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Anais do VI Congresso Brasileiro de Educação: v. 3 educação e formação humana: práxis e transformação social: Relato de Pesquisas UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências – Campus Bausu - SP Departamento de Educação Programa de Pós-graduação em Docência na Educação Básica ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 Prefixo Editorial: 5444 Número ISBN: 9788554440015 Título: Anais do VI Congresso Brasileiro de Educação: v. 3: educação e formação humana: práxis e transformação social: relatos de pesquisa Tipo de Suporte: Internet ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 C759e Congresso Brasileiro de Educação (6. : 2017 : Bauru, SP) Educação e Formação Humana [recurso eletrônico] : práxis e transformação social : relatos de pesquisas / Congresso Brasileiro de Educação, Bauru, 26 a 29 de Julho de 2017 ; organizadores: Vitor Machado, Maria do Carmos Monteiro Kobayashi, Aletéia Cristina Bergamin. - Bauru : UNESP/FC/Departamento de Educação, 2017 v. 3 Disponível em: http://www.cbe-unesp.com.br/2017/ ISBN 978-85-5444-001-5 1. Educação. 2. Prática de ensino. 3. Professores–Formação. 4. Aprendizagem. I. Machado, Vitor. II. Kobayashi, Maria do Carmo Monteiro. III.Bergamin, Aletéia Cristina. IV. Título. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 Bauru, 26 a 29 de Julho de 2017 Anais do VI Congresso Brasileiro de Educação Educação e Formação Humana: práxis e transformação social Volume 3 – Relatos de Pesquisas Organizadores Vitor Machado Maria do Carmo Monteiro Kobayashi Aletéia Cristina Bergamin ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 Departamento de Educação Programa de Pós-graduação em Docência na Educação Básica Organizadores Vitor Machado Maria do Carmo Monteiro Kobayashi Aletéia Cristina Bergamin ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO “EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA: PRÁXIS E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL” RELATOS DE PESQUISA 1ª edição Bauru-SP Faculdade de Ciências 2017 ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 Sumário Eixo 01 – Políticas e Práticas na Educação Infantil 5 Eixo 02 – Políticas e Práticas no Ensino Fundamental 150 Eixo 03 – Políticas e Práticas no Ensino Médio 346 Eixo 04 – Políticas e Práticas na Educação de Jovens e Adultos 504 Eixo 05 – Políticas e Práticas no Ensino Superior 567 Eixo 06 – Políticas e Práticas na Educação Especial 655 Eixo 07 – Políticas e Práticas de TDIC Educação 767 Eixo 08 – Educação, Desenvolvimento e Aprendizagem 874 Eixo 09 – Educação, Interculturalidade e Movimentos Sociais 1136 Eixo 10 – Formação Docente Inicial e Continuada 1270 Eixo 11 – Profissão Docente e Compromisso Sociopolítico1512 INDICE REMISSIVO ...........................................................................................................................166 0 PARECERISTAS ...................................................................................................... ........................... 1666 ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 5 Eixo 01 Políticas e Práticas na Educação Infantil ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 6 O TRABALHO PEDAGÓGICO REALIZADO COM BEBÊS NOS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICIPIO DE CORNÉLIO PROCÓPIO-PR AFONSO, Roseli de Cássia – UENP/CCHE/CP BASTOS, Heloisa Modos - UENP/CCHE/CP VINCENTINI, Fernanda Maria - UENP/CCHE/CP COELHO, Thaynara Caroline Domingues - UENP/CCHE/CP LIPARINI ,Carla Beatriz - UENP/CCHE/CP e-mail: rcafonso@uenp.edu.br Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil – UENP 1. INTRODUÇÃO Este estudo contempla as reflexões iniciais da pesquisa em andamento sobre o trabalho pedagógico realizado com bebês em seis escolas de Educação Infantil no município de Cornélio Procópio, interior do Estado do Paraná, cujo o objetivo é saber: Como as professoras podem promover ações educativas reais e significativas para os bebês a fim de promover aprendizagens e estimular seu desenvolvimento? Nesta pesquisa, denominamos professora de bebês, no gênero feminino, pelo motivo de encontrarmos apenas mulheres nas escolas participantes da pesquisa, não diferentes na maioria das demais instituições do país. Este trabalho está sendo desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil (GEPIEI) do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Norte do Paraná, campus de Cornélio Procópio/PR, através de discussões e análise sobre as atividades de aprendizagem e desenvolvimento com as crianças do berçário, à luz da Teoria Histórico-Cultural descrita por Vigotsky e seus seguidores. A metodologia escolhida para investigação é a Metodologia da Problematização, seguindo o Arco de Maguerez, que tem como base a análise e ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 7 discussão da realidade escolar, partindo e retornando à mesma, atuando através do eixo problematizador (BERBEL, 1999). Vale ressaltar que a Educação Infantil, a partir da Lei de Diretrizes e Bases no. 9394 (BRASIL, 1996), foi integrada