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P1 PROCESSO CIVIL III

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1 
 
QUESTÕES - DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
 
1) Conceitue as espécies de pronunciamentos judiciais, diferenciando-os. 
De acordo com o art. 203 do CPC/2015: “os pronunciamentos do juiz 
consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. ” 
Nessa esteira, conceitua-se: 
a) sentenças: com fulcro no art. 203, § 1° do CPC, “sentença é o pronunciamento por 
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a execução. ” 
 Ainda sobre o tema, conceitua-se (Jusbrasil, 2016): 
“É uma decisão terminativa ou definitiva, transitando em julgado o processo 
e impedindo a propositura de uma nova ação. As terminativas põem fim ao 
processo sem resolução do mérito (pode ser um caso de extinção do 
processo previsto no art. 485, NCPC). Já a sentença definitiva é o ato 
decisório do juízo de primeiro grau, concluindo a fase cognitiva do processo. 
É sentença também a decisão que decreta a extinção da execução. “ 
 Contudo, de acordo com os ensinamentos de Cavalcanti e Cavalcanti (Conjur, 
2017), a sentença não extinguirá sempre a fase de conhecimento, conforme expõe: 
“Na verdade, tecnicamente, a sentença nem sempre extingue a fase de 
conhecimento ou a execução definitivamente, pois os legitimados podem 
ainda interpor recursos ao tribunal, havendo um prolongamento dessas 
fases[7]. A sentença somente irá extinguir a fase de conhecimento ou a 
execução se não houver recurso para o tribunal[8], pois, caso contrário, o 
acórdão proferido pelo tribunal que julgar o último recurso é que irá encerrá-
las. Desse modo, sentença é o pronunciamento jurisdicional que tem por 
conteúdo umas das situações previstas no artigo 485 ou 487 do CPC/2015 e 
que determine o encerramento da fase do processo de conhecimento ou a 
extinção da execução na primeira instância.” 
 
b) decisão interlocutória: com fulcro no art. 203, § 2° do CPC, “decisão interlocutória 
é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º. ” 
 Diferencia-se da sentença, conforme ensina Andrade (Jusbrasil, 2016): 
“Diferente da sentença, a decisão interlocutória não põe fim ao processo por 
ser um tipo de decisão provisória ou incidental no processo, via de regra 
apreciando um pedido liminar. Nos casos em que o pedido de liminar é 
indeferido e, no entanto, a demora na decisão pode causar grave dano de 
difícil e incerta reparação à parte, esta pode se valer do agravo de 
instrumento. ” 
c) despachos: conforme previsto no dispositivo do art. 203, § 3° do CPC, “são 
despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício 
ou a requerimento da parte. ” 
 
2 
 
 Nesse diapasão, tem-se (Conjur, 2017): 
“(...) decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadre como sentença, nos termos definidos no 
parágrafo 1° do artigo 203 do CPC/2015. Ou seja, ainda que a decisão tenha 
por conteúdo as matérias dos artigos 485 e 487 do CPC/2015, se não houver 
o encerramento da fase do processo de conhecimento ou a extinção da 
execução, o pronunciamento jurisdicional será decisão interlocutória. Para 
fins de recorribilidade, é cabível agravo de instrumento. Aliás, o inciso II do 
artigo 1.105 do CPC/2015 deixa claro que o recurso de agravo de instrumento 
pode ser interposto para atacar decisões de mérito. “ 
 
2) O que se entende por sentença extra, ultra ou citra petita? Na sentença citra 
petita, se o juiz for omisso em sua sentença sobre certo pedido, haverá 
necessidade de propor ação rescisória? Justifique. 
 
