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0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PLANO DE NEGÓCIO PARA UMA EMPRESA DE ASSESSORIA IMOBILIÁRIA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS ADRIANE THOMAS Ijuí – RS, junho de 2015 1 ADRIANE THOMAS PLANO DE NEGÓCIO PARA UMA EMPRESA DE ASSESSORIA IMOBILIÁRIA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Ms. Remi Antonio Dama Ijuí – RS, junho de 2015 2 DEDICATÓRIA Aos Meus queridos pais, Zeno e Loni Thomas, dedico para vocês esta conquista, pois vocês fazem parte dela. Obrigado por tudo, por serem a minha família, minha base, meu porto seguro, por estarem sempre ao meu lado! 3 AGRADECIMENTOS Inicialmente, a ideia de fazer o curso de Administração parecia um sonho distante, olhando para aquela quantidade de teorias, fórmulas, livros, trabalhos e provas, sem ter a exata noção da dimensão do desafio que me aguardava. Encontrei na vida acadêmica, coisas que me maravilharam. A importância de aprender, o valor de discutir ideias, a habilidade de conviver com a divergência de opiniões ou de interesses, e ainda, uma coisa bastante valiosa, que levo comigo para o resto da vida, “o conhecimento”, e a troca dele. Hoje vejo cada vez mais próximo o momento que planejei há anos. Neste caminho, muitas pessoas tiveram fundamental importância e cabe agora, agradecer a todas elas do fundo do meu coração. Primeiramente agradeço a Deus por ter sido meu fiel companheiro em todos os momentos, pela vida que me deu, pela minha saúde, por seu amor imensurável, e por todas as conquistas que ele tem me ajudado a conseguir, sei que esta é apenas uma das inúmeras que virão. A minha mãe e meu pai, pelos esforços dedicados a mim, pelo empenho para proporcionar meus estudos e realizar meus sonhos, pela confiança, apoio e amor sempre na medida certa e no momento certo. Amo-os. Ao Sicredi, agradeço pelo auxílio moral e financeiro durante a realização do curso. Agradeço também aos colegas de trabalho, especialmente aqueles que colaboraram nesta pesquisa, e me incentivaram na realização deste estudo. Aos meus amigos, simplesmente por fazerem parte da minha vida! Por me proporcionarem o prazer de sermos amigos, e por mostrarem a importância da amizade. De forma especial, agradeço meu professor orientador, Ms. Remi Dama, por me aceitar como orientanda e acreditar na minha capacidade, pela dedicação e atenção dispensadas. Agradeço também os sócios proprietários das empresas Assescon, Lz Condomínios, Citta Imóveis, Oca Imóveis e Portal Imóveis, os quais foram muito prestativos e auxiliaram com informações necessárias para a realização deste estudo. Para finalizar, agradeço a todos os meus colegas e amigos, que de uma forma ou de outra se fizeram presentes nesta longa e compensadora jornada. Muito obrigada! 4 PLANO DE NEGÓCIO PARA UMA EMPRESA DE ASSESSORIA IMOBILIÁRIA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS1 Adriane Thomas2 Remi Dama3 Introdução O empreendedorismo promove melhorias, surgimento de novos produtos, novos processos, novas ideias e oportunidades de negócio com a criação ou expansão de empresas. Dornelas (2012) explica que empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, podem levar a transformação de ideias em oportunidades. Este agente de transformação, chamado de Empreendedor, é considerado por Dolabela (2008), o motor da economia, um indivíduo que cria uma empresa, seja ela do tipo que for. A criação de uma empresa pode surgir a partir de um plano de negócio, para Salim (2005) “Plano de Negócios é um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia de mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros”. O Plano de Negócios é uma ferramenta muito importante para qualquer empreendedor, é um norteador, a fim de proporcionar caminhos de crescimento e desenvolvimento para as empresas. O presente trabalho foi estruturado a partir de um estudo de viabilidade, a composição do estudo parte da estrutura de um plano de negócios, o objetivo principal foi elaborar um plano de negócio para verificar a viabilidade para a implantação de uma empresa de assessoria imobiliária na cidade de Ijuí/RS. A partir disso, expõe teorias sobre o ramo de serviços, mercado imobiliário, inovação no mercado imobiliário, empreendedorismo, planejamento, administração de condomínios e plano de negócio. Estas temáticas são de suma importância para empreendedores que desejam abrir o próprio negócio. Este resumo expandido está dividido em três seções, a primeira apresenta a metodologia, os resultados fazem parte do segundo item, por fim as conclusões são expostas seguidas pelas referências bibliográficas. Metodologia Para atingir os objetivos propostos, o estudo realizado se classificou como uma metodologia de natureza aplicada e exploratória, com procedimentos técnicos de campo, bibliográfico e documental. O enfoque proposto por Vergara (2009) sugere três principais maneiras de se buscar as respostas desejadas, são elas: o questionário, a observação e a entrevista. A coleta de dados se deu através da aplicação de um questionário para usuários dos serviços imobiliários e condôminos, potenciais clientes, e ainda realizadas entrevistas com sócios de empresas concorrentes diretas. As pesquisas e 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. 2 Acadêmica do Curso de Graduação em Administração da Unijuí. adriane.thomas@hotmail.com.br. 3 Orientador, professor mestre do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação. remi.dama@unijui.edu.br. mailto:adriane.thomas@hotmail.com.br mailto:remi.dama@unijui.edu.br 5 entrevistas foram realizadas em março e junho de 2015. Após a tabulação dos dados, realizou-se uma análise e interpretação dos resultados onde foi constatada a importância da análise de mercado para a realização de todas as etapas de um plano de negócio. Resultados A economia do Brasil está passando por um momento conturbado, e com isso o setor da construção civil acaba sendo atingida com aumentos de taxas nos financiamentos habitacionais, diminuição de limites de financiamentos, entre outros, porem em longo prazo o cenário econômico tende a melhorar. O município de Ijuí se destaca por ser referência regional em serviços hospitalares e universidades, isso acaba atraindo investidores para a região. As pesquisas aplicadas chamaram atenção ao grande número de pessoas que ainda não possuem imóvel próprio, e desta forma necessitam pagar aluguel. Com este levantamento podemos verificar oportunidades de negócios, tanto no gerenciamento destes imóveis alugados, quanto na venda dos mesmos, pois muitos locatários sonham em ter seu próprio imóvel. Os concorrentes em vendas e locações imobiliárias em Ijuí passam de 50 concorrentes diretos, e ainda há os indiretos que são algumas construtoras, e os negócios que acontecem particularmente entre consumidores e fornecedores. Com as pesquisas verificamos que 78,26% dos entrevistados considera importante o atendimento em horário diferenciado, sendo esta uma estratégiada Assessoria imobiliária. Conforme censo do IBGE 2010, cerca de 90% da população ijuiense reside em zona urbana, com isso, cada vez mais prédios residenciais estão sendo construídos e com isso a conveniência de gerenciá-los. No município de Ijuí há apenas duas administradoras de condomínios, a pesquisa nos mostrou que 34,09% dos entrevistados avaliam o atendimento da administração de condomínios como regular, encontra-se ai a oportunidade de negócio. Os fornecedores serão os proprietários de imóveis com intenção de comercializá-los, e terceirizados, que prestarão serviços para a administração de condomínios, como: encanadores, eletricistas, chaveiros, entre outros. A empresa de assessoria imobiliária Thomas Imóveis terá estratégias a partir de deficiências encontradas nas empresas concorrentes, como o horário de atendimento e o pós-venda. Também buscará atender preocupando-se em qualidade e não quantidade de atendimentos. Com o plano de negócios verificou-se a necessidade de contratar uma recepcionista e um contador, a recepcionista fará a primeira intermediação, entre cliente e empresa. O contador fará a contabilidade da assessoria imobiliária e será responsável pela área de condomínios. Já as vendas, avaliações, loteamentos, e locações serão administrados pelos sócios proprietários. Verificou-se a necessidade de locar um imóvel com 60m² para ter um ótimo atendimento, o qual será dividido em uma recepção, uma sala para guarda de materiais, e 3 salas de negócios. A assessoria imobiliária atuará em Ijuí e municípios em redores, sendo que prestará serviços de vendas, avaliações, loteamentos, locações e administração de condomínios, estes serviços são cobrados através da regulamentação do CRECI que ao longo da realização do plano de negócios verificou-se que há uma tabela mínima de honorários e serviços de corretagem que deve ser seguida. Com o plano de negócios viu-se a necessidade de ter o investimento inicial total de R$ 77.764,20, para abrir a empresa, equipá-la e custear os gastos do seu 6 funcionamento. Este valor será dividido entre os sócios os quais não estarão financiando e sim abrindo a empresa com capital próprio. Os custos fixos da Thomas imóveis serão de R$ 11.437,65 ao mês, sendo que R$ 1.500,00 foi definido para o pró-labore de cada sócio. As receitas foram calculadas de acordo com as entrevistas e pesquisas aplicadas, sendo que somam R$ 17.366,00 ao mês, tendo uma projeção de