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Neuropsicologia Aulas – 07 e 08 Neuropsicologia das demências A demência é uma síndrome que destaca o declínio das funções cognitivas e comportamental, impactando diretamente nas funções de vida do paciente. Decorrente de uma doença cerebral, usualmente de natureza crônica ou progressiva, caracterizada por perturbação nas várias funções corticais principalmente a memória mas só é diagnosticado como demência se duas ou mais funções cerebrais estiverem prejudicadas, como: o pensamento, orientação, compreensão, cálculo, aprendizagem, linguagem e julgamento estiverem deteriorados sem perda de consciência. Pode ser reversível ou não dependendo da causa. O DSM-V conceitua como Transtorno neurocognitivo maior. Os transtornos da demência podem classificar-se de diversas maneiras. Podemos agrupar as desordens de acordo com as partes do cérebro que estão afetadas ou sua progressão. 10% das Demências são potencialmente reversíveis Demência por encefalopatias tóxicas – Álcool, metais pesados, fármacos hipnóticos sedativos, anticonvulsivantes, antidepressivos, corticoides. Carências nutricionais –Deficiência de vitamina B12, de ácido fólico, tiamina e niacina. Demência na depressão – Pseudodemência depressiva – (tratamento de acordo com a causa). Doenças infecciosas – Neurossífilis e transtornos associados ao HIV, meningites crônicas. Demência cortical É a demência na qual a danificação cerebral afeta principalmente o córtex cerebral. A demência cortical tende a causar problemas na memória, na linguagem, no pensamento e na conduta social. Exemplo: Alhzeimer. Estágios: Leve –raciocínio relativamente preservado, perda de memória leve, vida relativamente independente. Intermediário: prejuízo no raciocínio, perda de memória moderada, dificuldade de orientação espacial e comunicação, vida independente com supervisão. Avançado: Incapacidade para a vida independente, sendo necessário supervisão contínua. Demência subcortical Ocorrência de sinais e sintomas nas formas corticais e subcorticais. Esta tende a causar alterações emocionais como apatia ou mudanças afetivas; alterações do movimento ( na marcha e do controle de esfíncteres) somadas aos problemas nas funções executivas, como memória de evocação, atenção e concentração. Nesses casos evidencia-se disfunções no córtex pré frontal e córtex temporo medial, núcleos da base, tronco cerebral, tálamo, substância branca central. Exemplos: doença de Parkinson, doença de Huntington , Paralisia supranuclear progressiva (PSP) e atrofia olivo-pontocerebelar. Alterações na demência cortical A memória de fixação. As operações de cálculo.(Acalculia) Linguagem, podendo apresentar-se como uma pseudo-afasia. Percepção visual gravemente alterada. A memória de evocação tem o marco temporal presente. O estado de humor não fica muito alterado e casos de depressão são raros. A articulação da linguagem, funções psicomotoras, postura e marcha, estão normais até fases avançadas. Alterações na demência subcortical A velocidade no processamento de informação diminui. A memória de fixação fica alterada. A memória de evocação tem o marco temporal ausente. O estado de humor fica alterado e apresenta casos de depressão frequentes. A apatia é muito comum nestes doentes. Funções psicomotoras lentificadas. Postura e marcha alteradas. Déficits viso-perceptivos são comuns (principalmente quando os movimentos dos olhos estão comprometidos) Aspectos neuropsicológicos relacionados ao uso abusivo de substâncias. (drogas) O que é droga? Efeitos: Agudos = curta duração Crônicos = longa duração Somáticos = sintomas que se manifestam no organismo Psíquicos = efeitos que se manifestam na mente alterando o comportamento. Classificação de drogas Naturais - Oriundas de plantas disponíveis na natureza. Ex. Cogumelos, trombeleiras, papoulas, canabidiol. Semi-sintéticas - Proveniente de plantas, mas precisam ser processadas em laboratórios. Ex. Cocaína. Sintéticas – Drogas lícitas e inlícitas. Ex. Fármacos, ecstasy. Classificação quanto aos efeitos Substância depressoras: Álcool, barbitúricos, benzodiazepínicos, opiáceos, solventes ou inalantes. Diminui a atividade motora, a reação da dor e da ansiedade, provocando euforia inicial e depois sonolência. Substâncias estimuladoras: Aumentam a atividade de células nervosas causando efeitos físicos e mentais. A abstinência podem levar a crises convulsivas. Substâncias perturbadoras: Cocaína, crack, êxtase, Lsd, trombeleira e outros estimulantes como anfetaminas. Causam delírios, alucinações, alteração de percepção. A droga que mais contribui para esses sintomas é o