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AULAS_06E07 LICITAÇÕES

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LICITAÇÕES 
 
 Como conceito de licitação a definição do ilustre jurista Marçal Justen Filho, que assim afirma: “A licitação é 
um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios obje-
tivos de seleção de proposta da contratação mais vantajosa, com observância do princípio da Isonomia, conduzido 
por um órgão dotado de competência específica.” 
 O art. 37, XXI, da CRFB determina que os contratos administrativos sejam precedidos de licitação pública, bem 
como o art. 175 da Carta Magna, ao tratar das outorgas de Concessões e Permissões, também faz referência à 
obrigatoriedade de licitar, imposta ao ente estatal. 
Quanto à competência para legislar, de acordo com o art. 22, da Constituição Federal, compete privativa-
mente à União legislar sobre: (...) XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para 
as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do 
art. 173, § 1°, III. 
ATENÇÃO! Os entes federativos poderão expedir normas específicas para regulamentação de seus proce-
dimentos licitatórios, desde que observadas as normas genéricas trazidas na legislação federal. 
 No âmbito federal, existem, atualmente, duas leis gerais de licitações: Leis 8.666/93 e 10.520/02 (Lei do Pre-
gão), bem como duas leis que tratam acerca de contratos administrativos, quais sejam, as Leis 8.987/95 e 11.079/04. 
Além destas também temos a lei que trata do RDC – regime diferenciado de contratações da Copa do 
mundo de 2014, da copa das confederações, e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 – Lei 12.462/11. 
 O STF entende haver disposições da Lei n. 8.666/93 que definem regras específicas de licitação, sendo que, 
nesses casos, os dispositivos serão aplicáveis somente às licitações realizadas no âmbito federal. Como exemplo, 
temos a norma que trata acerca de permuta de bens imóveis (ADI n. 927). 
Sendo assim, as normas da Lei 8.666/93 que estabelecem regras específicas são constitucionais para a 
União e inconstitucionais para os demais entes federados, que estão sujeitos apenas às de caráter geral editadas 
no âmbito federal. 
As finalidades são: viabilizar a contratação mais vantajosa à Administração e assegurar ao administrado a 
oportunidade de concorrer, em igualdade de condições, com os demais interessados. 
ATENÇÃO! Além da busca pela melhor proposta e isonomia, a Lei n. 12.349/10 acrescentou à redação 
do art. 3°, da Lei n. 8.666/93, a garantia de Desenvolvimento Nacional como uma das finalidades do procedimento 
licitatório. 
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LICITAÇÃO 
 
 O procedimento licitatório deve observar os princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, se-
jam os princípios expressos no art. 37, caput, e demais dispositivos da Constituição Federal, sejam aqueles implícitos 
no ordenamento jurídico, além dos princípios específicos que serão abordados doravante. 
Dessa forma, todos os princípios aplicáveis à atuação do Estado – o chamado Regime Jurídico Administra-
tivo – devem ser observados na realização de licitações públicas. 
 Vejamos abaixo a análise dos princípios aplicáveis de forma direta às licitações públicas. 
 
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório - O instrumento de convocação é, em regra, o 
edital, exceto no convite, em que a lei prevê a convocação mediante carta-convite, que é de um instrumento convo-
catório simplificado. 
O edital/carta-convite estabelece normas que obrigam os licitantes, bem como a própria Administração Pú-
blica, inclusive as normas no que tange ao critério de escolha do vencedor a ser utilizado nas licitações. 
 
Princípio do Julgamento Objetivo - O ato convocatório tem de conter critérios objetivos de julgamento 
que não se subsumem às escolhas dos julgadores. Portanto, o administrador não se deve valer de critérios que não 
estejam previamente definidos no edital para definição do vencedor do certame. 
 
Princípio do Sigilo das Propostas - As propostas apresentadas pelos licitantes são sigilosas até a data 
da abertura dos envelopes, a ser feita em conjunto por todos os concorrentes, em sessão pública. Até este momento, 
previamente determinado pelo edital, um licitante não pode saber da proposta do outro, pois a violação do sigilo da 
proposta representa Improbidade Administrativa e crime definido na própria Lei de Licitações. 
ATENÇÃO! Não contradiz o princípio da publicidade que deve ser observado na realização de licitações 
públicas. 
 
 
 
 
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Princípio do Procedimento Formal - O texto da lei estipula que o administrador não pode criar uma nova 
modalidade licitatória ou combinar duas ou mais modalidades já existentes. A Administração deve obedecer a todas 
as fases da licitação, sendo vedado que uma das fases não seja realizada, ou seja, o procedimento deve seguir, 
absolutamente, a previsão legal. 
 
Princípio da Eficácia Administrativa - A atividade administrativa gera custos e, como os recursos públicos 
são escassos, é necessário que a sua utilização produza os melhores resultados econômicos possíveis à Adminis-
tração Pública, tanto quantitativa quanto qualitativamente. O agente público tem o dever de gerenciar os recursos 
públicos onerando o menos possível à Administração. 
 
Princípio da isonomia - Em seu aspecto material, isto significa tratar igualmente os iguais e oferecer trata-
mento desigual aos desiguais na medida de suas desigualdades. Neste sentido, o princípio visa a igualar juridica-
mente aqueles que são desiguais faticamente, formando o que se convencionou chamar de isonomia material. 
Está em conformidade com esse princípio o tratamento diferenciado dispensado a microempresas e empre-
sas de pequeno porte pela Lei Complementar 123/06, bem como a possibilidade de criação de preferências para 
aquisição de produtos manufaturados ou serviços nacionais que obedeçam às normas técnicas brasileiras, nos 
moldes da própria Lei 8.666/93, conforme disposto em seu art. 3º, §§ 6º a 12. 
 
TIPOS DE LICITAÇÃO 
 
 A priori, cumpre salientar que a expressão Tipos de licitação não pode ser confundida com a expressão 
Modalidades de licitação por que esta se relaciona com a estrutura procedimental da licitação, enquanto os Tipos de 
licitação se vinculam ao critério de julgamento da licitação. Dessa forma, são modalidades de licitação a tomada de 
preços, a concorrência, o convite, entre outros. Por sua vez, os tipos são divididos em licitação “menor preço”, “melhor 
técnica”, “técnica e preço” e “maior lance”, consoante se analisará doravante. 
Sendo assim, quatro critérios podem ser estabelecidos, no edital, como forma de escolha do vencedor do 
certame. São os chamados tipos de licitação e estão definidos nos artigos 45 e seguintes da Lei 8.666/93. 
 
Menor preço - A Administração é orientada a selecionar a proposta de melhor preço que não pode ser 
confundido com o menor valor monetário, pois, existem hipóteses em que pagar o valor mais elevado propiciará à 
Administração Pública vantagens maiores. 
Atenção! Este tipo é utilizado quando o produto pretendido pela Administração não tiver nenhuma caracte-
rística especial, ou quando as características especiais são definidas como requisitos mínimos para contratação. 
 