faturar R$ 208.392,00 em um ano, receitas com vendas, locações e administração de condomínios, além de prestar outros tipos de serviços como avaliações e loteamentos que poderão aumentar esta receita. A empresa se enquadra no Simples Nacional ficando com uma alíquota de 8,21% ao mês, as projeções trouxeram uma perspectiva de ter um resultado líquido mensal de R$ 4.502,60, com uma lucratividade de 25,93% e uma rentabilidade de 5,79%. Trazendo o prazo de retorno do investimento para 17,27 meses, ou seja, em menos de um ano de meio o valor investido retorna aos sócios. Conclusão O plano de negócio proporcionou a integração da teoria com a prática, complementando os conhecimentos desenvolvidos em diversos componentes curriculares bem como, a observação, a reflexão e a sistematização de resultados de um trabalho de pesquisa. O plano também demostra que há oportunidade e espaço no mercado de Ijuí - RS para uma empresa com um ótimo atendimento, com horários diferenciados, e que busca atender o cliente com a máxima atenção, tentando que sempre tenham o retorno desejado. Os objetivos foram alcançados, verificando-se que com estas projeções, é viável a abertura da empresa em questão. Palavras-Chave: Prestação de Serviço; Empreendedorismo; Plano de Negócio; Assessoria Imobiliária. Referências Bibliográficas DOLABELA, F. O segredo de Luísa: uma ideia, uma paixão e um plano de negócios: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. SALIM, C. S. et al. Construindo planos de negócio. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. VERGARA, S. C. Métodos de coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas, 2009. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Níveis de decisão e os tipos de planejamento ............................................ 31 Figura 2: Slogan da empresa ..................................................................................... 56 Figura 3: Representantes do setor imobiliário no RS ................................................. 59 Figura 4: Casamentos, separações e divórcios.......................................................... 69 Figura 5: Pirâmide etária – Ijuí/RS 2010 .................................................................... 71 Figura 6: Produto interno bruto ................................................................................... 72 Figura 7: Organograma da assessoria imobiliária ...................................................... 83 Figura 8: Localização da empresa ............................................................................. 84 Figura 9: Layout da empresa ...................................................................................... 85 Figura 10: Mapa de atuação da Thomas Imóveis ...................................................... 90 Figura 11: Modelo de uniforme da empresa ............................................................... 91 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Matriz SWOT ............................................................................................. 37 Quadro 2: Demonstrativo de resultados ..................................................................... 44 Quadro 3: Imobiliárias coligadas de Ijuí ..................................................................... 77 Quadro 4: Índice nacional de custo da construção (INCC) ........................................ 78 Quadro 5: Administradoras de condomínios de Ijuí .................................................... 78 Quadro 6: Perfil dos sócios ........................................................................................ 83 Quadro 7: Tabela mínima de honorários e serviços de corretagem imobiliária .......... 89 Quadro 8: Investimento pré-operacional .................................................................... 92 Quadro 9: Investimento fixo........................................................................................ 92 Quadro 10: Investimento em capital de giro ............................................................... 93 Quadro 11: Investimento inicial total .......................................................................... 93 Quadro 12: Depreciação e manutenção ..................................................................... 93 Quadro 13: Fontes de capital ..................................................................................... 94 Quadro 14: Projeção dos custos fixos mensais .......................................................... 95 Quadro 15: Mão de obra direta .................................................................................. 95 Quadro 16: Receitas com vendas .............................................................................. 95 Quadro 17: Receitas com locações ............................................................................ 96 Quadro 18: Receitas com administração de condomínios ......................................... 96 Quadro 19: Impostos – regime tributário .................................................................... 96 Quadro 20: Demonstrativo de resultados ................................................................... 97 Quadro 21: Lucratividade ........................................................................................... 98 Quadro 22: Rentabilidade ..........................................................................................98 Quadro 23: Prazo de retorno do investimento – payback .......................................... 99 Quadro 24: Valor presente líquido (VPL) ................................................................... 99 Quadro 25: Taxa interna de retorno (TIR) ................................................................ 100 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Gênero dos entrevistados .......................................................................... 61 Gráfico 2: Estado civil ................................................................................................. 61 Gráfico 3: Escolaridade .............................................................................................. 62 Gráfico 4: Faixa etária ................................................................................................ 62 Gráfico 5: Ocupação profissional ............................................................................... 63 Gráfico 6: Renda familiar ............................................................................................ 63 Gráfico 7: Seu imóvel é alugado? .............................................................................. 64 Gráfico 8: Quanto você paga de aluguel mensal? ...................................................... 64 Gráfico 9: Como realiza o pagamento do seu aluguel? .............................................. 65 Gráfico 10: Você usaria outra forma de pagamento? ................................................. 65 Gráfico 11: Quanto tempo habita seu imóvel atual? ................................................... 66 Gráfico 12: Que fator levou você a escolher a imobiliária? ........................................ 66 Gráfico 13: Em relação à satisfação aos serviços prestados? ................................... 67 Gráfico 14: Quanto ao horário de atendimento? ........................................................ 67 Gráfico 15: É importante ter um atendimento em horário diferenciado? .................... 68 Gráfico 16: Gênero dos entrevistados ........................................................................ 68 Gráfico 17: Estado civil ............................................................................................... 69 Gráfico 18: Escolaridade ............................................................................................ 70 Gráfico 19: Faixa etária .............................................................................................. 70 Gráfico 20: Ocupação profissional ............................................................................. 71 Gráfico 21: Renda familiar .......................................................................................... 72 Gráfico 22: Seu condomínio é vertical ou horizontal? ................................................ 73 Gráfico 23: Quanto você paga de condomínio mensalmente? ................................... 73 Gráfico 24: Como realiza o pagamento do seu condomínio? ..................................... 74 Gráfico 25: Que fator levou você a escolher a administradora? ................................. 75 Gráfico 26: Em relação à satisfação do atendimento da administração de seu condomínio ................................................................................................................. 75 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO ................................................................. 14 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ............................................................................... 14 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO ...................................................................................... 15 1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 15 1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15 1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 15 1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 17 2.1 MERCADO IMOBILIÁRIO .................................................................................... 