à Educação Básica, imprimindo um caráter educacional às práticas desenvolvidas em Instituições de crianças pequenas. Essa conquista implica em inúmeras reformulações nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), as quais se referem desde a estrutura física até a formação das professoras infantis; porém, na prática, expressa pouco avanço. Não se pode mais aceitar que os fazeres dos professores com as crianças no interior das escolas de Educação Infantil, na maioria delas, sejam definidos apenas pelo cuidar, pelas necessidades básicas dessas crianças, tais como: alimentação, higiene, sono e proteção. Conseguir articular o Educar e o Cuidar tendo por base uma linha de reflexão é, sem dúvida, um dos maiores desafios da Educação Infantil. As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações, a brincadeira e garantir experiências que promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança, conforme cita as DCNEIs (BRASIL, 2010). Portanto, discutir as especificidades do trabalho pedagógico no berçário da Educação Infantil, sob o olhar da Teoria Histórico-Cultural (VIGOTSKY, 1998) nos trará condições de chegar ao conhecimento e utilizá-lo como princípio educativo. Tendo como base as implicações da teoria histórico-cultural, o acervo pesquisado inclui obras como: Vygotsky, Luria e Leontiev (1988); Magalhães, Lazaretti e Eidt (2017); Bondioli e Mantovani (1998); Mello (2007; 2014); entre outros. As legislações específicas e documentos oficiais do Ministério da Educação, que norteiam a Educação Infantil tambémfazem parte de nossas discussões tais como: a Constituição Federal (BRASIL,1988), a Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996), os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010), ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 8 que concebem e reconhecem a criança pequenina como ser de direitos e produtora de cultura, na qual não é mera receptora de ações, mas desenvolve e participa de ações coletivas e individuais, inseridas num contexto de afeto, respeito às diferenças, voltado para a ludicidade e múltiplas linguagens. Vale ressaltar as palavras de Vygotsky (1988), quando diz que a criança aprende quando é sujeito da atividade que a envolve. Nesse sentido, acreditamos que o desafio da professora de bebês, se apresenta em organizar situações e ambientes em que a criança possa, desde bebê, ser sujeito de atividades que provoquem e possibilitem seu desenvolvimento e aprendizagem. 2. METODOLOGIA A metodologia que conduz essa pesquisa é a Metodologia da Problematização, utilizando as etapas do Arco de Maguerez. Essa metodologia é descrita pela autora Neusi Aparecida Navas Berbel, cujo contato inicial com o Arco de Maguerez se deu por meio de Juan Diaz Bordenave e Adair Martins Pereira, em seu livro Estratégias de ensino aprendizagem, e que foi por ela utilizado pela primeira vez em 1992, como caminho metodológico em um projeto especial de ensino na área da saúde, na Universidade Estadual de Londrina- PR. A escolha dessa metodologia se deu pelo fato que favorece o aprendizado; é criativa, oferece começo, meio e fim, de todo processo investigativo e envolve o grupo como um todo na construção do conhecimento. Assim, essa pesquisa está sendo construída seguindo as etapas do Arco de Maguerez, que são: observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. Apresenta-se o Arco de Maguerez, conforme a imagem: ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 9 FONTE: BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino aprendizagem. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1989 Suas características são bem singulares, o arco tem inicio na observação da realidade e na definição de seu problema, desencadeando todo o processo por meio das cinco etapas do Arco com o intuito de observar, investigar, explanar, analisar e descrever as informações coletadas e analisadas durante todo a realização do trabalho, como descreve Berbel (2012, p. 149): O Arco desenvolve-se por uma sequência de cinco etapas: 1- observação analítica e crítica da realidade (do recorte eleito) para problematiza-la e eleger um problema de estudo/investigação; 2- reflexão sobre possíveis fatores e determinantes maiores desse problema como preparação para a definição dos pontos-chave do estudo; 3- teorização, ou estudo/investigação, propriamente dita, dos pontos-chave do problema; 4- definição/elaboração de hipóteses de solução para o problema, tendo-se como referência todo o estudo nas etapas anteriores; 5- aplicação de uma ou mais hipóteses de solução, como uma forma de intervenção prática na realidade observada e estudada. O recorte da realidade se identifica no momento em que a pesquisa foi proposta por observar e descrever o trabalho de seis professoras, de seis instituições de Educação Infantil, especificadamente no Berçário, com crianças entre seis meses a um ano de idade, todas as instituições localizadas no município de Cornélio Procópio/PR. Assim, foi utilizado um roteiro semi estruturado para que as acadêmicas pudessem se orientar do que teriam que observar e