Buscar

Trabalho Cifras

Prévia do material em texto

SUMARIO:
 1-ANTROPOMETRIA NA CRIMINOLOGIA 
 2- ANTROPOMETRIA 
 3- CIFRAS NA CRIMINOLOGIA
 4- AS DIFERENTES CIFRAS CRIMINAIS DA CRIMINOLOGIA
 5- OS OBJETOS DAS CIFRAS CRIMINAIS DA CRIMINOLOGIA MODERNA
ANTROPOMETRIA NA CRIMINOLOGIA 
O combate à criminalidade não pode excluir o estudo da figura do criminoso. Ao longo do tempo, o delinquente foi, cada vez mais, despertando a atenção dos penalistas e dos criminólogos.
Não se pode falar em criminologia sem nos referirmos a Cesare Lombroso, em sua consagrada obra “O HOMEM DELIQUENTE”. 
Sua obra modificou todo o pensamento médico-jurídico de sua época. Escrito e publicado ainda no século XIX, sofreu duras críticas dos estudiosos da época. Entretanto, passado o tempo, permanece ainda como uma referência não só histórica, mas também como alicerce no qual construiu o grande edifício da criminologia.
Mas o mais importante na obra de Lombroso é que ele foi o primeiro a estudar a figura do criminoso. Começou pela observação do homicídio e da prostituição entre os selvagens, seguiu-se um estudo daquilo que se chamou de loucura moral, onde procurava justificar a loucura do delinquente. Por tendência justificando, com isso, até as razões da criminalidade infantil.
Na sua obra, Lombroso trata de embriologia do crime, remontando ao plano da botânica e da zoologia para tentar explicar os dois mais importantes sustentáculos do seu combate: definição do crime e aplicação da pena. 
Teve ele cuidado de fotografar delinquentes, criando seu atlas onde, observando detalhes expressos em suas deformidades corpóreas, entendendo-as como e extravasação e seus defeitos morais. Criou o estudo da antropometria. 
Nesse seu estudo apresenta 383 crânios de criminosos, mostrando em cada um deles os defeitos na sua estrutura óssea, que dizia corresponder a defeitos também no cérebro.
O estudo da antropometria incluía o exame da fisionomia de 3.939 delinquentes, e demonstrava diferenças em suas fisionomias e de pessoas honestas.
Encontrou no mundo dos criminosos um aspecto que lhe chamou muita a atenção, que residia na preferência desses indivíduos por imprimirem tatuagem em seus corpos. 
E que a tatuagem, naquela época, era uma operação extremamente violenta. Procurou Lombroso encontrar uma explicação para este gosto para o processo de tatuagem, pois não entendia por que a preferência por uma operação tão dolorosa, longa e cheia de perigos que terminavam fazendo com que a fase primeira da tatuagem fosse constante de verdadeiros ferimentos. 
Atribuiu esse fato a uma insensibilidade física nos delinquentes, bem maior do que nos homens tidos como normais. Nessa instabilidade física Lombroso constatou uma correspondente insensibilidade afetiva em grau quase tão intenso quanto nos loucos furiosos.
Fez também um estudo acerca da religiosidade dos delinquentes, chegando a encontrar, nos grandes criminosos e chefes de quadrilhas um cinismo humorístico ridicularizando não somente a religião, mas também os princípios da moral.
Foi o primeiro a estuda residência no mundo dos delitos. Seus estudos atingiam a inteligência, a instrução, a linguagem (Gíria), hieróglifos e a escrita dos delinquentes. Estudou o crime e os criminosos na literatura através dos tempos. Como médico fez um longo estudo sobre os criminosos e epilépticos, estabelecendo o critério da existência do louco moral e do delinquente nato. Intuiu a existência de uma força irresistível. 
Em síntese, foi Cesare Lombroso quem deu o primeiro passo no estudo figura do criminoso, examinado o tipo humano do delinquente passional.
ANTROPOMETRIA 
As teorias engenhosas de Lombroso desenvolveram-se a partir da antropometria que surgiu após a publicação de origem das espécies de Charles Darwin em 1859. Os entusiastas da entropometria passavam o tempo tomando medidas do corpo dos seres humanos, em espécie de esqueletos, com a esperança de apoiar – ou refutar – as teorias de Darwin sobre a evolução da humanidade. Um desses entusiastas que aplicou os princípios da antropometria para a pratica da investigação criminal foi Alphonse Beertillon.
A antropometria, a princípio, chamou a atenção de outros criminalistas, mas logo caiu em desuso, quando as impressões digitais foram internacionalmente aceitas como um método eficaz para identificação dos criminosos. No entanto, as análises a dactiloscópicas, como um conjunto de medidas físicas, conhecido como Bertillon, servem apenas como um meio de identificar uma pessoa já condenada ou para relacionar um suspeito com a cena de um crime. Como não é possível prever que uma pessoa possa estar geneticamente predisposta a cometer crimes a partir da impressão digital, alguns peritos continuaram a busca de um elo visível entre as características físicas e a personalidade do criminoso. Os adeptos da quiromancia – um assunto considerado um pouco mais respeitável que a feitiçaria pela polícia e pelos criminalistas – afirmam poder detectar tendências psicológicas no padrão das linhas da mão. 