Melhor técnica - Trata-se de licitação que tem por critério de escolha a qualidade do produto a ser adquirida 
ou do serviço a ser prestado. 
Atenção! Só poderá ser utilizado para serviços de natureza intelectual ou para serviços de informática. 
 
Técnica e preço - Nas licitações deste tipo, a escolha do vencedor será adequada, quando a variação de 
qualidade da prestação refletir na satisfação das necessidades do Estado. Sendo assim, será feita uma análise de 
preço bem como de qualidade do bem ou serviço a ser prestadopelo vencedor. 
Maior lance - A licitação do tipo maior lance se verifica para alienação pela Administração Pública de bens 
e direitos, é apropriada para o leilão, que é modalidade licitatória que utiliza sempre como critério de escolha do 
vencedor o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação feita pelo ente público. 
 
ATENÇÃO! Nos tipos melhor técnica e técnica e preço a seleção da proposta vencedora é feita por uma 
avaliação conjunta de atributos de qualidade e de preço. O Edital deve prever a apresentação de 2 (duas) propostas 
(uma técnica e outra comercial). 
Definido o critério de escolha do vencedor a ser utilizado no procedimento licitatório, que deve estar estipu-
lado no instrumento convocatório do certame, a Administração Pública não pode se valer de nenhum outro critério 
para selecionar a proposta mais vantajosa. 
Noutro giro, quanto ao desempate na licitação a lei estabelece critérios sucessivos de desempate, na 
licitação, nas situações em que os critérios de escolha previamente definidos no edital não são suficientes para a 
seleção de uma única proposta vencedora. 
Assim, os critérios de desempates estão definidos legalmente e são critérios sucessivos e não alternativos, 
ou seja, a Administração deve analisá-los na ordem em que foram estipulados na lei, não podendo escolher quais 
pretende utilizar. 
 
 
 
 
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Art. 3º, Lei 8.666/93: 
§ 2º Em igualdade de condi-
ções, como critério de de-
sempate, será assegurada 
preferência, sucessiva-
mente, aos bens e serviços: 
II – produzidos no País; 
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras; 
e 
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam 
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no 
País; 
V – produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei 
para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Pre-
vidência Social e que atendam às regras de acessibili-
dade previstas na legislação. 
ATENÇÃO! Medida Provi-
sória n. 495, de 19 de julho 
de 2010, já convertida em lei 
(Lei 12.349/10). 
Seguiu a doutrina e jurisprudência ao revogar o inciso I, 
do art. 3°, da Lei 8.666/93, que trazia critério que esta-
belecia regras diferenciadas para empresas brasileiras 
em virtude do seu capital ser nacional. 
 
ATENÇÃO! O art. 45, § 2º, da Lei 8.666/93 estipula que, se nenhum dos critérios de desempate, anterior-
mente mencionados, alcançar o propósito, deve ser feito o desempate por meio de sorteio. 
A Lei Complementar 123/06, em seu art. 45, I, estabelece que “a microempresa ou empresa de pequeno 
porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do cer-
tame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado”. 
Ademais, em igualdade de condições, caso a microempresa apresente uma proposta até 10% superior à 
proposta vencedora, a lei considera ter havido empate na licitação. O art. 44, § 1º, da LC 123/06 dispõe: “Entende-
se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno 
porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada”. 
Por fim, o art. 44, § 2º, da LC 123/06, dispõe “na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido 
no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço”. 
Já em relação a quem deve licitar, o art. 1°, da Lei n. 8.666/93, estabelece a obrigatoriedade de licitação 
para as contratações de todas as entidades que recebam dinheiro público. 
Os entes da Administração Direta – abrangendo a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. 
Os entes da Administração indireta – Autarquias, Fundações, Empresas públicas e Sociedades de Eco-
nomia Mista prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas. 
Fundos especiais – O Fundo é objeto de direito e não sujeito. Trata-se de um equívoco legislativo, uma vez 
que tais fundos representam normalmente mera destinação de verbas públicas. Excepcionalmente, tais fundos po-
dem ser regulamentados por lei como órgãos integrantes da Administração Direta ou Fundações Públicas de direito 
público, o que já os colocaria nas hipóteses anteriores. 
Demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público – Isso inclui todas as entidades 
que recebem dinheiro público para custeio ou para manutenção de pessoal, como as entidades do terceiro setor, 
ressalvadas as hipóteses de dispensa de licitação. 
Atenção! O art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93 traz a hipótese de dispensa de licitação para a celebração de 
contratos de prestação de serviços com as Organizações Sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas 
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. 
 Atenção! Quanto às Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras de atividade econô-
mica, o art. 173, § 1º, inciso III, da CF dispõe que é possível a criação de uma lei específica para reger a licitação 
dessas empresas. 
 Em 2016, foi editada a lei 13.303/16 que trata do Estatuto das empresas estatais, inclusive, regulamentando 
novo procedimento licitatório para essas entidades. Enquanto esse novo procedimento estiver em fase de vacância 
legal, lhes é aplicada a Lei 8.666/93, em sua integralidade, devendo ser respeitado o art. 37, XXI, da Constituição 
Federal, independente da finalidade da empresa estatal. 
Contudo, deve-se ressaltar a possibilidade da edição de regulamento para facilitar e tornar mais simples o 
procedimento licitatório dessas empresas (art. 119 da Lei n. 8.666/93). 
 
 
 
 
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O TCU entende que, de fato, as empresas estatais precisam licitar, mas deve-se admitir exceção. Quando 
a empresa estatal exploradora de atividade econômica licita para contratações referentes à sua atividade-fim, está 
sendo impedida de concorrer com igualdade no mercado. Isso porque a rapidez do mercado não se coaduna com 
a burocracia da licitação e a realização de procedimento licitatório. Nestes casos, iria de encontro ao interesse 
público. Assim, o Tribunal entende que não precisam realizar procedimento licitatório, por motivo de inexigibilidade, 
uma vez que não há interesse público na licitação. 
Os Conselhos de Classe, por atuarem no exercício do Poder de Polícia, ostentam qualidade de autarquias, 
compondo, desta forma, a Administração Indireta da União e, por isso, devem licitar para contratar. Encontra-se 
ressalvada deste entendimento a Ordem dos Advogados do Brasil que, por entendimento do Supremo Tribunal 
Federal, estampado na ADI n. 3.026, configura-se um caso à parte e não tem natureza jurídica de autarquia. Dessa 
forma, a OAB é uma entidade privada, não sujeita ao controle da Administração Pública, configurando-se um serviço 
independente. 
 Já os Convênios, a princípio, não dependem de prévia licitação, uma vez que os interesses dos conveni-
ados são convergentes, diferentemente dos contratos, em que as vontades são divergentes, haja vista o particular 
contratar com o Poder Público na busca pelo lucro, discrepando da finalidade pública inerente à atuação admi-
nistrativa. 
No que diz respeito ao intervalo mínimo, este representa o prazo mínimo definido em lei que deve ser 
respeitado entre a publicação do instrumento convocatório e a data da abertura dos envelopes de documen-
tação e de propostas. Se este prazo mínimo não for observado pelo ente público, a licitação poderá ser considerada 
fraudulenta. 
O prazo só começa a contar a partir da data da última publicação ou da data em que for disponibilizado o 
edital. 
ATENÇÃO! Observe-se que o prazo previsto na lei é “mínimo”. Dessa forma, pode ser concedido um prazo 
maior aos licitantes, a critério do Administrador Público, que deve buscar, sempre, fixar um prazo suficiente para 
participação dos interessados. 
Qualquer alteração no edital que modifique as obrigações da licitação ou a formulação das propostas exigea reabertura do prazo de intervalo mínimo, para que os licitantes de adequem às novas regras (§ 4°, do art. 21, da 
Lei n. 8.666/93). 
 