17 2.2 INOVAÇÃO NO MERCADO IMOBILIÁRIO .......................................................... 19 2.3 ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS ............................................................... 21 2.4 EMPREENDEDORISMO...................................................................................... 26 2.5 EMPREENDEDOR ............................................................................................... 28 2.6 PLANEJAMENTO ................................................................................................ 29 2.7 PLANO DE NEGÓCIOS ....................................................................................... 32 2.7.1 Análise de Mercado ......................................................................................... 35 2.7.2 Serviços ........................................................................................................... 36 2.7.3 A Empresa ........................................................................................................ 36 2.7.3.1 A Análise Externa e Interna da Empresa ........................................................ 37 2.7.3.2 Análise SWOT ................................................................................................ 37 2.7.3.3 Ambiente Interno ............................................................................................ 38 2.7.3.4 Ambiente Externo ........................................................................................... 39 2.7.4 O Plano de Marketing ...................................................................................... 41 2.7.5 A Parte Financeira ........................................................................................... 41 2.7.5.1 Investimentos ................................................................................................. 42 2.7.5.2 Custos ............................................................................................................ 42 2.7.5.3 Receita ........................................................................................................... 43 2.7.5.4 Demonstrativo do Resultado em Exercício (DRE) .......................................... 43 2.7.6 Avaliação Financeira ....................................................................................... 45 2.7.6.1 Lucratividade .................................................................................................. 45 2.7.6.2 Rentabilidade ................................................................................................. 46 2.7.6.3 Ponto de Equilíbrio ......................................................................................... 46 2.7.6.4 Payback .......................................................................................................... 47 11 2.7.6.5 Valor Atual Líquido ......................................................................................... 48 2.7.6.6 Taxa Interna de Retorno ................................................................................. 50 3 METODOLOGIA DO TRABALHO .......................................................................... 53 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................... 53 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA E UNIVERSO AMOSTRAL ....................................... 53 3.3 COLETA DE DADOS ...........................................................................................54 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 55 4 PLANO DE NEGÓCIO ............................................................................................ 56 4.1 ANÁLISE DO MERCADO ..................................................................................... 56 4.1.1 Estudo do Setor ............................................................................................... 57 4.1.2 Estudo dos Clientes ........................................................................................ 60 4.1.3 Estudo dos Concorrentes ............................................................................... 76 4.1.4 Fornecedores ................................................................................................... 79 4.2 A EMPRESA ........................................................................................................ 80 4.2.1 Análise Estratégica ......................................................................................... 81 4.2.2 Estrutura de Pessoal ....................................................................................... 82 4.2.3 Necessidade de Pessoal ................................................................................. 84 4.2.4 Localização ...................................................................................................... 84 4.2.5 Tamanho .......................................................................................................... 84 4.2.6 Serviços ........................................................................................................... 85 4.2.6.1 Tecnologia ...................................................................................................... 87 4.3 PLANO OPERACIONAL ...................................................................................... 87 4.4 PLANO DE MARKETING ..................................................................................... 88 4.4.1 Posicionamento ............................................................................................... 88 4.4.2 Preço ................................................................................................................ 89 4.4.3 Praça................................................................................................................. 90 4.4.4 Propaganda ...................................................................................................... 91 4.5 PLANO FINANCEIRO .......................................................................................... 91 4.5.1 Investimentos .................................................................................................. 91 4.5.2 Depreciação ..................................................................................................... 93 4.5.3 Fontes de Capital............................................................................................. 94 4.5.4 Custos e Receitas ........................................................................................... 94 4.5.5 Impostos .......................................................................................................... 96 4.5.6 Resultado ......................................................................................................... 97 4.6 AVALIAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA ........................................................ 98 4.6.1 Lucratividade ................................................................................................... 98 4.6.2 Rentabilidade ................................................................................................... 98 4.6.3 Prazo de Retorno do Investimento ................................................................ 98 4.7 TAXA DE ATRATIVIDADE ................................................................................... 99 4.7.1 Valor Presente Líquido ................................................................................... 99 4.7.2 Taxa Interna de Retorno ................................................................................. 99 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 101 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 103 ANEXOS .................................................................................................................. 106 12 INTRODUÇÃO O planejamento de um negócio antes de colocá-lo em prática faz com que os empreendedores se sintam mais seguros, e pode facilitar a tomada de decisões, pois se analisa e estuda as diversas variáveis que podem influenciar o seu negócio. Um bom planejamento pode ser feito com um plano de negócios, fazendo com que a empresa saiba a direção que deseja tomar e se esta seguindo o caminho apropriado, auxiliando para que possa antecipar-se ás ameaças e fazer um diagnóstico de oportunidades e melhorias. O plano de negócio é um instrumento de incubação de um empreendimento que já existe ou de uma nova ideia, no qual as principais variáveis envolvidas são apresentadas de forma organizada, porém é necessário salientar que o processo de planejar um negócio sempre existiu, de forma empírica ou na mente do empreendedor. O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de um plano de negócio, verificando se a instalação de um empreendimento na área imobiliária é viável no município de Ijuí, estudando principalmente os aspectos econômico- financeiros. Devido ao mercado atual estar muito competitivo, torna-se cada vez mais visível á preocupação de empresários terem uma projeção de viabilidade da empresa que pretende implantar, por este motivo o plano de negócios se tornou uma ferramenta de grande utilidade, orientando empresários no processo de implantação da empresa e avaliando a viabilidade financeira do negócio. O trabalho esta estruturado da seguinte forma: a primeira parte demostra a contextualização do estudo, onde foi definido o tema, a questão do estudo, seguido pelos objetivos subdivididos em geral e específicos, e as justificativas. A segunda parte apresenta à fundamentação teórica de assuntos ligados a questão de estudo, 13 como: Mercado Imobiliário, inovação no mercado imobiliário, administração de condomínios, empreendedorismo, empreendedor, planejamento e plano de negócios; estudos baseados em literatura e pesquisas em sites e livros, que tratam sobre a área escolhida para a pesquisa, com o intuito de resgatar conceitos que forneçam embasamento teórico para o entendimento do estudo. Em um terceiro momento é apresentada a metodologia da pesquisa, demonstrando quais foram os procedimentos que levaram a um método de planejamento e desenvolvimento da pesquisa, de modo que foram definidos os aspectos da classificação da pesquisa, dos sujeitos de pesquisa e universo amostral, bem como a aplicação, a análise e interpretação dos dados. E, por fim, o quarto capítulo trata temas de estudo de viabilidade de uma empresa, como a análise do mercado, a empresa, plano operacional e plano de marketing. Ainda neste capítulo é apresentado o plano financeiro e a avaliação econômica e financeira. 