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Compreensão e Interpretação de Textos

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LÍNGUA PORTUGUESA 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
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2 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................... 03 
2. DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL ............................................................................ 07 
3. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL .................................................. 27 
4. MORFOLOGIA ............................................................................................................... 44 
5. DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO ................................... 47 
6. DISCURSO DIRETO E INDIRETO .................................................................................... 57 
7. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ......................................................................... 59 
8. REGÊNCIA ...................................................................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
3 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
COMPREENSÃO E 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
 DEFINIÇÃO DE TEXTO 
A palavra texto, sem sombra de dúvida, é familiar a qualquer pessoa e aparece 
frequentemente no linguajar cotidiano, mas o texto não é simplesmente um aglomerado de frases. 
 
De acordo com Infante (2007, p. 90), 
“A palavra texto provém do latim textum, que significa ‘tecido, entrelaçamento’. Há, 
portanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos que o texto resulta de uma 
ação de tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de formar um todo inter-relacionado. 
Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que 
garantem sua coesão, sua unidade.” 
 
É importante ressaltar que todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de 
escala mais ampla, como observam Fiorin e Savioli (2007, p. 13): 
“Nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da individualidade de quem o 
produziu. De uma forma ou outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma 
posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na 
sociedade. Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, 
tem sempre uma intenção por trás”. 
 
Portanto, num texto, o significado de uma parte depende de sua relação com as outras partes, 
tornando-se uma estrutura construída de tal modo que as frases não têm significado autônomo, pois 
o seu sentido depende da correlação que elas possuem com as demais frases. 
 
Não podemos esquecer que existem textos verbais e não verbais, consistindo aqueles dos 
textos escritos ou orais, e estes dos textos visuais, constituídos por ícones e/ou símbolos. 
 
 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS 
VARIADOS 
Interpretar um texto consiste em analisar o que está escrito, ou seja, coletar dados sobre o 
texto. Para interpretar um texto devemos abstrair tanto as ideias explícitas quanto as implícitas nele 
contidas. Como afirmado anteriormente, não existe texto desprovido de contexto e de várias 
implicações, que podem ser políticas, filosóficas, sociológicas, acadêmicas, entre outras. 
 
Bechara (2006) lista a forma como devemos analisar um texto: 
• Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para 
observar como o texto está articulado; desenvolvido. 
• Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma 
conclusão, ou, ainda, uma falsa oposição. 
• Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). 
LÍNGUA PORTUGUESA 
4 
 
 
 
 
 
4 
• Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do 
que foi pedido. 
• Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no 
momento de responder a questão. 
• Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida 
neles. 
• Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 
• Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a 
introdução e/ou a conclusão. 
• Se o enunciado mencionar argumentação, deve-se preocupar com o desenvolvimento. 
• Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: 
pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.) 
 
Três erros comuns na interpretação de textos, e que podem levar a uma escolha errada no 
momento da interpretação, são a extrapolação, redução e contradição. 
 
Bechara (2006) define esses erros capitais na análise de um texto da seguinte forma: 
Extrapolação: consiste em “fugir do texto”. Ocorre quando se interpreta o que não está 
escrito, não se atendo ao que está relatado. 
Redução: Consiste em valorizar uma parte do texto em detrimento da sua totalidade. 
Deixa-se de considerar o texto como um todo para ater-se somente a uma parte dele. 
Contradição: Consiste em se entender o contrário do que está escrito. 
 
Observe que as provas de concurso estão cada dia mais complexas na interpretação, assim, 
para se obter um bom resultado, não basta somente interpretar o texto, mas sim demonstrar o 
conhecimento do candidato a respeito do assunto, levando em consideração as atualidades, pois 
todos os textos de concursos são, de algum modo, ligados às atualidades. O texto é o ponto de 
partida, mas deve-se avaliar o contexto e a atualidade. 
 
 VAMOS EXEMPLIFICAR POR MEIO DE UMA QUESTÃO DE PROVA: 
1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois 
níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. 
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que 
classificar por extremos não reflete a complexidade de classes 
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um 
7 dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas 
preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo 
das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do 
10 imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora 
dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do 
ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade 
13 capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora 
pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por 
diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua 
16 capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos, 
maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
5 
 
 
 
 
 
5 
O imaginário, acionado pela imaginação individual, é 
19 pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a 
história museológica. Mesmo que possamos pensar que 
estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica, 
22 porquanto símbolos e estereótipos são olhados e 
ressignificados em determinado instante social. 
 
Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São 
Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações). 
 
COM BASE NA ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS E NOS ASPECTOS GRAMATICAIS DO TEXTO, 
JULGUE OS ITENS QUE SE SEGUEM. 
Questão de prova: Subentende-se da argumentação do texto que “os picos” (l. 6) 
correspondem aos mais salientes indicadores de classes — a privilegiada e a não privilegiada —, 
referidos no texto também como “extremos” (l. 5) e “polos” (l. 7). 
 
Comentário: Antes de passarmos à análise da questão propriamente dita, é importante 
ressaltar que o texto em questão é um bom exemplo da necessidade de o candidato possuir uma boa 
“bagagem de leitura” da atualidade, de tal forma que possa interpretar o texto no contexto em que 
está inserido. Essa observação aplica-se à interpretação de textos em geral, como ressaltamos 
anteriormente. Com relação à questão em análise, embora o texto afirme que classificar por 
extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira,os “picos” referidos na linha 
6 são os “extremos” das classes sociais, os quais funcionam como “polos” (l. 7) opostos: a classe 
privilegiada e a não privilegiada. A alternativa, portanto, está 
CERTA. 
 
 
 VEJA MAIS UM EXEMPLO DE QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: 
A vida humana como valor jurídico 
1 Vivemos sob a égide de uma Constituição que 
orienta o Estado no sentido da dignidade da pessoa humana, 
tendo como normas a promoção do bem comum, a garantia 
4 da integridade física e moral do cidadão e a proteção 
incondicional do direito à vida. Essa proteção é de tal forma 
solene que o atentado a essa integridade eleva-se à condição 
7 de ato de lesa-humanidade: um atentado contra todos os 
homens. 
Afirma-se que a Constituição do Brasil protege a 
10 vida e que tudo aquilo que soa diferente é contrário ao 
Direito e por isso não pode realizar-se. Todavia, dizer que a 
vida depende da proteção da Carta Maior é superfetação 
13 porque a vida está acima das normas e compõe todos os 
artigos, parágrafos, incisos e alíneas de todas as 
constituintes. 
16 A cada dia que passa, a consciência atual, 
despertada e aturdida pela insensibilidade e pela indiferença 
do mundo tecnicista, começa a se reencontrar com a mais 
19 lógica de suas normas: a tutela da vida. Essa consciência de 
que a vida humana necessita de uma imperiosa proteção vai 
LÍNGUA PORTUGUESA 
6 
 
 
 
 
 
6 
criando uma série de regras que se ajustam mais e mais com 
22 cada agressão sofrida, não apenas no sentido de se criar 
dispositivos legais, mas como maneira de estabelecer formas 
mais fraternas de convivência. Este, sim, seria o melhor 
25 caminho. 
Tudo isso vai sedimentando a idéia de que a vida de 
todo ser humano é ornada de especial dignidade, o que deve 
28 ser colocado de forma clara em defesa da proteção das 
necessidades e da sobrevivência de cada um. Esses direitos 
fundamentais e irrecusáveis da pessoa humana devem ser 
31 definidos por um conjunto de normas que possibilitem que 
cada um tenha condições de desenvolver suas aptidões e suas 
possibilidades. 
 
CONSIDERANDO AS IDEIAS E A ESTRUTURA DO TEXTO ACIMA, JULGUE OS ITENS DE 1 A 5. 
1. O texto defende que a sociedade brasileira, apesar de vítima da violência do contexto 
tecnológico atual, tem por valor superafetado a proteção do direito à vida, garantido 
constitucionalmente. 
2. Entre os pilares que sustentam a Carta Magna brasileira — a dignidade da pessoa, o respeito 
ao cidadão, a garantia da sua integridade, o fortalecimento do bem comum e o resguardo do direito 
à vida —, sobreleva-se este último, pela qualidade de incondicional. 
3. É redundante afirmar que a Constituição do Brasil dá especial ênfase à defesa à existência 
no país, uma vez que a vida sobreleva-se a constituições sociais e está pressuposta em vários 
dispositivos legais. 
4. O texto argumenta que é universal e incontestável a consciência de que urge o 
estabelecimento de formas mais fraternas de convivência no mundo atual. 
5. O texto estrutura-se de forma dissertativa, com léxico predominantemente denotativo, 
apesar de haver palavras empregadas em sentido conotativo, a exemplo de “soa” (l.10) e “ornada” 
(l.27). 
 