Concorrência 
45 dias – concorrência do tipo melhor técnica ou do 
tipo técnica e preço. 
30 dias – concorrência do tipo menor preço ou maior 
lance. 
Tomada de 
preços 
30 dias – tomada de preços do tipo melhor técnica ou 
do tipo técnica e preço. 
15 dias – tomada de preços do tipo menor preço ou 
maior lance. 
Convite 
5 dias úteis – independentemente do tipo de licitação 
utilizado 
Concurso 45 dias 
Leilão 15 dias 
Pregão 8 dias úteis 
ATENÇÃO! Sempre que o prazo for contado em dias úteis, tal situação 
estará expressamente definida na lei, caso contrário, serão considera-
dos dias corridos, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o dia do 
final, sendo sempre prorrogados o início e o término para o dia útil sub-
sequente, caso ocorra em dia não útil. 
 
 
 
 
 
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Quanto à comissão, esta é designada pela autoridade máxima do órgão, por meio de um ato jurídico for-
malizado por decreto, portaria resolução ou ato da diretoria, para realizar procedimento licitatório, ficando a autori-
dade responsável pela elaboração do edital e exposição de motivos da contratação. 
Em regra, a comissão licitante é composta por, pelo menos, 3 (três) membros, sendo 2 (dois) deles servi-
dores públicos qualificados dos quadros permanentes do órgão responsável pela licitação, consoante disposto no 
art. 51 da Lei 8.666/93. 
Ademais, a comissão designada pode ser especial ou permanente. Isso porque, em algumas situações, é 
designada uma comissão específica para cada certame licitatório, que recebe a denominação de comissão especial, 
apesar deste fato não ser muito eficiente, principalmente, em casos de órgãos públicos que licitam com certa fre-
quência. 
Comissão especial - é aquela designada para determinado certame licitatório. 
Comissão permanente – é a responsável por todas as licitações daquele órgão no período de sua investi-
dura, período esse que não pode ultrapassar um ano. Esta é mais frequente. 
ATENÇÃO! A lei define que, após um ano, é vedada a recondução de todos os membros da comissão 
licitante, para o período subsequente. Ou seja, depois de um ano, a comissão deve ser alterada, ainda que com a 
modificação de um único membro. 
A fiscalização dos seus atos pode ocorrer por qualquer cidadão e também pela autoridade que a nomeou 
ou pelos órgãos de controle interno e externo. 
Os membros respondem solidariamente pelos atos da comissão, ressalvado o caso daquele que houver 
manifestado, fundamentadamente, sua posição divergente, registrada em ata de decisão. 
 
EXCEÇÕES 
LEILÃO - Não há comissão, 
mas leiloeiro (Decreto 
21.981/32) 
Leiloeiro oficial ou servidor público de-
signado. 
PREGÃO - Não são executa-
dos por comissão, mas sim 
pelo pregoeiro, acompanhado 
ou não de uma comissão de 
apoio (art. 3°, da Lei 
10.520/02). 
O pregoeiro deve ser servidor público 
efetivo do órgão ou entidade previa-
mente qualificado para o exercício da 
função. 
A equipe de apoio deverá ser integrada, 
em sua maioria, por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo da Administração 
Pública, preferencialmente, pertencen-
tes ao quadro permanente do órgão ou 
entidade promotora do evento. 
CONCURSO - Por não ser 
composta necessariamente 
por servidores públicos, a co-
missão é especial. 
Os membros devem ser pessoas idô-
neas, com reputação ilibada, que te-
nham amplo conhecimento na área re-
ferente ao objeto do certame. 
CONVITE - Poderá ser dispen-
sada, sempre que a unidade 
for pequena e, justificada-
mente, a designação de uma 
comissão composta por três 
membros possa causar prejuí-
zos ao andamento regular das 
atividades do órgão. 
Se dispensada a comissão, a licitação 
será realizada por apenas um servidor, 
desde que efetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
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MODALIDADES LICITATÓRIAS 
 
 Além da consulta, que é modalidade licitatória específica de determinadas agências reguladoras e que, por 
não ter procedimento legal previsto na Lei de Licitações, não será analisada a fundo nesta obra, no Brasil, estão 
previstas em lei 6 (seis) modalidades licitatórias, abaixo elencadas e definidas. Vejamos: 
 Pode-se analisar que as modalidades concorrência, tomada de preços e convite são escolhidas pela Adminis-
tração em razão do valor do contrato a ser celebrado, com ressalvas para a modalidade da concorrência que, em 
determinadas situações, previamente estipuladas por lei, será exigida em razão do objeto a ser contratado. Por sua 
vez, as outras modalidades, quais sejam, o concurso, o leilão e o pregão são modalidades selecionadas em virtude 
da natureza do objeto do contrato e não do valor, propriamente dito. 
 A definição de valor toma por base a amplitude de competição garantida em cada espécie licitatória. Dessa 
forma, a concorrência é obrigatória para contratações de grande vulto, pois não há qualquer limite de competição, 
sendo aberta à participação de quaisquer pessoas. Por sua vez, a tomada de preços somente admite a participação 
de licitantes cadastrados no órgão, o que enseja a necessidade de haver limitação de valor em suas contratações. O 
convite restringe a participação, basicamente, aos licitantes convidados ou àqueles cadastrados que se interessarem 
com antecedência mínima de 24 horas, ensejando uma maior restrição de valor. 
ATENÇÃO! Art. 23, § 8°, da Lei 8.666/93 dispõe que os valores serão duplicados para as licitações reali-
zadas pelos consórcios formados por até três entes federativos e triplicados para as licitações feitas por consórcios 
formados por mais de três entes federativos. 
Fracionamento da licitação - trata-se da divisão do objeto da licitação, com a intenção de se utilizar mo-
dalidade licitatória mais simples em detrimento da mais rigorosa que seria obrigatória. 
Nesta senda, vale destacar que a lei veda a utilização da modalidade convite para aquisição de parcelas de 
uma mesma obra ou serviço que possam ser realizados conjunta ou concomitantemente, sempre que o somatório 
de seus valores caracterizar o caso de tomada de preço ou, até mesmo, de concorrência. 
ATENÇÃO! Nas situações em que, por questões orçamentárias, a Administração Pública, ao longo do exer-
cício financeiro, opta pela realização de várias licitações públicas para o mesmo objeto, esta é admitida, sendo 
somente necessária a utilização da modalidade mais rigorosa para cada um destes procedimentos. 
Excepcionalmente, o texto da lei define que é possível o parcelamento e a utilização de modalidade mais 
simples, sempre que se tratar de parcelas de natureza específica que devam ser executadas por pessoas diversas 
daquela que está executando a obra ou prestando o serviço principal. 
O fracionamento doloso, com a intenção de causar prejuízos ao erário configura inclusive crime tipificado 
na Lei de Licitações, sem prejuízo das sanções administrativas e cíveis cabíveis pelo mesmo fato. 
 
