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ESTUDO DA VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES DA ESCÓRIA DE ACIARIA AO PROCESSO DE LIXIVIAÇÃO CONTROLADA VISANDO EMPREGO EM PAVIMENTOS Kíssyla Ávila Costa Instituto Militar de Engenharia Seção de Fortificação e Construção Antônio Carlos Rodrigues Guimarães Instituto Militar de Engenharia Seção de Fortificação e Construção RESUMO O presente trabalho buscou-se avaliar as composições físicas, químicas e microestruturais da escória de aciaria visando à possibilidade de seu uso em camadas de pavimentação. A questão ambiental é motivos de grandes preocupações, a exploração dos recursos naturais e a geração de resíduos em grandes proporções, principalmente na construção civil, tem estimulado a comunidade científica, o estudo no reaproveitamento destes resíduos. A escória de aciaria já tem seu emprego em obras da construção civil, como em obras de pavimentação, sendo um substituto viável de agregados naturais seja em misturas asfálticas ou misturas para bases e sub-bases de pavimentação. Entretanto, a presença de metais como óxidos de cálcio, silício, ferro, magnésio pode causar contaminação do meio ambiente, ou defeitos de pavimentação, como a expansão. Dessa maneira, o objetivo deste estudo é avaliar as características da escória de aciaria por meio de procedimentos de laboratório, incluindo entre outros a lixiviação com o uso do equipamento Soxhlet, visando determinar sua composição química residual de elementos contaminantes e expansivos após lixiviação por 58 horas. No presente trabalho são apresentados os resultados dos ensaios de caracterização da escória de aciaria virgem e após lixiviação controlada, como sua estrutura superficial pelo Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), sua composição química por meio da Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). Analisou-se a variação dos contaminantes presentes na escória de aciaria em estudo após lixiviação controlada e pode-se concluir que os elementos responsáveis pela expansão foram reduzidos. Palavras-chave: escória de aciaria; caracterização; contaminantes. ABSTRACT The present study sought to assess the physical, chemical compositions and microstructure of steelmaking slag to the possibility of its use in layers of flooring. The environmental issue is cause for great concern, the exploitation of natural resources and the generation of waste in large proportions, mainly in construction, have stimulated the scientific community, the study on the reuse of this waste. Steelmaking slag already has his job in construction works, as in the works of paving, being a viable replacement of natural aggregates in asphalt mixtures or mixtures for paving bases and sub-bases. However, the presence of metals such as oxides of calcium, Silicon, iron, magnesium can cause contamination of the environment, or defects of paving, as expansion. In this way, the aim of this study is to assess the characteristics of steelmaking slag by means of laboratory procedures, including among others the leaching by using Soxhlet equipment, in order to determine their chemical composition of residual contaminants and expansive elements after leaching for 58 hours. In the present work are presented the results of tests of characterization of steelmaking slag virgin and after leaching controlled, as its surface structure by scanning electron microscope (SEM), their chemical composition through energy Dispersive Spectroscopy (EDS). We analyzed the variation of the contaminants in steelmaking slag in study after leaching controlled and we can conclude that the elements responsible for expansion were reduced. keywords: steelmaking slag; characterization; contaminants. 1. INTRODUÇÃO A utilização excessiva de recursos naturais em obras da construção civil, como a pavimentação asfáltica, traz para o setor de pavimentação a necessidade de combinar soluções de engenharia e preservação do meio ambiente, uma vez que em obras de pavimentação tem- se o consumo de grandes volumes de materiais (WESSELING, 2005). O aproveitamento de materiais alternativos em pavimentação pode dar um destino adequado a resíduos como as escórias siderúrgicas. O aproveitamento destes resíduos torna-se vantajoso para as empresas geradoras, uma vez que podem agregar valor ao rejeito e diminuir os gastos com disposição e tratamento do resíduo (WESSELING, 2005). Durante o processo de produção do aço são gerados de 100 a 150 kg de escórias por tonelada de aço líquido. Dentre as escórias