 Preliminarmente, cumpre ressaltar que o limite da sentença é o pedido, aliado 
à fundamentação – denominado pela doutrina como princípio da adstrição. O 
afastamento desse limite caracteriza as sentenças citra petita, ultra petita e extra 
petita, o que constitui vícios e, portanto, acarreta a nulidade do ato decisório. 
(DONIZETTI, 2017). 
 Nesse sentido, conforme é previsto no art. 492, caput, do CPC, “É vedado ao 
juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em 
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. ” 
Sentença extra petita: ocorre quando a providência jurisdicional deferida é 
diversa da que foi postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base em 
fundamento não invocado; quando o juiz acolhe defesa não arguida pelo réu, a menos 
que haja previsão legal para o conhecimento de ofício (art. 337, § 5º, CPC/2015) 
(DONIZETTI, 2017). 
Sentença ultra petita: ocorre quando o juiz confere providência jurisdicional 
além do que havia sido postulado pelo autor, dando mais do que fora pedido. 
Conforme ensina Donizetti, há sentença ultra petita quando o autor requer 
indenização somente por danos emergentes, e a sentença é procedente, condenando 
o réu também em lucros cessantes. 
Sentença citra petita: é aquela que não examina em toda a sua amplitude o 
pedido formulado na inicial (com a sua fundamentação) ou a defesa do réu. 
(DONIZETTI, 2017) 
Na sentença citra petita, se o juiz for omisso em sua sentença sobre certo 
pedido, haverá necessidade de propor ação rescisória? 
 Havendo trânsito em julgado da sentença citra petita, sendo o juiz omisso na 
referida sentença sobre determinado pedido, não há necessidade de propositura de 
ação rescisória, uma vez que não há coisa julgada em relação ao pedido em 
questão. 
 
3 
 
 Desta feita, basta o autor ingressar com nova ação. 
 Contudo, mister ressaltar que há entendimento jurisprudencial de que não há 
impedimento de que seja proposta ação rescisória no caso supracitado, conforme 
jurisprudência do STJ: 
 
RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO. RECORRENTE : 
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. ADVOGADO : 
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF - PR000000F. RECORRIDO : 
NATALINO ANTONIO RAFFAELLI. ADVOGADOS : PEDRO BENTO 
TUBIANA - PR011647. ANDRÉ RICARDO TUBIANA E OUTRO(S) - 
PR036915. DECISÃO. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA. JULGAMENTO CITRA 
PETITA. CABIMENTO. VIOLAÇÃO DO ART. 485, V DO CPC/1973. 
RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. 1. Trata-
se de Recurso Especial fundando na alínea a do art. 105, III da Constituição 
Federal, interposto contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4a. 
Região. 2. Em seu Apelo Especial, sustenta a Autarquia violação ao art. 485, 
caput e inciso IX do CPC/1973, ao argumento de que, sendo citra petita a 
sentença, não há coisa julgada material a ser rescindida. 3. É o breve 
relatório. Decido. 4. A irresignação não merece prosperar. 5. No que diz 
respeito ao argumento de que não há coisa julgada material a ser rescindida, 
a Corte de origem em análise minuciosa rechaçou a tese apresentada, sendo 
categórica em afirmar que, evidenciando a hipótese de julgamento infra 
petita, porquanto incompleto o julgamento, considerada a abrangência da 
matéria devolvida por meio do recurso (...), está autorizada a rescisão do 
julgado (fls. 357). 6. Como é cediço, a lide deve ser decidida nos estreitos 
limites em que foi proposta, sob pena de constituir ofensa à literal disposição 
do art. 128 do Código de Processo Civil, e, em decorrência disso, ensejar a 
desconstituição da sentença, com fundamento no art. 485, V do CPC. 7. A 
propósito, esta Corte admite o manejo de Ação Rescisória contra 
acórdão que julgou fora dos limites do pedido inicial. Nesse sentido, os 
seguintes precedentes: AÇÃO RESCISÓRIA. JULGAMENTO CITRA 
PETITA. CABIMENTO. IPC DE MARÇO DE 1990. INAPLICABILIDADE AOS 
SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS. 1. É possível o ajuizamento de ação 
rescisória para desconstituir sentença citra petita, com fundamento no art. 
485, V, do Código de Processo Civil. Precedente. 2. Na linha dos precedentes 
da Excelsa Corte, o STJ já pacificou entendimento de que é indevida a 
reposição salarial de 84,32%, relativa ao período de março de 1990, aosservidores públicos federais. 3. Também no passo do Supremo Tribunal 
Federal, esta Corte consolidou a tese de que não é devido o reajuste de 
26,05%, referente à URP de fevereiro de 1989, aos servidores públicos 
federais. 3. Ação rescisória julgada procedente (AR 687/SE, Rel. Min. MARIA 
THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 29.5.2008). PROCESSO CIVIL. 
EQUÍVOCO. JULGAMENTO EXTRA PETITA. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 
485, V E IX, DO CPC. CABIMENTO. FGTS. CORREÇÃO MONETÁRIA. 
APLICAÇÃO. IPC REFERENTE AO MÊS DE ABRIL/90. 1. Cabe Ação 
Rescisória por infringência literal a lei se o acórdão condenou de modo 
diverso do pedido na inicial. 2. É devido o IPC referente ao mês de abril/90 
no percentual de 44, 80% para a correção monetária dos saldos das contas 
vinculadas do FGTS. Na vigência da Lei 8.213/91, o primeiro reajuste observa 
o art. 41, II da referida Lei. 3. Ação julgada procedente (AR 906/PR, Rel. Min. 
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJU 02.08.04). PROCESSUAL E 
 