A Concorrência é a modalidade adequada a contratações de grande vulto, sendo garantidora da competi-
ção, sem limite de ingresso, com amplo procedimento previsto em lei, abarcando todas as fases, desde a análise 
de documentação, até a escolha das propostas. 
Critérios: valor e natureza do objeto. 
A modalidade é obrigatória para contratações de obras e serviços de engenharia acima de três milhões e 
trezentos mil reais (R$ 3.300.000,00) e para aquisição de bens e serviços, que não de engenharia, acima de um 
milhão, quatrocentos e trinta mil reais (R$ 1.430.000,00). 
Em razão da natureza do objeto, independente do valor do negócio, a concorrência se faz obrigatória na 
celebração de determinados contratos, quais sejam: a) alienação ou aquisição de imóveis pela Administração 
Pública; b) contrato de concessão de serviço público; c) concessão de direito real de uso; d) contratos de 
obra celebrados por meio de empreitada integral; e) licitações internacionais. 
 
A Tomada de preços é modalidade licitatóriapossível para a realização de contratações de obras e servi-
ços de engenharia de até três milhões e trezentos mil reais (R$ 3.300.000,00) e para aquisição de bens e serviços, 
que não de engenharia, de até um milhão, quatrocentos e trinta mil reais (R$ 1.430.000,00). 
Participam da competição apenas os licitantes que forem cadastrados no órgão ou aqueles que se cadas-
trarem até 3 (três) dias antes da data marcada para a abertura dos envelopes contendo as propostas dos licitantes. 
ATENÇÃO! O cadastro, que tem função de habilitação prévia, tem duração de 1 (um) ano, quando então 
deverá ser renovada a apresentação dos documentos. 
Se indeferido o pedido de cadastramento, o art. 109, I, “d”, da Lei 8.666/93 prevê a possibilidade de inter-
posição de recurso no prazo de cinco dias úteis, ressaltando que, nesse caso, por não estar enumerado expressa-
mente no art. 109, § 2º, da respectiva lei, o recurso terá somente efeito devolutivo. 
 
 
 
 
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Quanto ao cadastro de interessados, as empresas interessadas em participar de procedimentos licitató-
rios podem realizar prévio cadastro no órgão público, com a finalidade de evitarem uma inabilitação durante o cer-
tame. O cadastro nada mais é senão um conjunto de documentos arquivados no órgão público que demonstram a 
idoneidade financeira da empresa para celebrar contratos com a Administração Pública, ensejando uma simplifica-
ção do procedimento de licitação posterior. 
Este cadastro é obrigatório na tomada de preço e no convite, caso o interessado não tenha sido convidado 
pela Administração Pública. 
O registro cadastral é público e aberto aos interessados, sendo a sua publicação obrigação imposta à Ad-
ministração Pública, bem como a convocação para que os interessados façam a renovação do seu cadastro e para 
que novos interessados compareçam ao órgão público e apresentem sua documentação. 
Será cancelado o registro daquele que descumpra as condições de habilitação, devendo ser respeitadas as 
garantias de contraditório e da ampla defesa ao particular. 
 
Já o convite é a mais restrita das modalidades previstas na Lei de Licitações, pois a Administração pública 
pode escolher potenciais interessados em participar da licitação. 
O convite é utilizado para contratações de obras e serviços de engenharia no valor de até trezentos e trinta 
mil reais (R$ 330.000,00) e para a aquisição de bens e serviços, que não de engenharia até cento e setenta e seis 
mil reais (R$ 176.000,00). 
Participam do certame apenas os convidados, cadastrados ou não, sendo, no mínimo, de 3 (três). 
ATENÇÃO! Comprovando-se a restrição de mercado, a licitação poderá ocorrer com apenas 2 (dois) con-
vidados, desde que isso tenha sido justificado pelo ente público (art. 22, § 7°, da Lei 8.666/93). 
Caso não tenha sido convidado, o interessado pode manifestar seu interesse em participar do convite com 
antecedência de 24 horas da apresentação das propostas e, ainda assim, poderá participar da licitação desde que 
comprove estar regularmente cadastrado no órgão. 
 Na modalidade convite não há elaboração de edital. O instrumento convocatório é simplificado e denomina-se 
carta-convite, a qual é um instrumento convocatório mais simplificado do que o edital. 
A administração deve enviar a carta-convite aos convidados e afixar, no átrio da repartição, em local visível 
ao público. 
 A princípio, deve ser obedecida a regra geral definida na lei para designação de comissões. Ocorre que, se 
ficar comprovada a escassez de pessoal, em pequenos órgãos, a Comissão licitante pode ser dispensada e o proce-
dimento licitatório realizado por um único servidor público, desde que efetivo. 
ATENÇÃO! Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para 
objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem 
cadastrados não convidados nas últimas licitações (art. 22, § 6°, da Lei 8.666/93). 
 
A modalidade licitatória concurso representa o instrumento para selecionar trabalhos técnicos, científicos 
ou artísticos com certas características personalíssimas para incentivar o desenvolvimento cultural. 
 Nesta modalidade, há instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores. É também utilizada para con-
tratação de serviços técnicos profissionais especializados como dispõe o art. 13 da Lei 8.666/93. 
Diferencia-se do concurso público, porque não há qualquer preenchimento de cargos ou contratação de 
empregado. 
O procedimento desta modalidade será definido em regulamento próprio: qualificação dos participantes, as 
diretrizes, a forma de apresentação do trabalho, bem como os valores dos prêmios a serem pagos aos vencedores. 
A chamada comissão especial de concurso é composta por três membros: pessoas idôneas que tenham 
conhecimento na área do trabalho que será apresentado (art. 51, § 5°, da Lei 8.666/93). Não precisa ser servidor 
público. 
 
O Leilão, por sua vez, é a modalidade licitatória destinada para alienação de bens pelo poder público 
àquele que ofertar o maior preço, seja ele igual ou superior ao valor da avaliação. O leilão será sempre do tipo maior 
lance. 
Ademais, esta modalidade é realizada pelo leiloeiro, que pode ser o leiloeiro oficial ou um servidor desig-
nado pela Administração Pública para cumprir a função de leiloeiro e, portanto, não possui comissão de licitação. 
Não tem procedimento definido na Lei de Licitações. Contudo, a realização do certame deve obedecer a 
todos os princípios e regras definidos na Lei 8.666/93, sendo a procedimentalização regulada pelo Direito Comercial. 
 
