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Nutrição Clínica nas Alterações Urológicas e Renais Nelzir Trindade Reis LD em Nutrição Clínica ( nelzirtreis@gmail.com) (cópia autorizada, mencionando a fonte ) Anatomia Renal • Estrutura: – 2 rins – 2 Uréteres – 1 Bexiga • Rim composto por: – Região Cortical (Cortex): compreende glomérulo e túbulo – Região Medular: Compreende parte da Alça de Henle e estruturas tubulares. • Cada rim é constituído por 2.000.000 néfrons. Rins • Função Renal: – Regulação das concentrações plasmáticas de Na+, K+,H+, Ca++, Mg++, Cl-, HCO3 - e PO4. – Regulação do volume e osmolaridade do fluido extracelular. – Regulação do equilíbrio ácido- básico. – Excreção de certos produtos do metabolismo endógeno das proteínas e substâncias exógenas. – Síntese, secreção e regulação de alguns hormônios. Produção e secreção hormônios e peptídios ( renina, angiotensina, prostaglandinas ) Regulação hemodinâmica e sistema renal Mec. renina-angiotensina importante no controle da PA Vol. Sg. Céls. dos glomérulos ( ap. justaglomerular ) secretam renina ( enz. Proteolítica ) forma angiotensina I convertida em angiotensina II age como vasoconstrictor ( PA ) estimula a prod. Aldosterona retenção de água e sódio *Eritropoietina - eritropoiese - eritrócitos *Produção de clacitriol ( metabólito ativo da vit. D ) – prod. Ativa da vit D -1,25(OH)2D3 * Participa da síntese de glicose através da gliconeogênese em condições de jejum prolongado * Síntese e catabolismo de AA, peptídios e proteínas ( produz serina a partir de glicina e converte glutamina em glutamato e amônia ) * Degradação de insulina, glucagon, h. paratireoidiano, tirotropina e gastrina Cada rim tem aproximadamente 1 milhão de unidades funcionantes – néfrons, que funcionam independentemente na produção de uma urina final Unidade funcional - nefron – constituído de glomérulos, túbulos contornados distal e alça de Henle. Funções - filtração, reabsorção, secreção e excreção Filtração - no glomérulo e através da membrana filtrante renal; perfusão renal - fluxo plasmático renal de 650 ml / min. taxa de filtração renal - 125 ml / min. Reabsorção - 80% do filtrado glomerular é reabsorvido pelos túbulos proximais ( TP- água, sódio, cloreto, bicarbonato, glicose, fosfato, aminoácidos, vitaminas, ácido úrico; TD - água e sódio ) Secreção - H+, NH3( conserv. Na+ e bicarbonato),eritropoietina ( prod. eritrócitos), renina ( eq. ác.básico, do Na+, cont. PA), 1,25 dihidroxi-colecalciferol ( met.Ca++), K+(manutenção da homeostase) Excreção - produtos finais do metabolismo protídico ( uréia, ác. úrico, sulfato, creatinina e ácidos orgânicos ). Equilíbrio eletrolítico através da excreção e reabsorção seletiva de Na+, Cl- , K+ e outros ions. Equilíbrio de OH2 corporal e manutenção do eq. ácido-básico(excreção seletiva de ácido) Diminuição da taxa de filtração glomerular • Diminuição da pressão hidráulica ( choque, hipotensão ) • Elevação da pressão tubular ( obstrução urinária ) e da pressão oncótica ( mieloma, hemoconcentração) • Diminuição do fluxo sg. ( ins.cardíaca), da permeabilidade capilar glomerular ( glome- rulonefrite ) e da área de filtração ( p0erda de nefrons, cirurgia ou IRC ) Distúrbios das funções renais • Proteinúria - alt. da memb.filtrante provocando grande perda de albumina, queda da pressão oncótica, dim. do vol. plasmático, aumento da secreção de aldosterona, aumento da retenção de Na+ e água, edema • Desidratação ou edema - perdas ou ret.excessivas de água e eletrólitos • Poliúria e nictúria - alterações na capacidade de concentrar e diluir • Alcalose ou acidose - alterações na concentração sanguínea de H+ • Uremia - intoxicação pela uréia, alt.SNC,ret.substs.proteicas, alt.TGI • Azotemia - aumento de uréia e de outros produtos finais do catab. Pt • Anemia - alt. eritropoiese ( secreção bloqueada de erotropoietina ) • Osteodistrofia - alteraçào do metabolismo de Ca++ • Alteração cardiovascular - ret. Na+ - hipertensão • Alteração sistema respiratório - tentativa de expelir corpos tóxicos para diminuir a acidose Avaliação inicial - história clínica, exame físico e exames complementares Objetivos da história clínica - confirmar presença de uma nefropatia, det.a sua causa, avaliar a gravidade da alt., det. extensão do desajuste de outros sist. orgânicos, obter perfil psicossocial Problemas mais comuns - medo do desconhecido e da morte, rompimento e / ou dificuldades familiares, otimismo exagerado, etc Perfil do Paciente Obesidade ESTADO NUTRICIONAL Eutrófico Magreza Perda do controle metabólico Perda das reservas proteína somática – massa muscular Sinais deficiência de vitaminas e minerais Alterações no metabolismo dos lipídeos - Hiperlipidemias Desidratação Patologias Renais • São patologias complexas e geralmente divididas em 4 componentes básicos: – Doenças dos Glomérulos; – Doenças dos Túbulos; – Doenças do Interstício e dos Vasos Sangüíneos; • Manifestações clínicas da doença renal: – Hematúria ou Proteinúria Assintomática; – Síndrome Nefrótica ; – Insuficiência Renal: • Aguda e Crônica – Defeitos Tubulares Renais; – Infecção das Vias Urinárias; – Nefrolitíase; – Obstrução das Vias Urinárias e TU Renais. Infecção do trato urinário ( bacterianas - mais comuns ) • Trato urinário superior - pielonefrite ( mal estar, N / V, febre, calafrios, dor, hematúria, oligúria ) • Trato urinário inferior - cistite ( disúria, desconforto supra-púbico, lombalgia às vezes, urgência miccional e, às vezes incontinência) • Exames -EAS; cultura, contagem de colônias e antibiograma • Tratamento - antibioticoterapia, vitaminas do Complexo B e dieta ( HP, Hhídrica, restante ANP ) Doenças que conduzem à insuficiência renal • Pielonefrite crônica • Glomerulonefrite • Doenças vasculares dos rins ( hipertensão maligna, arteriosclerose hipertensiva, nefroesclerose aterosclerótica) • Doenças sistêmicas c/ manifestações renais • Anormalidades congênitas ( doença renal policística) • Toxidade de drogas -Síndrome nefrítica (glomerulonefrite): incorpora as manifestações clínicas de um grupo de doenças caracterizadas pela inflamação das alças capilares do glomérulo. Características: duram pouco tempo e podem evoluir para recuperação completa ou para o desenvolvimento de síndrome nefrótica crônica ou nefropatia de estado terminal. Manifestações primárias: hematúria ( consequência da inflamação capilar que danifica a barreira glomerular às céls sanguíneas), hipertensão e perda suave da função renal. Glomerulonefrite aguda • Inflamação dos glomérulos por choques traumáticos, síndrome nefrótica, streptococcus beta hemolítico, etc • Dificuldade na excreção de água e eletrólitos • Tipos mais comuns: pós-estreptocócica e membranosa • Evolução segundo várias modalidades clínicas Glomerulonefrite pós - estreptocócica • Mais comum em criança • Febre, cefaléia, anorexia, N/V, dor abd. ( pode simular apendicite ) • Alguns casos de sinais neurológicos secundários à encefalopatia hipertensiva ( convulsões e, ocasionalmente, hemiplegia e coma ) • Sinais renais: hematúria, proteinúria, albuminúria, oligúria, edema que pode evoluir para anasarca • TRATAMENTO: repouso, terapêutica para hipertensão e hipercalemia, antibióticos no caso de hemocultura positiva, BH nos casos de IR, diuréticos Glomerulonefrite membranosa • Ocorre em qualquer idade e geralmente inicia com edema • Fase inicial = nefrose lipídica • Fase avançada = glomerulonefrite membranosa • Graus variáveisde ruptura, espessamento e duplicação da membrana basal do glomérulo, podendo evoluir para GNC ( glomerulonefrite crônica) • Est. : 50% s. nefrótica; 30% com hematúria benigna; 20% como quadro agudo de nefrite; 25% com HA com lipodistrofia parcial associada • Tratamento: esteróides, agentes citotóxicos, anticoagulantes, agentes antiplaquetários, diuréticos ( não há benefício comprovado ) Conduta Nutricional *VET – ANP *Prot. – N ( s/ ret. ); h ( c/ ret ) = índice de filtração de creatinina com liberação lenta *Glic. – H ( requisito calórico e economia das prots. tissulares ) *Lip. – complementa o VET *Sódio – moderadamente restrito até o desapareciomento do edema *Líqs. – BH ( de acordo com oligúria ) *Restante – ANP e ATP Glomerulonefrite crônica • Fibrose gradual dos glomérulos e degeneração dos túbulos, acompanhada de IR progressiva • Estágio latente prolongado, seguido de estágio nefrótico, antes da evolução para IR com retenção de nitrogênio ter se tornado grave e se instalar a uremia • Tratamento: corticosteróides, drogas imunossupressoras e dieta Conduta nutricional =Estágio latente: ( poliúria, cefaléia, anorexia, proteinúria e nictúria ) *N/H prot., Hhídrica, sódio e potássio para compensar a perda pela urina, restante ANP =Estágio nefrótico: (sintomas mais severos, proteinúria maciça, hipoalbuminemia, edema generalizado ) * Hprot., sódio restrito, restante ANP = Estágio de IR: ( ret. Nitrogenada ) * Prot. de acordo com índice de creatinina, HG, Lip. complementa o VET, Líqs. e eletrólitos controlados, restante ANP Mecanismo de Evolução das Doenças Glomerulares • Dependem: – Gravidade da lesão; – Natureza e persistência do Ag; • Efeitos diretos: – Diminuição da TFG por lesão direta do néfron. • Efeitos secundários: – Glomeruloesclerose segmentar focal: • Nem todos os glomérulos sofrem esclerose, levando a um mecanismo compensatório de hipertrofia celular dos glomérulos não afetados diretamente. – Inflamação – Fibrose tubular intersticial. Sialoproteínas confere carga (-) repelindo as proteínas plasmáticas Determina o tamanho da molécula filtrada Fluxo Plasmático Glomerular Pressão Hidrostática Transglomerular Aumento da FG Pressão Oncótica Transglomerular Desfavorece a FG Filtrado Glomerular Diabetes mellitus HAS Gravidez Dieta HP Aumento da FG Insuficiência Renal Aguda • Corte abrupto das funções renais por isquemia ao nível dos túbulos (por trauma ou hipovolemia); • BUN aumentado; • Fases: – Anúria ( 50 a 100 ml / 24 horas ); – Oligúria ( 200 a 600ml / 24 horas ); – Poliúria ( acima de 3500 ml / 24 horas ). • Principais alterações: – Azotemia; – Distúrbio hidroeletrolítico; – Acidose metabólica; – Anemia; – Distúrbio do metabolismo do cálcio e fósforo. Principais causas • Hipovolemia – trauma, queimadura, hemorragia, vômitos, diarréia, desidratação, pancreatite, hipoalbuminemia com formação de edema • Baixo débito cardíaco – IC, arritimias, IAM, embolia pulmonar • Diminuição do fluxo sanguíneo efetivo renal - sepse, cirrose com ascite, drogas ( antihipertensivos, inibidores da ECA, drogas ilícitas ) IRC Falência renal Súbita diminuição da função renal Destruição dos túbulos Infiltrado de céls inflamatórias na área do túbulo intersticial Nefrite Túbulo Intersticial Aguda (NTIA) Insuficiência Renal Aguda Fibrose intersticial progressiva Prolongada (crônica) Resolução do processo com a remoção do agente causal Distúrbios ácido-básicos e de eletrólitos Exames complementares e tratamento • RX - determina tamanho e formas renais • Ultrassonografia - determina dilatações da pelve ou dos cálices renais • Biópsia renal - determina fator • Exame de sangue - determina alterações hematológica, bioquímica e eletrolítica • Conduta - cuidados hidroeletrolíticos; diuréticos; gluconato de cálcio para antagonizar toxidade cardíaca pela hipercalemia; bicarbonato de sódio para corrigir aa acidose metabólica; glicoinsulinoterapia ( 5g glicose / 1U insulina regular ); resinas de troca para impedir a abs.de K+ int.; diálise / hemodiálise e digitálicos / antibióticos aminoglicosídeos SOS Conduta Dietoterápica IRA • Objetivos: – Fornecer dieta que satisfaça as