Comentário: Conforme temos observado nas últimas provas, a prova de conhecimentos 
básicos apresenta questões de ordem linguística e de interpretação utilizando um mesmo texto 
como base. Embora se trate de uma prova do ano de 2004, é interessante observar as mudanças 
ocorridas e o grau de dificuldade cada vez maior constante nas provas de concursos. 
Vamos analisar somente o item 3, para exemplificar, pois é uma típica questão de 
interpretação de texto, que necessita uma reflexão sobre o texto como um todo, levando-se também 
em consideração os aspectos externos a ele (atualidades). A Constituição brasileira visa, acima de 
tudo, garantir proteção incondicional ao direito à vida ou à existência, e pode-se considerar 
redundante (superafetação – l. 12) tal afirmação. A vida sobreleva-se (está acima – linha 13) a 
constituições sociais (normas – l. 13), porém ela não está pressuposta em vários dispositivos legais (a 
parte do enunciado legal em que se prevê o efeito de sua incidência), mas sim compõe todos os 
artigos, parágrafos, incisos e alíneas de todas as constituintes (referente à constituição ou que tem a 
missão de elaborar a constituição). Dessa forma, o item está ERRADO. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
7 
 
 
 
 
 
7 
 DICAS PARA UMA BOA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: 
a) tenha uma boa noção de História e dos fatos ocorridos nos últimos anos (atualidades); 
b) tenha concentração na leitura do texto; 
c) o texto é a fonte primária e principal; se ele contrariar as atualidades, siga o texto; 
d) tenha em mente que todo entendimento de texto é, de alguma forma, limitado, pois 
ninguém domina todas as áreas do conhecimento; 
e) preste atenção a todos os detalhes. Muitas vezes, uma única palavra constante na questão 
pode fazer a diferença entre ela ser considerada certa ou errada em relação ao conteúdo do texto. 
 
 
 
 
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL 
 
 
 
Ortografia (do grego ortho = correto; grafia = escrita) é a parte da gramática que trata da 
escrita correta das palavras, segundo os padrões da língua culta. Na Língua Portuguesa, alguns 
fatores dificultam essa escrita. Os dois principais itens que acarretam essa dificuldade relacionam-se, 
primeiro, à possibilidade de alguns fonemas admitirem grafias diferentes e, segundo, à etimologia, 
isto é, à origem das palavras. Ainda há a incorreção gráfica provocada pela pronúncia errada. 
 
A ortografia oficial da Língua Portuguesa é composta dos sistemas ortográficos fonético, 
etimológico e misto, como podemos verificar no quadro: 
 
FONÉTICO ETIMOLÓGICO MISTO 
Consiste na exata e fiel figuração dos 
sons, escrevendo as palavras tal e qual 
se pronunciam. 
Representa as palavras de acordo 
com a grafia de origem, 
reproduzindo todas as letras do 
étimo. 
Resultante da fusão dos dois 
primeiros. 
Exemplos: cristo, pressentir, inalar, 
escrever 
Exemplos: hoje, humano, hilário 
Exemplos: esgoto, igreja, 
sete, tratar 
 
Embora listemos a seguir algumas dicas práticas referentes à ortografia oficial da Língua 
Portuguesa, a melhor forma de se aprender a correta grafia de um vocábulo é a retenção da sua 
imagem, o que ocorre por meio da leitura e da escrita. 
 
Não podemos esquecer que, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico, o alfabeto da língua 
portuguesa passou a ter oficialmente 26 letras, com a inclusão das letras k, w e y. 
 
 EMPREGO DAS LETRAS 
a) Uso do C ou Ç 
Usa-se C ou Ç nos seguintes casos: 
LÍNGUA PORTUGUESA 
8 
 
 
 
 
 
8 
 
• após um ditongo: afeição, coice, foice, eleição. 
• nomes derivados do verbo TER: abster – abstenção / deter – detenção / reter – retenção. 
• nomes relacionados com palavras cujo radical termina em T: executar – execução / marte 
– marciano / infrator – infração. 
• nos vocábulos de origem árabe: cetim / açucena / açúcar. 
• nos vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juçara, cachaça, cacique. 
• nos sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu: barcaça, ricaço, aguçar, 
empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço. 
 
b) Uso do G 
Usa-se a letra G nos seguintes casos: 
• nas terminações AGEM, IGEM, UGEM, EGE e OGE: garagem, vertigem, ferrugem, bege, 
foge. 
• nas terminações ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: sufrágio, sortilégio, vestígio, relógio, 
refúgio. 
• nos verbos terminados em GER e GIR: eleger, dirigir. 
• depois da letra R (com poucas exceções): emergir, surgir. 
• depois da letra A, quando não seja radical terminado com J: ágil, agente. 
 
c) Uso do J 
Usa-se a letra J nos seguintes casos: 
• nas palavras derivadas de outras palavras terminadas em JA: franja, gorjeta, laranjeira, 
lojista. 
• antes do ditongo EI, com algumas exceções: jeito, sujeito, sujeira. Algumas exceções: 
bagageiro, estrangeiro, ligeiro,mensageiro, passageiro. 
• todas as formas dos verbos terminados em JAR: arranjar – arranjei / enferrujar - 
enferrujei / viajar – viajei. 
• nas palavras de origem latina: jeito, majestade, hoje. 
• nas palavras de origem árabe, africana ou exótica: alforje, jiboia, manjerona. Atenção: a 
palavra SERGIPE é uma exceção. 
• nas palavras terminadas com AJE: laje, ultraje. 
 
d) Uso do S 
Usa-se S nos seguintes casos: 
• nos sufixos ês, esa, esia e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos 
nobiliárquicos: freguês, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. 
• nos sufixos gregos ase, ese, ise e ose: catequese, morfose. 
• nas formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quis, quiseste. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
9 
 
 
 
 
 
9 
• nos nomes derivados de verbos com radicais terminados em d: aludir – alusão / decidir – 
decisão / empreender – empresa / difundir – difusão. 
• nos diminutivos cujos radicais terminam com s: Luís – Luisinho / Rosa – Rosinha / lápis – 
lapisinho. 
• após ditongos: coisa, pausa, pouso. 
• em verbos derivados de nomes cujo radical termine com s: análise – analisar / pesquisa – 
pesquisar. 
• nos grupos IST e UST: misto, justo, custo. 
• verbos cujos radicais terminam em D, ND, RG, RT, CORR, PEL e SET: aludir – alusão / 
repreender – repreensão / imergir – imersão / reverter – reversão / recorrer – recurso / 
impelir – impulso / consentir – consenso. 
• adjetivos terminados em OSO e OSA: bondoso, generoso, piedoso, maravilhosa, gostosa. 
 
e) Uso do SS 
Usa-se SS nos seguintes casos: 
• verbos cujos radicais terminem em GRED, CED, MET e PRIM: progredir – progresso / 
interceder – intercessão / prometer – promessa / reprimir – repressão. 
• quando o prefixo termina com vogal e se junta com palavra iniciada por s: a + simétrico – 
assimétrico / re + surgir – ressurgir. 
• no pretérito perfeito do subjuntivo: ficasse, falasse. 
 
f) Uso do X 
Usa-se a letra X nos seguintes casos: 
• depois de ditongo, de EM, BRU, ME e PU: queixa, deixa, enxada, enxoval, bruxa, mexer, 
puxar. Observação: a palavra capucho é exceção. 
Atenção: Se a palavra primitiva se escrever com CH, este é mantido: encher (vem da 
palavra cheio), encharcar (vem da palavra charco), enchumaçar (vem da palavra chumaço). 
• nas palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, muxoxo, xucro. 
• nas palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (j): xampu, lagartixa. 
 
g) Uso do Z 
Usa-se a letra Z: 
• nos sufixos EZ e EZA em substantivos abstratos derivados de adjetivos: rapidez, sensatez, 
esperteza, pobreza. 
• no sufixo IZAR, quando a palavra primitiva não se escreve com S: atual – atualizar / 
concreto – concretizar / ironia – ironizar. 
• como consoante de ligação se o radical não terminar com S: café + al – cafezal / pé + 
zinho – pezinho. 
 
 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 
LÍNGUA PORTUGUESA 
10 
 
 
 
 
 
10 
• semântica é o estudo da significação das palavras. 
 
• Significante e significado 
Significante é a parte física da palavra (os fonemas e as letras). 
 
Significado é o sentido da palavra que provoca na mente do ouvinte ou do leitor uma imagem 
ou uma ideia. 
 
• Sinônimos e antônimos 
Sinônimos são palavras que têm um sentido geral comum, porém distinguem por 
particularidades e se empregam em situações diferentes. 
Ex.: Adversário – antagonista / Transformação – metamorfose 
 
Antônimos são palavras de significação oposta. 
Ex.: Riqueza – pobreza / Bom – mau 
 
• Homônimos e parônimos 
Homônimos são palavras diferentes no sentido, mas que têm a mesma pronúncia. Dividem-se 
em homônimos perfeitos e homônimos imperfeitos. 
 
• Homônimos perfeitos são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e na 
pronúncia. 
Ex.: Homem são. (adj.) / São João. (subst.) / São várias as causas. (verbo) 
 
• Homônimos imperfeitos, que se dividem em: 
 
Homônimos homógrafos, quando têm a mesma escrita e a mesma pronúncia, exceto a 
abertura da vogal. 
Ex.: Almoço (substantivo) / Almoço (verbo) 
 
Homônimos homófonos, quando têm a mesma pronúncia, mas escrita diferente. 
Ex.: Cessão / Seção / Sessão 
 
• Denotação e conotação 
• Denotação é o emprego da palavra em seu sentido próprio (usada quando se quiser dar 
caráter técnico ou científico ao texto). 
 