4 
 
PREVIDENCIÁRIO. REVISIONAL. REAJUSTE. EQUÍVOCO. AÇÃO 
RESCISÓRIA. ART. 485, V DO CPC. 1. Cabe Ação Rescisória por 
infringência literal de lei, se o acórdão trata de questão diversa da pedida. 2. 
Na vigência da Lei 8.213/91, o primeiro reajuste observa o art. 41, II da 
referida Lei. 3. Ação julgada procedente (AR 799/RS, Rel. Min. GILSON 
DIPP, DJU 19.6.00). 8. Com essas considerações, nega-se seguimento ao 
Recurso Especial do INSS. 9. Publique-se. 10. Intimações necessárias. 
Brasília/DF, 14 de junho de 2018. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 
MINISTRO RELATOR (STJ - REsp 1500729 PR 2014/0296671-9, Relator: 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Publicação: DJ 
18/06/2018). 
 
3) Qual é a finalidade do relatório da sentença? É obrigatório? Explique os 
demais requisitos da sentença. 
São requisitos essenciais da sentença: relatório, fundamentação e 
dispositivo. 
Relatório: com fulcro no art. 489, I do CPC, o relatório é requisito essencial 
e indispensável na sentença e sua falta prejudica a análise desta, acarretando sua 
a nulidade (STJ – Resp. 25082/RJ). (Jusbrasil, 2017). 
Trata-se de exigência que visa assegurar que ele tenha tomado conhecimento 
do que há de relevante para o julgamento, garantia do devido processo legal, que 
deverá ser observada sob pena de nulidade. (GONÇALVES, 2018. p. 485). 
Fundamentação: prevista no art. 489, II do CPC, a fundamentação é o meio 
pelo qual o juiz analisará as questões de fato e de direito. 
Também prevista no art. 93, IX da CF/88, a fundamentação implica ao juiz o 
dever de expor as razões pelas quais acolhe ou rejeita o pedido formulado na petição 
inicial, apreciando os seus fundamentos de fato e de direito (causas de pedir) e os da 
defesa. 
A falta de fundamentação tornará nula a sentença, cabendo ao juiz pronunciar-
se sobre todas as questões essenciais que possam repercutir sobre o resultado, sob 
pena de ser citra petita. (GONÇALVES, 2018. p. 485). 
Dispositivo: De acordo com os ensinamentos de Marcus Vinicius Rios 
Gonçalves (2018, p. 485), o dispositivo é definido como a parte final da sentença, em 
que o juiz decide se acolhe, rejeita o pedido ou se extingue o processo, sem examiná-
lo. É a conclusão do silogismo judicial, em que se examina se a pretensão formulada 
pelo autor na petição inicial pode ou não ser apreciada e, em caso afirmativo, se pode 
ou não ser acolhida. 
 
4) A sentença cujo fundamento é genérico, ou seja, cuja motivação poderia 
ser aplicável em qualquer caso, padece de algum vício? Fundamente. 
 