CIFRAS NA CRIMINOLOGIA 
Cifras criminais segundo entendimento do qual me filio surgiu através do sociólogo Edwin H. Sutherland, associando a expressão de sua própria criação White Collar Crimes (crimes do colarinho branco) à Cifras Douradas.
Sabe-se que muitos são os crimes que não chegam ao conhecimento policial em um âmbito generalizado, mais especificamente outros que são praticados por apenas determinados tipos de criminosos, ainda aqueles em que a vítima de maneira direta o próprio meio ambiente, não esquecendo de mencionar aqueles que até chegam ao conhecimento das autoridades, são elaborados os B.O.s (boletins de ocorrências), ficando todos eles excluídos e não contabilizados nas Estatísticas Criminais, objeto de suma importância para que, por meio deste possa se verificar todas as ocorrências criminais, e assim dispor dos recursos necessários para intervir e inibir a criminalidade.
Para cada um deles foi concebido um conceito que o defina distinguindo assim dos demais, podendo assim classificá-los da maneira mais apropriada possível, o qual será abordado no próximo capítulo com maior atenção e detalhes que expressam a singularidade de cada uma das cifras.
AS DIFERENTES CIFRAS CRIMINAIS DA CRIMINOLOGIA
A Criminologia leva em seu bojo várias nomeações das cifras criminais, observando que, cada uma delas é designado seja para circunstâncias, vítima ou autoria diferente.
Estas Cifras tiveram sua origem por meio de Sutherland, citado em sua teoria, Teoria da Associação Diferencial, abrindo assim a visão da sociedade em relação aos crimes que por não se ter conhecimento não pode se afirmar que tal crime não acontece. Descreverei a seguir as diferentes cifras criminais existentes e o que cada uma representa.
Cifras Negras
Pode-se dizer que as Cifras Negras é a genitora de todas as outras pelo fato de que englobam todas as demais, sendo definida como todos os crimes que não chegam ao conhecimento policial, seja praticado por pessoas do alto-escalão, contra meio ambiente como também aqueles que até chegam ao conhecimento das autoridades, são registrados porém não são chegam até o processo ou ação penal.
Segundo o matemático belga Quetelet, autor da Escola Cartográfica, depois do século XIX que as ciências criminais alcançaram projeção passando a se preocupar com a criminalidade de maneira a qual passou a levar em consideração suas causas, alertando partir de então a questão dos crimes não comunicados ao Poder Público (cifra negra). 
Não podendo esquecer dos fatores que mais contribuem para a ocorrência das Cifras Negras é o fato da vítima além de ter sofrido o crime, ela não tem o desejo de reviver todo aquele trauma novamente, como também de vergonha em ir até um Departamento de Polícia e declarar o que sofreu, preferindo assim sofrer as consequências calado ao invés de prestar tal declaração informando que veio a sofrer de um abuso sexual, violência doméstica ou algo semelhante.
Cifras Douradas
Termo criado por Edwin H. Sutherland que relaciona aos crimes que são praticados por pessoas do alto-escalão, estes que por pertenceremas camadas mais altas da sociedade, que praticavam outros delitos, distinguindo dos demais criminosos.
A definição das Cifras Douradas nas palavras de Eduardo Luiz Santos Cabette:
"Representa a criminalidade de 'colarinho branco', definida como práticas antissociais impunes do poder político e econômico (a nível nacional e internacional), em prejuízo da coletividade e dos cidadãos e em proveito das oligarquias econômico-financeiras". Disponível em: < http://atualidadesdodireito.com.br/eduardocabette/2013/06/23/nova-lei-12-83013-investigacao-pelo-delegado-de-policia> .
Os engravatados tem como peculiaridade fazerem parte do auto escalão da sociedade, fator que deixa de lado a ideia do crime como de exclusividade daquelas pessoas que pertencem às classes menos favorecidas, seja por falta de recursos financeiros, moradia, saúde, educação, lazer entre outros fatores, e os delitos por sua vez são fraudes, desvios de verbas públicas ou privadas, sonegações fiscais, que por atuarem em determinadas áreas detém de conhecimentos especializados, habilidades e informações privilegiadas, fatores que maior parte da sociedade não os têm, com o fim de utilizar de maneira desviante a Legislação vigente em favor próprio ou alheio.
Cifras Cinzas
São resultados daquelas ocorrências que até são registradas porém não se chega ao processo ou ação penal por serem solucionadas na própria Delegacia de Polícia seja por existir a possibilidade de conciliação das partes, evitando assim uma futura denúncia, processo ou condenação elucidando ou solucionando o fato, como também por desistência da própria vítima em não querer mais fazer a representação do B.O. registrado por alguma razão não chegando aos tribunais.
A Cifra Cinza, por seu turno, representou a orientação de pesquisas e de relatórios policiais para a afirmação do poder policial como estrutura mediadora ou rede horizontal de resolução de conflitos e instância de decisão jurídica e exercício do poder soberano de subtração de vida, independente do controle do Estado e da Sociedade.
