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Consumo de Drogas Lícitas e a Linha Tênue da Ilegalidade

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Aluno: João Vitor Batista Valadares
RA: 10595 
Documentário – O consumo de drogas lícitas pela sociedade e a linha tênue que as separa da ilegalidade.
O estudo foi realizado em um município da Bahia chamado Riacho de Santana. Foram entrevistadas 61 pessoas nas faixas etária dos 10 aos 49 anos utilizando o mesmo roteiro, tendo como foco a pergunta principal, “você já usou drogas?”. 
Os resultados em um primeiro momento mostraram que a maioria das pessoas dava como negativo a resposta, porem, em outro momento, todas as respostas foram positivas em relação à pergunta principal.
De acordo com a Dr(a) Erika Lafetá Rabelo, “Drogas são substâncias que causaram reações no organismo... Essas drogas são divididas em três grandes grupos, as que estimulam o SNC, as que causam depressão do SNC e as que provocam perturbações”.
Durante a pesquisa, os entrevistados automaticamente pensaram nas drogas ilícitas, o que é bem plausível, considerando que muitos não consideram ou não tem conhecimento que as drogas lícitas também são drogas, o que difere é sua legalidade perante o estado. Todavia, após a explicação que um simples café, remédio e até mesmo um refrigerante contém drogas, as respostas sofreram significativas mudanças.
Contudo, há certa divergência no que se diz respeito à aceitação da população com as drogas dentro da legalidade, como o álcool e a nicotina (Tabaco), por exemplo. Pois, essas drogas tem o mesmo poder destrutivo ou até mesmo pior do que drogas consideradas ilegais.
De acordo com a OMS “as drogas ilícitas correspondem a cerca de 0,8% dos problemas de saúde do mundo”, em contra partida, o cigarro e o álcool são responsáveis por 8,1% desses mesmos problemas. Portanto, nota-se que não é pelo fato de uma droga ser considerada lícita, ou seja, dentro da legalidade, que ela é menos prejudicial à saúde do que as que são consideradas ilegais, as ilícitas.
O consumo de drogas se deve a vários fatores, como se adaptar a um grupo social, relaxar a mente e o corpo, alívio de dores físicas e psicológicas, ter mais energia, alegrar-se, dentre outros. Como sabemos, o vício nesses produtos se deve a liberação de substâncias que promovem a sensação de prazer.
A cafeína é a droga mais consumida no mundo, cerca de 80% da população mundial a consome. Pois, ela está presente em diversos produtos que fazem parte das nossas vidas, como refrigerantes, energéticos, chás, chocolates, café e diversos medicamentos. O seu grande “sucesso” se deve ao seu poder estimulante, que age diretamente no nosso SNC, aumentando a nossa capacidade motora, aumentando a nossa resistência e disposição e, diminuindo a sensação de fadiga. 
A estrutura molecular da cafeína é semelhante a da adenosina, o que facilita a sua substituição nos receptores de cansaço. A adenosina é um neurotransmissor natural do nosso corpo, e quando esse se conecta aos receptores de cansaço presente nos neurônios, nos dá a sensação que precisamos descansar. Todavia, com a ligação da cafeína nesses receptores, impede que a adenosina se conecte a eles, fazendo com que o cérebro acredite que não está cansado. A cafeína também aumenta o nível de adrenalina presente em nosso organismo, pois estimula a glândula suprarrenal.
De acordo com o departamento de agricultura dos EUA e a Autoridade europeia para a segurança dos alimentos, um consumo adequado de cafeína para um adulto é de 300 a 400 miligramas por dia. Porém, a cafeína não vicia, mas pode levar a tolerância, fazendo com que a pessoa consuma cada vez mais.
O etanol (Álcool) é a segunda droga lícita mais consumida no mundo, é um depressor do nosso SNC, ou seja, causa efeitos semelhantes aos da depressão como sonolências, tonturas, náuseas, vômitos, reflexos comprometidos e outros. No cérebro o álcool age nos neurotransmissores, especialmente no Gaba e na Serotonina.
O etanol aumenta os efeitos do Gaba, um neurotransmissor inibitório, que causa movimentos lentos e a fala enrolada, ao mesmo tempo inibe o neurotransmissor excilatório glutamato, o que leva a um retardamento fisiológico. O álcool também aumenta a liberação de serotonina, que regulariza o prazer e o humor. Pessoas acostumadas ao consumo e pessoas com uma grande estrutura física, possuem mais resistência aos efeitos no álcool, mas, o fator metabólico do indivíduo também tem participação.
A nicotina (Cigarro), é tão viciante quanto a cocaína e a heroína, faz com que o usuário necessite do consumo cada vez maior, para ter o efeito relaxante tão desejado. A mesma provoca lesões nos brônquios e impede que as trocas gasosas ocorram de forma mais simples. Todavia, essa droga pode provocar diversas doenças prejudiciais a saúde, como câncer, enfisema, insuficiência cardíaca, derrames e até mesmo tumores. 
Uma curiosidade é que o uso do cigarro (Nicotina), causam mais mortes que todas as outras drogas combinadas, sejam elas ilícitas ou lícitas. Um estudo relizado pela Aliança de controle do tabagismo revela que o Brasil gasta cerca de R$21 bilhões em tratamentos com pacientes com doenças relacionadas com o cigarro. E mais! O estudo revela que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no país, cerca de 130 mil óbitos anuais (350/Dia). Somente a sua fumaça, libera 4 mil substâncias tóxicas, sendo muitas delas, cancerígenas.
Os opiáceos são extraídos da papoula, sendo uma das substâncias mais antigas utilizadas como sedativos e tranquilizantes, hoje, já sendo considerada ilegal. Contudo, a morfina e a heroína são drogas mais recentes, a primeira, podendo causar dependência em poucas doses. Portanto, a heroína foi desenvolvida a partir dela. Porém, depois de constatado o seu alto grau de dependência química e psíquica, o seu uso já foi rapidamente considerado ilegal no mundo todo. 
As estruturas químicas dos Opiáceos são capazes de se ligas nos receptores e neurotransmissores denominados endorfinas, que é associado ao prazer, bem estar, relaxamento e controle da dor. No cérebro essas substâncias deprimem os centros nervosos responsáveis pela dor e pela vigília. Todavia, impedem a liberação da endorfina e passam a fornecer o que era “responsabilidade” dela.
Quando um viciado deixa de consumir essas drogas, o organismo não volta a produzir naturalmente a endorfina, fazendo com que nada amenize a dor dessas pessoas. Contudo, a morfina é bastante utilizada na área da saúde, devido ao seu grande poder analgésico em caso de dores fortes. Diferentemente da heroína, a qual todos sabem dos malefícios que a mesma pode provocar.
Portanto, vimos que existem diferentes tipos de drogas no mundo, muitas delas presentes no nosso dia-a-dia. Enquanto algumas podem trazer benefícios a nós, a depender de suas dosagens, outras podem trazer malefícios até mesmo irreparáveis. Todavia, vimos que nem sempre a suas nomeações legislativas como lícitas e ilícitas significam que são menos ou mais respectivamente prejudiciais a nossa saúde, tudo irá depender de suas substâncias, dosagens, metabolismo individual e diversos outros fatores relacionados à droga em questão.

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