ecstasy. Principais sintomas Euforia, grandiosidade, hipervigilância, irritabilidade, agitação, prejuízo do julgamento, taquicardia, aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas, sudorese, calafrios, dilatação das pupilas, alucinações. Triângulo básico do consumo de drogas. Pessoa – (história, momento de vida). droga Contexto cultural Características sociais, culturais, históricas econômicas que identificam a cada comunidade Tipo de droga, danos que causa, forma como atua. Estimulantes Os Estimulantes são as drogas que ativam o funcionamento do Sistema Nervoso Central produzindo um estado de excitação e consequente redução do sono aumento das atividades motoras. Exemplos de drogas: cocaína, crack e outros O uso abusivo tende a produzir complicações neuropsiquiátricas como transtornos psicóticos e cardiocirculatórias tais como: arritmias, angina. Aos problemas neurológicos encontram-se acidentes vasculares cerebrais e medulares, isquemias, cefaleias, convulsões, desordens motoras e deficiência vitamínica. Álcool O álcool é uma droga depressora que quando metabolizados no Sistema Nervoso Central, é transformada em acetaldeído, que tem forte ação sobre os neurotransmissores, que em pequenas doses podem ocasionar dificuldades motoras e progressivamente decréscimo na memória, nas habilidades cognitivas, perceptuais e verbais. Uma grande concentração de álcool na corrente sanguínea pode afetar a função do cerebelo, provocando desequilíbrio, dificuldades de coordenação e articulação da fala. O uso crônico do álcool pode produzir danos cerebrais principalmente no hipocampo que é o local de formação e armazenamento da memória, também a Síndrome de Wernicke – Korsakoff, caracterizada pelo comprometimento da memória, estado amnésico, déficits motores e sensoriais e desorientações temporais e espaciais. (KOLLING,2007). Cocaína A cocaína e as anfetaminas mudam a maneira de comunicação das células nervosas do cérebro. Um dos neurotransmissores afetados pela cocaína é a dopamina. A dependência pode levar a prejuízos na tomada de decisões, nas funções executivas, no processo de inibição do comportamento, na coordenação de informações armazenadas na memória e produção de anormalidades persistentes no funcionamento do córtex pré-frontal, podendo observar alterações na morfologia dos dendritos e nos espinhos dendríticos de neurônios e encontra-se associado aos mecanismos de motivação, recompensa e aprendizado (KOLLING, 2007). Opiáceos Os Opiáceos são derivados da papoula conhecida como narcótico, pois desta planta se extrai o ópio que produz a heroína, morfina ou codeína. Podem produzir sensação rápida e intensa de prazer, seguida por uma sensação de bem-estar e uma calma sonolência e bloqueio das mensagens de dor. Alucinógenos LSD, também chamado de ácido; uma anfetamina estimulante, também conhecida como ice, o MDMA é drogas similares ao ecstasy, são cristais de metanfetamina com grandes afinidades serotoninérgicas, são fumadas em cachimbos, podendo ser injetadas ou inaladas com efeitos prolongados de 2 a 24 horas, pode gerar quadros de euforia, provocando perda do sono e as complicações são anorexia, taquicardia, tensão maxilar, bruxismo e sudorese e a duração dos efeitos são de 4 a 6 horas de compulsão aditiva. Nicotina A nicotina relaciona-se com a acetilcolina que está envolvido em várias funções, incluindo os movimentos musculares, a respiração,o batimento cardíaco,, o aprendizado e a memória. Também, a nicotina estimula o aumento da dopamina, produzindo sensações de prazer e recompensa (CASTRO, 2007). Quando os dependentes da nicotina param de fumar, eles podem passar por períodos de agitação, fome, depressão, dores de cabeça e outras sensações desagradáveis. Maconha A maconha,THC (tetrahidrocanabinol) é originária do cânhamo (Cannabis sativa). O uso da maconha propicia sensações são de relaxamento, os sentidos mais aguçados, alegria, euforia, aumento do prazer sexual. As consequências ao seu uso com o passar dos tempos são: ansiedade, pânico, possíveis sintomas psicóticos e paranóicos, diminuição das habilidades mentais – especialmente a atenção, memória e diminuição da capacidade motora. Seu uso crônico traz, déficits de aprendizagem e memória, e progressiva apatia. (RIGONI e cols, 2007). Referências Dalgalarrondo, Paulo – Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais -2ª edição- Porto Alegre-Artmed – 2008 Guyton, A. C. Tratado de fisiologia médica – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. Andrade, V, M, Santos, H, F. Neuropsicologia Hoje – São Paulo: Artes Médicas, 2004.
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