siderúrgicas têm-se as escórias de aciaria, um resíduo que pode ser gerado por meio da fusão e refino de sucatas metálicas em forno de arco elétrico (aciarias elétricas) ou através da redução do ferro-gusa líquido nos conversores a oxigênio (aciarias LD) (SALVIANO 2010). A utilização da escória de aciaria pode ser verificada em vários estudos como agregados na mistura asfáltica, material de base e sub-base, tais como em Rohde (2002), Cavalcante et al (2003), Nóbrega et al (2004) e Castelo Branco (2004). Entretanto, não se tem estudo do potencial de contaminação das escórias de aciaria, nem do tempo de cura para sua descontaminação a fim de ser empregada em obras de pavimentação. As escórias de aciaria possuem comportamento expansivo, devido à presença dos óxidos livres de cálcio e magnésio. A hidratação de tais elementos é a principal causa de tal comportamento, mas a instabilidade desses compostos e os tamanhos dos cristais também podem influenciar em tal comportamento (SOUSA, 2007). Devido ao seu potencial expansivo entender o comportamento da escória de aciaria como agregado para a pavimentação é de extrema importância. As empresas geradoras ou beneficiadoras da escória de aciaria mantém este resíduo em pátios para que ocorra a cura “natural”, ou seja, por meio do intemperismo ao longo do tempo faz com que a escória estabilize os componentes contaminantes e expansivos. No entanto tal procedimento demanda de grandes áreas para estocagem e cura deste material Para tal foi proposto estudar o comportamento da escória de aciaria após lixiviação controlada em extratores Soxhlet. Segundo Balbinot (2008) a extração Soxhlet foi criada por Franz von Soxhlet em 1879. Sendo seu principal objetivo o estudo de rochas geradoras de petróleo para a separação do betume da rocha total. Atualmente tal equipamento é utilizado em diversos laboratórios com a finalidade de recuperar o ligante asfáltico de misturas betuminosas. O equipamento é constituído por manda aquecedora, balão, tubo extrator e tubo condensador. Dentro do balão, coloca-se a solução de lixiviação, que pode ser monitorada e se necessário, trocada durante o ensaio. A manta aquece a solução e produz vapor, que é conduzido ao topo do extrator por meio do tubo condutor de vapor. O vapor é condensado no tubo condensador, localizado no topo do tubo extrator (Figura 1). Figura 1: Escória de aciaria recebida pelo Laboratório de Ligantes e Misturas Betuminosas. De acordo com a Figura 1 a amostra é submetida à lixiviação em ciclos de umedecimento e secagem em temperaturas que vão até a ebulição da água. Tal equipamento viabiliza o controle da variação de temperatura, precipitação e altura da coluna de solução, podendo se monitorar a solução de lixiviação (SALVIANO, 2010). A, a amostra dentro do extrator é submetida a três condições. A primeira corresponde à condição atmosférica, onde a amostra é submetida a variações de temperatura, enquanto é lavado periodicamente pela precipitação do líquido de lixiviação. A segunda condição corresponde à existência de variações do nível da solução, a terceira condição corresponde a uma submersão permanente (SALVIANO, 2010). Dessa forma este estudo tem como objetivo analisar a composição física e química da escória de aciaria antes e após ensaios de lixiviação controlada, por meio de extratores Soxhlet, onde a escória de aciariacontaminada é ensaiada simulando a precipitação da chuva por meio de lixiviação continua. 2. MATERIAIS E MÉTODOS A escória de aciaria foi recebida pelo Laboratório de Ligantes e Misturas Betuminosas do Instituto Militar de Engenharia - IME, conforme Figura 2. Figura 2: Escória de aciaria recebida pelo Laboratório de Ligantes e Misturas Betuminosas A escória de aciaria foi então caracterizada ainda virgem por meio de ensaios físicos como granulometria (DNER-ME083/98), densidade real e aparente (DNER-ME084/95), absorção (DNER-ME 195/97), impacto Tréton (DNER-ME 399/99) e durabilidade (DNER-ME 089/94). Também foi realizada a caraterização microestrutural por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e caracterização química da escória por meio da Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). Após caracterização a escória de aciaria foi colocada em extrator Soxhlet (Figura 3), no qual foi submetida à lixiviação controlada por 58 horas, utilizando água destilada. Figura 3: Extrator Soxhlet do Laboratório de Ligantes e Misturas Betuminosas do Instituto Militar de Engenharia. Na Figura 3 foram consideradas as três condições citadas por Salviano (2010): parte superior da amostra no Soxhlet (C1), o local em que a amostra se encontra na parte intermediária do extrator Soxhlet (C2), a amostra localizada no fundo do extrator (C3). Nessas três condições o equipamento simula em laboratório, de maneira mais severa, as condições intempéricas na qual a pilha de escória está exposta no pátio de resíduos, ou seja, precipitação e aumento e redução de temperatura. Ao final das 58 horas a escória de aciaria foi novamente caracterizada microestrutural, física e quimicamente, a fim de se determinar se houve redução dos contaminantes presentes na amostra ensaiada. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A composição granulométrica da escória de aciaria virgem está apresentada na Figura 4. Figura 4: Distribuição granulométrica. É possível observar na Figura 4 que a escória de aciaria analisada apresenta graduação aberta, ou seja, possui uma distribuição contínua, mas com insuficiência de finos para preencher os vazios entre as partículas maiores, e isso resulta em um maior volume de vazios. A partir da distribuição granulométrica foi possível verificar que a escória não se enquadrou nos limites granulométricos estabelecidos pela NBR 7211/2009 como brita 0 e brita 01. Os resultados da caracterização física da escória de aciaria virgem como densidade real e aparente, absorção, impacto Tréton e durabilidade estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1: Resultados dos ensaios da caracterização física da escória de aciaria virgem. Parâmetros Analisados Média Média Agregados Convencionais DNER/DNIT Média Escória de Aciaria (DNER – ES 262/94) Densidade Real 3,38 - - Massa específica Aparente 3,00 - 3,0-3,5- Massa unitária [kg/dm³] 1,68 - 1,5-1,7 Absorção [%] 3,45 ≤2 1-2 Ensaio Tréton [%] 19,91 ≤60 - Perda durabilidade [%] 4,42 ≤12 0-5 Os resultados apresentados na Tabela 1 foram confrontados com os resultados de Rodhe (2004) e ficaram dentro dos limites especificados para DNER – ES 262/94 e para os valores estabelecidos para agregados convencionais. A densidade real de 3,38 ficou dentro do esperado por se tratar de escória de aciaria e como observado em diversas literaturas. A perda após ensaio de durabilidade ficou dentro dos limites estabelecidos tanto no que se refere a agregados convencionais quanto para o esperado pela escória de aciaria. O ensaio de durabilidade da escória de aciaria virgem ficou dentro do esperado por perda em ciclos de imersão em sulfato de sódio anidro com valor de 4,42%. A Figura 5 apresenta as fissuras na superfície da escória de aciaria observadas em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). Figura 5: Fissuras após ensaio de durabilidade: aumento de 200 vezes (à esq.) 1000 vezes (à dir.). O fenômeno de durabilidade visa por meio do ataque da solução aos elementos do agregado, no caso da escória de aciaria a expansão do sulfato em contato com a umidade causa a fissuração da superfície do material, como foi possível observar na Figura 5. A caracterização microestrutural da escória de aciaria virgem, realizada por meio do MEV, utilizada no presente estudo é apresentada na Figura 6. Figura 6: Imagem de alta resolução da escória de aciaria com aumento de 200 vezes. Para a Figura 6 foram realizados ensaios com o material fino da escória de aciaria a fim de obter uma amostra representativa do material. Essa mesma amostra serviu para a realização da caracterização química por meio do EDS e seus resultados estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Composição química da escória de aciaria virgem por meio de EDS. Composição Amostra 1 (%) Amostra 2 (%) MgO 0,01 0 Al2O3 0 0 SiO2 6,93 7,39 P2O5 0 0 SO3 0,96 0,65 CaO 79,63 79,5 MnO 1,89 1,98 FeO 10,59 10,49 De acordo com a Tabela 2, os principais componentes encontrados na escória de aciaria analisada foram o SiO2 com média de, SO3 médio de 0,81%, CaO médio de 79,57%, MnO médio de 1,94% e FeO médio de 10,54%. Tais elementos são esperados em escória de aciaria típica conforme literaturas já citadas. Após ensaio de lixiviação controlada em 58 horas a escória foi retirada do extrator Soxhlet e dividida nas três condições especificadas (C1, C2 e C3), conforme Figura 7. Figura 7: Amostra retirada após lixiviação contínua de cada parte do Soxhlet, C1: superior; C2 intermediário e C3 fundo. Foi possível constatar com a amostra retirada do extrator Soxhlet que nas condições C1 e C3 houve partículas que expandiram e apresentaram fissuras a olho nu. As amostras em cada condição foram novamente caracterizadas. A