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Resenha Olhos que condenam + relação aos princípios penais

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FAMIPE
 
 
Crime e Sociedade
 Gabriela Alves da Rocha-202011367
 
MIGUEL PEREIRA 
2020
Resumo “ Olhos que condenam” 
Olhos que Condenam gira em torno do famoso julgamento que condenou cinco jovens negros inocentes e reacende o debate sobre erro Judiciário e os limites do direito de punir. Korey Wise, Raymond Santana, Kevin Richardson, Antron McCray e Yusef Salaam foram condenados, injustamente, pelo estupro de Trisha Meili no Central Park no fim da década de 80. 
Os efeitos da condenação ficam evidentes, feito o desconforto produzido no espectador ao ser confrontado com cenas de violência. Vemos a dificuldade dos meninos – agora, adultos – para encontrar emprego, os olhares que os condenam, os estereótipos criados naquele contexto social, a perda dos vínculos familiares e afetivos, a sensação de inferioridade e não pertencimento, para além de toda a carga de preconceitos dirigidos aos seus corpos – todos negros e “ex-presidiários”. É avassalador, não se pode negar. 
Qualquer pessoa que assista à série é capaz de perceber o tamanho da força que o Estado canaliza no cidadão suspeito de ter cometido um crime: um grupo de policiais, um de acusadores, os membros do júri e o judiciário. Sem contar, claro, com uma imprensa que cobria o caso e formava a opinião pública, diariamente. Força aumenta, é verdade, haja vista o racismo estrutural à época – mas tão presente nos dias de hoje, A favor dos jovens suspeitos: seus defensores, tão somente. São estruturas desiguais, nota-se, mas esse não é o foco da reflexão. Afinal de contas, o Estado tem não só o direito, mas o dever de punir, sob pena de despontar o famigerado discurso da impunidade, tão cadente no Brasil. Há, entretanto, limites claros ao exercício do direito de punir do Estado. A proteção dos direitos e garantias fundamentais é primordial, diferente do que muitos pensam, quando afirmam que “protege o bandido”. Protege o “bandido” e você. 
No primeiro episódio da série, por exemplo, há graves violações a esses direitos: forçaram a confissão dos meninos mediante tortura; forjaram seus depoimentos pessoais; não garantiram a presença de advogados ou representantes legais durante os depoimentos; não preservaram o direito ao silêncio, entre outras agressões. Provas contaminadas, portanto, serviram de fundamento para a condenação de cinco jovens inocentes. Não se pune um crime, se é que podemos dizer assim, sendo tirânico, atropelando direitos, dando tapa na cara do suspeito para coagir sua confissão. Se de um lado temos a percepção da impunidade, do outro temos o punitivismo, o abuso de poder, igualmente negativos, perigosos. É preciso buscar um meio termo entre ambos.
Vale lembrar, obviamente, que o juiz é um ser humano, de carne e osso, e sendo o ato de julgar essencialmente humano, impossível afastar o erro judiciário por completo. A própria ordem processual, diga-se de nota, prevê a possibilidade de o erro acontecer ao trazer um leque de recursos às partes, em diferentes instâncias que julgam. Pode-se, todavia, sob o ponto de vista do juiz, fazer de tudo para mitigar esses erros, adotando procedimentos, seguindo protocolos, zelando o processo, com vistas a diminuir o arbítrio do sujeito que julga. Respeitar o devido processo legal, portanto, sem fazer concessões. 
A prova ilegal, como vimos na série, deveria ser descartada, e se não há outras provas que sustentem aquela condenação, o réu deve ser absolvido, o que me faz lembrar de Voltaire, quando afirma que mais vale correr o risco de salvar um culpado do que a condenar um inocente. No caso, condenaram cinco inocentes. Preço pago por não seguir o procedimento. Caro, né? Caríssimo.
A expectativa de justiça ao final do processo, por meio da sentença, foi então frustrada ao condenar inocentes. Se o Estado segue as regras do jogo, como deve ser, pode evitar tamanha injustiça. Fico pensando quantos Korey Wise, Raymond Santana, Kevin Richardson, Antron McCray e Yusef Salaam existem por aí, especialmente no Brasil, lugar de encarceramento em massa, especialmente de jovens negros e pobres.
Todo contexto histórico da série é perfeitamente fidedigno com a realidade brasileira.
Prisões arbitrárias, condenações sem provas, corporativismo, defesas deficientes, falta de investigação, celeridade para achar um culpado e prender logo alguém. E tudo isso acaba estourando do lado mais fraco da relação.
Ao meu ver a série é um baita de um soco no estômago, e que ela sirva de incômodo aos que emitem opiniões carregadas de preconceitos e, principalmente, aos que aplicam a lei, sob pena de continuarmos cometendo tantas ilegalidades e erros em nome da justiça.
Os desfechos do caso do Central Park são os seguintes ( vida real):
1-Indenização milionária nenhum pagará anos roubados da vida de pessoas injustamente condenadas;
2-Negros são os grandes alvos de um sistema penal ineficiente e seletivo;
3- A perversidade humana se potencializa quando manifestada no âmbito das instituições;
4- O sonho de Martin Luther King não se concretizou;
5- Vidas negras importam.
Relacionando “olhos que condenam” aos princípios: 
Princípio da legalidade : Citado no artigo 5º da CF, inciso II, significa que uma pessoa não será obrigada a fazer ou deixar de fazer algo, exceto se esta situação estiver prevista na lei. Não por força, mas sim pela lei.:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
“Havia lei anterior para condenação daquela maneira?" 
Não, os meninos não tiveram como se defender não tinham a presença de um advogado e muito menos de alguém da família. Eles foram forçados a admitir um crime que não cometeram. A única prova concreta que tinham para salvá-los foi derrubada. 
Princípio da anterioridade: Segundo o qual uma pessoa só pode ser punida se, à época do fato por ela praticado, já estava em vigor a lei que descrevia o delito. O mesmo ocorre em relação a pena, que somente poderá ser aplicada se antes houver sido cominada a alguma conduta estabelecida como crime. 
"A lei estava disposta no Ordenamento?" 
Por mais que eles tenham sido presos pela pena existente, que era antes do crime deles, ela não se aplicava a eles. 
Princípio da intervenção mínima: Consiste em que o Estado de direito utilize a lei penal como seu último recurso (ultima ratio), havendo extrema necessidade, para as resoluções quando são afetados os bens jurídicos mais importantes em questão.
"O estado interviu de maneira correta ?
Não, eles não estavam “nem ai” para o caso dos meninos. 
Princípio da proporcionalidade: Modalidade indicadora de que a severidade da sanção deve corresponder a maior ou menor gravidade da infração penal. Quanto mais grave o ilícito, mais severa deve ser a pena.
"As penas foram justas e proporcionais?” 
Não, pois não havia uma lei para uma condenação desse tamanho, ou seja além dela não ser proporcional não havia uma lei anterior quê pudessem prender eles daquela forma. Porque só um deles era “maior” de idade, os outros eram considerados apenas crianças. E eles não poderiam ser presos sem provas, a única ocasião que se pode prender é se tiverem provas ou a própria palavra da vítima, mais a vítima não se lembrava do acontecido, ficou inconsciente, e por isso não havia prova alguma, e não existia uma lei anterior que defina isso.

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