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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS GUILHERME GIGEK DE OLIVEIRA COMPETÊNCIAS Análise e demonstração da incompetência relativa e modificação da competência São Paulo Capital 2019 SUMÁRIO 1. COMPETÊNCIA...................................................................................... 03 1.1. Competência Absoluta......................................................................... 03 1.1.1. Matéria.............................................................................................. 03 1.1.2. Pessoa.............................................................................................. 03 1.1.3. Funcional........................................................................................... 04 1.2. Competência Relativa.......................................................................... 04 1.2.1. Valor.................................................................................................. 04 1.2.2. Território............................................................................................ 04 2. ACÓRDÃO DE MODIFICAÇÂO DE COMPETÊNCIA............................ 05 1. COMPETÊCIA O poder judiciário é uno, isso é, ele é indivisível. Entretanto, para uma melhor eficiência e celeridade no exercício das suas funções, a justiça teve que se dividir em jurisdições. Competência, por sua vez, é o instrumento de atuação da jurisdição, o instituto que define qual órgão público ou juízo tem o poder legítimo de atuar no caso concreto. As competências estão positivadas no código de processo civil, na constituição federal ou em leis especiais, e levam em consideração território, partes, matéria, valor e funcionalismo para definir a qual órgão compete cada ação. As competências são subdivididas em duas: Relativa e Absoluta 1.1. Competência Absoluta A competência absoluta é a classe de competências de interesse público, e como tal, não podem ser modificadas em nenhum momento. Dito isso, em possível caso de incompetência absoluta, o art. 64, § 2° do novo CPC define que essa pode ser reconhecida em qualquer tempo ou grau de jurisdição (portanto, trata-se de vício processual que não preclui), também pode ser dado por ofício, isso é, sem provocação de uma das partes. O erro processual também deve ser alegado pela parte passiva do processo no momento anterior á contestação, conforme o art. 337, II do CPC. Além disso, mesmo em casos de sentença transitada em julgado, o vício da incompetência absoluta é tão grave que a decisão pode ser desconstituída por ação rescisória, no prazo de dois anos a contar a partir do trânsito em julgado, nos termos do art. 966, II do CPC. A competência absoluta é fixada em razão da matéria, da pessoa ou da funcionalidade 1.1.1. Matéria A competência absoluta fixada na matéria é definida pela natureza jurídica da ação. Um exemplo de competência absoluta fixada pela matéria é a competência do tribunal trabalhista em julgar ações trabalhistas, dado que um juiz da vara civil, por exemplo, seria incompetente para julgar o mérito. 1.1.2. Pessoa A competência absoluta fixada na pessoa (ao nas partes, também chamado) é aquela competência que existem em razão excepcional inerente a uma ou mais partes da ação. Um exemplo ocorre quando uma das partes de um processo possui foro por prorrogativa de função (como deputados, senadores, ministros, juízes, presidente etc.), nesses casos, a lei definirá quem é competente para julgar o mérito da questão. 1.1.3. Funcional A competência absoluta fixada pelo critério funcional é aquela competência estabelecida pela função ou atividade do órgão julgador. Por exemplo, o TRF é competente para julgar recursos e apelações contrárias à decisão proferida por um juiz federal de primeira instância. 1.2. Competência Relativa A competência relativa é a classe de competências de interesse privado, e como tal, podem ser modificadas. Dito isso, em possível caso de incompetência relativa, o art. 65 do novo CPC define que essa deve ser reconhecida em preliminar de contestação, sob pena de, se não feita, preclusão da incompetência e prorrogação da competência na jurisdição onde a ação foi impetrada. A incompetência relativa não pode ser dada por ofício, em conformidade à súmula 33 do STJ, entretanto, pode ser alegada pelo Ministério Público, segundo o parágrafo único da art. 65 do CPC. Se for reconhecida, em caso concreto, a incompetência relativa, os autos serão encaminhados ao juízo competente (art. 64, § 3° CPC). No entanto, salvo em decisão judicial em sentido contrário, as decisões proferidas até esse ponto continuam valendo até novo proferimento do juiz competente (art. 64, § 4° CPC). A competência relativa é fixada em razão do valor ou do território. 1.2.1. Valor A competência relativa fixada no valor da causa é aquela competência o valor de causa permite procedimentos especiais diferentes do rito comum de processo. Como exemplo, as ações até quarenta salários mínimos podem ser apresentadas em Juizados Especiais Cíveis, sendo facultativo à parte ativa da ação fazê-lo ou não. 1.2.2. Território A competência relativa fixada por critério de territorialidade é aquela competência em que se leva em consideração a circunscrição judiciária para definição da jurisdição. Um exemplo, por padrão, o foro competente é o da circunscrição territorial judiciária em que o réu estabelece residência (art. 46 CPC); entretanto, os artigos 47-53 do CPC definem os casos especiais em que o padrão não é seguido. 2. ACÓRDÃO DE MODIFICAÇÂO DE COMPETÊNCIA O acórdão 5411 do TRE-DF, por exemplo, retrata um conflito de competências gerado por uma suposta incompetência relativa de caráter territorial. Nesse caso, o juiz responsável pela 15ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, de ofício, declarou- se incompetente para julgar o mérito referente a um processo de excesso de doação para uma campanha eleitoral, uma vez que, posteriormente ao ajuizamento, o endereço de domicílio da empresa doadora foi mudado Entretanto, conforme decisão unanime do colegiado, por tratar-se de uma competência relativa de caráter territorial, o magistrado não poderia, de ofício, declarar-se incompetente para julgar o mérito, em conformidade à súmula 33 do STJ.
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