 
 
 
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O leilão pode ser feito para alienar bens imóveis que tenham sido adquiridos por decisão judicial ou dação 
em pagamento (todos os outros deverão ser alienados mediante concorrência, obrigatoriamente). Também, é mo-
dalidade licitatória para alienação de bens móveis inservíveis, apreendidos e penhorados pelo poder público (pe-
nhor, não penhora). 
Por fim, o leilão pode ser utilizado para venda de bens móveis componentes do acervo da Administração 
Pública, previamente desafetados, desde que, analisados de forma isolada ou global, não ultrapassem o montante 
de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais), quando então será necessária a utilização de con-
corrência pública, em razão do valor. 
 
Pregão é a modalidade licitatória utilizada para a aquisição de bens – por esta razão parte da doutrina o 
chama de “leilão reverso” – e serviços comuns, cujos padrões mínimos de qualidade serão previamente estipula-
dos no instrumento convocatório. A licitação, neste modalidade, será sempre do tipo menor preço. 
Não há designação de comissão licitante, sendo o pregoeiro o responsável pela realização do pregão, que 
será um servidor efetivo designado a esta função. 
ATENÇÃO! Serviços e bens comuns são aqueles que podem ser designados no edital com expressão 
usual de mercado. 
Não pode ser utilizado para execução de obras públicas, mas tem sido aceito, até mesmo, para contratação 
de serviços de engenharia. 
A comissão de apoio ao pregoeiro não é comissão licitante e apenas auxilia o pregoeiro na realização do 
certame. Assim, é o pregoeiro que responde pela licitação, inclusive é responsável pelos atos praticados pela co-
missão de apoio. 
ATENÇÃO! A Consulta continua a ser regulamentada pelas Leis das Agências Reguladoras, porém, é 
pouco utilizada pelo fato de não estar regulamentada na Lei Geral de Licitações e porque não tem o seu procedi-
mento estabelecido (a lei somente estipula que caberá a consulta nas hipóteses em que não for cabível o pregão). 
Ou seja, atualmente, a única modalidade licitatória exclusiva das agências reguladoras é a Consulta, uma vez que 
o pregão foi estendido a todos os entes da Administração Pública, com a edição da Lei 10.520/02. 
 
Já o pregão eletrônico é realizado pela Internet, com a utilização deste mecanismo para comunicação 
entre os licitantes e entreestes e a Administração Pública na realização da sessão. No pregão eletrônico, o uso das 
novas tecnologias, como a Internet, permite a participação de um maior número de pessoas, ampliando a competi-
ção e auxiliando o Poder Público na busca da melhor proposta. Ademais, a ampliação da competição também visa 
à garantia da isonomia, permitindo uma maior participação popular nas contratações realizadas pelo Estado. 
Além disso, não existe comparecimento físico do interessado à repartição que promove a licitação, nem há 
encaminhamento de documentos, tudo se passa virtualmente. 
 
A Licitação para registro de preços ocorre quando o poder público licita com a finalidade de registrar os 
preços, para o caso de eventual contratação posterior. Acontece quando a administração entende que um bem ou 
serviço é adquirido com muita frequência e, por isso, tem interesse em deixar um registro, no órgão, com o eventual 
fornecedor deste bem ou serviço. 
A ata de registro de preço terá validade de 1 (um) ano, devendo ser realizado um novo procedimento licita-
tório, após este período. 
ATENÇÃO! Durante esse ano (período de vigência da ata), a proposta selecionada fica à disposição da 
Administração Pública, que poderá adquirir o bem selecionado quantas vezes ela precisar, desde que não ultra-
passe o quantitativo licitado. 
 Essa licitação não obriga a Administração a contratar com o vencedor, uma vez que sequer sabe se haverá 
dotação orçamentária para celebração do contrato. O vencedor não tem a garantia de que se o Estado for contratar, 
irá contratar com ele. O registro de preço não vincula a Administração Pública ao vencedor de nenhuma forma. 
O instituto está previsto no art. 15, da Lei 8.666/93, e foi regulamentado pelo Decreto 7.892/13, alterado 
pelo Decreto n. 8.250/14. 
 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DA CONCORRÊNCIA 
 
É o procedimento mais extenso e seu estudo serve de apoio para os demais. 
 A doutrina majoritária aponta no sentido de que o início da licitação se dá com o ato que instaura o procedi-
mento administrativo, dando início ao que se convencionou chamar de fase interna da licitação. Nesse momento, o 
procedimento licitatório já está formalmente iniciado, tendo sido atribuído um número ao processo administrativo. 
 
 
 
 
 
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Fase Interna 
 
 Nesta fase, a Administração Pública está, internamente, se organizando para licitar, com a abertura do pro-
cesso administrativo respectivo e com a realização dos atos preparatórios que justifiquem a realização do certame. 
O texto legal define requisitos a serem observados para início do procedimento. 
 Primeiramente, deverá ser formulada a exposição de motivos da contratação, justificando a necessidade da 
celebração do contrato e sua importância às atividades do ente estatal e à persecução do interesse público. 
 Ademais, a lei estabelece a necessidade de declaração de adequação orçamentária para a celebração do 
contrato que advirá do certame, inclusive em consonância com o disposto na Lei Complementar 101/00 (Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal). 
ATENÇÃO! A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem se formando no sentido de que a lei não 
exige a real disponibilidade financeira antes do início da licitação, mas tão somente a previsão de recursos orça-
mentários. 
Ademais, o poder público deve ter um orçamento, definindo o valor máximo que está disposto a pagar pela 
aquisição do bem ou serviço ou pela execução da obra a ser contratada (art. 40, X, da Lei 8.666/93). 
 
Despesas de caráter continuado - são hipóteses em que os gastos com o contrato a ser celebrado devam 
ultrapassar um exercício financeiro, devendo haver contemplação do produto ou serviço nas metas estipuladas na 
lei do Plano Plurianual (no art. 165 da Constituição Federal). 
Depois disso, deve-se designar a comissão que ficará responsável pela realização do certame. 
 
