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Professora Andréa Dressler No final do século XVIII, o Neoclassicismo já era um estilo consagrado na Europa, em especial na França. Mas aqui no Brasil o estilo barroco ainda vigorava e, a bem da verdade, Portugal temia a emancipação cultural da sua colônia então não apoiava muito as artes por aqui. Catedral de São Pedro dos Clérigos, 1782, Pernambuco Muitas manifestações populares de inspiração africana eram reprimidas pela Igreja e era proibido criar escolas superiores e importar livros. Um sentimento de revolta envolvia os brasileiros que, influenciados pelas ideias iluministas da Revolução Francesa, resultou na Inconfidência Mineira. Bandeira de Minas Gerais inspirada no princípio da trindade da Revolução Francesa: liberdade, fraternidade, igualdade. Os dizeres em latim significam: “Liberdade ainda que tardia”. Até que, 1808, forçados a sair de Portugal por causa das guerras napoleônicas, a família real resolve se estabelecer definitivamente no país. Essa mudança trouxe profundas transformações sociais, econômicas e culturais para o Brasil. Chegada da família real portuguesa, pintura de Geoff Hunt, 1999 Uma delas foi a Missão Artística Francesa, em 1816. A convite de D.João VI vários artistas franceses vieram se “refugiar” aqui. Dentre eles estavam o diretor da Academia de Belas-Artes na França, Joachim Le Breton, e vários pintores. Gravura de Joachim Le Breton, Charles-Victor Normand. 1840 Apesar da curta permanência do pintor francês Nicolas Taunay no Brasil (1816-1821), sua produção de pinturas com temas brasileiros é de extrema importância para a história da arte do país no século XIX, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da pintura de paisagem entre nós. Quando chega ao Rio de Janeiro, em 1816, como integrante da Missão Artística Francesa Taunay, aos 61 anos, já é artista com larga experiência e renome na França. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24452/nicolas-antoine-taunay Diante dos rumos tomados pela Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, Nicolas Taunay decide retornar para a França em 1821, indicando seu filho Félix Taunay para substituí-lo nas classes de pintura de paisagem. Por volta de 1821, Félix faz desenhos e aquarelas que constituem o primeiro Panorama do Rio de Janeiro e é responsável pelo início da consolidação do ensino artístico no Brasil, segundo as normas idealizadas pelos artistas da Missão Francesa. Colabora ainda com o arquiteto Grandjean de Montigny no programa de embelezamento das ruas e urbanização da cidade do Rio de Janeiro e em 1834 toma a frente na Academia Imperial de Belas Artes. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23073/felix-emile-taunay Trabalha como pintor da corte, representa acontecimentos ilustres e cenas oficiais; revela-se um desenhista atento às questões sociais brasileiras. Identifica-se com seu papel de ilustrador e documentarista dos acontecimentos contemporâneos. Debret e a corte têm consciência da importância da circulação das gravuras para a divulgação da imagem do Estado. Debret retorna à França em 1831. Parte das aquarelas feitas no Brasil, litografadas, ilustra a obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, publicada entre 1834 e 1839. O livro, em três volumes, trata das florestas e dos selvagens, das atividades agrárias, do trabalho escravo e também dos acontecimentos políticos e culturais. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18749/jean-baptiste-debret A coroação do Imperador Napoleão, Jacques-Louis David, 1807 A maior contribuição desses artistas para o Brasil foi o registro histórico e artístico das paisagens urbanas, dos costumes e hábitos brasileiros nesse período. Dom João VI, por Jean-Baptiste Debret, 1817 Marca também o início de grandes transformações artísticas no país como a inauguração da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro, dez anos após a chegada da família real no Brasil. É por isso que esse período no Brasil também é chamado de Academicismo e a arte recebe o nome de Acadêmica. Projetada pelo arquiteto Grandjean de Montigny, responsável pelos projetos de saneamento e urbanização da cidade do Rio de Janeiro, a Academia tinha como objetivo principal promover o ensino de Belas Artes e premiar e financiar novos artistas. Portal da AIBA. O edifício foi demolido em 1938, ficando preservado apenas o seu grandioso frontão, então transferido para o Jardim Botânico. BIBLIOGRAFIA Explicando a Arte Brasileira/ Lucília Garcez e Jô Oliveira – Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 Sobre os artistas: NICOLAS Antoine Taunay. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24452/nicolas-antoine-taunay>. Acesso em: 06 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7FÉLIX Taunay. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23073/felix-emile-taunay>. Acesso em: 06 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 DEBRET . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18749/jean- baptiste-debret>. Acesso em: 06 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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