 
5 
 
 O § 1º do art. 489 do CPC de 2015 enumera, em seis incisos, hipóteses em 
que não se considera fundamentada não apenas a sentença, mas qualquer decisão 
judicial. Especificamente no inciso III, o legislador trata das sentenças cujos 
fundamentos são genéricos, a saber: 
“ § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;” 
Nessa esteira, de acordo com os ensinamentos de Marcus Vinicius Rios 
Gonçalves, tem-se que: 
“Não pode ser considerada como fundamentada uma decisão que se 
vale de um molde ou modelo genérico, que possa servir não apenas para 
aquela situação concreta, mas de forma geral. É preciso que o juiz 
fundamente sua decisão de maneira específica para o caso em que ela foi 
proferida. Fórmulas genéricas do tipo “foram preenchidos os requisitos”, sem 
a indicação concreta das razões pelas quais o juiz assim o considera, não 
são admissíveis. ” (grifo meu) 
 
5) O que se entende por capítulos da sentença e qual é a importância prática 
dessa classificação doutrinária? 
 
A sentença forma um todo, um conjunto único. Porém, é possível decompô-la 
em capítulos, cada qual contendo o julgamento de uma pretensão distinta. 
(GONÇALVES, 2018. p. 493) 
A possibilidade de considerar a sentença decomponível em capítulos pode 
repercutir sobre inúmeras questões. 
Gonçalves (2018, p. 494) cita, por exemplo, sobre as nulidades. De acordo com 
o doutrinador, “se ela for considerada um todo único, vício que a macule 
comprometerá o todo. Mas, se for possível decompô-la em capítulos, eventual vício 
que afete um deles não prejudicará os demais. Será possível então recorrer apenas 
daquele capítulo determinado; ou, em caso de trânsito em julgado, postular a rescisão 
parcial da sentença. ” 
O respeitável doutrinador arremata (2018, p. 494): 
“A teoria dos capítulos da sentença permite analisá-la com mais clareza e 
mapear melhor os eventuais vícios. Mas isso não faz com que o processo 
tenha mais de uma sentença; ela será sempre uma só, dada a sua aptidão 
de pôr fim ao processo ou à fase condenatória. O fato de poder ser 
decomposta em capítulos não implica perda de sua unicidade. 
É a teoria dos capítulos que permite preservar uma sentença, transitada em 
julgada, na qual o juiz tenha deixado de apreciar uma das pretensões. Aquilo 
que ele apreciou é válido e será preservado; a omissão quanto ao restante 
não contamina o que foi validamente apreciado, cabendo ao interessado 
ajuizar nova demanda, reiterando o pedido a respeito do qual não houve 
 
6 
 
pronunciamento. ” 
 
 
6) O que se entende por coisa julgada formal e material? Aponte os seus 
efeitos. 
 
Coisa julgada formal: É a manifestação da coisa julgada no próprio processo 
em que a sentença ou o acórdão foi proferido. É fenômeno interno ao processo a 
impossibilidade de modificar-se a sentença ou acórdão, quando já não caibam mais 
recursos, seja porque foram esgotadas as possibilidades recursais, seja porque o 
recurso adequado não foi interposto no prazo legal. 
 
 Acerca dos efeitos da coisa julgada formal, fundamenta GONAÇALVES (2018. 
p. 496): 
“Ela guarda semelhança com a preclusão, tanto que alguns a denominam 
“preclusão máxima”. A preclusão também consiste na impossibilidade de 
modificação do ato judicial, contra o qual não caibam mais recursos. A 
diferença é que a coisa julgada pressupõe o encerramento do processo. 
Nenhuma outra modificação poderá ser feita, e o que ficou decidido não será 
mais discutido naquele processo, que já se encerrou. Mas o aspecto formal 
da coisa julgada não esclarece sobre a possibilidade de repropositura de 
idêntica ação, porquanto se restringe ao processo em que a sentença ou 
acórdão foi proferido. ” 
 