• Conotação é o uso da palavra em sentido figurado, dando ao texto várias interpretações 
(esse recurso é muito utilizado em textos literários). Exemplos: 
Construí um muro de pedra. (denotação) 
Ela possui um coração de pedra. (conotação) 
 
 PARTICULARIDADES GRAMATICAIS 
LÍNGUA PORTUGUESA 
11 
 
 
 
 
 
11 
A seguir apresentamos algumas das palavras da Língua Portuguesa que apresentam 
dificuldade quanto ao seu emprego no que se refere à grafia correta. 
 
 A GRAFIA DOS PORQUÊS 
 PORQUÊ 
• Substantivo 
Ex.: Não sei o porquê de tanta alegria. 
 
 POR QUE 
• usado em perguntas diretas. 
Ex.: E tu, por que resolveste aderir à greve? 
 
• usado em perguntas indiretas. 
Ex.: Não entendemos por que (motivo) os bancos não abrirão hoje. 
 
• quando puder ser substituído por “pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais, por qual, 
por quais”. 
Ex.: São profundas as crises por que passamos. 
 
 POR QUÊ 
• em fim de frase. 
Ex.: Não recorreram ao advogado, por quê? 
 
 PORQUE 
• introduz explicação, indicação de causa. 
Ex.: Todos foram embora porque já estava tarde. 
 
 EXERCÍCIOS: 
1. Observe as seguintes propostas de reformulação da frase “Por que uma melodia romântica 
pode disparar sensações tão agradáveis?” 
I – Perguntamo-nos sobre o porquê de uma melodia romântica poder provocar sensações tão 
agradáveis. 
II – Perguntamo-nos porque uma canção romântica pode desferir sensações tão agradáveis. 
III – Perguntamo-nos por que motivo uma música romântica pode suscitar sensações tão 
agradáveis? 
 
Quais mantêm o sentido e a correção? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e III. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
12 
 
 
 
 
 
12 
e) Apenas II e III. 
 
2. Observe as frases. 
I – Não foste à palestra _____ o assunto não interessava? 
II – Eis _____ nós fomos aprovados. 
III – A reportagem revela _____ os hospitais são tão caros. 
IV – São inimagináveis as dificuldades _____ passamos. 
 
Completa correta e respectivamente as frases acima a opção 
a) por que – porque – porque – por que. 
b) por que – por que – por que – porque. 
c) porque – por que – por que – por que. 
d) porque – porque – porque – por que. 
e) por que – por que – por que – por que. 
 
Gabarito: 1)a 2)a 
 
 MAL E MAU 
• mal é antônimo de bem. Pode ser advérbio, substantivo, ou conjunção temporal. 
Ex.: Ele estava passando mal. (advérbio) 
 O bem sempre vence o mal. (substantivo) 
 Mal cheguei, ela saiu. (conjunção temporal) 
 
• mau é antônimo de bom. É adjetivo. 
Ex.: Ele é um mau aluno. 
 
 ONDE E AONDE 
• onde: indica lugar (o lugar onde se está); refere-se a verbos que exprimem estados, 
permanência. 
Ex.: Onde fica o hospital mais próximo? 
 
• aonde: indica ideia de movimento. Equivale a para onde. 
Ex.: Aonde você vai com tanta pressa? 
 
 SENÃO E SE NÃO 
• senão: equivale a caso contrário, a não ser, em orações adverbiais condicionais. 
Ex.: Não fazia nada, senão criticar. 
 
• se não: equivale a se por acaso não, em orações adverbiais condicionais. 
Ex.: Se não estudarmos muito, não seremos aprovados no concurso. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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13 
 TAMPOUCO E TÃO POUCO 
• tampouco: é um advérbio; equivale a também não. 
Ex.: Não foi trabalhar, tampouco apresentou justificativa. 
 
• tão pouco: é um advérbio de intensidade. 
Ex.: Estudei tão pouco esta semana. 
 
 TRÁS, ATRÁS E TRAZ 
• trás e atrás: são advérbios de lugar. 
Ex.: Atrás daquela colina há um pequeno vilarejo. 
 
• traz: do verbo trazer. 
Ex.: Ele sempre traz presentes quando vem nos visitar. 
 
 HÁ E A 
• há: do verbo haver. Utiliza-se no tempo passado. Para saber se o seu emprego está correto,substitua-o pelo verbo fazer. 
Ex.: Há (faz) cinco anos que não o vejo. 
 
• A: Usa-se para exprimir distância ou tempo futuro. 
Ex.: Daqui a três anos estarei formado. 
 Minha escola fica a quinhentos metros de casa. 
 
 MAS E MAIS 
• mas: é uma conjunção coordenativa adversativa. Equivale a contudo, porém, todavia. 
Ex.: Consegui ser aprovado na escola, mas minhas notas ficaram pouco acima da média. 
 
• mais: é um pronome ou advérbio de intensidade. Seu antônimo é menos. 
Ex.: Ele era o aluno mais dedicado da turma. 
 
 USO DO HÍFEN 
Observe no quadro as regras vigentes para a utilização do hífen: 
 
PREFIXOS OU 
FALSOS 
PREFIXOS 
REGRAS EXEMPLOS OBSERVAÇÕES 
Vogais iguais Usa-se o hífen 
quando o prefixo e 
o segundo 
elemento juntam-
se com a mesma 
anti-ibérico, auto-organização, 
contra-almirante, infra-axilar, 
micro-ondas, neo-ortodoxo, 
sobre-elevação, anti-
Mas os prefixos co, pro, pre, re se 
juntam ao segundo elemento, 
ainda que este inicie pelas vogais o 
ou e: coocupar, coorganizar, 
coautor, coirmão, cooperar, 
LÍNGUA PORTUGUESA 
14 
 
 
 
 
 
14 
vogal. inflamatório. preenchimento, preexistir, 
preestabelecer, proeminente, 
propor reeducação, reeleição, 
reescrita. 
Vogais 
diferentes 
Não se usa o hífen 
quando os 
elementos se unem 
com vogais 
diferentes. 
autoescola, autoajuda, 
autoafirmação, semiaberto, 
semiárido, semiobscuridade, 
contraordem, contraindicação, 
extraoficial, 
neoexpressionista, intraocular, 
semiaberto, semiárido. 
 
Consoantes 
iguais 
Usa-se o hífen se a 
consoante do final 
do prefixo for igual 
à do início do 
segundo elemento. 
inter-racial, super-revista, 
hiper-raquítico, sub-
brigadeiro. 
 
Se o segundo 
elemento 
começa com s, 
r. 
Não há hífen 
quando o segundo 
elemento começa 
com s ou r; nesse 
caso, duplicam-se 
as consoantes. 
antirreligioso, minissaia, 
ultrassecreto, ultrassom. 
Porém, conforme a regra anterior, 
com prefixos hiper, inter, super, 
deve-se manter o hífen: hiper-
realista, inter-racial, super-
racional, super-resistente. 
 
 
Se o segundo 
elemento 
começa com h, 
m, n, ou com 
vogais. 
Usa-se o hífen: se o 
primeiro elemento, 
terminado em m 
ou n, unir-se com 
as vogais ou 
consoantes h, m ou 
n. 
circum-murado, circum-
navegação, pan-hispânico, 
pan-africano, pan-americano. 
 
Ex, sota, soto, 
vice 
Usa-se hífen com 
os prefixos: ex, 
sota, soto, vice. 
ex-almirante, ex-presidente, 
sota-piloto, soto-pôr, vice-
almirante, vice-rei. 
Escreva, porém, sobrepor. 
Pré, pós, pró Usa-se hífen com 
os prefixos pré, 
pós, pró (tônicos e 
acentuados com 
autonomia). 
pré-escolar, pré-nupcial, pós-
graduação, pós-tônico, pós-
cirúrgico, pró-reitor, pós-
auricular. 
Se os prefixos não forem 
autônomos, não haverá hífen: 
predeterminado, pressupor, 
pospor, proativo, propor. 
O prefixo 
termina em 
vogal ou r e b e 
o segundo 
elemento se 
inicia com h. 
Usa-se o hífen 
quando o prefixo 
termina em r, b ou 
vogais e o segundo 
elemento começa 
com h. 
anti-herói, inter-hemisférico, 
sub-humano, anti-
hemorrágico, bio-histórico, 
super-homem, giga-hertz, poli-
hidratação, geo-história. 
As grafias consagradas serão 
mantidas: reidratar, desumano, 
inábil, reabituar, reabilitar, reaver. 
Se houver perda do som da vogal 
final, prefere-se não usar hífen e 
eliminar o h: cloridrato 
(cloro+hidrato), clorídrico 
(cloro+hídrico). 
Sufixos de 
origem tupi 
Usa-se o hífen com 
sufixo de origem 
tupi, quando a 
pronúncia exige 
Anajá-mirim, Ceará-mirim, 
capim-açu, andá-açu, amoré-
guaçu. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
15 
 
 
 
 
 
15 
 EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
São considerados acentos: 
(´) → agudo 
(^) → circunflexo 
(`) → grave 
 
Os acentos agudo e circunflexo servem para indicar a sílaba tônica (mais forte) dos vocábulos, 
a abertura ou não da vogal, a flexão de número (singular/plural) do verbo e a diferença entre 
palavras homônimas (que têm a mesma pronúncia e/ou a mesma grafia). O acento grave serve para 
indicar a fusão entre duas vogais (crase). 
 
Quanto à posição da sílaba tônica, veja a tabela a seguir: 
 
PROPAROXÍTONA PAROXÍTONA OXÍTONA 
pú bli co 
tran qui lo 
ca ri jó 
 
A tabela abaixo apresenta as regras para acentuação das palavras, já de acordo com a nova 
ortografia. As colunas em negrito indicam as regras que foram alteradas. 
 
