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Introdução ao estudo do direito

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A teoria das fontes do direito diz que o direito é uma construção elaborada no interior da cultura humana. Isso acontece porque a ciência jurídica percebe seu objeto (o direito) como um produto cultural. 
O reconhecimento do direito como construção, não exclui seu aspecto como dado, já que, se o direito é feito (obra humana) a matéria-prima não se confunde com a própria obra. 
Dois tipos básicos de fontes, segundo François Geny:
- fontes substanciais: é a própria sociedade; contribuem para a formação do direito, dos elementos históricos (habitualidades), dos elementos racionais (princípios universais com o uso da razão) e dos elementos ideais (aspirações do ser humano).
- fontes formais: formulam as normas válidas; podem ser escritas ou orais.
Na discussão teórica das fontes há problemas de legitimação do direito, de fundamentação justificadora da ordem, fazendo com que digamos que um direito tem uma fonte formal reconhecida (lei), mas não expressa sua fonte material (espúria/não existe). 	Comment by Mikely Fausto: desafios da teoria das fontes
Pirâmide kelseniana: vê no ordenamento normas hierarquizadas conforme seu fundamento de validade e que o direito só tem uma fonte - o próprio direito. 
A teoria das fontes está relacionada com o que Weber chama de “dominação legal”, ou seja, a crença na legitimidade do poder fundada na racionalidade e na eficiência da ordem. 
Quando a dominação é tradicional ou carismática não se desenvolve uma teoria das fontes do direito. 
A moderna teoria das fontes apareceu quando houve o desenvolvimento do capitalismo, o aparecimento do Estado burocrático e as exigências de promulgação de normas costumeiras. 	Comment by Mikely Fausto: quando ela surgiu
Poder disciplinar, segundo Foucault: poder sobre o corpo e seus atos, poder sobre o trabalho; é contínuo, permanente e exige um sistema de delegações. 
A ideia de contrato social é elemento básico da soberania; compromisso, organização, império da lei, supremacia. 
A teoria das fontes proporciona regras estruturais do sistema do ordenamento, que diz respeito à entrada de uma norma no conjunto. 
Legislação: é o modo de formação de normas jurídicas por meio de atos competentes; fonte de inúmeras normas que requerem procedimentos regulados por outras normas.
Constituição: lei fundamental de um país, que contém normas que respeitam à organização básica do Estado, os direitos fundamentais e às competências do poder público (legislar, julgar, governar); é uma norma que trata da elaboração de outras normas.
Constituição material - pode ser escrita ou não; deve estar relacionada à organização do Estado, à regulação do exercício do poder e ao reconhecimento dos direitos fundamentais do cidadão; conteúdo propriamente constitucional.
Constituição formal - é somente escrita; faz parte de um documento único elaborado por um órgão soberano; o que interessa aqui é a forma que a norma foi introduzida no ordenamento; o conteúdo não interessa.
Caráter fundamental e supremo da Constituição:
- sociologicamente: segundo esse sentido, a Constituição manifesta a emergência das forças sociopolíticas, do poder ativo dentro da sociedade; em termos de teoria das fontes, a Constituição como um conjunto de fatores reais é a fonte da qual emanam as normas constitucionais.
- politicamente: a Constituição é encarada como uma decisão política fundamental; em termos de teoria das fontes, essa decisão seria a fonte da qual emana o direito constitucional.
- juridicamente: a Constituição é uma lei fundamental; um conjunto de normas articuladas; o reconhecimento racional desse conjunto é a fonte da qual emana o direito constitucional.
Princípio da legalidade: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da lei; restringe as atividades do Estado quando ele quer interferir na nossa vida (o Estado só pode interferir na nossa vida dentro da lei)
Diferença entre lei e norma: norma é uma prescrição e a lei é um conjunto de normas dentro de um ordenamento jurídico. 
A lei é a fonte do direito; o revestimento estrutural da norma que lhe dá condição de ser norma jurídica.
Anteprojeto de lei: prescrição ou prescrições que não foram submetidas a procedimentos institucionalizados; é uma proposta a ser encaminhada à autoridade.
Institucionalização: transformar em instituição.
Promulgação: sancionar/aprovar a lei; é o que lhe confere a entrada ao ordenamento; quando é promulgada passa a ter validade; pode ser pelo presidente da república, pelo primeiro ministro, ou pelo presidente do congresso (dependendo do regime).
Publicação: tornar a lei conhecida.
A elaboração da lei cabe ao poder legislativo.