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO Neste capítulo são abordados a apresentação do tema, questão de estudo, objetivos e justificativas. 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA Atualmente há mais profissionais buscando abrir o próprio negócio, em destaque estão os jovens, que estão estudando para criar o próprio emprego. Num passado não muito distante, ser empreendedor no Brasil era o destino de quem não tinha opção de carreira, hoje o país começou se firmar como um lugar onde se empreende por oportunidade, ou seja, onde a motivação para abrir uma empresa é ter a percepção de um bom negócio. Para Dornelas (2008, p. 22) “Empreendedorismo é oenvolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”. Primeiramente quem busca abrir seu próprio negócio deve saber que é muito importante ter um plano de negócios, porem este não deve ser engessado, ele deve ser revisto várias vezes até se adequar a realidade encontrada, a falta deste planejamento pode “matar” sua empresa, pois não houve certo estudo sobre aquela ideia de negócio. O plano deve ser elaborado com calma, será preciso buscar informações com cuidado pra ter um plano consistente, uma dica seria conversar com empresários bem sucedidos e/ou do ramo que pretende atuar, estes poderão fornecer subsídios para que o seu negócio tenha sucesso. Ser empreendedor envolve correr riscos, ter coragem, persistência e sonho grande, mas também exige uma boa dose de razão, ferramentas, técnicas e aprendizados. Porém, assim como o empreendedor pode alcançar o sucesso rapidamente, também pode errar muito até alcança-lo. É necessário estar ciente que se leva um tempo até chegar a um nível confortável com a gestão do novo negócio. O importante nestas fases é ser persistente e superar estes obstáculos que são muitas vezes inevitáveis. Através de um plano de negócios se tem a possibilidade de ter mais controle e domínio sobre eventuais acontecimentos que venham ocorrer, como oportunidades, ameaças, as forças de um negócio e também as fraquezas, por este 15 motivo o tema deste estudo será a elaboração de um plano de negócios para viabilizar a abertura de uma empresa no ramo imobiliário na cidade de Ijuí/RS. 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO Existe viabilidade econômica e financeira para implantar uma empresa de assessoria imobiliária no município de Ijuí? 1.3 OBJETIVOS Nesta etapa são constituídos os objetivos do estudo, estes que servirão de orientação a ser seguida com o intuído de estabelecer etapas a serem concluídas no estudo. Propiciando mais efetividade no alcance dos resultados finais da pesquisa. 1.3.1 Objetivo Geral Elaborar um plano de negócio para verificar a viabilidade para a implantação de uma empresa de assessoria imobiliária na cidade de Ijuí/RS. 1.3.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos apresentam, de forma detalhada, as ações que se pretende alcançar e estabelecem estreita relação com as particularidades relativas à temática trabalhada: - analisar as ameaças e as oportunidades do mercado no ramo imobiliário e de condomínios; - definir investimentos; - propor uma estrutura de empresa; - projetar custos, receitas; - verificar a viabilidade econômica e financeira do negócio. 16 1.4 JUSTIFICATIVA A escolha por fazer um estudo de viabilidade para abertura de uma empresa de assessoria imobiliária em Ijuí aconteceu para que os empreendedores conhecessem mais o mercado imobiliário e se a instalação desta empresa traria retorno positivo. Este estudo é essencial para um futuro administrador que deseja ter o seu próprio negócio neste ramo. Para o mercado, a possibilidade de opção por uma empresa dinâmica no ramo imobiliário, com uma nova proposta de trabalho e atendimento diferenciado. A geração de mais empregos e receitas para o município. Para a comunidade acadêmica, a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o ramo de negócio imobiliário, sobre as estratégias para a realização de um plano de negócio e uma fonte realista de consulta e pesquisas sobre o assunto. O presente estudo terá originalidade por se tratar de um plano de negócios novo. Terá viabilidade de estudo por ter bibliografias para serem pesquisadas. Justifica-se também pelo interesse da autora sobre o tema, sendo que a mesma pretende implementar um negócio neste ramo. Esse documento sistematizador é essencial para a conclusão acadêmica e título de bacharel em Administração, sendo que posteriormente poderá servir como uma fonte de pesquisa para os demais acadêmicos. 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capítulo será apresentada a fundamentação teórica do trabalho, sobre a evolução histórica do surgimento deste mercado os principais temas voltados à realização de um plano de negócio, como base de sustentação para a questão de estudo e objetivos. 2.1 MERCADO IMOBILIÁRIO De acordo com o Sindimóveis/RS (Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul), em 2014, a profissão de Corretor de Imóveis comemora 206 anos no Brasil. O Sindimóveis/RS trás a história da profissão de corretor de imóveis, o início da profissão no país tem origem com a chegada da corte portuguesa á Bahia e ao Rio de Janeiro, em 1808, fugindo das tropas portuguesas que invadiram Portugal. Os aristocratas portugueses, que acompanharam o rei Dom João VI, precisavam morar e, por em ordem do Rei, milhares de residências, as de melhor porte, estrutura, conforto e aparência foram, simplesmente, desocupadas de seus antigos moradores e marcadas com as letras PR - Propriedade do Rei. Estas casas foram distribuídas aos cortesãos. Para realizar este serviço e, principalmente, tratar com as pessoas desalojadas, foram designadas pessoas, cuja função, não só era escolher as melhores moradias, mas, também, procurar amenizar o impacto da decisão real junto aos que perdiam suas residências. Foram os primeiros Corretores de Imóveis no Brasil - que procuraram amenizar a afronta e o prejuízo, inclusive, procurando indenizações para os atingidos. O historiador brasileiro Boris Fausto, professor do Departamento de Ciências Políticas da USP, em seu livro, “História do Brasil”, comenta as mudanças provocadas pela vinda de Dom João VI, além da Abertura dos Portos do Brasil a todas as Nações Amigas, feita em 1808: A vinda família real portuguesa deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da colônia para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. Podemos dizer que, durante o período de estabilidade de Dom João VI no Brasil, o número de habitantes da capital duplicou. A presença da corte implicava uma alteração do acanhado cenário urbano da 18 Colônia. O Conselho Federal de Corretores de Imóveis informa que em seguida, vieram os agentes imobiliários, pessoas que, com um caderno de apontamentos na mão, muita disposição e o sonho de vencer na vida, passaram a intermediar negócios imobiliários utilizando os anúncios nos jornais para divulgar suas ofertas, e a sola dos sapatos para identificar os vendedores e deles adquirir a autorização para a venda. Os registros históricos também relatam que, em 1840, jornais do Recife, capital de Pernambuco, publicavam anúncios de pessoas fazendo intermediação imobiliária. O primeiro Sindicato de Corretores de Imóveis na história brasileira foi criado em 1937, no século XX, no Rio de Janeiro. O Estado do Rio Grande do Sul foi um dos pioneiros no movimento classista de grau sindical, criando a Associação Profissional dos Corretores de Imóveis de Porto Alegre, tendo requerido a investidura sindical em 1945. Em 1957, seis sindicatos, reunidos no Rio de Janeiro, no 1º Congresso Nacional dos Corretores de Imóveis, reivindicaram junto às autoridades federais - legislativo e executivo - a edição de uma legislação regulamentando as atividades profissionais. Esta reivindicação só começou a ser atendida, em agosto de 1962, com a promulgação da Lei nº 4116, de 27/08/62, que possibilitou o surgimento dos Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis. A data da lei, dia 27 de agosto, passou a ser o Dia Nacional do Corretor de Imóveis. Em 12 de maio de 1978, foi sancionado pelo Presidente da República a Lei nº 6530/78, que regulamenta a profissão de Corretor de Imóveis. Em 29 de