TIPO DE PALAVRA OU 
SÍLABA 
QUANDO 
ACENTUAR 
EXEMPLOS OBSERVAÇÕES 
Proparoxítonas Sempre 
sílaba, pássaro, 
vítima, 
romântico. 
 
Paroxítonas 
Se terminadas 
em: R, X, N, L, I, 
IS, UM, UNS, US, 
PS, Ã, ÃS, ÃO, 
ÃOS; ditongo 
oral, seguido ou 
não de S. 
álbum, árduos, 
automóvel, 
bênção, bíceps, 
cárie, fácil, 
fênix, látex, 
órfãs, órfãos, 
pólen, 
revólver. 
Observe: 1) Palavras terminadas em 
ENS não levam acento: hifens, polens. 
2) Não usa-se acento nos prefixos 
paroxítonos que terminam em R nem 
nos que terminam em I: inter-helênico, 
super-homem, anti-herói, semi-
internato. 
Oxítonas 
Se terminadas 
em: A, AS, E, ES, 
O, OS, EM, ENS. 
avô, avós, 
igarapé, 
parabéns, 
refém, vatapá. 
Observe: palavras terminadas em I, IS, 
U, US não levam acento: tatu, 
Morumbi, abacaxi. 
Monossílabos tônicos 
(são oxítonas também) 
Terminados em 
A, AS, E, ES, 
O,OS. 
mês, pás, pé, 
mês, pó, pôs, 
vá. 
Atente para os acentos nos verbos com 
formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, 
etc. 
 
 
 
 
Í e Ú em palavras Í e Ú levam saída, saúde, Atenção: Segundo o novo acordo 
LÍNGUA PORTUGUESA 
16 
 
 
 
 
 
16 
oxítonas e paroxítonas acento se 
estiverem 
sozinhos na 
sílaba (hiato) 
miúdo, aí, 
Araújo, Esaú, 
Luís, Itaú, baús, 
Piauí 
ortográfico, nas paroxítonas o i e u não 
serão mais acentuados se vierem 
depois de um ditongo: baiuca, 
bocaiuva, feiura. Porém, se, nas 
oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u 
estiverem no final, haverá acento: 
tuiuiú, Piauí, teiú. 
Ditongos abertos em 
palavras oxítonas 
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) 
papéis, herói, 
heróis, troféu, 
céu, mói 
(moer) 
 
Verbos ter e vir, bem 
como seus derivados. 
Na terceira 
pessoa do plural 
do presente do 
indicativo 
eles têm, eles 
vêm 
 
Derivados de ter e vir 
Na terceira 
pessoa do 
singular leva 
acento agudo; 
na terceira 
pessoa do plural 
do presente 
levam 
circunflexo 
ele obtém, 
detém, 
mantém; eles 
obtêm, detêm, 
mantêm 
 
Í e Ú em palavras 
oxítonas e paroxítonas 
Í e Ú levam 
acento se 
estiverem 
sozinhos na 
sílaba (hiato) 
saída, saúde, 
miúdo, aí, 
Araújo, Esaú, 
Luís, Itaú, baús, 
Piauí 
1. Se o i e u forem seguidos de s, a 
regra se mantém: balaústre, egoísmo, 
baús, jacuís. 2. Não se acentuam i e u 
se depois vier 'nh': rainha, tainha, 
moinho. 3. Esta regra é nova: nas 
paroxítonas, o i e u não serão mais 
acentuados se vierem depois de um 
ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, 
saiinha (saia pequena), cheiinho 
(cheio). 4. Mas, se, nas oxítonas, 
mesmo com ditongo, o i e u estiverem 
no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, 
teiú. 
Ditongos abertos em 
palavras paroxítonas 
NUNCA 
ideia, colmeia, 
boia 
Esta regra desapareceu (para palavras 
paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, 
colmeia, celuloide, boia. Observe: há 
casos em que a palavra se enquadrará 
em outra regra de acentuação. Por 
exemplo: contêiner, Méier, destróier 
serão acentuados porque terminam em 
R. 
Verbos arguir e 
redarguir (agora sem 
trema) 
arguir e 
redarguir 
usavam acento 
agudo em 
algumas pessoas 
do indicativo, do 
subjuntivo e do 
imperativo 
afirmativo. 
 
Esta regra desapareceu. Os verbos 
arguir e redarguir perderam o acento 
agudo em várias formas (rizotônicas): 
eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não 
acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas 
não acentue. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
17 
 
 
 
 
 
17 
Verbos terminados em 
guar, quar e quir 
aguar enxaguar, 
averiguar, 
apaziguar, 
delinquir, 
obliquar usavam 
acento agudo 
em algumas 
pessoas do 
indicativo, do 
subjuntivo e do 
imperativo 
afirmativo.Esta regra sofreu alteração. Observe: 
Quando o verbo admitir duas 
pronúncias diferentes, usando a ou i 
tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu 
águo, eles águam e enxáguam a roupa 
(a tônico); eu delínquo, eles delínquem 
(í tônico). Se a tônica, na pronúncia, 
cair sobre o u, ele não será acentuado: 
Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não 
acentue) o caso. 
ôo, êe NUNCA vôo, zôo 
Esta regra desapareceu. Agora se 
escreve: zoo, perdôo, veem, magoo, 
voo. 
Acento diferencial 
Em alguns 
verbos. 
 
Esta regra desapareceu, exceto para os 
verbos: PODER (diferença entre 
passado e presente. Ele não pôde ir 
ontem, mas pode ir hoje. PÔR 
(diferença com a preposição por): 
Vamos por um caminho novo, então 
vamos pôr casacos; TER e VIR e seus 
compostos (ver acima). Observe: 1) 
Perdem o acento as palavras 
compostas com o verbo PARAR: Para-
raios, para-choque. 2) FÔRMA (de 
bolo): O acento será opcional; se 
possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a 
forma para pudim, cuja forma de 
pagamento é parcelada. 
 
 
 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE 
O artigo definido feminino quando vem precedido da preposição a, funde-se com ela, e tal 
fusão é representada na escrita por um acento grave sobre a vogal (à): 
Vou a + a escola = Vou à escola. 
 
A troca de escola por um substantivo masculino equivalente comprova a existência de 
preposição e artigo: Vou ao (a + o) colégio. 
 
Regras básicas para o uso da crase: 
1. É condição essencial que o acento grave venha antes de palavra feminina. 
2. É necessário que a palavra dependa de outra que exija a preposição a. 
3. É necessário que a palavra admita o artigo feminino (sentido particularizado). 
 
Usa-se crase também nos seguintes casos: 
1. Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo e derivados. 
Ex.: 
- Cheguei àquela (a + aquela) cidade. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
18 
 
 
 
 
 
18 
- Por favor, encaminhe-se àquele (a + aquele) balcão. 
- Referiu-se àqueles (a + aqueles) livros. 
- Não deu importância àquilo (a + aquilo). 
 
2. Nas indicações de horas, desde que determinadas. Atenção: zero e meia incluem-se na 
regra. 
Ex.: 
- Veio às 10 horas. 
- Chegou à meia-noite em ponto. 
- A greve iniciará à zero hora. 
 
3. Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas: às pressas, à risca, às vezes, à noite, à 
direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura de, à mercê de, à custa de, à 
medida que, à proporção que, à forma de, à espera de, etc. 
Ex.: 
- À direita ficava a biblioteca. 
- Saiu às pressas. 
- Estava à espera do pai. 
- O bife foi servido à moda da casa. 
 
4. Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a tradição linguística 
o exija: à bala, à chave, à mão, à tinta, à venda, à vista, à toa, à espera, etc. Com relação a essa regra, 
há divergências entre os estudiosos da língua, porém, prefira o uso do acento grave. 
Atenção: Neste caso não se pode usar a regra prática de substituir a por ao. 
Ex.: 
- Morto à bala. 
- Escrito à mão. 
- Pagamento à vista. 
- Andava à toa. 
 
5. Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser substituídos por ao ou 
aos. 
Ex.: 
- Esta é a mulher à qual você se referiu. (Equivalente: este é o homem ao qual você se 
referiu.) 
- Mencionou as pesquisas às quais nos dedicamos. (Equivalente: mencionou os trabalhamos 
aos quais nos dedicamos.) 
 
Não se usa crase nos seguintes casos: 
1. Palavras masculinas: TV a cabo, barco a remo, traje a rigor. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
19 
 
 
 
 
 
19 
Exceção: Existe a crase quando se pode subentender uma palavra feminina, especialmente 
moda e maneira, ou qualquer outra que determine um nome de empresa ou coisa. 
Ex.: 
- Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). 
- Estilo à José de Alencar (à maneira de). 
- Refiro-me à UFRGS (universidade). 
- Vou à Verbo Jurídico (editora) 
 
2. Nome de cidade: Chegou a Brasília. Iremos a Florença este ano. 
Exceção: Há crase quando se atribui uma qualidade à cidade: Chegou à Brasília da corrupção. 
Iremos à Florença das belas artes. 
 
3. Verbo: Rapidamente aprendeu a ler. Começou a estudar. Disposto a colaborar. 
 
4. Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a ponta. 
 
5. Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a 
essa mulher. 
 
