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PEÇA AÇÃO DE DEMARCAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE BAGÉ
João Pedro, brasileiro, solteiro, agricultor, portador da cédula de identidade R.G. nº 12345678900 e CPF/MF nº 123.321.100-20, residente e domiciliado na Avenida Santa Tecla, 2000, Industrial, Bagé – Rio Grande do Sul, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, tendo seu escritório profissional situado na Avenida João Telles, 1118, Centro, Bagé – Rio Grande do Sul, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 1.297, 1.298 do Código Civil e artigos 946, inciso I e 950 do Código de Processo Civil, propor a presente
AÇÃO DE DEMARCAÇÃO 
Em face de Renato Ueu, brasileiro, solteiro, produtor rural, portador da cédula de identidade R.G. nº 989898777 e CPF/MF nº 321.659.985-78, residente e domiciliado na Avenida Santa Tecla, 2001, Industrial, Bagé – Rio Grande do Sul, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
DOS FATOS
O requerente possui um terreno localizado na Avenida Santa Tecla, 2000, Industrial, Bagé – Rio Grande do Sul, como faz prova o documento regularmente registrado do Cartório de Registro de Imóveis desta cidade.
O referido imóvel é caracterizado pelas seguintes descrições:
Um imóvel Agropastoril denominado Fazenda Bagé., neste município e comarca, com área de 40 alqueires, compreendido dentro das divisas, medidas e confrontações constantes da matricula 572, livro 2. Pelo lado norte: devidamente demarcados; a oeste: com divisas e demarcações perfeitas; ao sul: cuja demarcação ora se requer.
Porem, o imóvel acima descrito em conformidade com o respectivo título de propriedade, não encontra-se devidamente delimitado por muros, estando dessa forma suas fronteiras livres e desimpedidas, sendo necessária a fixação de suas divisas com intermédio de prova técnica pericial.
Informo Vossa Excelência, que por inúmeras vezes o requerente tentou formalizar as delimitações de seu imóvel de forma amigável, contudo, encontrou resistência dos requeridos que dificultaram todos os meios para o comum acordo, restando apenas a opção da via judicial.
DO DIREITO
A legislação ampara o pedido do requerente conforme dispõe os artigos seguintes:
"Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas."
"Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles , mediante indenização ao outro."
A doutrina ensina que:
Preleciona Humberto Theodoro Júnior que:
“(...) o mais amplo e importante dos direitos reais regulados pelo direito privado é, sem dúvida, o domínio ou propriedade (...). Sobe o bem do domínio, tem o dono o amplo direito de usar, gozar e dispor (...) poderes que (...) apresentam-se, do ponto de vista jurídico, exclusivos e ilimitados, até prova em contrário (...). Para que o dono possa, então, exercer tão extensos e ilimitados poderes, que excluem a coexistência de outros iguais ou similares por parte de outras pessoas, a condição sine qua non é que o objeto do domínio seja precisamente identificado (...)”
A jurisprudência dos nossos Egrégios Tribunais, também tem o seguinte sentido:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVISÃO DE PROPRIEDADE CONDOMINIAL. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DETERMINAÇÃO DE AVALIAÇÃO PARA FINS DE ALIENAÇÃO. COISA JULGADA. LIMITES DO TÍTULO EXEQUENDO. DIVISÃO DO BEM. NECESSIDADE DE PERÍCIA ESPECIALIZADA. 1. É inadmissível a rediscussão acerca de questão já decidida em sentença transitada em julgado, porquanto já alcançada pela coisa julgada material e pelo instituto da preclusão. 2. O cumprimento de sentença deve se ater aos limites delineados no título exequendo, que, no caso em estudo, estabeleceu a 'divisão da área, ulterior demarcação e consequente extinção do condomínio'. 3. Diante das peculiaridades do caso, denota-se que a avaliação pretendida demanda conhecimentos técnicos especializados, sendo, portanto, necessária a nomeação de um expert para tal mister. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento (CPC) 5458429-17.2019.8.09.0000, Rel. ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO, 5ª Câmara Cível, julgado em 17/02/2020, DJe de 17/02/2020) 
Desse modo demostra o requerido os requisitos para que obtenha a medida judicial.
DO PEDIDO
Diante do exposto requer:
a) a citação do requerido, no endereço (Rua), (número), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado), para que apresente contestação no prazo legal, sob pena de confissão e revelia.
b) seja nomeado perito para que seja realizada a prova técnica.
c) seja determinada as áreas do imóvel demarcando-as, julgando a presente ação procedente, condenando assim o requerido ao pagamento dos honorários advocatícios, bem como as demais verbas de sucumbência.
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal do requerido, juntada de documentos , oitiva de testemunhas que serão arroladas no momento oportuno, expedição de ofícios e precatórias, vistorias e perícias, bem como demais provas que se fizerem necessárias.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a presente causa o valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), para todos os efeitos legais.
Nestes termos
Pede deferimento
Bagé, 14 de maio de 2020
Andresa Belk
OAB 221294/rs

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