necessidades mínimas do paciente, não excedendo os limites de tolerância dos nutrientes, cuja absorção e excreção estão afetadas. • Fases de anúria e oligúria: – Restrição hídrica; – hProt com 2/3 de AVB; – HG para minimizar o catabolismo protéico; – HL para completar o VET; – Na+ e K+ controlados; – Consistência branda; – Sem alimentos ricos em S e de DD; restante ANP. • Fase de poliúria: – líquidos para compensar a crescente produção de urina; – hProt com 2/ 3 de AVB; – HG e L ; – Restante ANP. Recomendações Nutricionais na IRA • Calorias: (kcal/kg) – Repleção do peso: 25 - 35 • Proteínas: (g/kg) – Sem Hipercatabolismo: 0.6 - 1.0 – Estresse Moderado: 0.8 - 1.2 – Estresse Grave: 1.5 - 1.8 • Carboidratos: 50 a 60% do total de calorias • Gorduras: 20 - 40% do total das calorias (sepse: 10 - 20%) • Sódio: Individualizado para volume urinário, método e freqüência de diálise e função renal. • Potássio:Individualizado para volume urinário, método e freqüência de diálise e função renal. • Líquidos:Individualizado paras as diversas fases da IRA • Fósforo: individualizado. • Cálcio: individualizado. Balanço hídrico • Ingestão - 1- Exógeno ( a ser fornecido ) 2 - Endógeno ( metabólico ) - 1gL= 1,07ml; 1gG = 0,55ml; 1gP = 0,41ml ( adulto 70Kg metaboliza, em 24 horas, 500ml em média • Excreção - 1 - Normal = perdas insensíveis ( respiração,etc ), urina de 24 horas 2 - Anormais = vômitos, etc • BH = TT excreção - TT ingestão Funções Renais Alteradas na IRC • Excreção de metabólitos finais da proteína; – FG e Secreção tubular. • Manutenção do volume extracelular; – Balanço de Na+ e água. • Manutenção da composição iônica do volume extracelular; – Na+, K+, Ca++, Mg++, Cl-. • Manutenção do equilíbrio ácido-básico; – Excreção de ácidos não voláteis e recuperação de HCO3 -. • Produção e secreção de hormônios e enzimas; – Eritropoetina, 1,25 dihidróxicolicalciferol, Renina. • Metabolismo de hormônios; – Insulina. Consequências nutricionais • Diminuição da síntese proteica, de AA (serina e glicina), das vits. B6,C, folato e da atividade da lipase; aumento do catabolismo proteico, de vit.A no sangue, do metab. da glutamina e da lipólise; azotemia; elevação de creatina,creatinina, TG e colesterol ; desnutrição proteico- energética; alteração dos níveis hormonais; alt. da ingestão alimentar, digestão e absorção ;acidose metabólica etc Objetivos da intervenção nutricional • Minimizar o agravo do órgão lesado • Retardar o progresso da insuficiência renal • Regularizar o equilíbrio hidroeletrolítico • Evitar e/ou minimizar as complicações • Favorecer a excreção das escórias nitrogenadas • Recuperar o estado nutricional • Prevenir as interações drogas x nutrientes Intervenção Nutricional na IRC • VET- Zaloga ( 1994 ): 30-35Kcal/Kg/dia • Levine - 35 Kcal/Kg de peso(s/ diálise ) • Harris-Benedict – Homens = 66,5 + (13,8 x P) + (0,5 x cm) - (6,8 x I) – Mulheres = 65,5 + (9,6 x P) + (1,8 x A) - (4,7 x I) • Fator injúria: • Desnutrição = 0,7; • IRC ( s/ diálise ) = 1,0 ; • Hemodiálise = 1,0 - 1,05. Perfil Protéico da Dieta • Dieta HP: – Pressão oncótica; – Pressão oncótica transglomerular; – TFG; – Danos histomorfológicos e funcionais; – Acelera o ritmo de progressão da IR; – Creatinina e Uréia; – Creatinúria; – Suplemento de Creatina é convertido em Creatinina . • Dieta hP: – Pressãooncótica transglomerular; – Danos histomorfológicos e funcionais; – Produtos nitrogenados tóxicos; – Lipídios séricos; – Íons inorgânicos; – Ritmo de progressão da IR; – Prolonga o tempo de entrada na diálise. Proteínas • Paciente crítico s/ diálise: – 1.0 – 1.3g/Kg/dia. • RFG: – > 70ml/min./m2 = sem restrição; – < 70 ml/min/m2 = 0.6 – 0.8g/Kg/dia. • Hemodiálise = 1.0 – 1.2 g/Kg/dia • Diálise peritoneal = 1.2 – 1.4g/Kg/dia ou normal mais as perdas pelo banho dialítico; • Clearance de creatinina : – 40ml/min ou mais = s/restrições – 10 a 