julho daquele ano, foi aprovado o Decreto-Lei nº 81.871, que complementa a legislação. Em 1985, durante o 13º CongressoNacional dos Corretores de Imóveis foi proposto, pelo Sindimóveis - RS, a entidade máxima do Rio Grande do Sul, novo enquadramento sindical para a categoria, que passaram de Agentes Autônomos do Comércio para Profissionais Liberais, através da Portaria Ministerial nº 3245, de 08 de julho de 1986. Em outubro de 1986, os Corretores de Imóveis criaram a entidade nacional de grau sindical superior, a Federação Nacional dos Corretores de Imóveis - Fenaci. Em maio de 2002, mais uma vez o Sindimóveis - RS prova sua força ao organizar o 19º Congresso Nacional dos Corretores de Imóveis, em Porto Alegre, reunindo mais de 1.000 Corretores de Imóveis de todo o País, para um debate sobre todos os 19 problemas do setor, incluindo aspectos sindicais e do setor produtivo imobiliário brasileiro. Foi aprovada a Carta de Porto Alegre, que sugere, entre outras coisas, a criação do Ministério da Habitação e o cumprimento da Lei que cria o Sistema Financeiro da Habitação, com juros máximos de 10% nos financiamentos e o direcionamento dos recursos captados pela Caderneta de Poupança para o SFH. 2.2 INOVAÇÃO NO MERCADO IMOBILIÁRIO Hoje a tecnologia invade a rotina das empresas de forma desenfreada, um grande desafio para as mesmas está relacionado à inovação, e no cenário do mercado imobiliário não é diferente. Deve-se compreender que o acesso rápido a informação traz a tona clientes mais preparados para realizar uma negociação, com isso, deve-se surpreender os clientes, mostrar o bem em negociação das mais diferentes formas, fazendo com que as ferramentas utilizadas possam auxiliar na escolha do fornecedor. Há ferramentas que podem ser utilizadas para demonstração de imóveis4, “Com criatividade é possível criar novidades nos mais diversos segmentos de atuação”. No Google Glass foi desenvolvido um aplicativo exclusivo para a ocasião que se apoiava na realidade aumentada para demonstrar o empreendimento de forma inovadora. Ou o tour virtual é o nome dado a uma forma diferente de apresentar um imóvel. Esse tipo de divulgação consiste em uma imagem 360º que mais parece um vídeo. A sua produção é feita a partir de uma câmera acoplada no centro de um apartamento decorado, as imagens captadas são agrupadas em uma plataforma e proporciona a sensação de que o indivíduo está dentro do apartamento, pois é possível conhecer diversos cômodos e seus detalhes pela tela do computador ou do smartphone. E ainda podemos utilizar os drones, uma das grandes apostas para o mercado imobiliário é o uso deste equipamento, o mesmo apresenta inúmeras funcionalidades para a área. Na hora de construir um empreendimento o mini- helicóptero com câmeras de alta definição acopladas permitirá mais facilidade na medição do terreno. Já na venda é possível fornecer ao cliente uma experiência diferente, é a chance de sair do mesmo, além de produzir imagens com ótima 4 Como citado no site www.vivareal.com.br. http://www.vivareal.com.br/ 20 definição para divulgação, o que reflete diretamente na atratividade e na conversão de um anúncio em um site, por exemplo. Ainda sobre inovação no mercado imobiliário, a publicitária Ana Gisele Costa Coradelo5, mostra sete ferramentas inovadoras no mercado imobiliário, estas estão sendo incorporadas por corretores, imobiliárias, construtoras e outras empresas do setor para atrair novos clientes. Estas ferramentas são: Realidade Aumenta: A realidade aumentada é definida geralmente como a sobreposição de objetos virtuais em 3D, produzidos por computador, com um ambiente real através de algum dispositivo tecnológico – que pode ser uma webcam, por exemplo. A utilização deste recurso pela Rossi permitiu que o empreendimento fosse visto mesmo antes da construção do mesmo. Este case rendeu ao Brasil o título de maior projeto de realidade aumentada do mundo, sendo registrado no Guiness Book. QR Code em Placas Imobiliárias: O QR CODE nada mais é do que um código de barras bi-dimensional, que pode ser impresso nas placas imobiliárias e lido por câmeras digitais (como as de celulares e smartphones, por exemplo). Basta baixar o aplicativo6 e posicionar a câmera para que o celular acesse a versão mobile do site e tenha acesso a mais informações sobre o imóvel que está à venda, sem a necessidade de digitar o endereço do mesmo. Versão Mobile Site: De acordo com a pesquisa realizada pela Marco Consultoria, o Brasil é o país que lidera a venda de smartphones – celulares que disponibilizam sistema operacional – na América Latina. Entre as formas de utilização do celular e outros dispositivos móveis para atrair clientes, destaca-se a utilização da versão mobile do site. Trata-se de uma versão otimizada do site para navegação em celulares, smartphones e IPhones, onde as pessoas terão acesso na palma da mão às informações sobre os imóveis – como fotos, valores, localização, entre outros. Entre as empresas que apresentam esta solução está a villevox, que oferece o ville Imobiliárias, disponibilizando aos corretores e imobiliárias um sistema completo com site, web sistema e versão mobile do site. Atendente Virtual: A atendente virtual é outra forma de atrair futuros compradores aos stands de vendas. Trata-se de um sistema que utiliza a tecnologia Vikuiti que pode ser utilizada em telas de projeção especiais ou mesmo no filme (que 5 Site www.villeimobiliarias.com.br. 6 Disponível no site http://reader.kaywa.com. http://www.villeimobiliarias.com.br/ http://reader.kaywa.com/ 21 é auto-adesivo) em diversos formatos e tamanhos. No Brasil a atendente virtual foi utilizada no stand da Silco Engenharia e Cygnus Imóveis no Park Shopping em Brasília, o que chamou a atenção de todos os que passavam pelo local. Gerador de Anúncios Imobiliários: Sistema inovador de geração de anúncios Imobiliários, onde são oferecidos diversos layouts pré-prontos, bastando escolher o modelo desejado e inserir as informações necessárias de textos e imagens. O anúncio é criado e estará pronto para impressão no formato A4, para ser disponibilizado na vitrine da sua imobiliária ou escritório, sem a necessidade de perder tempo tentando criar anúncios no Word ou Corel. São disponibilizados diversos modelos de layout na versão gratuita do sistema. O Tour Virtual 360°: É uma ferramenta bastante atrativa principalmente para o segmento imobiliário. Ele permite que o usuário percorra por todo o local em um único ambiente interativo, de forma simples e eficaz. O visitante consegue navegar por toda a extensão do lugar, da esquerda para a direita, de cima para baixo, ou vice-versa, e não apenas visualizar algo pré-definido como um vídeo ou fotografia. É possível ainda visualizar durante o “passeio” a planta baixa ou o mapa com a localização do imóvel pela integração com Google Maps. Redes Sociais: A febre das redes sociais está atraindo a atenção de empresas que desejam aproximar-se de seus consumidores e clientes em potencial. O setor imobiliário também está utilizando estas ferramentas e os resultados já estão aparecendo. Como exemplo é possível citar o case da Tecnisa, que realizou uma campanha voltada para o público das redes sociais (Twitter, Facebook e LinkedIn) e concretizou a primeira venda de imóvel utilizando o Twitter como primeiro meio de contato do cliente com a empresa. Inovar hoje no mercado pode ser definitivo na conquista dos clientes, muito válido as ferramentas de inovação no mercado imobiliária, com criatividade as negociações ficam mais atrativas. As ideias para atrair o público, faz com que se sintam em seu imóvel, criando nele uma necessidade de ter aquele bem. 2.3 ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS Junto com a crescente urbanização do Brasil vem à tendência de morar em condomínios, sejam horizontais ou verticais, tornando assim complexoa 22 administração dos mesmos, cada vez mais se contrata empresas terceirizadas para aperfeiçoar este serviço. Conforme portal de ideias do SEBRAE (2014): A terceirização desses serviços passou a ser uma realidade para minimizar a quantidade de problemas de ordem legal, contábil e fiscal, o que exige maior profissionalização e melhoria na qualidade dos serviços prestados à comunidade. Afinal, para uma parcela importante da população, o imóvel se constitui no patrimônio de maior valor. E tudo o que o condomínio fizer terá reflexo, direta ou indiretamente, na valorização ou não deste patrimônio. A principal atividade de uma administradora de condomínios é auxiliar o síndico no exercício das atividades cotidianas do edifício, orientando-o sobre os aspectos legais e dando-lhe suporte ás atividades administrativas, tais como: contabilização de receitas e despesas, elaboração de folha de pagamento e realização dos pagamentos, emissão de boletos de pagamento das cotas condominiais, prestação de contas mensal, organização e agendamento de assembleias, etc. O síndico pode ser pessoa, física ou jurídica, moradora ou não do condomínio, a quem cabe representar o condomínio no que respeita aos direitos e deveres deste último. Então compete ao síndico determinar ou não providências, assumindo eventuais riscos, a administradora não deve tomar decisões, somente alertar ao representante legal do condomínio para que o faça. As principais competências de um síndico são citadas por Norbim (2010, p. 4) são: - exercer a administração interna do prédio, referente à vigilância, moralidade