6. Outros pronomes que não admitem artigo, como: ninguém, alguém, toda, cada, tudo, você, 
alguma, qual, etc. 
 
7. Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa Senhoria... 
/ Pediram a Vossa Majestade... 
 
8. Uma: Foi a uma festa. 
Exceções: Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no caso em que uma designa hora (Chegará 
à uma hora). 
 
9. Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a reclamações. / Em 
respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a falecimento, e não ao 
falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas. 
 
Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra feminina, 
não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. / Igreja reage a (uma) 
ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas a (uma) 
agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema 
de refrigeração. / Partido se rende a (uma) política de alianças. 
 
Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de vítima de roubo leva à 
punição (ao castigo) dos ladrões. / Funcionário admite ter cedido à pressão (ao desejo) do chefe. 
 
10. Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a dentadas. / 
Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
20 
 
 
 
 
 
20 
11. Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Anita Garibaldi. / Preferia Julia Roberts a 
Sandra Bullock. 
 
12. Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Carmem . / Já se acostumou a madame Isabel. 
Exceção: Há crase se o dona ou o madame estiverem particularizados: Referia-se à Dona Flor 
dos dois maridos. 
 
13. Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos chegou a cinco. / 
Nasceu a 2 de junho. / Fez uma visita a três empresas. 
 
14. Distância, desde que não determinada: Ele ficou a distância. / O trem estava a distância. 
 
Quando se define a distância, existe crase: O trem estava à distância de 300 metros da 
estação. / Ele ficou à distância de dez metros dos assaltantes. 
 
15. Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a terra. / O 
marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terra. / Esteve em terra.) 
Nos demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. / Os astronautas 
regressaram à Terra. 
 
16. Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo a casa. (Veio 
de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada, existe crase: Voltou à casa 
dos pais. / Faremos uma à Casa Branca. 
 
 VEJA ALGUMAS QUESTÕES DE CONCURSOS REFERENTES AO USO DA CRASE: 
 
(...) Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da 
ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma 
de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim 
por diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir 
imagens simbólicas e estereótipos, maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. 
(...) 
 
 
 
Questão de prova: Na linha 11, a ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” 
indica que foi empregada apenas a preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver emprego do 
artigo feminino. 
 
Comentário: A palavra “classes” é um substantivo feminino tomado em sentido genérico, 
portanto, não se deve empregar o artigo feminino.A preposição “a”, antes da palavra “classes” é 
exigida pelo verbo “dar”. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
21 
 
 
 
 
 
21 
(...) A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus 
produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos 
ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos 
perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. 
 
 
Questão de prova: No segmento “quanto as destruídas” (l.14-15), o emprego do acento grave 
é facultativo, visto que o termo “quanto” rege complemento com ou sem a preposição a. 
 
Comentário: No segmento “quanto as destruídas” não há crase porque o “as” é um pronome 
demonstrativo que indica a repetição da palavra vidas. A alternativa está ERRADA. 
 
 
 
Um guia para quem quer denunciar crimes contra a natureza 
1 Em parceria com a SOS Mata Atlântica, a maior 
entidade ambientalista do país, a revista Veja, em sua edição 
online, está oferecendo um roteiro para quem quer denunciar 
4 crimes contra a natureza. São endereços, telefones e páginas na 
Internet dos órgãos públicos ligados à preservação do meio 
ambiente, catalogados estado por estado. Trata-se da parte 
7 principal de um guia completo produzido pela SOS Mata 
Atlântica, que traz ainda explicações sobre a legislação 
ambiental e dados dos projetos realizados pela entidade. 
 
Veja online, maio/2003 (com adaptações) 
 
 
Questão de prova: Com base na estruturação sintática dos períodos do texto III, assinale a 
opção correta. 
Somente a alternativa D será analisada, por abordar o uso da crase: 
(item D) O sinal indicativo de crase empregado na linha 5 é dispensável, porque “meio 
ambiente” (l.5-6) é uma simples complementação do vocábulo antecedente. 
 
Comentário: O sinal indicativo de crase utilizado neste período não é dispensável. Observe: 
“ligados a” + “a preservação” = “ligados à preservação”. A alternativa está ERRADA. 
 
 
 EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 
Há certos recursos da linguagem ‒ pausa, melodia, entonação e, até mesmo, silêncio ‒ que só 
estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de 
pontuação. 
 
Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido 
de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade. 
 
Apesar de muitas vezes indicarem pausas, os sinais de pontuação têm, preponderantemente, 
uma justificativa sintática ou semântica. Os sinais de pontuação podem ser classificados em dois 
LÍNGUA PORTUGUESA 
22 
 
 
 
 
 
22 
grupos. Observe que esta distinção não é rigorosa, pois outras classificações podem ser utilizadas, já 
que os sinais de pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia. 
 
O primeiro grupo compreende, fundamentalmente, os sinais que se destinam a marcar as 
pausas: o ponto ( . ), o ponto e vírgula ( ; ) e a vírgula ( , ). 
 
O segundo grupo compreende os sinais cuja função essencial é marcar a melodia, a entoação: 
os dois-pontos ( : ), o ponto de interrogação ( ? ), o ponto de exclamação ( ! ), o travessão ( ‒ ), o 
parênteses ( ( ) ), entre outros. 
 
 USO DO PONTO 
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um 
período simples ou composto. 
- Desejo-lhe uma feliz viagem. 
- A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era 
conservado com primor. 
 
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. 
= habitante, rod. = rodovia. 
 
O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final. 
 
 USO DO PONTO E VÍRGULA 
Como o nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula, podendo 
aproximar-se mais daquele ou mais desta, dependendo dos valores pausais e melódicos que 
representa o texto. No primeiro caso, equivale a uma espécie de ponto reduzido; no segundo, 
equivale a uma vírgula alongada. 
 
Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para: 
a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam 
separação por vírgula: 
Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, 
tornou-se uma doidivanas. 
 
b) separar vários itens de uma enumeração: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas 
de ensino; 
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; 
 
 USO DA VÍRGULA 
LÍNGUA PORTUGUESA 
23 
 
 
 
 
 
23 
De todos os sinais de pontuação, a vírgula, normalmente, é o que apresenta maior grau de 
dificuldade na sua utilização correta. 
 
A vírgula marca uma pausa de pequena duração. Emprega-se não somente para separar 
elementos de uma oração, mas também orações de um só período. 
 
Emprega-se a vírgula nos seguintes casos: 
a) para separar os elementos mencionados numa relação: 
- A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e 
secretárias. 
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois 
banheiros. 
 
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula 
deve ser empregada: 
- Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, 
e roía as unhas. 
 
b) para isolar o vocativo: 
- Cristina, desligue já esse telefone! 
- Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete. 
 
c) para isolar o aposto: 
- Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador. 
- Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino. 
 
 
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, 
aliás, além disso, etc.): 
- Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos 
economizado durante anos. 
- Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá. 
 
e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: 
- Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. 
- Ontem à noite, fomos todos jantar fora. 
 
f) para isolar elementos repetidos: 
- O palácio, o palácio está destruído. 
- Estão todos cansados, cansados de dar dó! 
 
g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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- São Paulo, 22 de maio de 1995. 
- Roma, 13 de dezembro de 1995. 
 
h) para isolar os adjuntos adverbiais: 
- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. 
- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente. 
 
i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e: 
- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança. 
- Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. 
- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente. 
 
j) para indicar a elipse de um elemento da oração: 
- Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal. 
- Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente. 
 
k) para separar o paralelismo de provérbios: 
- Ladrão de tostão, ladrão de milhão. 
- Ouvir cantar o galo, sem saber onde. 
 
l) após a saudação em correspondência (social e comercial): 
- Com muito amor, 
- Respeitosamente, 
 
m) para isolar as orações adjetivas explicativas: 
- Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no trabalho. 
- Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos. 
 
n) para isolar orações intercaladas: 
- Não lhe posso garantir nada, respondi secamente. 
- O filme, disse ele, é fantástico. 
 
 USO DOS DOIS PONTOSOs dois pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível suspensão da voz na melodia de 
uma frase não concluída. Dessa forma, são empregados em: 
a) uma enumeração: 
... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí 
tornou atrás, ao próprio ato. Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os 
cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível... (Machado de Assis) 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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25 
b) uma citação: 
 Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: 
 - Afinal, o que houve? 
 
c) um esclarecimento: 
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas 
para magoar Lucila. 
 
Observe que os dois pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou 
observações. 
 
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: 
ratificar/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc. 
 
Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um 
por sua vez, isoladamente). 
 
Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: 
cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc. 
 
 
 USO DO PONTO DE INTERROGAÇÃO 
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não 
exija resposta: 
O criado pediu licença para entrar: 
- O senhor não precisa de mim? 
- Não obrigado. A que horas janta-se? 
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem. 
- Bem. 
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo? 
- Não. 
(José de Alencar) 
 
 USO DO PONTO DE EXCLAMAÇÃO 
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com 
entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc. 
- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito 
repousante, Jacinto! 
- Então janta, homem! 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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(Eça de Queiroz) 
 
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: 
Oh! Valha-me Deus! 
 
 VEJA ALGUMAS QUESTÕES DE CONCURSOS QUE ABORDAM O USO DA 
PONTUAÇÃO: 
(...) 
3 Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 
4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano 
5 como um contínuo devir de experiências individuais 
6 intransferíveis. (...) 
 