40ml/min = 60g/dia – 5 a 20 ml/min = 40g/dia – 2 a 10 ml/min = 20g/dia Controle Dietético ( IR + Db) Proteína Restrição Prevenção da evolução da nefropatia Diversidade medicamentos D.M. Controle peso corporal Obesidade Magreza Desequilíbrio no padrão dietético oferta ptnas Atividade inflamatória Catabolismo e necessidade protéica Recomendação quantitativa de proteína pelo método de Crockoft e Gault Fórmula de Cálculo Ccr = (140 X I) – peso atual 72 X Cr sérica (mg/dl) Ccr = (140 X I) – peso atual 0.81 X Cr sérica (mol/l) Onde: I: Idade em anos Ccr: Clearance de creatinina Obs. Para mulheres deve-se reduzir o valor resultante em 15%. Ccr (ml/min/1.73m2) Ptna (g/kgP/dia) 30 a 20 0.75 – 0.8 10 a 19 0.5 – 0.75 < 10 0.5 Hemodiálise 0.75 – 1.2 Diálise Peritoneal 1.5 Estados metabólicos e clínicos que podem prejudicar a adaptação à restrição protéica Condição Clínica Mecanismo Anorexia Reduzida ingestão de energia e proteínas Acidose Metabólica Estimula a degradação de proteínas e aminoácidos Infecção e ou Inflamação Estimula a degradação de proteínas Diabetes não controlado Estimula a degradação de proteínas além de suprimir sua síntese. Recomendação de Proteína em Fase Pré-Diálise ou Tratamento Conservador TFG (ml/min) Proteína (g/kg/dia) > 60 Sem restrições (0.8 a 1.0) 25 – 60 0.6 (50% a 60% de AVB) < 25 0.6 (50% a 60% de AVB) ou 0.3 + suplementação com aa essenciais/ cetoácidos < 60 + Síndrome Nefrótica 0.8 + 1g de ptna para cada g de proteinúria ou 0.3 + suplementação com aa essenciais/ cetoácidos + 1g de ptna para cada g de proteinúria Diabéticos com controle glicêmico inadequado 0.8 ((50% a 60% de AVB) Qualidade Proteica • Relação ptna animal/vegetal: – Benefícios de dietas contendo ptnas de origem vegetal qdo comparadas as contendo ptna de origem animal: • A quantidade de ptna total ingerida foi menor nas dietas com base em ptnas vegetais. • Palatabilidade e aceitação? • Pacientes com D.M. tipo 1 apresentaram valores de albumina urinária, PA normais e da hiperfiltração. Contudo os benefícios na estrutura renal não foram os esperados. • Fibras e biodisponibilidade? • Necessários estudos a longo tempo e que mostrem de que forma o tipo de ptna poderia determinar a melhora da função renal. • Tipo de Ptna animal: Carnes brancas/peixe. Recomendações Nutricionais na IRC Pré- Diálise • Calorias: (kcal/kg) – Repleção do peso: 35 - 45 – Manutenção: 35 – Redução: 25 - 30 • Proteínas: (g/kg) – Repleção e diabéticos: 0.8 - 1.0 – Manutenção: 0.6 - 0.8 (60 a 80% de AVB) • ou 0.3 + suplementação de aac essenciais (0,3) • ou 0.3 + suplementação de aac cetoácidos (0,3) • Carboidratos: 50 - 60% do total de calorias • Gorduras: 25 - 35% do total das calorias • Sódio: 1 -3g ( individualizado para PA e edema) • Potássio: individualizado, usualmente sem necessidade restrição • Líquidos: Normal, sem necessidade de restrição • Fósforo: 800mg ou < 10mg/kg/dia • Cálcio: 1000 - 1500mg Micronutrientes • Produção e secreção de hormônios: – A diminuição da produção de Eritropoetina leva: • Diminuição na eficiência das suplementação com ferro, ácido fólico, cianocobalamina e niacina. – A diminuição na capacidade de hidrólise da vitamina D que não é hidrolisada a 1,25 dihidroxicolicalciferol: • Diminuição na absorção do cálcio no TGI. • Aumento da utilização das reservas de cálcio ósseo. – Fósforo: • ingestão de fósforo níveis fósforo plasmáticos e da relação cálcio/fósforo cálcio sérico. Ferro, Zinco, Selênio, Molibdênio são importantes na estruturação do sistema enzimático responsável pela neutralização dos RL. Micronutrientes • As vitaminas lipossolúveis: – A vitamina A e ptna ligante do retinol estão elevados na IRC. – Não é necessário a suplementação de vitamina K. – Vitamina D já citada necessitando de suplementação de análogos da vitamina D. – Vitamina E: • São utilizadas constantemente na neutralização de