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Módulo 27 - Arte no Brasil: dos primórdios até o academicismo História - 4º Bimestre - 1ª Série - Ensino Médio 1. Arte Indígena Muitos consideram que não se pode falar genericamente numa arte indígena, mas em uma multiplicidade de expressões, segundo a diversidade de nações distribuídas em todo o território nacional. Não teremos tempo de demonstrar essa variedade artística, partiremos para uma simplificação, segundo a visão do antropólogo Morgan, já mencionado nas outras aulas de História. O índio brasileiro tem o costume de pintar o seu corpo para enfeitá-lo, para espantar insetos ou para participar de rituais diversos. Utiliza ainda trançados de fibras, colares ou penas, cuja variedade de cores obtidas entre as aves brasileiras possibilita um grande embelezamento. Contudo, a mais antiga e preservada forma de arte indígena conhecida é a produção de objetos de cerâmica, dentre os quais os tipos mais famosos são a arte Marajoara e a Santarém. O grau de complexidade de formas, traçados e colorações classifica essa forma de produção como a mais evoluída de todas. 2. Arte no período holandês Quando Maurício de Nassau (humanista e interessado em artes) foi nomeado para administrar a Nova Holanda – parte do nordeste brasileiro que estava sob o domínio holandês – procurou formar uma corte de eruditos e artistas, trazendo consigo uma série de cientistas, teólogos, arquitetos, médicos e pintores. De 1637 a 1644 estiveram no Brasil Franz Post, que pintou várias paisagens de portos, engenhos e ruínas. No mesmo período, esteve por aqui Arbert Eckhout que retratou indígenas, além da riqueza da flora e da fauna. Ambos foram fundamentais para dar aos europeus uma ideia de como era o Novo Mundo. Quando D. Pedro II visitou a Dinamarca em 1876, tomou conhecimento das obras de Eckhout. Ficou tão impressionado com a beleza dos quadros e a importância que representam para o Brasil que encomendou cópias em tamanhos menores, ainda hoje preservadas no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 3. Barroco O barroco brasileiro pode ser encontrado já na época do açúcar, porém se tornou notável durante o período da mineração. Espalhado em várias regiões do Brasil, como Pernambuco, Paraíba, Bahia e São Paulo, foi em Minas Gerais que o estilo ganhou uma perfeição admirável. Considerado como um estilo já superado na Europa, desenvolveu-se com grande criatividade no Brasil, a ponto de ser chamado de barroco tardio. A excelência da sua produção pode ser observada em Antonio Francisco Lisboa, mais conhecido como o Aleijadinho, por causa da sua deformidade física. Entre suas obras mais famosas podemos citar o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Os Passos da Paixão e os Doze Profetas. 4. Missão Francesa no Brasil As turbulentas relações com a França forçaram a vinda da família real para o Brasil. Com a derrota de Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados Napoleão (1815), D. João VI estreita relações com aquele país e recebe no ano seguinte um grupo de artistas franceses no Brasil, a Missão Artística Francesa, que organizou a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, mais tarde transformada em Academia Imperial e Escola de Belas Artes. O estilo dos artistas da Missão era neoclássico e entre eles encontramos os pintores Jean-Baptist Debret (1768-1848) e Nicolas-Antoine Taunay (1755- 1830). Debret produziu um enorme número de obras e, quando voltou à Europa, publicou Viagem pitoresca e histórica ao Brasil (1831), composta de riquíssimo material iconográfico, em 150 pranchas com textos explicativos, documentando vários aspectos da natureza, do homem e da sociedade do início do século XIX. Outros artistas estrangeiros Independentes da Missão Artística Francesa, vieram ao Brasil outros artistas, importantes na produção de imagens. Thomas Ender (1793-1875) era austríaco e chegou aqui com a comitiva da Princesa Leopoldina; viajou pelo interior, retratando paisagens e cenas da vida do nosso povo. E Johann Moritz Rugendas (1802-1858), alemão que esteve no Brasil entre 1821 e 1825, documentou nossa paisagem e nossos costumes. 5. Academicismo no Brasil No Segundo Reinado, D. Pedro foi um grande incentivador das artes. Surgiram os primeiros nomes ligados à Academia Imperial de Artes: Pedro Américo de Figueiredo e Melo, Vitor Meireles de Lima e José Ferraz de Almeida Júnior. Pedro Américo tem sua pintura ligada a temas bíblicos e históricos. Realizou várias obras: Dom Pedro II na Abertura da Assembléia Geral, a Batalha do Avaí e a mais famosa delas, o quadro Independência ou Morte, de 1888, atualmente localizada no Museu Paulista. O premiadíssimo Vitor Meireles tem entre suas obras A Primeira Missa no Brasil (1861) Moema, Juramento da Princesa Isabel, Flagelação de Cristo, e os retratos da Imperatriz Tereza Cristina e o de D. Pedro II. Almeida Júnior é considerado o mais brasileiro dos pintores nacionais do século XIX. Sua pinturas são: Caipira picando fumo, A partida da monção, O descanso do modelo; Leitura, A pintura, A fuga para o Egito e o Autorretrato pintando. Superando o academicismo Superando os pintores academicistas, surgiram alguns pintores com forte influência do Impressionismo, Pontilhismo e do Futurismo. Belmiro Barbosa de Almeida era pintor, desenhista e caricaturista. Suas obras mais famosas são Arrufos e Dame a La Rose. Antônio Parreiras pintou quadros históricos a partir de encomendas oficiais, como A conquista da Amazônia, além de paisagens e nus femininos como Dolorida e Flor Brasileira. 