Conforme Mr Procarion reafirmou a ideia do professor Rogério Renó:
“É quando a denúncia foi realizada, porém não foi terminada, por exemplo: foi denunciada, foi feito um Inquérito, mas por algum procedimento aleatório o processo acaba não sendo concluído, não acaba sendo levado a frente. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=bk8nLhn7QW4>
Cifras Amarelas
Cifras Amarelas são aquelas em que as vítimas são pessoas que sofreram alguma forma de violência cometida por um funcionário público e deixam de denunciar o fato aos órgãos responsáveis por receio, medo de represália.
Defende-se aqui a hipótese de que há uma cifra amarela, um número considerável de violências policiais contra a sociedade que, por temor de retaliações ou de uma prática vingativa por parte da corporação, não realizam as denúncias. A cifra amarela seria a somatória entre as denúncias feitas na Corregedoria da Polícia Militar e/ou Ministério Público e o número de ações violentas cometidas pela polícia contra a sociedade e não explicitadas, inscrevendo pessoas infames (FOUCAULT,1990) no cruzamento com o poder como violentados (PASSETTI, 1995). Disponível em: <http://sociologiajuridica.net.br/número-7/220-policia-militar-a-mecanica-do-poder> 
Cifras Verdes
Consiste nos crimes não chegam ao conhecimento policial e que a vítima diretamente destes é o meio ambiente, como exemplo: maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domesticados, pichações de paredes, monumentos históricos, prédios públicos; fato que quanto se nota o dano causado, fato consumado, há grande dificuldade de se identificar a autoria por não se encontrar mais no local dos fatos quem o praticou, estando assim isento da punição (pena) pelo crime praticado. 
OS OBJETOS DAS CIFRAS CRIMINAIS DA CRIMINOLOGIA MODERNA
Dentre inúmeras contribuições que houve devido a existência das diversas cifras são que foi possível verificar-se uma quíntupla falha nos dados estatísticos criminais sendo eles:
 1º Furtos, roubos, crimes de rua, estupros etc. representa de maneira global todos os crimes que não chegam ao conhecimento policial;
2° Sonegação fiscal, fraudes, desvios de verbas públicas, crimes próprios, ou seja, não é qualquer indivíduo que pode praticá-lo, pois é necessário certas habilidades, informações privilegiadas e conhecimentos específicos;
3º Crimes que até chegam ao conhecimento policial, são registrados a ocorrência, porém não seguem para os tribunais;
4º Crimes próprios, porém, quem os pode praticar são apenas autoridades policiais, e estes não chegam ao conhecimento policial, muito menos às Corregedorias pelo fato de as vítimas terem medo de sofrerem represálias;
5° E por último os crimes praticados contra o Meio Ambiente, como exemplo pichações de murros, paredes, monumentos históricos e prédios públicos.
Diante do dissertado concluo que todos os dados estatístico criminal oficial está contaminada por tais equívocos, contribuindo assim para uma estatística divorciada da realidade, passando assim uma falsa sensação de paz e segurança, pois nota-se que muitos são os crimes que continuam acontecendo porém as autoridades da Segurança Pública nem se quer tem conhecimento das ocorrências, ocasionando mais duas situações desfavoráveis para a população, primeiro a sociedade continua sofrendo com a criminalidade e por segundo as autoridades ficam com seus recursos humanos, financeiros e estratégicos travados pois, os dados estatísticos oficiais demonstram que a criminalidade está dentro dos parâmetros demonstrando que não há a necessidade de se investir em tal área. 
REFERÊNCIAS 
Azevedo, José Eduardo. POLÍCIA MILITAR: A MECÂNICA DO PODER. Disponível em: <http://sociologiajuridica.net.br/número-7/220-policia-militar-a-mecanica-do-poder> 
Azevedo, José Eduardo. POLÍCIA MILITAR: A MECÂNICA DO PODER. Disponível em: <http://www.sociologiajuridica.net.br/antigo/rev07jeduardo.htm#_ftn3.> 
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Primeiras impressões sobre a lei 12.830/2013 – investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. Disponível em: < http://atualidadesdodireito.com.br/eduardocabette/2013/06/23/nova-lei-12-83013-investigacao-pelo-delegado-de-policia> 
FILHO, Nestor Sampaio Penteado. Manual Esquemático de Criminologia. 2.ed. São Paulo. Saraiva, 2012. 
Gomes, Luiz Flávio. Em que consistem as expressões cifra negra e cifra dourada? Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=cifra+dourada 
MrProcarion apud Renó, Rogério. Vitimologia e Cifras da Criminologia Aula Única. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bk8nLhn7QW4 
http://asmentescriminosas.blogspot.com/2012/04/antropometria.html
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
W424p Weinmann, Amadeu de Almeida 
 Princípios de direito penal / Amadeu de Almeida Weinmann 2 ed ver,atual e ampl- Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora,2009.
ISBN 978-85-7348-638-4
1- Direito Penal: princípios I. Titulo
CDU-341.5
(Bibliotecária responsável: Marta Roberto, CRB-10/652)

Continue navegando