e segurança; - representar o condomínio em juízo ou fora dele, defendendo os interesses comuns; - selecionar, admitir e demitir funcionários fixando-lhes os salários de acordo com a verba do orçamento do ano, respeitando o piso salarial da categoria; - prestar conta na assembleia; - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor, e cobrar as multas devidas; - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; 23 - escolher empresas prestadoras de serviços ou terceiros para execução das obras que interessam ao edifício, desde que aprovadas por assembleia; - convocar assembleia geral ordinária e extraordinária; - realizar o seguro obrigatório da edificação; - praticar os atos que lhe atribui à legislação, convenção, e o regimento interno; - dar imediato conhecimento á assembleia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio. Os condomínios são locais onde pessoas compartilham áreas em comum, conforme Daphnis Citti de Lauro7, especialista em direito imobiliário, que: O condomínio é uma comunhão de interesses dos proprietários, sem personalidade jurídica, que possuem unidades privativas e participação percentual nas áreas comuns, de acordo com o tamanho de suas unidades. Assim, não há que se falar em contrato social nem em estatutos, e sim em convenção condominial. Os imóveis novos que são muitas vezes já vendidos na planta, a escolha pela administradora de condomínios já é feita pela empresa construtora, Schwartz (2011, p. 38) alerta que “somente após a venda legal de no mínimo dois terços das unidades autônomas é que os novos coproprietários, também chamados de condôminos, poderão alterar a convenção inicial”. O conjunto de condôminos forma um grupo que possui necessidades e desejos, e estes devem ser considerados e analisados em conjunto nas assembleias. Conforme Schwartz (2011, p. 27) “é importante que todos os condôminos: Saibam os motivos que os levaram a fazer parte deste grupo e ainda que tenham consciência de que são como peças que integram um todo, com muitos direitos e obrigações”. Não é obrigatório em lei que um condomínio contrate uma administradora de condomínios. Porem, a administração de um condomínio requer conhecimento em várias áreas. Para que um condomínio mantenha suas contas em dia, pague seus funcionários, seus fornecedores e prestadores de serviço. 7 Site www.sindiconet.com.br. http://www.sindiconet.com.br/ 24 O site Jornal Razão cita as principais vantagens de se contratar uma administradora de condomínios, trazendo algumas questões que são gerenciadas pelas contratadas: - gerenciar questões administrativas; - elaborar regulamento interno relacionados a conduta e comportamento dos moradores; - representar o condomínio nos órgãos públicos; - emitir boletos bancários para cobrança da taxa condominial; - selecionar e treinar funcionários; - realizar cobrança dos inadimplentes; - apresentar as declarações de DIRF para Secretaria da Receita Federal; - apresentar as declarações de CAGED e RAIS para o Ministério Público; - fazer orçamento e dar assessoria na contratação de prestadores de serviço. O gerenciamento de condomínios não é tarefa fácil, são muitos itens de manutenção a serem observadas, atividades operacionais, gestão de funcionários, administração e ainda contabilidade, além da preocupação do bem estar e do bom relacionamento com os condôminos. De acordo com o SEBRAE (2014), uma empresa de administração de condomínios pode se dedicar à administração de condomínios residenciais, comerciais ou industriais. Serviços envolvidos: - administração; - contabilidade; - assessoria jurídica; - auditoria; - consultoria administrativa e financeira; - consultoria tributária, fiscal, trabalhista e contábil; - gestão de conflitos. Serviços específicos: - constituição do condomínio – assembleias, atas, registros, etc; - elaboração de previsão orçamentária; - cobrança de valores mensais dos condôminos – fixos e extras; - emissão de boletos de cobrança para pagamento na rede bancária; 25 - manutenção de cadastros dos condôminos; - demonstrativo de receitas e despesas de cada unidade do condomínio; - administração de pessoal - funcionários e prestadores de serviços; - assessoria para manutenção, reformas e serviços em geral; - controle de vencimento de seguros e renovações de apólices; - elaboração de relatórios de inadimplentes; - representação do condomínio perante órgãos da administração pública e outras instituições; - elaboração da contabilidade do condomínio; - pagamentos e recebimentos diversos; - organização de assembleias – editais e assessoria geral; - emissão de relatórios fiscais, contábeis e de pessoal; - assessoria legal para a manutenção da ordem; - guarda e atualização dos documentos do condomínio; - outros serviços, de acordo com a necessidade dos clientes. Mensalmente é necessário prever gastos de todas as unidades residenciais ou comerciais. É comum, o alto índice de inadimplência, o que requer um trabalho de acompanhamento, caso contrário, as dívidas e a inadimplência vão aumentando. As desavenças entre os condôminos ocorrem com mais frequência e em consequência, as obras e reparos necessários não serão executadas, assim a pode ocorrer a desvalorização do patrimônio. Conforme Paulo Henrique Pereira Bom comenta em seu artigo no site Jus Navigandi8: O síndico precisa conhecer e entender qual o percentual regular de inadimplência e qual é a mora do edifício, que também é fator variante da cota condominial. É considerada mora o mero atraso no pagamento da cota condominial e quando não se acumula com outro mês, pois devendo mais que um mês passa a ser inadimplência. Tanto a mora como a inadimplência traz dificuldades ao condomínio, pois embora a inadimplência seja mais nefasta às contas do condomínio, trazendo-lhe prejuízo, a mora também é fator que faz aumentar o valor da cota condominial, já que o condomínio deve arrecadar mais que o que seria necessário para poder ter dinheiro para arcar com suas contas até que o condômino em mora pague sua cota. Mensalmente o síndico deve apresentar um balanço das contas do condomíniodo mês anterior, todas as despesas devem ter documentos 8 Site http://jus.com.br/artigos/18656/afinal-o-que-faz-uma-administradora-de-condominios. http://jus.com.br/artigos/18656/afinal-o-que-faz-uma-administradora-de-condominios 26 comprobatórios e devem ser apresentadas aos condôminos para que assim fique claro para todos os valores da taxa cobrada naquele mês. A taxa cobrada é denominada “contribuição condominal” ou “quota condominal”, esta parcela pode ser arrecadada de formas distintas, conforme Norbim (2010, p. 59) as formas são: - por previsão: ocorre quando o pagamento da contribuição condominal é antecipado, sendo calculada em função de uma previsão de gastos, para um determinado período; - por rateio: ocorre quando o pagamento da contribuição condominal é apurado após o levantamento ou realização de todos os gastos de um determinado período e deve ser aprovado em assembleia; - por quota extra: É um pagamento complementar para cobrir uma receita insuficiente ou gasto imprevisto num determinado período. Deve ser informado no demonstrativo de despesas o motivo da quota extra, para que se possa determinar o devido pagamento pelo proprietário ou inquilino. As decisões sobre o condomínio são tomadas nas assembleias de condomínios. Estas assembleias são encontros de moradores que possuem decisões a serem tomadas em conjunto, e são de extrema importância para que possam estabelecer objetivos, e para que os moradores se sintam parte de um grupo, já que a opinião de todos deve ser considerada. Na visão de Schwartz (2011, p. 28) “há técnicas para atingir os objetivos traçados, uma das mais importantes técnicas são as assembleias”. A Administradora deve contar com parcerias contábil, financeira, jurídica e de engenharia, pois necessitará de serviços especializados nessas áreas para agregar em suas atividades. 2.4 EMPREENDEDORISMO Antigamente um mito era acreditar que o empreendedorismo fosse hereditário, que o empreendedor nascia com um diferencial, e seu destino era ser uma pessoa de sucesso, pessoas sem estes benefícios eram desmotivadas a se tornarem empreendedoras. Hoje não se acredita mais neste mito, acredita-se que o empreendedorismo pode ser estudado e aprimorado por qualquer pessoa, e que o sucesso é consequência de um conjunto de fatores internos e externos, da capacidade e do perfil do empreendedor. Na visão de Dornelas (2008, p. 28): 27 Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. Dornelas (2008, p. 29) também destaca que: Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de geração de algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas tomadas; é preciso ousadia e ânimo apesar de falhas e erros. Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 29): O empreendedorismo é considerado como um processo dinâmico de criar mais riquezas, estas riquezas são criadas por indivíduos no qual assumem riscos em termos de patrimônio, tempo ou que proveem valor para algum produto ou serviço, este produto ou serviço pode não ser o único, mas o valor dele deve de algum modo ser infundido pelo empreendedor ao receber e localizar as habilidades, como também os recursos necessários. Para Dolabela (2008) pode-se relacionar diversas atividades do empreendedorismo, são elas: - a disseminação da cultura empreendedora no sistema de ensino formal em todos os níveis; - a disseminação da cultura empreendedora e o apoio à ação empreendedora entre grupos sociais, tais como desempregados, minorias, alijados do processo econômico; - o empreendedorismo comunitário, em que a sociedade desfavorecida se articula para enfrentar a adversidade; - geração do auto-emprego e a criação de empresas; - a identificação, criação e a busca de oportunidades para empresas existentes e novas; - o financiamento de organizações emergentes e daquelas ameaçadas de desaparecimento; - o intra-empreendedorismo ou estudo do papel do empreendedorismo dentro das organizações; - a promoção do desenvolvimento econômico e social; 28 - a concepção e adoção de políticas públicas de apoio e suporte à criação de empresas, abrangendo práticas econômicas, legais, tributárias, de financiamento, dentre outras; e - o estabelecimento de redes de relacionamento com universidades e com todas as forças sociais. 2.5 EMPREENDEDOR Atualmente há mais profissionais buscando abrir seu próprio negócio, em destaque estão os jovens, que estão estudando para criar o próprio emprego. Num passado não muito distante, ser empreendedor era destino de quem não tinha opção de carreira, hoje também se empreende por oportunidade, onde uma pessoa criativa pode gerar uma necessidade que antes não era percebida. De acordo com Cunha (1997, p. 27): Nos negócios, o empreendedor usa a criatividade como uma de suas principais armas. Cria novos produtos, novos métodos de produção, desbrava novos mercados. O empreendedor é uma personalidade criativa que está sempre buscando novas formas de satisfazer os clientes e, muitas vezes, criando novas necessidades. Onde podemos encontrar uma pessoa empreendedora? No pensamento de Dolabela (2008, p. 23): Se trata de um fenômeno local, ou seja, existem cidades, regiões, países mais – ou menos – empreendedores do que outros. O perfil do empreendedor (fatores de comportamento e atitudes que contribuem para o sucesso) pode variar de um lugar para outro. Há dois tipos de empreendedores: por oportunidade e outro por necessidade. Por oportunidade entende-se que seja o empreendedor que analisa o mercado e encontra nele uma chance de abrir um negócio que satisfaça as necessidades da população, ou até mesmo cria uma necessidade que antes não era percebida. Já o empreendedor por necessidade, é o que precisa suprir uma necessidade pessoal, sem planejar abre um negócio e acaba arriscando-se em ter sucesso ou não. 29 Uma pessoa decidir ser empreendedora não exatamente quer dizer que ela sempre sonhou com isso, mas dependendo da sua personalidade em conjunto com alguns fatores fazem com que o negócio aconteça. Na verdade, essa decisão ocorre devido a fatores externos, ambientais e sociais, a aptidões pessoais ou a um somatório de todos esses fatores, que são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa. O processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio (DORNELAS, 2008, p. 28). Em virtude das contribuições de estudiosos de diferentes áreas do conhecimento, há muitas definições do termo empreendedor, alguns conceitos são: “Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões” (FILION, 1991 apud DOLABELA, 2008). “O empreendedor é uma pessoa capaz de transformar um sonho, um problema ou uma oportunidade em negócio em uma empresa viável” (FORTIN, 1992 apud DOLABELA, 2008). “O empreendedor é alguém capaz de identificar, agarrar e aproveitar uma oportunidade, buscando e gerenciando recursos para transformar a oportunidade em negócio de sucesso” (TIMMONS, 1994 apud DOLABELA, 2008). A visão do empreendedor é a forma como ele percebe que será o futuro no que diz respeito à área de negócios em que esta atuando; envolve sua expectativa de como as pessoas vão se comportar e aceitar ou rejeitar determinadas ofertas de produtos e serviços (SALIM et al., 2005, p. 43). Com base nos conceitos dos autores, pode-se dizer que um empreendedor dever ser excelente identificador de oportunidades, também é necessário ser ousado para assumir riscoscalculados, tomar decisões críticas e ter persistência para não desistir diante das dificuldades, buscando alternativas, criativas e inovadoras. 2.6 PLANEJAMENTO Parte dos empreendedores que estão surgindo são formados por pessoas que trocam o conforto e a segurança da carteira assinada pelo sonho de ter seu próprio negócio. Já outros, resolvem sair direto da faculdade para concretizar um 30 projeto de realização profissional próprio. Mas como abrir um negócio próprio que seja rentável e que não vá à falência em pouco espaço de tempo? Inicialmente, deve-se fazer a seguinte pergunta: Em qual ponto você se situa? Quais são as suas características pessoais? Que tipo de empreendedor você é? Qual é a sua necessidade de realização? Qual é a sua disposição para assumir riscos? Qual é o seu grau de autoconfiança? O autoconhecimento é fundamental para você ter um referencial próprio. Deve ser o seu ponto de partida antes da escolha de seu novo empreendimento. Um bom negócio é aquele que tem o seu feitio pessoal, a sua cara, o seu jeito. O negócio deve ajustar-se a você como se fosse feito sob medida. Mas você tem de conhecer suas medidas para saber se o negócio lhe cabe. Caso contrário, você se colocará em um papel totalmente inadequado, que em nada combina com suas características pessoais. O novo negócio tem de ter o seu DNA (CHIAVENATO, 2007, p. 27). O planejamento é importante para tudo o que se deseja fazer, tanto coisas pessoais como profissionais, quando se anseia adquirir algo, muito válido é um planejamento escrito, pois há um foco, algo que fica gravado na memória da pessoa. Para abrir uma empresa é necessário um planejamento formal, onde são analisados diversos pontos que podem influenciar depois que a empresa estiver atuando. “Não basta apenas sonhar, deve-se transformar o sonho em ações concretas, reais, mensuráveis. Para isso, existe uma simples, mas para muitos tediosa, técnica de transformar sonhos em realidade: o planejamento” (DORNELAS, 2012, p. 96). “O planejamento pode ser compreendido como uma ação administrativa visando prever o futuro ambiente e os desafios que uma organização deverá enfrentar, definindo as decisões cruciais para direcionamento dos negócios” (COBRA, 1991, p. 23). Oliveira (1996, p. 43) considera que “são três os tipos de planejamento, estratégico, tático e operacional; que podem ser relacionados conforme os níveis de decisão numa pirâmide organizacional”. 31 Figura 1: Níveis de decisão e os tipos de planejamento Fonte: Oliveira (1996, p. 43). Os três tipos de planejamento, conforme Oliveira (1996, p. 46) conceitua: Planejamento estratégico: é processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente. Planejamento tático: tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a da empresa como um todo, portanto trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico. Planejamento operacional: pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação têm-se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais. Planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático. E cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes: - os recursos necessários para o seu desenvolvimento e implantação; - os procedimentos básicos a serem adotados; - os produtos ou resultados finais esperados; - os prazos estabelecidos; e - os responsáveis pela sua execução e implantação. 32 2.7 PLANO DE NEGÓCIOS O plano de negócios está, cada vez mais, se tornando uma ferramenta de grande utilidade, visando o sucesso do empreendimento. O plano de negócios é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que transmite segurança, para quem quer iniciar uma empresa com maiores condições de êxito ou mesmo ampliar ou promover inovações em seu negócio. Conforme Jian (apud DORNELAS, 2005, p. 107), o plano de negócios pode ser: Plano de Negócios Completo: é utilizado quando se pleiteia uma grande quantidade de dinheiro, ou se necessita apresentar uma visão completa empreendedorismo. Pode variar de 15 a 40 páginas mais materiais anexos. Plano de Negócios Resumido: é utilizado quando se necessita apresentar algumas informações resumidas a um investidor, por exemplo, com o objetivo de chamar sua atenção para que ele lhe requisite um Plano de Negócios Completo. Devem mostrar os objetivos macros do empreendimento, investimentos, mercado, e retorno sobre o investimento e deverá focar as informações específicas requisitadas. Geralmente varia de 10 a 15 páginas. Plano de Negócios Operacional: é muito importante para ser utilizado internamente na empresa pelos diretores, gerentes e funcionários. É excelente para alinhar os esforços internos em direção aos objetivos estratégicos da organização. Seu tamanho pode ser variável e depende das necessidades específicas de cada empreendimento em termos de divulgação junto aos associados e colaboradores. No entendimento Dornelas (2005, p. 98): O plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócio que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente. Já no entendimento de Filion (1991 apud DOLABELA, 2008) “o Plano de Negócio é, antes de tudo, o processo de validação de uma ideia, que o empreendedor realiza através do planejamento detalhado da empresa”. Salim et al. (2005, p. 32) comentam que: O que o empreendedor faz é transformar uma oportunidade em um negócio. O meio que é usado para explicitar essa transformação é o Plano de negócios e a forma como se materializa o aproveitamento da oportunidade é a empresa que será criada ou usada para operar, produzir ou desenvolver o novo produto. 