 
Questão de prova: Na linha 4, o sinal de dois-pontos tem a função de introduzir uma 
explicação para as orações anteriores; por isso, em seu lugar, poderia ser escrito porque, sem 
prejuízo para a correção gramatical do texto ou para sua coerência. 
 
Comentário: Efetivamente, os dois-pontos poderiam ser substituídos por “porque”, pois 
introduzem uma explicação para o que foi dito anteriormente: “Ao mesmo tempo, seres humanos, 
somos indivíduos porque vivemos nosso ser cotidiano como um contínuo devir de experiências 
individuais.” A alternativa está CERTA. 
 
 
 
1 A característica central da modernidade, não seria 
2 demais repetir, é a institucionalização do universalismo — e 
3 seu duplo, a igualdade — como princípio organizador da esfera 
4 pública. (...) 
 
 
Questão de prova: De acordo com as normas de pontuação, seria correto empregar, nas linhas 
2 e 3, vírgulas no lugar dos travessões; entretanto, nesse caso, a leitura e a compreensão do trecho 
poderiam ser prejudicadas, dada a existência da vírgula empregada após “duplo”, no interior do 
trecho destacado entre travessões. 
 
Comentário: Observe o período com a alteração feita, caso os travessões fossem substituídos 
por vírgula: “A característica central da modernidade, não seria demais repetir, é a 
institucionalização do universalismo, e seu duplo, a igualdade, como princípio organizador da esfera 
pública”. A alteração feita modifica o sentido da frase, dando a entender que a igualdade é o duplo 
da institucionalização do universalismo. Assim, a alternativa está CERTA. 
 
 
(...) 
11 Como tentativas de acompanhar essa velocidade 
12 vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 
13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a 
14 fluidez das relações interpessoais. (...) 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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27 
 
 
Questão de prova: A ausência de vírgula depois de “vertiginosa” (l.12) indica que a oração 
iniciada por “que marca” (l.12) restringe a ideia de “velocidade vertiginosa” (l.11-12). 
 
Comentário: As orações adjetivas restritivas delimitam o sentido do substantivo antecedente. 
São indispensáveis ao sentido total da oração. A oração iniciada por “que marca”, restringe o 
substantivo velocidade, que a antecede. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
1 A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de 
2 Aviação Civil (ANAC) aprovou, em setembro último, 
3 alterações no seu regimento interno com o objetivo de fazer 
4 frente aos novos desafios do setor de aviação civil, em razão de 
5 sua expansão e do considerável aumento do número de 
6 usuários do transporte aéreo no país nos últimos anos. (...) 
 
 
Questão de prova: O segmento “em setembro último” (l.2) está empregado entre vírgulas por 
constituir expressão adverbial intercalada entre termos da oração de que faz parte. 
 
Comentário: O segmento “em setembro” exerce efetivamente a função, nessa oração, de 
expressão adverbial, motivo pelo qual aparece entre vírgulas. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
 
 
DOMÍNIO DOS MECANISMOS 
DE COESÃO TEXTUAL 
 
 
De acordo com Antônio Suárez Abreu (2006, p. 13), 
“Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo 
encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que damos o 
nome de textualidade. O encadeamento semântico que produz a textualidade chama-
se coesão. Podemos definir a coesão, mais especificamente, dizendo que se trata de 
uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente em uma sentença 
A”. 
 
A coesão é a ligação entre as partes mínimas do texto, está inserida na microestrutura do 
texto. Esse elemento é fundamental tanto na interpretação quando na redação de textos. Um 
texto coeso é um texto no qual as ideias não se contradizem, e a sequência do desenvolvimento 
do tema abordado observa uma sequência lógica. 
 
Palavras como preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um 
sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto, garantindo unidade entre 
http://www.portuguesconcurso.com/2009/07/conjuncao-e-preposicao-concurso.html
http://www.portuguesconcurso.com/2009/06/oracao-coordenada-sindetica.html
http://www.portuguesconcurso.com/2009/07/pronomes-concurso.html
http://www.portuguesconcurso.com/2009/09/mecanismos-de-coesao-parte-i.html
LÍNGUA PORTUGUESA 
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as diversas partes que o compõem. Essa relação de elementos no texto recebe o nome de 
coesão textual. 
 
Com relação à análise de provas, coesão textual é a ligação entre as partes do texto, 
sempre levando em conta que um bom texto deve prezar pela coesão entre orações, períodos e, 
principalmente, parágrafos. 
 
 EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, 
REPETIÇÃO, CONECTORES E OUTROS ELEMENTOS DE 
SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL 
 REFERENCIAÇÃO 
Haliday e Hasan (1973) definem a referência como um movimento de recuperação de 
elementos, que estão tanto dentro quanto fora do texto. Para separar esses dois tipos de referência, 
os autores denominaram exóforas as referências situacionais e endóforas as textuais. Veja o 
esquema abaixo (adaptado de Fávero e Koch, 2002): 
 
 
 
 EXÓFORA 
Na exófora, a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o referente 
está fora da superfície textual. Acrescentamos aqui a noção de dêixis à referência situacional 
(exofórica). 
 
Podemos definir dêixis como a coesão em que um termo com significado se refere a outro 
também com significado. Assim, A dêixis designa o conjuntode palavras ou expressões (expressões 
dêiticas) que têm como função "apontar" para o contexto situacional (exófora) de uma dada 
interação. 
 
Segundo Melo, a raiz etimológica do vocábulo dêixis remete à noção de indicação. Dêixis 
significa, na tradição greco-latina, “apontar”, “indicar”, “demonstrar”; mas, na Linguística 
contemporânea, faz referência à função dos pronomes pessoais e demonstrativos, tempos verbais e 
outras categorias gramaticais que relacionam enunciados aos aspectos de tempo, espaço e pessoa na 
enunciação, isto é, dêixis é a localização e identificação de pessoas, objetos, eventos, processos e 
atividades sobre as quais falamos ou a que nos referimos no momento da interação verbal. 
 
Podemos tratar a dêixis como o modo mais óbvio de efetivação do elo entre a produção 
linguística dos falantes e os contextos situacionais em que tal produção ocorre. Ela permite marcar 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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no enunciado as circunstâncias de sua enunciação por meio de cinco categorias: lugar, pessoa, 
tempo, discurso e dinâmica social. 
 
Por exemplo, veja um bilhete no qual está escrita a seguinte frase: Eu quero que você vá hoje à 
minha escola. Observe que o termo “hoje” perde o sentido se não houver, no bilhete, uma data 
referencial de quando ele foi escrito. O pronome “eu” também deve estar explícito no contexto, caso 
contrário ninguém sabe a quem se refere. 
 
Veja mais um exemplo de dêixis: O que você quer que eu faça com uma cadeira assim? 
Certamente a cadeira está em péssimo estado e a palavra “assim” indica (= aponta) isso. 
 
Pronomes demonstrativos em função dêitica ou exofórica 
Veja alguns exemplos em que o uso dos pronomes demonstrativos se faz mediante a função 
dêitica (espcial), por quem fala no momento em que fala. Assim: 
a) Esta mesa está quebrada. (= Esta mesa [aqui perto de mim que falo, primeira pessoa do 
discurso] está quebrada.) 
 
b) Passe-me esse copo, por favor! (= Passe-me esse copo [que está aí perto de você a quem 
falo, segunda pessoa do discurso], por favor). 
 
c) Isso é seu? Refiro-me a esse belo relógio que está em seu pulso. 
 
d) Isto é meu! Estou falando deste relógio que está em meu pulso. 
 
 ENDÓFORA 
 A endófora é dividida em: anáfora e catáfora. 
 
 ANÁFORA 
Expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa. A anáfora, assim como a catáfora, 
remete sempre a algo que esteja dentro dos limites do texto. Observe: 
O garoto acordou sobressaltado. Ele não conseguia lembrar-se do que tinha acontecido. 
 
Nesse exemplo, o pronome “Ele” retoma uma expressão já citada anteriormente – “o garoto” 
–, portanto trata-se de uma retomada por anáfora. 
 
Sandra e Helena, apesar de serem gêmeas, são muito diferentes. Por exemplo, esta é calma, 
e aquela é explosiva. 
 
Nesse exemplo, “esta” retoma o nome próprio “Sandra”, e “aquela” retoma o nome próprio 
“Helena”. “Este” e “aquele” são chamados anafóricos. 
 
Observe que os termos anafóricos são bem mais comuns nos textos que os catafóricos. Essa é, 
inclusive, a regra para produção de textos. Dê preferência ao uso dos anafóricos por indicarem mais 
clareza nos textos. É melhor dizer e depois retomar do que fazer uma referência genérica e, só 
depois, expor o termo com significado. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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30 
Platão e Fiorin (2007, p. 282) observam que “Quando um elemento anafórico está empregado 
num contexto tal que pode referir-se a dois termos antecedentes distintos, isso provoca 
ambiguidade e constitui uma ruptura de coesão”. Por isso, “é importante tomar cuidado para que o 
leitor perceba claramente a que termo se refere o elemento anafórico”. 
 
Nesse sentido, veja o exemplo a seguir: 
O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de sua proposta de aumento de salário. 
No caso, sua pode estar se referindo à proposta do PT ou à do PMDB. 
 
 CATÁFORA 
Pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do 
texto. A remissão catafórica realiza-se, preferencialmente, através de pronomes demonstrativos ou 
indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de 
pronomes, de advérbios e de numerais. Observe: 
Só quero isto: ser aprovado no concurso! 
 