caracterização física da condição C1 encontra-se na Tabela 3. Tabela 3: Resultados da caracterização física da escória de aciaria lixiviada na condição C1. Parâmetros Analisados Média Média Agregados Convencionais DNER/DNIT Média Escória de Aciaria (DNER – ES 262/94) Densidade Real 3,18 - - Densidade Aparente 2,91 - 3,0-3,5- Massa unitária (kg/dm³) - - 1,5-1,7 Absorção (%) 2,90 ≤2% 1-2% Ensaio Tréton (%) 25,54 ≤60% - Perda durabilidade (%) - ≤12% 0-5 Os resultados apresentados na Tabela 3 atenderam as normas especificadas. Não foi possível a determinação da massa unitária, pois o material não foi suficiente para completar o volume do recipiente necessário para o ensaio. A caracterização química, por meio do EDS, da condição C1 está apresentada na Tabela 4. Tabela 4: Resultados da caracterização física da escória de aciaria lixiviada na condição C1. Composição Amostra 1 (%) MgO 2,63 Al2O3 0,38 SiO2 8,83 P2O5 0,00 SO3 0,46 CaO 69,41 MnO 3,22 FeO 15,07 É possível observar na Tabela 4 a presença dos mesmos componentes observados na amostra virgem. A amostra C1 quando comparada a amostra virgem foi possível perceber uma redução dos óxidos de cálcio de 79,57% na amostra virgem para 69,41 % na amostra lixiviada C1. Para outros elementos houve aumento nos valores quando comparados a amostra virgem. A caracterização física da condição C2 encontra-se na Tabela 5. Tabela 5: Resultados da caracterização física da escória de aciaria lixiviada na condição C2. Parâmetros Analisados Média Média Agregados Convencionais DNER/DNIT Média Escória de Aciaria (DNER – ES 262/94) Densidade Real 3,27 - - Densidade Aparente 2,99 - 3,0-3,5- Massa unitária (kg/dm³) - - 1,5-1,7 Absorção (%) 3,00 ≤2% 1-2% Ensaio Tréton (%) 11,18 ≤60% - Perda durabilidade (%) - ≤12% 0-5 Da mesma maneira que a amostra C1 houve atendimento às especificações das normas analisadas para a amostra C2. A densidade real encontrada foi de 3,27, o que é verificado em outras literaturas para escória de aciaria. A caracterização química,por meio do EDS, da condição C2 é apresentada na Tabela 6. Tabela 6: Resultados da caracterização física da escória de aciaria lixiviada na condição C2. Composição Amostra 1 (%) MgO 0,86 Al2O3 0,00 SiO2 9,74 P2O5 0,00 SO3 0,57 CaO 73,36 MnO 2,32 FeO 13,14 De acordo com a Tabela 4 foi observado a presença dos mesmos componentes observados na amostra virgem. A amostra C2 quando comparada a amostra virgem foi possível perceber uma redução dos óxidos de cálcio de 79,57% na amostra virgem para 73,36% na amostra lixiviada C2. Entretanto o valor de CaO foi mais elevado que na condição C1 (69, 41%), isso pode ser causado devido ao acumulo de elementos provenientes do processo de lixiviação. Outros elementos como MgO, SiO, MnO e FeO e o houveram aumento nos valores quando comparados a amostra virgem, mas redução quando comparados aos valores na condição C1. A caracterização física da condição C2 encontra-se na Tabela 7. Tabela 7: Resultados da caracterização física da escória de aciaria lixiviada na condição C3. Parâmetros Analisados Média Média Agregados Convencionais DNER/DNIT Média Escória de Aciaria (DNER – ES 262/94) Densidade Real 3,24 - - Densidade Aparente 2,95 - 3,0-3,5- Massa unitária (kg/dm³) - - 1,5-1,7 Absorção (%) 3,00 ≤2% 1-2% Ensaio Tréton (%) 11,7 ≤60% - Perda durabilidade (%) - ≤12% 0-5 Os resultados da caracterização física da amostra na condição C3 e apresentado na Tabela 7 também ficaram dentro dos limites estabelecidos belas normas de referencia, como esperado para escória de aciaria típica. A caracterização química, por meio do EDS, da condição C3 é apresentada na Tabela 8. Tabela 8: Resultados da caracterização física da escória de aciaria lixiviada na condição C3. Composição Amostra 1 (%) MgO 0,64 Al2O3 0,00 SiO2 9,63 P2O5 0,00 SO3 0,54 CaO 74,21 MnO 2,12 FeO 12,86 De acordo com a Tabela 8 foi observado a presença dos mesmos componentes observados na amostra virgem. A amostra C2 quando comparada a amostra virgem foi possível perceber uma redução dos óxidos de cálcio de 79,57% na amostra virgem para 74,21% na amostra lixiviada C3. Entretanto o valor de CaO foi mais elevado que na condição C1 e C2 (C1 (69, 41% e 73, 36% respectivamente), isso pode ser causado devido ao acumulo de elementos provenientes do processo de lixiviação. Outros elementos como MgO, SiO, MnO e FeO e o houveram aumento nos valores quando comparados a amostra virgem, mas redução quando comparados aos valores na condição C1 e C2. 