a Anvisa enquadrou estes medicamentos como os conhecidos “remédios controlados”, ou seja, só poderão ser entregues mediante receita branca especial, em duas vias. É importante enfatizar que pessoas com doenças como malária, lúpus e artrite reumatoide dependem desses remédios em seus tratamentos e que, portanto, a procura desnecessária deve ser evitada, pois a falta desses medicamentos a pacientes que realmente precisam pode gerar um problema grave. 5. Posso usar antibióticos contra a COVID-19? R: Informe ao paciente que antibióticos são utilizados contra infecções causadas por bactérias, e não por vírus, portanto, os antibióticos não funcionam contra a COVID-19, logo, não se deve tomar sem prescrição médica. Reforce: antibióticos não devem ser usados como um meio de prevenção. 6. Por que preciso me isolar se eu não estou doente? R: O isolamento domiciliar é recomendado para todas as pessoas com qualquer sintoma respiratório, com ou sem febre, pessoas com diagnóstico de Síndrome Gripal leve e pessoas com suspeita ou confirmação da COVID-19. O novo coronavírus (SARS-CoV-2) é um vírus de alta transmissibilidade (o que significa que é transmitido muito rapidamente), portanto, quem está com suspeita ou confirmação deve adotar medidas de isolamento de maneira mais precoce possível, evitando a contaminação de outras pessoas. O isolamento também é indicado para pessoas que tiveram contato com casos confirmados ou suspeitos de COVID-19 ou pessoas assintomáticas que podem estar expostas ao vírus (sendo chamado de quarentena nesses casos). Nessas situações, a pessoa deve se manter em casa o máximo de tempo possível, evitar contato próximo e compartilhamento de utensílios domésticos e pessoais. Essa medida diminui a possibilidade de circulação do vírus. 7. A vacina da influenza previne a COVID-19? R: Não, o novo coronavírus é diferente do vírus Influenza (H1N1). Até o momento não existe nenhuma vacina contra a COVID-19. Reforce ao seu paciente que a vacina contra o Influenza, portanto, só funciona para o vírus Influenza (H1N1). 8. Posso pegar o novo coronavírus através de comida? R: Não existem evidências e estudos suficientes para comprovar essa afirmação, porém promover a higiene e boas práticas de segurança alimentar podem impedir sua transmissão. Os Coronavírus são termolábeis, o que significa que são suscetíveis a altas temperaturas e ao cozimento normal (temperaturasde cerca de 70ºC). Dessa forma, é importante explicar ao paciente que ele deve lavar bem as mãos antes e depois de comer ou manipular alimentos, evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos e lavar bem os alimentos antes do cozimento. 9. Vit C, Vit D ou chá de erva doce protegem contra o novo coronavírus? R: Não existe, até o momento, nenhum medicamento ou alimento específico que sirva de prevenção contra o vírus. De qualquer forma, indique ao paciente que é importante manter uma boa alimentação e ingerir bastante líquido. E que o profissional que o acompanha vai orientar caso seja necessário retirar ou inserir algum alimento. 10. Animais domésticos podem ser infectados pelo coronavírus? R: Informe que não existem provas de que os animais são transmissores deste vírus, portanto, não há motivos para abandono ou vacinação em massa dos animais. 11. Uma mulher lactante que foi infectada pelo coronavírus, pode continuar amamentando? R: Tanto mulheres infectadas quanto saudáveis devem continuar amamentando, mas utilizando a máscara no momento.
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