No exemplo, o pronome “isto” só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovado, 
que aparece na porção posterior à estrutura. 
 
O incêndio destruiu tudo: casas, móveis, plantações. 
 
O pronome indefinido “tudo” antecipa os substantivos que virão a seguir: casas, móveis, 
plantações, os quais irão esclarecer a frase. 
 
- Pronomes demonstrativos em função endofórica ou textual 
1. Por meio da anáfora (isto é, ao que precede) estabelece-se uma relação coesiva de 
referência que nos permite interpretar um item ou toda uma ideia anteriormente expressa no texto, 
por exemplo, pelos pronomes demonstrativos essa, esse, isso, como a seguir: 
a) Vi uma saia linda na loja. Pena que essa roupa era muito cara. (Essa roupa = uma saia) 
b) João foi preso como estelionatário. Esse cara nunca me enganou! (Esse cara = João) 
c) Tivemos hoje uma aula sobre o uso da anáfora. Isso já foi estudado no semestre anterior. 
(Isso = anáfora) 
 
2. Um elemento de referência é catafórico quando sua interpretação depender de algo que se 
seguir no texto; aqui, ele será representado pelos pronomes demonstrativos esta, este e isto. 
Exemplos: 
a) Estas foram as últimas palavras do meu professor: estude muito, pois somente a dedicação 
aos estudos fará com que você obtenha o resultado que espera. 
b) Quando saí de casa, meu pai me disse isto: respeite os outros, pois somente assim você será 
respeitado. 
c) Este foi o anúncio do Ministro da Economia: “A inflação vai se manter nos patamares 
previstos.” 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
31 
 
 
 
 
 
31 
 VEJAMOS A SEGUIR ALGUMAS QUESTÕES DE CONCURSOS QUE ABORDAM OS 
ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO: 
Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar 
a eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos 
gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja, 
4 é o fermento do crescimento econômico e social de um país. 
Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e 
coragem para sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o 
7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em 
situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude 
de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica 
10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação 
é um percurso de difícil travessia para a maioria das 
instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de 
13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa. 
A inovação estimula a comercialização de produtos ou serviços 
e também permite avanços importantes para toda a sociedade. 
16 Porém, a inovação é verdadeira somente quando está 
fundamentada no conhecimento. A capacidade de inovação 
depende da pesquisa, da geração de conhecimento. 
19 É necessário investir em pesquisa para devolver resultados 
satisfatórios à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo 
de investimento não são necessariamente recursos financeiros 
22 ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de vida 
com justiça social. 
 
Luís Afonso Bermúdez. O fermento tecnológico. In: Darcy. 
Revista de jornalismo científico e cultural da Universidade de 
Brasília, novembro e dezembro de 2009, p. 37 (com adaptações). 
 
 
Questão de prova: Subentende-se da argumentação do texto que o pronome demonstrativo, 
no trecho “desse tipo de investimento” (l.20-21), refere-se à ideia de “fermento do crescimento 
econômico e social de um país” (l.4). 
 
Comentário: O pronome demonstrativo “desse” (l.20) refere-se à palavra “pesquisa” (l.19) e 
não à ideia de “fermento do crescimento econômico e social de um país”, que está vinculada à 
palavra “inovar” (l. 1). A alternativa, portanto, está ERRADA. 
 
 
 
 
1 A demanda por transporteaéreo doméstico de 
passageiros cresceu 7,65% em setembro deste ano em relação 
ao mês de setembro de 2011. Trata-se do maior nível de 
4 demanda para o mês de setembro desde o início da série de 
medições, em 2000. De janeiro a setembro de 2012, a demanda 
acumulada apresentou crescimento de 7,30% e a oferta 
7 ampliou-se em 5,52% em relação ao mesmo período de 2011. 
Entretanto, a oferta (assentos-quilômetros oferecidos – ASK), 
no mês de setembro, apresentou queda de 2,13%, após oito 
10 anos consecutivos de crescimento, sendo essa a primeira 
LÍNGUA PORTUGUESA 
32 
 
 
 
 
 
32 
redução de oferta para o mês de setembro desde 2003. 
 
 
Questão de prova: O pronome “essa” (l.10) está empregado em referência à informação 
“queda de 2,13%” (l.9). 
 
Comentário: A alternativa está CERTA. O pronome demonstrativo “essa” refere-se, 
efetivamente, à “queda de 2,13%”. 
 
 
 SUBSTITUIÇÃO 
A coesão por substituição consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) 
do texto, ou até mesmo de uma oração inteira. 
 
Veja o exemplo: 
Ela comprou um sapato. Eu também quero comprar um. 
Ela comprou um sapato novo e eu também. 
 
Observe que ocorre uma redifinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência e o 
item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um, também. 
 
Compare com outro exemplo: 
Comprei um sapato preto, mas Maria preferiu um marrom. 
 
O termo “preto” é o adjunto adnominal de sapato. Ele é, então, o modificador do substantivo. 
 
Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lugar, faz-se presente a porção especificativa 
“marrom”. Logo, trata-se de uma redefinição do referente. 
 
 SUBSTITUIÇÃO POR SINONÍMIA 
São elementos de substituição que guardam traços semânticos comuns com o referente. Veja 
o exemplo: 
Vi uma garotinha correndo em minha direção segurando uma espécie de embrulho. Quando 
se aproximou, a menina me deu um abraço e deixou o pacote caído no chão. 
 
- “Menina” substitui “uma garotinha” 
 
- “Pacote” substitui “uma espécie de embrulho” 
 
 SINONÍMIA POR HIPERONÍMIA 
Substituição pelo nome de um grupo ao qual o referente pertença (troca por um elemento 
mais amplo). Veja o exemplo: 
Era notória a enorme antipatia que Tom Jobim nutria por Manuel Bandeira. O que sequer 
imaginávamos é o que o poeta teria feito ao músico, para que a situação chegasse a esse 
nível. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
33 
 
 
 
 
 
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- “Poeta” é hiperônimo de “Manuel Bandeira”. 
 
- “Músico” é hiperônimo de “Tom Jobim”. 
 
 SINONÍMIA POR HIPONÍMIA 
Substituição por um elemento do grupo designado pelo referente (troca por um elemento 
mais restrito). Veja o exemplo: 
O boxeador desceu do carro afirmando que não falaria de religião. Desde que Mike Tyson se 
converteu ao islamismo, o esporte tem ficado em segundo plano nas coletivas de imprensa. 
 
- “Mike Tyson” é hipônimo de “Boxeador”. 
 
- “Islamismo” é hipônimo de “Religião”. 
 
 REPETIÇÃO 
A repetição, na coesão textual, está ligada à coesão lexical, que pode ser garantida através de 
diferentes processos. 
 
Por não ser possível a sua substituição, a repetição da mesma unidade lexical ao longo do 
texto pode revelar-se necessária para a coesão do texto. Veja o exemplo a seguir, extraído da obra 
Capitães de Areia, de Jorge Amado: 
“Professor riu. Assim passaram a manhã, Professor fazendo a cara dos que vinham pela rua, 
Pedro Bala recolhendo as pratas ou os níqueis que jogavam.” 
 
Nesse exemplo, a repetição do nome Professor é necessária para evitar a ambiguidade. 
 
A repetição pode ser evitada, quando necessário, através da substituição lexical, que já foi 
abordada. Como já foi mencionado anteriormente, no que tange à redação de textos visando à prova 
descritiva, a repetição desnecessária de palavras pode ser compreendida pela banca examinadora 
como pobreza de vocabulário. 
 
 CONECTORES 
A coesão textual por conectores, ou coesão interfrásica, utiliza mecanismos de 
sequencialização que marcam diversos tipos de interdependência entre as frases que ocorrem num 
texto. Basicamente, a conexão interfrásica é assegurada pelos conectores, que podem 
ser conjunções (ex.1) ou advérbios conectivos (ex.2). Veja os exemplos: 
(1) Parto para uma longa viagem, quando acabar este trabalho. 
 
(2) Estou disposta a abdicar do feriado. Agora, não me peçam que trabalhe 12 horas por dia. 
 