espécies reativas do oxigênio. • Sua ação na membrana plasmática de enterócitos está diminuída nos estados de hiperglicemia. • Previne a oxidação do LDL-c. • Auxilia na manutenção da morfofisiologia muscular e neuronal com prevenção da vasculopatia sistêmica. Micronutrientes • Vitaminas hidrossolúveis: – São depletadas com valores elevados de uréia e creatinina. – São utilizadas constantemente na neutralização de espécies reativas do oxigênio Vitamina C . – Ingestão baixa em função da anorexia e da baixa aceitação dietética. – Metabolismo alterado na IRC. – Medicamentos interferindo na absorção e aumentando o catabolismo destas vitaminas. – Vitaminas complexo B: • Metabolismo energético e síntese de proteína. • Auxilia no controle das anemias. • Neuroprotetora. Consequências nutricionais • Diminuição da síntese proteica, de AA (serina e glicina), das vits. B6,C, folato e da atividade da lipase; aumento do catabolismo proteico, de vit.A no sangue, do metab. da glutamina e da lipólise; azotemia; elevação de creatina, creatinina, TG e colesterol ; desnutrição proteico- energética; alteração dos níveis hormonais; alt. da ingestão alimentar, digestão e absorção ;acidose metabólica etc Recomendações Nutricionais na Diálise Peritonial • Calorias: (kcal/kg) incluindo glicose do dialisado – Repleção do peso: 35 - 45 – Manutenção: 25 - 35 / Redução: 20 - 25 • Proteínas: (g/kg) – Repleção e peritonite: 1.4 - 1.6/ Manutenção: 1.2 - 1.3 – Perda de 5 a 15g de ptna (50% a 80% albumina) • Carboidratos: fornecimento de energia para as atividades e economizar a degradação da proteína • Em torno de 60 a 80% da glicose do dialisado são absorvidos via peritonial (100 a 150g/glicose/dia). • Correspondendo em média a 20 a 30%da ingestão usual do paciente. • Fibras: 20 - 25g • Gorduras: 35% do total das calorias • Sódio: 3 - 4g ( individualizado para PA e retenção hídrica) • Potássio: individualizado, usualmente sem necessidade restrição • Líquidos: ANP • Fósforo: 1000 - 2000mg Cálcio: 1000 - 1500mg • Restante - ANP Recomendações Nutricionais na Hemodiálise • Calorias: (kcal/kg) – Repleção do peso: 35 - 45 – Manutenção: 32 - 38 (média 35) – Redução: 20 - 25 • Proteínas: (g/kg) – Repleção: 1.2 - 1.4 – Manutenção: 1.2 (50 a 60% de AVB) – Perda de 9 a 13g de aa/sessão de HD • Carboidratos: 50 a 60% do total de calorias • Perda de 25 a 30g glicose/sessão de HD • Fibras: 20 - 25g • Gorduras: 25 - 35% do total das calorias ( AGE ) • Sódio: 1 -3g ( individualizado para PA, edema e ganho de peso) • Potássio: 1 -3g • Líquidos: 500ml mais volume urina de 24h • Fósforo: 800 - 1200mg • Cálcio: 1000 - 1500mg • Restante - ANP Micronutrientes - Minerais • Cálcio • Fósforo IRC-Diálise e Hemodiálise individualizado • Sódio • Potássio Síndrome nefrótica Caracterizada pelo rompimento na filtração e reabsorção devido a modificações degenerativas dos capilares e membranas dos glomérulos e dos túbulos Síndrome Nefrótica • Manifestações Clínicas: – Proteinúriamaciça: • Equivalendo a perda de de 3.5 g de proteína ou mais; • Em crianças 50mg/kg/dia. – Hipoalbuminemia : Com níveis plasmáticos de albumina inferiores a 3g/dl. – Edema generalizado. – Hiperlipidemia e lipidúria. • Principais Causas: – LES; – Diabetes Mellitus; – Glomerulonefrite Membranosa; Síndrome Nefrótica Desorganização nas paredes capilares glomerulares Aumento da permeabilidade às proteínas plasmáticas Alterações estruturais ou físico-químicas Proteinúria maciça Depleção dos níveis séricos de albumina abaixo das capacidades compensatórias de síntese do fígado Hipoalbuminemia Inversão da relação albumina/globulina Edema generalizado Diminuição da pressão coloidosmótica do sangue Acúmulo de líquidos nos tecidos intersticiais Albumina Globulina Albumina = Globulina Albumina Globulina Suscetibilidade as infecções Síndrome Nefrótica Estimula: Sist. Renina- angiotensina – aldosterona; Secreção de ADH; Sensibilidade ao fator antinatriurético. Diminuição da pressão coloidosmótica do sangue Volume intravascular Acúmulo de líquidos nos tecidos intersticiais Edema generalizado Retenção de sal e água HAS Alterações fundo de olho Permeabilidade anormal da membrana basal proteinúria hipoproteinemia diminuição da pressão oncótica do plasma extravasamento de líqs. para o interstício hipovolemia hiperaldosteronismo retenção de sódio hipernatremia liberação do HAD retenção de água EDEMA Síndrome Nefrótica Aumento na síntese de lipoproteínas no fígado Transporte anormal das partículas lipídicas circulantes Redução do catabolismo [ ] de Colesterol [ ] Triglicerídeos [ ] LDL [ ] VLDL [ ] HDL Hiperlipidemia Lipidúria Passagem das moléculas de lipoproteínas pela desorganização nas paredes capilares glomerulares Gordura na forma livre ou de corpúsculos gordurosos ovais -Síndrome nefrótica: Compreende um grupo heterogêneo de dçs. cujas manisfestações comuns derivam da perda de barreira glomerular para ptn. Classicamente é definida por uma proteinúria superior a 3,5g/1,73m2. -As grandes perdas de ptn na urina levam à hipoalbuminemia com edema (devido ao aumento da reabsorção de sódio), hipercolesterolemia, hipercoagulabilidade e metabolismo ósseo anormal. -95% dos casos são decorrentes de 3 dçs sistêmicas(LES, DM e amiloidose) e 4 dçs primárias dos rins (alterações mínimas, nefropatia membranosa, glomerulosclerose segmentar e focal e glomerulonefrite membranoproliferativa) Diuréticos Corticóide Tratamento medicamentoso Conduta nutricional • VET – ANP • Prot. – reposição • Glic- H • Lip. – N/h ( P/S± 1,5 ) • Colesterol – h (± 500mg/dia ) • Sódio – restrição moderada ( edema = severa ) • Fibras – H • Líquidos – BH • Restante – ANP + Interações Litíase Renal • Qualquer parte das vias urinárias: rins, ureteres, bexiga e uretra • Rins precipitação de sais uinários supersaturados em torno de peqs. focos ( 1 matriz mucóide ) que servem de núcleos para o crescimento • Precipitação e formação de cálculos com a infecção, durante a estase urinária ( altas concentrações de urina, na hipersecreção de cálcio, etc ) Cólica renal ( crise aguda de litíase ) -Dor surda na região lombar, com maior intensidade no ângulo renal, intermitente, produzida pela obstrução da junção urétero-piélica ou do colo de um cálice. - Cólicas renais agudas, com espasmos intensos de dor, caminhando do ângulo renal, pela região lombar, para a região anterior e para baixo em direção à virilha e, algumas vezes, para a coxa, escroto ou vulva. - Na maioria das vezes, é de início súbito, dura horas e pode recidivar de forma intermitente por alguns dias. - Pode mover-se para baixo, na medida que o cálculo desce pelo ureter. - Cálculos opacos : oxalato e fosfato de cálcio; estruvita ( fosfato amon[íaco magnesiano) ; cistina; ácido úrico ( os puros de ác.úrico são radioluscentes ) Durante a crise • Palidez, sudorese intensa, inquietação, edema na região lombar ou anterior sobre o rim, associada à rigidez muscular • freq. de micções qdo o cálculo está na junção urétero-vesical • Hematúria micro e macroscópica • N/V e dist. abdominal • RX anormalidades e visualização de cálculos radiopacos nos rins, beiga e ureteres • Urografia excretora • Pielografia retrógrada • Ultra-sonografia Resultado de uma crise litiásica • Cálculo ureter passagem natural retardada Obstrução completa ureter não obstruído c/infecção s/infecção cirurgia pela RX Sem ou rim único f. renal N dor/infecção (mov). Remoção adiada cirurgia passagem não migra Imediata natural ou obst. remoção ureterolitotomia total Remoção por citoscopia ureterolitotomia Fonte: LEVINE,D.Z., Nefrologia, 1985 Avaliação do paciente com litíase +Av. clínica e nut. – ex. físico criterioso com história clínica e dietética +Análise do cálculo – espetroscopia