Minuta do edital 
 
Este será encaminhado para o órgão de consultoria jurídica para aprovação (deve respeitar os critérios 
mínimos do art. 40, da Lei 8.666/93). 
Ele deve vir com a minuta do contrato anexada dando aos participantes o conhecimento acerca da avença 
a ser celebrada pelo Poder Público. 
ATENַÇÃO! Em casos de contratação para execução de obras, a lei exige ainda a realização de um projeto 
básico aprovado pela autoridade competente e disponível para que os interessados em participar da licitação te-
nham amplo conhecimento (art. 6º, IX, da Lei 8.666/93) 
É vedada a participação, ainda que indiretamente: da pessoa, seja ela física ou jurídica, que tenha realizado 
o projeto, básico ou o projeto executivo; empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do 
projeto básico ou do projeto executivo ou, ainda, da qual o autor de um desses projetos seja dirigente, gerente, 
acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável 
técnico ou subcontratado; das pessoas físicas ou jurídicas às quais tenha sido aplicada a penalidade de suspensão 
de contratar com o poder público ou declaração de inidoneidade, enquanto vigentes as penalidades; e do agente 
público que seja membro da comissão licitante, ou servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou res-
ponsável pela realização do procedimento licitatório. 
 A lei ainda dispõe acerca da possibilidade de participação, como consultor técnico, com a finalidade de auxiliar 
a fiscalização e supervisão da obra, da pessoa física ou jurídica responsável pela realização do projeto básico ou 
executivo. Neste caso, a pessoa deve atuar a serviço da Administração Pública. 
É proibida a inclusão, no objeto da licitação, de obtenção de recursos financeiros para sua execução, qual-
quer que seja a sua origem, salvo nas hipóteses de empreendimentos executados e explorados sob o regime de 
concessão (art. 7°, §§ 3° e 5°, da Lei 8.666/93). 
É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão 
de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. 
Objeto não pode ser bem e serviço sem similaridade ou de marca, características e especificações exclusi-
vas, exceto nos casos em que for tecnicamente justificável, ou quando o fornecimento de tais materiais e serviços 
for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado expressamente no instrumento convo-
catório. 
O desrespeito ao art. 7°, da Lei 8.666/93, implica a nulidade de todos os atos praticados ou contratos cele-
brados, sem prejuízo da responsabilidade de quem lhes tenha dado causa. 
 
 Edital: Ainda nesta fase interna, o Poder Público elabora a minuta do edital de licitação que será encaminhado 
ao órgão de consultoria jurídica para aprovação. 
 
 
 
 
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O edital é o instrumento convocatório das licitações na modalidade concorrência e configura uma convoca-
ção a todos os interessados em contratar com a Administração Pública, desde que atendam às exigências nele 
contidas. 
 
 Audiência Pública – Para as licitações realizadas com o fim de celebração de contratos de valores muito 
altos, é definida em lei a obrigatoriedade de realização de audiência pública à qual será dada ampla publicidade, para 
que os cidadãos possam participar e opinar acerca do certame. Trata-se de garantia da democracia, ensejando par-
ticipação popular direta nas contratações realizadas pelo Estado, admitindo-se a indagação da sociedade e o dever 
de esclarecimentos imposto ao administrador público. 
 Com efeito, a realização desta audiência será imperativa sempre que o valor estimado para uma licitação ou 
para um conjunto de licitações for superior a 100 vezes o limite mínimo definido para a concorrência, no art. 23, I, “c”, 
da Lei 8.666/93, ou seja, R$ 330.000.000,00 (trezentos e trinta milhões de reais). 
 Respeitadas todas as normas previamente estabelecidas, o procedimento será encaminhado para órgão de 
consultoria jurídica para emissãode parecer. O art. 38, VI, dispõe o parecer jurídico acerca da licitação como obriga-
tório à lisura e legalidade do procedimento. Nesse sentido, segue-se a orientação geral de que o parecer emitido não 
tem caráter vinculante, mas meramente opinativo, orientando o gestor público acerca de eventuais falhas no proce-
dimento e a possibilidade de correção desses vícios. 
 Após a emissão de parecer jurídico concordando com a realização do procedimento, o certame passa à sua 
fase externa, que se inicia com a publicação do instrumento convocatório, pelos meios legalmente previstos. 
 
Fase Externa 
 
 Inicia-se essa fase mostrando aos interessados como participarão da disputa, através da publicação do edital, 
a qual é feita em diário oficial e em jornal de grande circulação. 
 Com a publicação, a Administração Pública marca uma data para que sejam abertos os envelopes de docu-
mentação dos licitantes e propostas, respeitado o prazo de intervalo mínimo exigido para cada modalidade de licita-
ção. Nesse mesmo momento, se inicia a contagem do prazo para a impugnação administrativa do edital. 
Inicia-se a contagem do prazo para a impugnação administrativa do edital (art. 41, §§1° e 2°, da Lei 
8.666/93). 
As impugnações ao edital não são consideradas recursos, na Lei de Licitações e não gozam de efeito sus-
pensivo. 
ATENÇÃO! De acordo com Súmula n. 473 do STF, em virtude do poder da Autotutela, a Administração 
pode alterar de ofício o edital ou mesmo anulá-lo. 
Somente não é necessário reabrir o prazo de intervalo mínimo quando a alteração não afetar a formulação 
das propostas. Além disso, não há exceção à exigência de nova publicação. 
 
 Habilitação - É a fase de análise da documentação dos licitantes a fim de verificar se têm idoneidade para 
contratar com o Poder Público. Caso contrário, sequer serão analisadas as propostas. 
 Até o julgamento desta fase de habilitação, a lei autoriza que os licitantes desistam de participar do procedi-
mento licitatório, sem a necessidade de apresentação de qualquer justificativa. Após a fase de qualificação dos lici-
tantes, somente será possível a desistência de participação pela empresa, mediante ato devidamente justificado e 
aceito pela comissão licitante, consoante dispõe o art. 43, § 6º, da Lei 8.666/93. 
 É importante frisar que o edital não pode estabelecer critérios não previstos em lei, mais especificamente no 
art. 27, da Lei 8.666/93, evitando assim restringir a licitação de forma desarrazoada. Para cumprimento desses re-
quisitos, basta que se realize a apresentação de documentos enumerados pela própria lei, que podem ser originais 
ou cópias do cartório competente. Vejamos um elenco legal dos requisitos de habilitação. 
 Os critérios estão postos na lei e são seis. Com efeito, o texto legal estabelece que, para a habilitação nas 
licitações, a Administração Pública exigirá dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: habilitação 
jurídica; qualificação técnica; qualificação econômico-financeira; regularidade fiscal; cumprimento do dis-
posto no inciso XXXIII, do art. 7º, da CF; regularidade Trabalhista. 
 A LC 123/06 estabelece que as Microempresas e empresas de pequeno porte poderão participar da licita-
ção ainda que não tenham regularidade fiscal e trabalhista. Ao final da licitação, se forem declaradas vencedoras, 
terão o prazo de 5 (cinco) dias úteis, prorrogável por igual período, cujo termo inicial corresponderá ao momento 
em que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da Adminis-
tração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito e emissão de 
eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa, ou seja, para fazer o saneamento do 
débito. Essa regra está disposta nos arts. 42 e 43 da referida lei complementar, alterados, inclusive pela LC 
 
 
 
 
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155/16. 
 Se todos os licitantes forem inabilitados, por não se adequarem a alguma das normas estipuladas em lei, a 
Administração Pública poderá fixar um prazo de 8 (oito) dias úteis para que se adéquem às normas editalícias. A 
doutrina majoritária entende tratar-se de um poder dever e não somente uma faculdade do ente estatal. Isso porque 
se trata de uma tentativa exposta em lei de salvar o procedimento já iniciado. 
 Divulgada a decisão final acerca da habilitação e inabilitação de licitantes, o prazo para que os interessados 
interponham Recurso com a intenção de modificar o quanto decidido é de 5 (cinco) dias úteis e este recurso terá 
efeito suspensivo, conforme disposto expressamente no art. 109, I, e art. 109, § 2º, da Lei 8.666/93. 
 Por fim, definidos os licitantes que estão habilitados a contratar com o Estado, passa-se à fase seguinte com 
a abertura dos envelopes contendo as propostas das empresas habilitadas. Os licitantes inabilitados terão de volta 
os envelopes de propostas por eles apresentados lacrados, pois não serão objeto de deliberação no procedimento 
licitatório em curso. 
 
