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O QUE O FILME NOS ENSINA SOBRE A DESIGUALDADE QUE MARCA A SOCIEDADE BRASILEIRA? A desigualdade social é oriunda do próprio sistema capitalista que se perpetua ao longo dos anos, bem como um dos problemas sociais atuais emergentes: a extrema pobreza. Não é difícil de se notar que mesmo em grandes cidades metropolitas, cheias de “oportunidades”, pessoas vivendo nas ruas de forma muito desumana. Porém a razão e os fatores por eles estarem nessa devida situação, não necessariamente provém da desigualdade social, mas ali ela se evidência e contrasta com toda a bela cidade, cheia de prédios feitos com milhares de notas de dinheiro. Para se adentrar nesse assunto, podemos começar pelo fator principal pelo qual o capitalismo se perpetua por gerações. Poucos concentram grande parte da riqueza, resultante do trabalho de muitos. Isso demonstra que muitas pessoas são diariamente exploradas pela elite, para que assim, ela tenha cada vez mais riquezas e benefícios. Mas para isso, ela precisa de aliados. E um dos maiores aliados da burguesia (ou elite) é nada mais, nada menos que a própria lei. A lei protege a elite bem como seus interesses particulares. A milícia está à sua disposição para “defender” e impor de maneira bruta o que eles decidirem necessário ou proveitoso. Logo, como a lei está do lado de ricos e poderosos, ela também pode muitas vezes ser: corrupta. Bem como os ditadores das ideias, eles a utilizam para disseminar quase tudo aquilo que desejam, formando então, conjuntos de leis e normas que praticamente TODOS devem seguir (exceto eles). Entrando assim, na questão crucial que é a manipulação de interesses particulares para a transformação de que sejam interesses coletivos. A mídia, a lei, o comércio, totalmente voltados para apenas uma coisa em comum: A manipulação das massas. E é esse ponto no qual eu quero chegar. Um dos motivos cruciais pelo qual ainda se perpetua diariamente, desde os primórdios sociais: Cultura. Algo que é passado de pai para filho, de geração em geração, dia após dia, resultando em um ciclo infinito. Porém, o que fica- se questionado é como eu poderia julgar uma cultura? Como posso atribuir um valor de bem ou mal a algo que não pode atribuir? Como saber se a desigualdade social que é passada de geração em geração pode ser algo maléfico? Nesse ponto, posso responder à questão que me motivou a escrever esse texto. O fato de que a desigualdade social se mostra ser negativa não somente para os desfavorecidos, demonstra que eticamente falando ela não seria ideal. Pois, como no filme podemos observar que a protagonista (Val) é diversas vezes tratada como desigual em basicamente todo o filme e que no momento em que a filha dela (Jéssica) se “dá o direito” de ser tratara como igual à família em que sua mãe trabalha, Val repreende a filha inúmeras vezes, justificando de que ela é a filha da empregada e que não deve se sentar com eles, resumindo de que não seria digna (por não ser rica). Logo mais ao desenrolar o filme, sua patroa age de modo a querer colocar uma barreira entre eles, dizendo para Val, que Jéssica só poderia andar por parte da casa, reforçando a diferença que existiria entre elas. Esse reforço por ambas partes demonstram que ambos lados saem prejudicados de certa forma, mas que o maior benefício seria para os ricos, impondo limites naqueles que segundo eles são “inferiores”. Entramos também na questão de quando Jéssica menciona que faria o vestibular e onde faria todos ficaram surpresos e espantados, formulando e reforçando que “lá é muito concorrido” mostrando no quanto duvidam de sua capacidade, devido a sua criação e sua posição social. Mesmo com todas as diferenças entre Jéssica, a filha da empregada e Fabinho, filho da socialite, vejamos que o que era de se esperar que ele conseguisse aprovação no vestibular. Pois o que aconteceu foi exatamente o contrário. Jéssica conquista sua aprovação e Fabinho não. Concluímos que a desigualdade social brasileira provém em grande parte de sua cultura. É ensinado as crianças e jovens que devem se sentirem inferiores a pessoas com grandes propriedades. É ensinado de que aqueles que retém as grandes propriedades a se sentirem superiores em relação as que não a tem. E o reforço acontece de forma que ambas partes continuam a repetir e repetir esses conceitos. É necessário quebrar o ciclo. É preciso que alguém diga: basta. Há muito tempo se tem vivido desta maneira, mas se ela incomoda, se ela prejudica alguém, não importando se for um padeiro, ou um gari, é preciso dizer chega. Os movimentos sociais são o caminho. A educação é o caminho. A esperança, também.