Emenda constitucional: exige quórum especial; alteração de uma lei constitucional; o presidente da república, no mínimo ⅓ do senado, ⅓ dos deputados e mais da metade das assembleias legislativas dos estados podem propor uma PEC; para aprovação, precisa de ⅗ do senado, ⅗ dos deputados, em dois turnos (passa 2x na câmara e no senado); não passam por sanção ou veto do presidente da república; se ela for rejeitada é arquivada e só pode vir a ser proposta novamente no próximo ano; a constituição não pode ser alterada em estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal.
O Poder Legislativo é exercido pelo congresso nacional, composto pelo senado federal (são 3 senadores por estado=81 senadores) que são representantes dos estados e do distrito federal, e a câmara dos deputados (são 513 deputados federais) que são representantes do povo.
Leis complementares: exige a aprovação da maioria absoluta ou qualificada, ou seja, mais da metade de todos os membros da casa legislativa (41 senadores e 257 deputados), dando mais estabilidade à norma; serve para tratar de determinados assuntos.
Leis ordinárias: exige um quórum de mais da metade dos senadores (41) e dos deputados (257); havendo quórum, mais da metade dos senadores (21) e dos deputados (129) devem ser a favor, chamada de maioria relativa ou maioria simples; serve para tratar de determinados assuntos.
Leis delegadas: elaboradas pelo presidente da república, com autorização do congresso.
Leis federais, estaduais, municipais
Lei no sentido formal: designa um modo de produção de normas; caracterizadas pela sua forma; costuma-se usar lei formal para designar normas que estabelecem meios judiciais de se fazer valer direitos e obrigações.
Lei no sentido material: designa seu conteúdo; caracterizadas por sua natureza; costuma-se usar lei material para designar o direito substantivo, ou seja, normas que prescrevem obrigações e direitos subjetivos.
Decreto: sua fonte emanadora é o presidente da república
Regulamentos: atos normativos que visam garantir a devida aplicação da lei. 
Portarias: atos administrativos que estabelecem normas de eficácia individual e apenas para órgãos administrativos.
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- a lei é a fonte principal do direito brasileiro.
- há outras fontes com menor certeza e segurança jurídica: jurisprudência, doutrina, costumes, e outros.
Fontes formais escritas: são detentoras de maior segurança e certeza jurídica
- legislação: a fonte mais importante do ordenamento jurídico é a lei, pois é escrita, é editada por autoridades competentes, é estabelecida concordando com normas superiores e objetiva regulamentar a sociedade.
leis constitucionais: as mais importantes do ordenamento.
leis infraconstitucionais: ⬇
leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas - elaboradas pelo presidente da república, com autorização do congresso.
decretos: elaborados pelo presidente da república; regulamentam as leis e dispõem sobre a organização da administração pública.
normas internas: assim como decretos, também não são leis; regulamenta situações específicas da administração pública.
- jurisprudência: quando uma conduta é reconhecida como obrigatória pelos tribunais; é construída pelos operadores do direito, quando a eles cabe o dever de aplicar o direito aos casos concretos para solucionar conflitos sociais.
tribunais inferiores devem respeitardecisões dos superiores.
toda decisão relevante é um argumento forte para ser levada em consideração pelos juízes.
- doutrina: é a produção intelectual dos juristas.
os juízes não são obrigados a levar em conta a opinião de doutrinadores.
é graças a elas que muitos conceitos jurídicos são determinados.
ela auxilia no entendimento do texto legal.
inova as formas de interpretar.
preenche lacunas.
Fontes formais não escritas: não estão assentadas em um documento e sim no dia a dia.
- costumes: são hábitos sociais; é constante e notório; a diferença deles para a jurisprudência é que ela é utilizada pelos operadores do direito; relacionados com a dominação tradicional de Weber.
págs. 234 a 245
Códigos: seu conteúdo é um conjunto de normas estabelecidos por lei; o que o caracteriza é a regulação unitária de um ramo do direito (civil, penal).
Consolidações: estabelecidas por decretos; são coleções de leis preexistentes (CLT, CLPS).
Compilações: repertórios de normas que obedecem critérios cronológicos, com divisões.
Tratados - acordos que visam proteger ou fortalecer interesses em determinada área.
- convenção: tratado multilateral que estabelece normas gerais a todos os participantes (convenção de viena, organização internacional do trabalho).
- acordo: tratado simples, normalmente temporário (acordos com a FMI).
- protocolo: tratado secundário que complementa um tratado principal.
- carta, estatuto: utilizados para representar o tratado das entidades internacionais (Carta da ONU).
- concordata: tratados católicos.

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