Coisa julgada material: Consiste não mais na impossibilidade de modificação 
da decisão no processo em que foi proferida, mas na projeção externa dos seus 
efeitos, que impede que a mesma questão, já decidida em caráter definitivo, volte a 
ser discutida em outro processo. É, sobretudo, essa manifestação da coisa julgada 
que se presta a trazer segurança jurídica aos litigantes, aos quais não basta apenas 
que o processo se encerre, mas que a questão litigiosa seja definitivamente dirimida, 
não podendo mais ser discutida, em nenhum outro processo, assegurada a 
pacificação do conflito. 
Aindasobre os efeitos, cita-se novamente o doutrinador Marcus Vinicius Rios 
Gonçalves (2018, p. 497): 
“A coisa julgada material pressupõe decisão de mérito, que aprecie a 
pretensão posta em juízo, favorável ou desfavoravelmente ao autor. (...) A 
coisa julgada material constitui óbice à nova ação, que tenha os mesmos três 
elementos que a anterior, já julgada. A alteração de qualquer das partes, 
autor ou réu, dos fatos em que se fundamenta o pedido e do objeto da ação, 
tanto o imediato (provimento jurisdicional postulado) quanto o mediato (bem 
da vida), modifica a ação e a afasta. ” 
 
 
7 
 
 
7) O que se entende por coisa julgada "rebus sic stantibus"? 
De acordo com o doutrinador Marcus Vinicius Rios Gonçalves (2018. p. 498), 
“a expressão rebus sic stantibus traduz a ideia de as coisas permanecerem iguais, 
idênticas. Em regra, havendo coisa julgada material, não é mais possível rediscutir a 
questão já definitivamente julgada. Mas há certas situações, expressamente previstas 
em lei, em que a imutabilidade dos efeitos da decisão só persiste enquanto a situação 
fática que a ensejou permanecer a mesma, ficando autorizada a modificação, desde 
que haja alteração fática superveniente. ” 
 
 Douto doutrinador ainda cita exemplos acerca das possibilidades de referido 
instituto: 
“Os exemplos mais esclarecedores são as ações de alimentos, e as 
indenizatórias por ato ilícito, em que há fixação de pensão alimentícia de 
cunho indenizatório (art. 533, § 3º, do CPC). A regulamentação do direito 
material é de ordem tal a impedir que a questão fique definitivamente julgada, 
uma vez que o valor da pensão está sempre condicionado à capacidade do 
devedor, e à necessidade do credor, podendo ser revisto sempre que uma ou 
outra se alterarem. Diante disso, a coisa julgada deve adaptar-se, adquirindo 
o caráter rebus sic stantibus.” 
 
8) O que se entende por eficácia preclusiva da coisa julgada? 
De acordo com o art. 508 do CPC, tem-se que: 
“Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e 
repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao 
acolhimento quanto à rejeição do pedido. “ 
Nesse sentido, uma vez que o processo tramitou em julgado e as partes se 
manifestaram, eventualmente a discussão suscitada no processo tem que ser 
encerrada. 
Logo, quando o processo for julgado e sobre ele advir a coisa julgada material, 
as partes perdem o direito de trazer novas alegações, ainda que não o tenham feito 
no decorrer do processo. 
 
9) Sobre a ação rescisória, o que se entende por juízo rescindente e juízo 
rescisório? Toda ação rescisória terá o juízo rescindente e o juízo rescisório? 
De acordo com Marcus Vinicius Rios Gonçalves (2018. p. 507), “o art. 974, do 
CPC, ao estabelecer que “julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a 
decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento (...)”, aponta para a existência de 
dois momentos: 
 
8 
 
a) o juízo rescindente, aquele em que o órgão julgador rescinde a decisão 
impugnada; e 
 