33 O plano de negócios envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e ainda, permite ao empreendedor ou administrador situar-se em seu ambiente de negócio. O plano de negócios tem como objetivo prever, programar, e coordenar uma sequência lógica de eventos que, se bem conduzidos, deverão simular as condições desejadas e estabelecer previamente os cursos de ação necessários á constituição do novo negócio e os meios adequados para atingi-los. Além disso, permite analisar a viabilidade e os riscos do novo negócio, através do cálculo de alguns indicadores financeiros que são identificados a partir dos dados concebidos no próprio plano (CUNHA, 1997, p. 27). Na visão de Dolabela (2008, p. 77) “Plano de negócio é uma linhagem para descrever de forma completa o que é ou o que pretende ser uma empresa.” Em síntese, um plano de negócio é: - uma forma de pensar sobre o futuro do negócio: para onde ir, como ir mais rapidamente, o que fazer durante o caminho de forma a diminuir incertezas e riscos; - descrever um negócio: o motivo da existência da oportunidade de negócio, como o empreendedor pretende agarrá-la, como irá buscar e gerenciar os recursos para aproveitá-la; - é mais um processo do que um produto. É dinâmico, vivo e deve ser sempre atualizado. A estrutura de Plano de Negócios que Salim et al. (2005, p. 40) apresentam é a seguinte: - sumário executivo; - resumo da empresa; - produtos e serviços; - análise de mercado; - estratégia do negócio; - organização e gerência do negócio; - planejamento financeiro. Já a estrutura de Dolabela (2008, p. 166) é montada sobre quatro itens: - parte I: sumário executivo; - parte II: a empresa; - parteIII: plano de marketing; 34 - parte IV: plano financeiro. Por outro lado Kuhn e Dama (2009, p. 64) trás a seguinte estrutura de Plano de Negócios: 1 ANÁLISE DE MERCADO 1.1 Análise do Setor 1.2 Segmento de Mercado 1.3 Mercado Consumidor 1.4 Mercado Concorrente 2 SERVIÇOS 2.1 Serviços 2.2 Plano Operacional 3 A EMPRESA 3.1 Estrutura legal e Planejamento estratégico 3.2 Equipe Gerencial e Estrutura de Pessoal 3.2.1 Necessidade de Pessoal 3.4 Tamanho e Layout 3.5 Localização 4 PLANO DE MARKETING 4.1 Posicionamento 4.2 Preços 4.3 Praça 4.4 Propaganda e Promoção 5 PLANO FINANCEIRO 5.1 Investimento 5.2 Financiamento 5.3 Custos 5.4 Receitas 5.5 Resultado 5.5.1 DRE 5.5.2 Fluxo de caixa 6 AVALIAÇÃO FINANCEIRA 6.1 Lucratividade 6.2 Rentabilidade 6.3 Payback 35 6.4 Ponto de equilíbrio 6.5 Valor Atual Liquido 6.6 Taxa Interna de Retorno 2.7.1 Análise de Mercado O objetivo de uma análise de mercado é possibilitar ao empreendedor a avaliação de seus potenciais fornecedores e concorrentes, além de dimensionar o mercado, identificando novas tendências, avaliando o desempenho de seus produtos e serviços. Kuhn e Dama (2009, p. 42) comentam: O estudo do mercado compreende a estimativa do mercado atual e futuro do produto a ser produzido e/ou comercializado, bem como o dimensionamento da oferta e demanda. Deve contemplar também a estrutura de comercialização, as condições de competição e a análise dos fatores que justificam a existência do mercado para o projeto. Mercado é o conjunto de compradores desejosos de adquirir o produto. Já Dornelas (2005, p. 142) afirma que a análise de mercado é considerada por muitos como: Uma das mais importantes seções do plano de negócios, e também a mais difícil de fazer, pois toda a estratégia de negócio depende de como a empresa abordará seu mercado consumidor, sempre procurando se diferenciar da concorrência, agregando maior valor aos seus produtos/serviços, com o intuito de conquistar seus clientes continuamente. É importante que a empresa conheça muito bem o mercado onde atua ou pretende atuar, pois só assim conseguirá uma estratégia de marketing vencedora. A análise de mercado também permite identificar a quantidade ou volume que o mercado é capaz de absorver e a que preços seus produtos ou serviços poderão ser comercializados. Com isso, ainda conseguimos definir qual é a melhor estratégia de marketing para a empresa. 36 2.7.2 Serviços Um dos objetivos dos serviços é satisfazer a necessidade de uma pessoa, ou ainda trazer benefícios para a mesma. Também pode ser algo que seja satisfatório ao ponto que a pessoa prefira que seja feito por terceiros ou que não consiga realizar por si própria, necessitando então de terceiros. A empresa que presta serviços de acordo com Salim et al. (2005, p. 7) “é uma empresa cujo objetivo de comercialização é um serviço prestado ao cliente, tal como contabilidade, aconselhamento jurídico, conserto de algum equipamento, desenvolvimento de um software, consultoria técnica, etc.”. Na visão de Kotler (1992, p. 539) “um serviço é qualquer ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não tem como resultado a propriedade de algo. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto físico”. Os serviços são intangíveis, sendo que é produzido ao mesmo tempo em que é consumido, não podendo ser armazenado. Este tipo de ato é avaliado de acordo com a satisfação ou não de quem o recebe. 2.7.3 A Empresa Segundo Kuhn e Dama (2009), nesta seção será realizada uma breve descrição do empreendimento, incluindo a sua equipe gerencial, juntamente com a necessidade de pessoal, estrutura legal, tamanho, localização, infraestrutura e parcerias ou sociedades. Cabe também descrever a estratégia empresarial, sumarizada pela descrição da missão, da visão, dos objetivos estratégicos e estratégias empresariais como um todo. Segundo Dornelas (2005) esta é uma seção na qual se apresenta um breve resumo da organização da empresa, sua historia, e seu status atual. Devem ser enfatizadas as características únicas do negocio e dizer como prover um beneficio ao cliente. Deve se dar uma ideia do que se espera conseguir em três a cinco anos. É uma parte descritiva do plano de negócios, o qual deve ser feito com muito cuidado para evitar excessos ou faltas. 37 2.7.3.1 A Análise Externa e Interna da Empresa No processo de análise interna e externa, apresentam-se os seguintes pontos fortes, fracos, as ameaças e as oportunidades. Onde os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da empresa, enquanto as oportunidades e ameaças compõem sua análise externa. Os pontos fortes e fracos representam as variáveis controláveis, enquanto as oportunidades e as ameaças representam as variáveis não controláveis. Sendo que o problema maior são as variáveis sobre as quais não se tem controle. 2.7.3.2 Análise SWOT A análise SWOT é uma ferramenta de gestão muito utilizada por empresas privadas como parte do planejamento estratégico dos negócios. O termo SWOT vem do inglês e representa as iniciais das palavras Streghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Para Wright, Kroll e Parnell (2000 p. 103), “a Análise SWOT tem por finalidade coletar os pontos fracos e fortes de uma empresa com as ameaças e oportunidade oferecidas pelo ambiente”. Como o próprio nome já diz a ideia central da análise SWOT é avaliar os pontos fortes, os pontos fracos, as oportunidades e as ameaças da organização e do mercado onde ela está atuando. Quadro 1: Matriz SWOT Fonte: Oliveira (2001). VANTAGENS: as vantagens da técnica de SWOT estão em definir estratégias para manter pontos fortes, reduzir a intensidade de pontos fracos aproveitando as oportunidades e protegendo-se de ameaças. Tendo desta forma possibilidade de adotar estratégias eficazes, traçando objetivos adequados á sobrevivência da empresa. 38 DESVANTAGENS: SWOT faz avaliação momentânea ou estática, não adaptando a dinâmica sequencial dos fatos. A desvantagem está na habilidade de desenvolver competências distintas mal definidas desfavorecendo a organização na criação e o estabelecimento de vantagens competitivas. 2.7.3.3 Ambiente Interno A análise do ambiente interno tem como objetivo evidenciar as deficiências e qualidades da empresa que esta sendo analisada, sendo elencados os pontos fortes e fracos da mesma. Com isso conseguimos verificar o que a empresa precisa melhorar e o que a diferencia de seus concorrentes, como ponto forte. Segundo Oliveira (1996, p. 69): A análise dos pontos fortes, fracos e neutros deve envolver, também, a preparação de um estudo dos principais concorrentes na relação produto mercado, para facilitar o estabelecimento de ações da empresa no mercado, onde que podemos definir como ponto neutro uma variável identificada pela empresa, mas que, momento, não existe critérios e parâmetros de avaliação para sua classificação como ponto forte ou fraco. Uma coisa é perceber que o ambiente externo está mudando, outra, é ter competência para adaptar-se a estas mudanças (aproveitando as oportunidades e enfrentando as ameaças). Da mesma maneira que ocorre em relação ao ambiente externo, o ambiente interno deve ser monitorado permanentemente. De acordo com Oliveira (1996, p. 69), alguns dos fatores a serem considerados na análise interna são: Produtos de linha; novos produtos; promoção; comercialização; sistema de informações; estrutura organizacional; tecnologia; suprimentos; parque industrial; recursos humanos; estilo de administração; resultados empresariais; recursos financeiros/finanças; controle; e imagem institucional. Os pontos elencados devem ser comparados com os de outras empresas
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