Julgamento e classificação - Inicialmente, o julgamento consiste na avaliação da regularidade formal e 
material das propostas. 
As propostas serão avaliadas segundo critérios constantes do edital e classificadas em ordem decrescente 
de vantajosidade. 
Se forem todos os licitantes desclassificados, a administração poderá conceder o prazo de 8 dias úteis para 
que apresentem novas propostas. 
 
Homologação - Classificadas as propostas, está encerrado o trabalho da comissão licitante, que encami-
nhará o procedimento à autoridade do órgão para homologação. Se não for configurada nenhuma espécie de nuli-
dade nem for o caso de revogação, a autoridade superior será obrigada a promover a homologação da decisão. 
Em casos de revogação do procedimento – baseada em critérios de oportunidade e conveniência – ou de 
anulação – com base em vício de ilegalidade – é exigida a emissão de parecer da autoridade competente, justificando 
tais condutas, garantindo aos licitantes a possibilidade de exercer contraditório e ampla defesa. 
 Com efeito, a homologação do procedimento licitatório é a regra. Tanto é assim que, se a administração não 
homologar o procedimento licitatório por qualquer dos motivos legais, deverá oferecer o prazo de 5 (cinco) dias úteis 
para interposição de recurso, pelo licitante interessado. Neste caso, a lei não confere efeito suspensivo à demanda 
recursal. Essa é a leitura do art. 109, I, “c”, da Lei 8.666/93. 
 Ocorrendo a Homologação, passa-se à última fase do certame. 
 
Adjudicação - É o ato por meio do qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação, dando fim ao procedi-
mento licitatório. 
ATENÇÃO! Adjudicar não é contratar, mas tão somente declarar oficialmente o vencedor da licitação. 
 Após a adjudicação, a Administração Pública NÃO está obrigada a celebrar o contrato administrativo, em ou-
tras palavras, a Administração Pública não poderia ser constrangida a promover a contratação do adjudicatário. Em-
bora não seja obrigada a contratar, caso necessite realizar a contratação, só pode fazê-lo com o vencedor da licitação. 
É por isso que se diz que a adjudicação tem força vinculante (Princípio da Adjudicação Compulsória). Sendo 
assim, compete ao Poder Público definir o momento da contratação, estando o adjudicatário na garantia de que, em 
caso de celebração do contrato, ele será convocado pelo Poder Público em preferência a qualquer outro interessado. 
O licitante fica vinculado à proposta apresentada pelo prazo de 60 (sessenta) dias, contados da apresenta-
ção da proposta. 
Caso o vencedor não possa contratar, o Estado só poderá celebrar o contrato, nos termos da proposta 
vencedora, chamando os demais licitantes na ordem de classificação. 
Os demais licitantes não estão obrigados a aceitar a celebração do contrato nos moldes da proposta apre-
sentada pelo vencedor e, não havendo interessados, o procedimento será revogado, com a realização de nova 
licitação, caso o Poder Público ainda tenha interessena celebração deste contrato. 
 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DA TOMADA DE PREÇOS 
 
 Na licitação de modalidade Tomada de Preços, o procedimento é o mesmo estudado para a concorrência, 
porém NÃO HÁ FASE DE HABILITAÇÃO, uma vez que os licitantes já estão previamente cadastrados. Haverá so-
mente a abertura dos envelopes de propostas, após a análise dos Certificados de Registros cadastrais apresentados 
pelos licitantes. Nesse caso, o cadastro funciona como uma habilitação prévia, não havendo necessidade de juntada 
ou apresentação de novos documentos. 
 
 
 
 
 
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 Em virtude dessas regras, a modalidade tomada de preços torna-se modalidade mais simples e tende a ser 
muito mais célere. 
 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DO CONVITE 
 
 Mais uma vez, o procedimento é mais rápido e simplificado, também segue um procedimento similar ao da 
concorrência, contudo, algumas peculiaridades devem ser apontadas. 
Não há publicação de edital. O instrumento convocatório (carta-convite) é enviado aos convidados e, em 
seguida, afixado no átrio da repartição, em local visível ao público. 
Os prazos para recursos são de 2 (dois) dias úteis (e não de 5 dias como nas demais modalidades estu-
dadas). 
Se forem todos os licitantes inabilitados ou desclassificadas todas as propostas apresentadas, o prazo para 
diligências definido no art. 48, § 3º, da Lei 8.666/93 poderá ser reduzido de 8 (oito) dias úteis para 3 (três) dias 
úteis para que se adéquem ao edital, trazendo novos documentos de qualificação ou apresentando nova proposta. 
 Em relação à comissão licitante, se ficar comprovada a escassez de pessoal, em pequenos órgãos, a Comis-
são pode ser dispensada e o procedimento licitatório realizado por um único servidor público, desde que efetivo. 
Não há fase de habilitação, uma vez que os licitantes já estão previamente cadastrados ou foram convidados 
(devendo, nesse caso, se cadastrarem antes do início do certame). 
 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DO CONCURSO E DO LEILÃO 
 
O concurso possui procedimento definido em regulamento específico, não tendo previsão na Lei 8.666/93. 
Relembre-se, somente que o Intervalo mínimo, no concurso, a ser respeitado entre a publicação do edital 
e o início do procedimento, será de 45 dias, por definição legal, e que a Comissão Licitante do concurso é dife-
renciada e denominada comissão especial de concurso. 
Em relação ao leilão, a Lei de Licitações determina que o procedimento será realizado pelo leiloeiro e que 
o intervalo mínimo a ser respeitado entre a publicação do edital e a realização do procedimento será de 15 dias. As 
demais regras são definidas em legislação específica. 
 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DO PREGÃO 
 