O uso correto dos conectores permite uma maior coesão textual e facilita a compreensão 
global do texto. Os conectores podem ser: conjunções, locuções conjuncionais, advérbios, locuções 
adverbiais, preposições, locuções prepositivas, expressões adjetivas ou orações completas. Veja o 
quadro abaixo: 
 
http://www.prof2000.pt/users/dani/coesao/coesaofrasicaexp.htm
LÍNGUA PORTUGUESA 
34 
 
 
 
 
 
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TIPO DE CONEXÃO / 
FUNÇÃO DA 
CONEXÃO 
CONECTORES 
Adição 
e, além disso, além do mais, e ainda, e até, também, igualmente, do mesmo 
modo, não só ...como também, não só ... como ainda, bem como, assim como, por 
um lado ... por outro, nem...nem, de novo, incluindo... 
Certeza 
com certeza, decerto, naturalmente, é evidente que, certamente, sem dúvida 
que,... 
Oposição / contraste 
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, doutro modo, ao contrário, pelo 
contrário, contrariamente, não obstante, por outro lado... 
Concessão 
apesar de, ainda que, embora, mesmo que, por mais que, se bem que, ainda 
assim, mesmo assim... 
Conclusão / síntese / 
resumo 
pois, portanto, por conseguinte, assim, logo, enfim, concluindo, em conclusão, em 
síntese, consequentemente, em consequência, por outras palavras, ou seja, em 
resumo, em suma, ou melhor... 
Confirmação 
com efeito, efetivamente, na verdade, de fato, sem dúvida, de certo, deste modo, 
na verdade, ora, aliás, sendo assim, veja-se, assim... 
Explicitação / 
particularização 
quer isto dizer, isto (não) significa que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou 
seja, é o caso de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, 
especificamente, ou melhor, assim, ressalte-se, saliente-se, importa salientar, é 
importante frisar ... 
Opinião 
Na minha opinião, a meu ver, em meu entender, no meu ponto de vista, parece-
me que, creio que, penso que, para mim, ... 
Dúvida talvez, provavelmente, é provável que, possivelmente, é possível, porventura... 
Alternativa 
fosse...fosse, ou, ou então, ou ...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, 
alternativamente, em alternativa, senão ... 
Comparação 
como, conforme, também, tanto...quanto, tal como, assim como, tão como, pela 
mesma razão, do mesmo modo, de forma idêntica, igualmente, ... 
Consequência 
por tudo isto, de modo que, de tal forma que, de sorte que, daí que, tanto...que, é 
por isso que... 
 
Causa 
pois, pois que, visto que, já que, porque, dado que, uma vez que, por causa de, 
posto que, em virtude de, devido a, graças a ... 
Fim / intenção 
com o intuito de, para (que), a fim de, com o fim de, com o objetivo de, de forma a 
... 
Hipótese / Condição 
se, caso, a menos que, salvo se, exceto se, a não ser que, desde que, supondo que, 
admitindo que ... 
Sequência temporal / 
espacial. 
em primeiro lugar, num primeiro momento, antes de, em segundo lugar, em 
seguida, seguidamente, então, durante, ao mesmo tempo, quando, 
simultaneamente, depois de, após, até que, enquanto, entretanto, logo que, no 
fim de, por fim, finalmente, acima, abaixo, atrás, ao lado, à direita, à esquerda, ao 
centro, adiante, diante, em cima, em baixo, no meio, naquele lugar, detrás, por 
LÍNGUA PORTUGUESA 
35 
 
 
 
 
 
35 
trás (de), próximo de sob, sobre... 
 
 
 COESÃO POR ELIPSE 
Ocorre quando um ou mais elementos do texto são omitidos em algum dos contextos em que 
deveria ocorrer. 
-Maria vai comprar o carro? 
- Vai! 
 
Houve a omissão dos termos Maria (sujeito) e comprar o sapato (predicado verbal), todavia 
essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. 
 
A elipseconsiste na omissão de uma expressão recuperável pelo contexto, evitando assim a 
sua repetição. 
 
Veja os exemplos abaixo: 
Luís foi à ópera, onde [ ] encontrou os amigos. 
 
A final da Copa do Brasil foi muito bem disputada, ao contrário do que aconteceu na [ ] 
anterior. 
 
Nos exemplos apresentados, os lugares onde as palavras foram omitidas estão assinalados 
pelos sinais [ ] que representam elipses. No primeiro exemplo, a palavra omitida é o pronome 
pessoal ele ou o nome próprio Luís; enquanto no segundo, elidiu-se a palavra final. 
 
 VEJA A SEGUIR ALGUNS EXEMPLOS DE PROVAS DE CONCURSOS REFERENTES AOS 
ELEMENTOS DE COESÃO TEXTUAL: 
Em geral, quando falamos de violência, pensamos em 
uso da força, com vistas à exclusão de grupos ou indivíduos 
de uma dada situação de poder. Essa violência pode ou não 
4 encontrar resistência na violência dos excluídos. Como quer 
que seja, nos dois casos estão em jogo os princípios 
axiológicos que permitem arbitrar o que é legal ou ilegal, 
7 legítimo ou ilegítimo, na interação entre os humanos. O ponto 
central é a noção de abuso de poder, de invasão 
desestruturante de uma ordem desejável, posta no horizonte 
10 ético da cultura. 
O fato histórico do alheamento de indivíduos ou 
grupos humanos em relação a outros não é novo na dinâmica 
13 social. Desqualificar moralmente o outro significa não vê-lo 
como um agente autônomo e criador potencial de normas 
éticas ou como um parceiro na obediência a leis partilhadas 
16 e consentidas ou, por fim, como alguém que deve ser 
respeitado em sua integridade física e moral. 
No estado de alheamento, o agente da violência não 
19 tem consciência da qualidade violenta de seus atos. Se o 
possível objeto da violência nada tem a oferecer-lhe, então 
não conta como pessoa humana e pouco importa o que venha 
22 a sofrer. Ao contrário da crueldade inspirada na rivalidade 
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ameaçadora, real ou imaginária, a indiferença anula quase 
totalmente o outro em sua humanidade. 
 
Jurandir Freire. A ética democrática e seus inimigos. 
In: O desafio ético, p. 77-80 (com adaptações). 
 
 
Questão de prova (item 3) As expressões “o outro” (l.13), “-lo” (l.13) e “alguém” (l.16) 
estabelecem uma cadeia coesiva, designando o mesmo referente. 
 
Comentário: A alternativa está CERTA, pois as expressões referidas na questão designam o 
mesmo referente. 
 
 
 
(...) Pode-se dizer que o caminho da inovação é um percurso de difícil travessia para a maioria 
das instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de um empreendimento em uma 
realidade duradoura e lucrativa. (...) 
 
 
Questão de prova O período sintático iniciado por “Inovar significa” (l.12) estabelece, com o 
período anterior, relação semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte, 
escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa (...). 
 
Comentário: “Por conseguinte” é um conector que indica conclusão, síntese, resumo, o que 
não se aplica ao caso acima. O período iniciado por “inovar” não conclui o período anterior, mas sim 
apresenta uma definição do que significa “inovar”. A alternativa, portanto, está ERRADA. 
 
 
 
1 Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos 
nosso cotidiano em contínua imbricação com o ser de outros. 
Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 
4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano 
como um contínuo devir de experiências individuais 
intransferíveis. Isso admitimos como algo indubitável. Ser 
7 social e ser individual parecem condições contraditórias da 
existência. De fato, boa parte da história política, econômica e 
cultural da humanidade, particularmente durante os últimos 
10 duzentos anos no ocidente, tem a ver com esse dilema. Assim, 
distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes 
ideologias do humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa 
13 dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses 
individuais aos interesses sociais, ou, ao contrário, afastando o 
ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. Além 
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas 
teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos 
fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma 
19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou 
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espiritual do humano. 
 
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a 
ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo 
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 
 
 
Questão de prova: Depreende-se do texto que as “condições contraditórias” mencionadas na 
linha 7 decorrem da dificuldade que o ser humano tem em admitir que suas experiências são 
intransferíveis porque surgem de “um contínuo devir” (l.5). 
 
Comentário: O substantivo “devir” significa “série de mudanças concretas pelas quais passa 
um ser”, e o adjetivo “contínuo” significa “movimento ininterrupto”, assim, a ideia transmitida pelo 
texto é que os seres humanos vivem o seu cotidiano como um movimento ininterrupto de 
experiências individuais intransferíveis. As “condições contraditórias” mencionadas na linha 7 
referem-se ao fato de os seres humanos serem ao mesmo tempo sociais e individuais. A alternativa, 
portanto, está ERRADA. 
 
 
 
Questão de prova: Nas relações de coesão do texto, as expressões “esse dilema” (l.10) e 
“dessa dualidade” (l.12-13) remetem à condição do ser humano: unitário em “sua experiência 
cotidiana” (l.15), mas imbricado “com o ser de outros” (l.2). 
 
Comentário: O “dilema” a que se refere o texto é a “dualidade” de ser social (= o ser dos 
outros) e individual (= unitário) ao mesmo tempo. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
 (...) Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de um corte epistemológico, na 
medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da 
sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. 
 
Questão de prova: Na linha 4, para se evitar a repetição de “que”, seria adequado substituir o 
trecho “que classificar” (l.4-5) por ao classificar, preservando-se tanto a coerência textual quanto a 
correção gramatical do texto. 
 
Comentário: A substituição dos trechos indicados na questão não lhes confere o mesmo 
significado semântico. Tanto a coerência textual quanto a correção gramatical do texto são 
prejudicadas na substituição sugerida. Observe: “(...) na medida em que fica óbvio ao classificar por 
extremos (...)”. A alternativa, portanto, está ERRADA. 
 
 
 
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(...) Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser 
encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que 
tais criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, 
que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. (...) 
 
 
Questão de prova: Sem prejuízo para a coerência textual e a correção gramatical, o trecho 
“Mas os danos (...) minúsculos”, que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por: 
Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos (...). 
 
Comentário: A substituição do conector “mas” pelo conector “embora” altera o significado do 
texto, interferindo na coerência textual. Da forma exposta no texto, depreende-se que os danos 
causados pelos criminosos não causam tanto prejuízo quanto os dos criminosos que vestem 
colarinho branco. Na substituição sugerida, o período fica incompleto, pois necessita de uma 
conclusão requerida pelo raciocínio introduzido por “embora”. A alternativa, portanto, está ERRADA. 
 
 
 EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS 
Verbo é a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da natureza, estado e mudança de 
estado. Os verbos flexionam-se em número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda

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