b) o juízo rescisório, em que, se for o caso, procede-se a novo julgamento. ” 
Esclarece ainda que, por meio do juízo rescindente, o órgão julgador vai 
desconstituir aquilo que, da decisão de mérito, foi alcançado pela coisa julgada 
material: o dispositivo da decisão de mérito, já transitada em julgado. 
Não podem ser objeto de ação rescisória as outras partes da decisão ou 
sentença, elencadas no art. 504 do CPC (os motivos e a verdade dos fatos; em 
síntese, a fundamentação). Não havendo coisa julgada sobre elas, não existe 
interesse para a rescisória. Só o dispositivo é que se torna imutável e pode ser objeto 
dela. 
O juízo rescisório pressupõe que tenha sido acolhida, ao menos em parte, a 
pretensão rescindente, uma vez que, se nenhuma parte do dispositivo tiver sido 
desconstituída, não haverá razão para uma nova decisão. 
Elucida GONÇALVES (2018. p. 507): 
“Se apenas uma parte for desconstituída, o novo julgamento referir-se-á tão 
somente a ela; se todo o julgamento anterior for desconstituído, o órgão 
julgador promoverá novo julgamento, que abrangerá integralmente os limites 
objetivos e subjetivos da lide originária, mas que deles não poderá 
desbordar.” 
 Os limites do novo julgamento na ação rescisória são os limites da lide 
originária. Ainda que a decisão rescindida seja uma sentença, o tribunal que julgar a 
ação rescisória terá competência para promover o novo julgamento, em substituição 
ao anterior. 
 
 
10) Quais são os requisitos da ação rescisória? É possível ação rescisória em 
face de decisão terminativa? 
Segundo Nóbrega (Migalhas, 2016) a ação rescisória pode ser definida como 
“espécie de sucedâneo recursal externo, ação autônoma que instrumentaliza meio de 
impugnação que tem como fito, presentes hipóteses específicas, desconstituir coisa 
julgada oriunda de decisão judicial transitada em julgado.” 
De acordo com o ilustre doutrinador Marcos Vinicius Rios Gonçalves (2018. p. 
507), “a ação rescisória vem tratada no art. 966 do CPC, que enumera variados 
requisitos de admissibilidade, que poderiam ser agrupados em duas grandes 
categorias: os comuns a todas as ações, como o preenchimento das condições da 
ação rescisória — interesse e legitimidade; e os requisitos específicos. “ 
GONÇALVES (2018. p. 207) conceitua que: 
 
9 
 
“Só tem interesse em propô-la aquele que puder auferir algum proveito da 
rescisão, alguma melhora de sua situação, caso o julgamento anterior seja 
rescindido e outro seja proferido em seu lugar. Para isso, é preciso que o 
autor da ação rescisória não tenha obtido o melhor resultado possível no 
processo cujo julgamento se quer rescindir.” 
 Exemplifica ainda que: 
“Enquanto não há trânsito em julgado, a decisão deverá ser impugnada por 
meio do recurso adequado. Só quando não for mais possível a interposição 
do recurso, após o trânsito, surgirá o interesse de agir para a ação rescisória. 
Mas não é necessário que se tenham esgotado todos os recursos possíveis, 
enquanto o processo ainda estava pendente, bastando que ele tenha se 
encerrado, exaurindo-se, por preclusão, as oportunidades para recorrer. ” 
 Estabelece o art. 967 do CPC: 
“Tem legitimidade para propor a ação rescisória: I — quem foi parte no 
processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II — o terceiro 
juridicamente interessado; III — o Ministério Público: a) se não foi ouvido no 
processo, em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão 
rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de 
fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação; IV — 
aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a 
intervenção”. 
 O art. 966 enumera os fundamentos em que deve se embasar a ação rescisória. 
O rol é taxativo e não comporta ampliações, nem utilização da analogia, para 
hipóteses não expressamente previstas. 
 O CPC/15, de sua vez, mantém, no caput do artigo 966, o cabimento da 
rescisória, como regra, contra a sentença de mérito, mas consagra exceções no § 2º 
daquele dispositivo, autorizando a rescisão da decisão terminativa que impeça 
“nova propositura” da demanda (como a que reconhece ilegitimidade do autor e/ou 
do réu) ou a admissibilidade do recurso correspondente (quando não conhecido 
recurso, por exemplo), superando entendimento jurisprudencial antes consolidado. 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ANDRADE, A. Dos Pronunciamentos do Juiz e Atos do Escrivão ou do Chefe de 
Secretaria. Jusbrasil, 2016. Disponível em: 
<https://coelhoanacristina.jusbrasil.com.br/artigos/383132555/dos-pronunciamentos-
do-juiz-e-atos-do-escrivao-ou-do-chefe-de-secretaria>. Acesso em: 22/04/2020. 
 
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CAVALCANTI, M. de A.; CAVALCANTI, N. P. Conceito processual de sentença no 
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