 O procedimento da licitação na modalidade pregão apresenta inúmeras peculiaridades. A principal é o proce-
dimento invertido previsto na Lei 10.520/02 e, por isso, esta modalidade licitatória se diferencia de forma substancial 
do procedimento da concorrência, conferindo maior celeridade ao certame. 
 Relembre-se que o pregão é modalidade licitatória realizada pelo Poder Público para aquisição de bens e 
serviços comuns, que são definidos em lei como aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser 
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. Ademais, o pregão é sempre 
realizado tendo como critério de escolha do vencedor exclusivamente o “menor preço”, não se admitindo qualquer 
outro tipo, previamente definido no instrumento convocatório. 
Na fase externa, primeiro classifica para depois habilitar. Além de adjudicar e só depois homologar (Lei n. 
10.520/02). 
Na classificação as propostas escritas serão apresentadas e são selecionadas as melhores propostas para 
que a disputa se dê em sessão pública. Com efeito, a disputa se dará por meio da apresentação, pelos licitantes 
selecionados, de lances verbais. 
Passam para a fase de lances verbais o licitante que apresentou a melhor proposta (menor preço) e todas 
as outras propostas que não ultrapassarem 10% do valor da primeira. Independentemente disso, deve passar para 
os lances verbais a melhor proposta mais 2 (duas), para completar o mínimo de 3 (três) licitantes. 
Após a declaração oficial do vencedor da licitação, os licitantes podem manifestar o interesse em recorrer 
da decisão. Com efeito, na licitação de modalidade pregão, o prazo para recurso é imediato e ocorre após a decla-
ração do vencedor, ou seja, somente ao final da licitação. Se o licitante recorrer, a lei concede o prazo de 3 (três) 
dias para elaboração e apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para 
apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, 
sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos 
Se o particular vencedor da licitação, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar 
o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento 
da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de 
modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal 
 
 
 
 
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14 
ou Municípios e, será descredenciado no SICAF (Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores da Administração 
Federal), ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das 
multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais. 
 
Procedimento licitatório do pregão eletrônico 
 
 Inicialmente, ressalta-se que o pregão eletrônico é realizado em sessão pública, sem a presença física dos 
licitantes, que se comunicam entre si e com a Administração Pública via Internet. Trata-se de sistema moderno que 
visa facilitar e desburocratizar ainda mais a contratação de bens e serviços pelo ente estatal. 
No âmbito federal, foi expedido o Decreto 5.450/2005, que regulamenta o pregão eletrônico realizado pela 
União. O procedimento é o mesmo do pregão presencial, porque o decreto tão somente regulamentará a lei, haja 
vista se tratar de regulamento executivo. 
 
Tratamento diferenciado para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – a Lei Complementar 
123/06 dispõe que, nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e a regularidade trabalhista das 
microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. 
Ademais, a LC 123/06 define que a Administração Pública deverá realizar processo licitatório destinado 
exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor 
seja de até R$ 80.000,00. 
 Em casos de licitações para celebração de contratos para aquisição de bens de natureza divisível acima de 
R$ 80.000,00, o ente público deverá estabelecer, cota de até 25% do objeto para a contratação de microempresas e 
empresas de pequeno porte. 
ATENÇÃO! As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte poderão participar de ambos os itens da 
licitação, sendo classificadas dentro da ampla concorrência para a contratação de 75% do objeto e se submetendo 
a outra classificação, somente com empresas de mesmo porte, em relação aos 25% (vinte e cinco por cento) res-
tantes. 
A Administração Pública poderá, nas licitações destinadas à aquisição de obras e serviços, exigir dos lici-
tantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte. 
Na dispensa de licitação em razão do valor do contrato (conforme disposto no art. 24, I e II), a compra 
deverá ser feita preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte. 
 
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 
 
A inexigibilidade de licitação ocorre sempre que a competição for impossível, a licitação será inexigível. 
As hipóteses do art. 25, da Lei 8.666/93, não são taxativas, mas meramente exemplificativas. Mesmo que 
a circunstância não esteja disposta expressamenteno texto legal, a licitação será inexigível quando for inviável a 
realização de competição entre interessados. 
ATENÇÃO! É VEDADA inexigibilidade de licitação para serviços de divulgação e serviços de publicidade. 
 
DISPENSA DE LICITAÇÃO 
 
Nas situações de dispensa, o Poder Público encontra-se diante de situação em que é plenamente possível 
a realização do procedimento licitatório mediante a competição, no entanto, a lei dispõe que é desnecessária a 
execução do certame. 
 
Art. 17: estabelece um rol de licitação DISPENSADA. 
Nesses casos, o administrador público não pode emitir qualquer juízo de valor, sendo imperativa a contra-
tação direta por determinação legal. Trata-se de dispensa definida legalmente como ato vinculado. 
 
Art. 24: estabelece um rol de licitação DISPENSÁVEL. 
Nessas hipóteses, a legislação permite a celebração dos contratos pelo Poder Público sem a necessidade 
de realização do procedimento licitatório, mas se trata de atuação discricionária do administrador, a quem compete, 
em cada caso, definir se realizará ou não o certame licitatório. 
Nas situações de dispensa é plenamente possível competir, mas a lei diz que é dispensada a licitação. 
Somente a lei pode trazer as hipóteses de dispensa, não podendo haver definição de novas hipóteses por atos 
administrativos específicos ou decretos. 
ATENÇÃO! As hipóteses da Lei 8.666/93 são taxativas/exaustivas. 
 
 
 
 
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Dada a importância da matéria, façamos um quadro comparativo entre as duas hipóteses de contratação 
direta. 
 
Inexigibilidade: art. 25 Dispensa: arts. 17 e 24 
Sempre que a competição for impossí-
vel, a licitação será inexigível. 
As hipóteses dispostas na lei não são ta-
xativas, mas meramente exemplificativas. 
Mesmo que a circunstância não esteja dis-
posta expressamente no texto legal, a lici-
tação será inexigível quando for inviável a 
realização de competição entre interessa-
dos. 
A doutrina majoritária costuma apontar 
pressupostos da licitação e estabelece 
que a ausência de qualquer um deles 
torna o procedimento licitatório inexigível. 
Vejamos os pressupostos: 
a) Pressuposto lógico: pluralidade de 
bens e de fornecedores do bem ou do ser-
viço. 
b) Pressuposto jurídico: interesse pú-
blico. A licitação não é um fim em si 
mesmo, é um meio para atingir o interesse 
público. Se a licitação for de encontro ao 
interesse público, não será exigível licitar. 
c) Pressuposto fático: desnecessidade 
de contratação específica. Nos casos em 
que há necessidade de contratação espe-
cífica, a licitação será inexigível. 
Ex.: o Estado precisa contratar o melhor 
tributarista do Brasil para defendê-lo em 
uma demanda que envolve milhões de re-
ais. Não se pode fazer contratação direta 
para qualquer causa. 
VEDADA inexigibilidade de licitação 
para serviços de divulgação e serviços 
de publicidade. 
Nas situações de dispensa é plenamente 
possível competir, mas a lei diz que é dis-
pensada a licitação. Somente a lei pode 
trazer as hipóteses de dispensa, não po-
dendo haver definição de novas hipóteses 
por atos administrativos específicos ou de-
cretos. 
As hipóteses da Lei 8.666/93 são taxati-
vas/exaustivas. 
Art. 17: estabelece um rol de licitação dis-
pensada. 
Art. 24: estabelece um rol de licitação dis-
pensável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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