6. Um impressionista no Brasil O estilo fica evidente no nosso país a partir das pinturas de Eliseu D’Ángelo Visconti, como o Trigal e a Maternidade. Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados Exercícios propostos 1. Qual a importância das obras de Franz Post para a História do Brasil? 2. Apesar de existir em outros lugares da colônia, em outro ciclo econômico, que relação podemos encontrar entre o Barroco brasileiro e a mineração? 3. O que foi a Missão Artística Francesa no Brasil? 4. Qual a importância da obra de Debret Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil? 5. (PUC – MODELO ENEM) – “(...) esta Minas dos árcades e da Inconfidência, que constitui a culminância e o fecho dos três séculos da existência brasileira anteriores à transladação do Estado português, esta mesma Minas ainda possui mais um título a proclamar, entre os que mais alto a colocam na história de nossa sociedade: o de haver desenvolvido uma cultura, cujo avanço e cujo requinte podem ser avaliados com exatidão, pela capacidade de assimilar inteiramente os padrões europeus para, em profunda reelaboração, formular seus próprios valores e conceitos no que apresentam de mais básico, isto é, na própria estrutura mental que os gera e sustém (...) [obrigando-nos] a reconhecer a especificidade mineira deste barroco". (Machado, L. G. Barroco Mineiro. São Paulo: Perspectiva, 4.a ed. 1991. p.170.) A partir do fragmento anterior, leia e avalie as seguintes afirmações: I – O autor identifica três contribuições das Minas à formação do Brasil, ainda no período colonial: o Trovadorismo, o Nativismo dos inconfidentes e o Barroco. II – Os fenômenos culturais e políticos vividos pela sociedade mineira, ao longo do século XVIII, expressam com certa fidelidade, segundo o autor, as atitudes mantidas pela colônia em relação às influências metropolitanas, ou seja, assimilação e transformação. III – O autor demonstra, no texto, como a capacidade da arte mineira de reproduzir os padrões estéticos europeus somente pode ser reconhecida após a instalação da corte portuguesa no Brasil, no início do século XIX. IV – Se há algo que singulariza o estilo barroco mineiro do século XVIII, esse elemento é a originalidade de sua manifestação, que está relacionada diretamente ao fato de revelar, através de suas formas, a estrutura mental local. Indique quais das afirmações anteriores são corretas. a) I, II e III, apenas. b) II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) II e IV,apenas. e) I, III e IV, apenas. Gabarito Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados 1. RESOLUÇÃO: Suas obras representam a primeira visão do Velho Mundo sobre o Novo Mundo nas artes e, por isso, chamaram muita atenção, despertando o interesse de museus e leilões internacionais. 2. RESOLUÇÃO: A riqueza produzida pela mineração pôde financiar os artistas e suas obras. Na fase da mineração, a Europa já havia superado esse movimento, porém aqui ele se mostrou vigoroso e belo, a ponto de muitos o considerarem de excelente qualidade e tardio. 3. RESOLUÇÃO: Foi quando o Brasil recebeu um grupo de artistas, pintores, escultores, arquitetos e artífices franceses (1816) encarregado da fundação da Academia de Belas Artes (1826), na qual os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos. Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda europeia, obedecendo ao estilo neoclássico (novo clássico). 4. RESOLUÇÃO: A obra de J. B. Debret é considerada uma riquíssima contribuição para a história iconográfica do Brasil (possui mais de 153 pranchas), sendo apontada por historiadores como uma representação bem fiel, apesar de não ser perfeita, do cotidiano e da sociedade brasileira, em especial, da vida no Rio de Janeiro, em meados do século XIX. 5. RESOLUÇÃO: A afirmativa I está incorreta, porque o autor não menciona esses três grupos literários. A afirmativa III está incorreta, porque o autor exalta a capacidade mineira de assimilar e reelaborar a cultura europeia, desde o Barroco até o Academicismo, iniciado no período joanino. Resposta: D Professor: Artur Favaro Lucchesi Aula: Arte no Brasil: dos primórdios até o academicismo Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados https://www.curso-objetivo.br/videocurso/colegioconteudoonline.aspx?logo=objetivo&tipoplayer=2&urlvideo=http://200.196.224.211/video/TVWEB/Objetivo/Colegio/EAD/AulaDigital/BandaLarga/141009_ArturLucchesi_Historia_II_1Serie_AD.ism/manifest&urlxml=http://200.196.224.211/XML/TVWEB/Objetivo/Colegio/EAD/AulaDigital/BandaLarga/141009_ArturLucchesi_Historia_II_1Serie_AD.xml
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