4. CONCLUSÕES No presente trabalho mostrou-se a escória de aciaria virgem em estudo possui características que favorecem seu uso em obras de pavimentação, ou seja, os resultados obtidos a partir desta pesquisa ficaram dentro dos limites estabelecidos pelas normas brasileiras vigentes. O atendimento de tais requisitos é de extrema importância ao se trabalhar com material alternativo, uma vez que estes devem atender os mesmos requisitos de agregados convencionais. No entanto, a escória de aciaria apresenta características expansivas, pela presença de óxidos de cálcio e magnésio, que podem inviabilizar sua utilização em pavimentação. Fora encontrados na amostra virgem teores médios de CaO de 79,57%, e FeO de 10,54%, elementos responsáveis por tais características. Após lixiviação controlada em extrator Soxhlet foi possível perceber a redução de CaO para 69,41% (C1), 73,36 % (C2) e 74,21 % (C3), principal responsável pelo caráter expansivo da escória de aciaria. Pode parecer que houve um acréscimo na porcentagem do elemento dentro do extrator, mas isso é esperado devido ao próprio processo de lixiviação, uma vez que este processo é mais intenso na parte superior do equipamento (C1) e ocorre com menos intensidade no fundo do extrator (C3). Logo, tal experimento é de suma importância no conhecimento das características da escória de aciaria, pois ficou comprovado que o processo de lixiviação estudado não influencia de forma significativa nas características físicas da escória. Entretanto, diminui os teores dos componentes contaminantes e expansivos. Tal estudo fornece um entendimento, em laboratório, do que acontece com a pilha de escória de aciaria em pátios de “cura”. Além de reduzir o passivo ambiental proveniente do tratamento e disposição de um resíduo gerado em larga escala por indústrias siderúrgicas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT (2009) NBR 7211- Agregados para concreto - Especificação. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro. BALBINOT, M. Avaliação do potencial de geração de hidrocarbonetos na bacia de santos integrando parâmetros geoquímicos e petrológicos. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto de Geociências. UFRGS. Porto Alegre. 2008 DNER (1998). Método de Ensaio 081 – Agregados – determinação da absorção e da densidade de agregado graúdo. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER (1998). Método de Ensaio 083 – Agregados – análise granulométrica. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER (1999). Método de Ensaio 399 – Agregados – Determinação da perda ao choque no aparelho Tréton. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER (1994). Método de Ensaio 089 – Agregados – Avaliação da durabilidade pelo emprego de soluções de sulfato de sódio ou de magnésio. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. WESSELING, D.H. (2005). Estudo do comportamento mecânico de misturas em concreto asfáltico com incorporação de resíduos industriais. Dissertação de Mestrado. PPGE/UFRGS. SALVIANO, A. B. (2010). Avaliação de escória de aciaria para o controle e abatimento de drenagem ácida de mineração. Dissertação de Mestrado. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. UFOP. Ouro Preto. ROHDE, L. (2004). Escória de aciaria elétrica em camadas de pavimentos – Estudo laboratorial. Dissertação de Mestrado, p.94. Escola de Engenharia. UFRGS. Porto Alegre. CAVALCANTE, V. T. F et al (2003). Caracterização de mistura asfáltica com utilização de escória de aciaria como agregado. In: XVII Congresso de pesquisa e ensino em transportes. Anais..., v.1, p 91-104. Rio de Janeiro. NÓBREGA, L. M. et al (2004). Uso da escória como agregado em misturas asfálticas tipo CBUQ. In: XXIII Congresso de pesquisa e ensino em transportes. Anais..., v.1, p. 22-25. Florianópolis. CASTELO BRANCO, V. T. F. (2004). Caracterização de misturas asfálticas com uso de escória de aciaria como agregado. Dissertação de Mestrado. 135p. COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro. SOUSA, G. M (2007). Estudo experimental de escórias de aciaria para fins de caracterização tecnológica como material de lastro ferroviário em vias sinalizadas. Dissertação de Mestrado. UFOP. Ouro Preto. Kíssyla Ávila Costa. End.: Rua Voluntários da Pátria, Número 01, Apartamento 711, Botafogo, Rio de Janeiro, Brasil. Contatos: (21)8877-4413; kissyla_avila@hotmail.com Antônio Carlos Rodrigues Guimarães. End.: Rua Artur Bernardes, Número 21, Apartamento 204, Catete, Rio de Janeiro, Brasil. Contatos: (21)8671-3118; guimaraes@ime.eb.br
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