c/infravermelho, cristalografia, uso de “Kits” químicos +Av. laboratorial – Ex. Urina ( EAS; cultura; teste qualitativo para cistina – nitroprussiato; 2 a 3 ex urina de 24h – creatinina, pH, cálcio, ácido úrico, oxalato ) Sangue ( uréia, creatinina, sósio, potássio, cloro, CO2, ác. Úrico, fosfato, cálcio, proteínas – 2 exames ) +Raios X – simples de abdome; urografia excretora + Outros testes – qdo há possibilidade de doença de base subjacente. Exemplos: 1 - hiperparatireoidismo – dosagem de paratormônio e AMPc urinário 2- acidose tubular renal distal - pH inferior a 5,3 exclui o diagnóstico; teste com carga de cloreto de amõnio padrão Mecanismo de formação dos cálculos • Aumento relativo ou absoluto da concentração de solutos na urina por redução da diurese e aumento da excreção dos solutos • Alterações físico-químicas capazes de induzir á formação de cálculo em uma concentração normal de soluto, podendo haver modificação do porte urinário e maturação do cálculo Profilaxia -Aumento do fluxo urinário ( volume urinário de 24h inferior a 2,5l indica inadequação ) -Ingerir água antes de deitar, para assegurar uma urina diluída durante a noite Cálculo de cálcio • Hipercalciúria idiopática (homem 300mg e mulher 250mg ) • Hiperuricosúria e cálculo de cálcio ( homem 800mg e mulher 750mg ) • Hiperparatireoiodismo; Sarcoidose; Hiperoxalúria; Excesso de vit. D e cálcio; Deficiência de piridoxina e excesso de ácido ascórbico; Doenças inflamatórias intestinais; Drogas: anestésico ( metholxyflurano ), glicoletileno, etc, precipitam cristais de oxalato de cálcio • Tratamento -Restrição da ingestão de cálcio ( 800mg ); aumento da ingestão de piridoxina, Mg, tiamina, líqs. ( 3l/d ) e alimentos ácidos para manutençaõ de pH urinário entre 5 e 6 ; diminuição da ingestão de alimentos ricos em oxalato e ácido ascórbico. -Diurético a base de tiazida para aumentar a reabsorção tubular do cálcio e diminuir a excreção. -Tratar doenças específicas Cálculo de ácido úrico • Aumento da concentração urinária de ácido úrico com diminuição do vol. e pH urinário ( < 5,5 ) • Tratamento • Aumentar o pH c/ bicarbonato de sódio (500mg 4 x dia ); Alopurinol; Diminuir a ingestão de conc. purínicos; Aumentar a ingestão de líqs. e alimentos alcalinos Cálculo de cistina -Distúrbio hereditário do transporte tubular de aminoácidos ( raro ) Tratamento Aumentar a ingestãode líqs. para obter uma urina bem diluída; Alcalinizar a urina com agentes alcalinizantes como o citrato de sódio; Diminuir os alimentos ricos em metionina. OBS.: Penicilamina – leucopenia, erupções cutâneas, alt. TGI e S. nefrótica • Considerações finais A dieta na doença renal A manutenção do bem não é estática e, sim estar do paciente exige reajustada segundo decisivo grau de as condições clínicas cooperação e depende, e os estágios da doença também, da prontidão da equipe de saúde Referências bibliográficas – CHEMIN,S.M. e MURA,J.P, Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia, ROCA, São Paulo, 2007 – CUPPARI, L. Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina – Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2005 – REIS, N.T Nutrição Clínica – Interações. Rio de Janeiro: Rubio, 2004. – REIS,N.T., Alterações Renais, CFN / ANDF, Brasília, apostila do Curso de Aperfeiçoamento em Nutrição Clínica, 1988 – RIELLA M.C. e MARTINS C., Nutrição e o Rim, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010 – SHILS, OLSON & SHIKE. Modern nutrition in health and disease, 9th ed., Philadelphia: Lea & Febiger, 2012 – WAITZBERG,D.L., Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica, São Paulo, ATHENEU, 2013 – WINGARDEN, J et all. Cecil Textbook of Medicine. Philadelphia: Saunders Company, 2013. – WINTROBE, M. HARRISON: Medicina Interna. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan, 2013. •
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