depois descrever em seus relatórios descritivos. Em sequência seguiu-se para os pontos chaves. Como afirma Berbel (1999, p.4): ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 10 A etapa dos pontos-chave “estimula um momento de síntese após a análise inicial que foi feita, é o momento da definição do que vai ser estudado sobre o problema [...] a fim de se buscar uma resposta para esse problema”. Dessa forma os pontos chave são os resultados da análise do questionário aplicado com as participantes, o que foi destacado nas respostas que apresentaram. Após ter redigido os pontos chave, a pesquisa encontra-se na terceira etapa do Arco, a teorização, na qual é o momento de construir respostas mais elaboradas para o problema e assim, seguirá com o propósito de construir as hipóteses de solução que devem ser devidamente explicadas, argumentadas, tendo relação com o problema identificado. Por fim, chegaremos à última etapa que consiste na aplicação à realidade, na qual daremos uma devolutiva sobre o que foi pesquisado e oferecer uma proposta de currículo para o trabalho com os bebês de acordo com as implicações da teoria histórico-cultural. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados levantados, ainda que parciais, permitem apontar a necessidade de discutir e problematizar as especificidades do trabalho pedagógico realizados com bebês nas escolas participantes da pesquisa. Após ter realizado as observações no interior das escolas investigadas e aplicar o questionário para as seis professoras responsáveis pelo Berçário, foi redigido os pontos chave destacando as evidências que se apresentou nas respostas das professoras, tais como: a) dificuldades sobre as práticas de observação e registros das atividades; b) desconhecimento sobre como organizar os espaços, os tempos e os materiais para que sirvam de instrumentos de aprendizagem; c) dúvidas sobre as atividades de intervenção pedagógica e atividades de estimulação. Verificou-se que no berçário das Instituições investigadas, a preocupação, é restrita aos cuidados de higiene e alimentação das crianças que permanecem a maior parte do tempo em carrinhos e berços, no qual denotam a necessidade de formação das professoras, no que diz respeito às atividades educativas e ao desenvolvimento dos bebês. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 11 Dessa forma, torna-se imprescindível investigar as especificidades pedagógicas do trabalho realizado com bebês, superando a concepção apenas de “cuidado” que ainda resiste nos CMEIs desde município. Todas as participantes dessa pesquisa compreendem a importância das atividades de aprendizagem com os bebês. Mas, quais seriam essas aprendizagens? Como promovê-las? Como organizá-las? Essas foram as questões angustiantes das professoras das escolas investigadas. Todas foram unânimes em afirmar que necessitam de orientações e auxilio para organizar o espaço, o tempo e materiais que promovem a aprendizagem e desenvolvimento da criança, além de não identificarem o que é imprescindível observar e efetuar intervenções nas atividades realizadas. Isso torna claro deduzir que as professoras não percebem que o educar e o cuidar são partes do mesmo ato e que se sentem inseguras na organização do trabalho pedagógico com bebês. Após proceder a análise das práticas pedagógicas foi possível identificar problemas que constatamos ser decorrentes da formação inicial à que foram submetidas. As necessidades detectadas decorrem de um modelo de formação docente pautado na racionalidade técnica evidenciandoque não conseguem articular teoria-prática. Sendo assim, torna claro que essas profissionais apresentam necessidade de compreensão das teorias psicológicas sobre o desenvolvimento infantil. Fica claro que as necessidades formativas dessas professoras são como lacunas de conhecimentos relativos à área de atuação no desenvolvimento de sua prática pedagógica. Em outros termos, procura-se identificar, segundo Monteiro (1987, apud Garcia, 1998, p. 66), problemas, carências e deficiências percebidas pelas professoras no desenvolvimento do ensino ou, ainda, de acordo com Blair e Lange (1990, apud Garcia, 1998, p. 66), a discrepância entre o que é (a prática habitual) e o que deveria ser (a prática desejada). Nesse sentido, contribuir com a reflexão sobre os problemas da prática pedagógica que afligem as profissionais de Educação Infantil em nossos dias constitui-se no principal objetivo deste trabalho. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 12 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, é necessário que a professora que atende os bebês em uma instituição de ensino, tenha clareza do que ela pretende e saia do senso comum, cristalizado, buscando muitas vezes receitas prontas passadas de gerações em gerações; muitas vezes reduzidas apenas no âmbito de cuidado e prontidão do bebê. Uma das possibilidades é o estudo a respeito da periodização do desenvolvimento infantil, pois quando se tem conhecimento sobre o desenvolvimento infantil a professora consegue ampliar sua visão e oferecer à criança ambientes desafiadores, estimulantes e dinâmicos para sua aprendizagem. Compreende-se que a partir das propostas pedagógicas deverá considerar as crianças, o centro do planejamento curricular pois, a criança é sujeito histórico e de direitos, e por meio das interações, das relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, ela brinca, recria, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura, e os bebês não devem estar de fora desse planejamento. REFERÊNCIAS BARBOSA, Maria Carmem. As especificidades da ação pedagógica com os bebês. Anais do I Seminário Nacional: Currículo em Movimento. Perspectivas Atuais. Belo Horizonte, novembro de 2010. BERBEL, N. A. N. A metodologia da problematização com o arco de Maguerez: uma reflexão teórico-epistemológica. Londrina: EDUEL, 2012. _________. A metodologia da problematização: fundamentos e aplicações. Londrina: EDUEL, 1999. BONDIOLI, Anna; MANTOVANI, Susanna (orgs). Manual de Educação Infantil– de 0 a 3 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino aprendizagem. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1989. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília : MEC, SEB, 2010. BRASIL. Constituição Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 13 _______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Brasília: MEC/SEF, 1998. _______. Lei 9.394, de 20.12.96, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, v. 84, n. 248, 23 dez. 1996. GARCIA, C. M. Pesquisa sobre a formação de professores: O conhecimento sobre aprender a ensinar. Revista Brasileira de Educação. Set/Out/Nov/Dez, 1998, (p. 51- 75), No. 9. MAGALHÃES, C.; LAZARETTI, L.M.; EIDT, N.M. Os bebês e as aprendizagens: uma proposta de intervenção formativa. Olhares, Guarulhos, v.5, n.1, p.6-21, maio, 2017. MELLO, Suely Amaral. Os bebês como sujeitos no cuidado e na educação na escola infantil. Revista Magistério, São Paulo – SME/DOT, n. 3, p. 46-53, 2014. VIGOTSKII, L. S., LURIA, A. R., LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Editora da Universidade de São Paulo, 1988. O USO DE ROBÓTICA COM CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS: O QUE DIZEM OS PROFESSORES Flavio Augusto Leite TaveiraLicenciatura em Matemática - UNESP campus Ilha Solteira Andrew Felipe Silvério Souza Licenciatura em Matemática - UNESP campus Ilha Solteira Thais Paschoal Postingue Programa de Pós-Graduação em Ensino e Processos Formativos - UNESP campus Ilha Solteira Deise Aparecida Peralta Departamento de Matemática- UNESP campus Ilha Solteira E-mail para contato: flaviotaveira16@gmail.com FAPESP e PROGRAD/UNESP – Programa Núcleo de Ensino ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 14 1. INTRODUÇÃO As tecnologias digitais permitem que as pessoas acessem, representem, manipulem e transmitam informações de diferentes maneiras. Sendo assim, talvez possamos afirmar que a robótica e seu uso na escola pode ser aceita como uma prática social e não, simplesmente, como mais uma ferramenta ou um recurso. Nesta perspectiva, passa a ser ela – a robótica- uma prática pedagógica. E no cerne desta discussão está a formação necessária para que os professores possam fazer uso de tecnologias digitais para além da racionalidade técnica (PERALTA et al, 2015). Nesse sentido, em consonância com o RCNEI, é preciso ações que primem para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos. A tecnologia digital, mais especificamente a robótica, pode contribuir para que se possa realizar, nas instituições, o objetivo socializador dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação, pelas crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural através da comunicação e suas diferentes linguagens. (PERALTA et al, 2015, p107) Podendo-se aceitar que todas essas linguagens podem ser potencialmente desenvolvidas e/ou aprimoradas por meio da tecnologia digital da robótica, uma formação de professores adequada para atuarem neste contexto se torna uma necessidade. Formação que em seu caráter polissêmico, contempla várias interpretações, podendo ir do ato de formar, ao efeito de formar ou, até mesmo, ao modo de formar (PERALTA et al, 2015). Dentre as possibilidades de distinções léxicas entre educar, ensinar e instruir, o termo “formar” é definido por Silva (2000, p. 23) como o ato de “[...] dar o ser e a forma, bem como organizar e estabelecer”, o que implica tanto uma dimensão relacionada à transmissão de conhecimentos (o saber e o saber-fazer), quanto uma dimensão de transmissão de valores (o saber-ser). Desse modo, “a formação perpassa a trama das mais diversas relações humanas, configurando-se como meio de crucial importância para o desenvolvimento individual e coletivo dos seres humanos” (PERALTA et al, ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 15 2015, p.107). Ressalta-se aqui um caráter necessariamente contextual, evidenciado no entrelaçamento da formação às experiências de vida dos sujeitos que se formam. Sendo assim, as necessidades de formativas devem ser investigadas com os professores, considerando as necessidades por ele sentidas em seu desenvolvimento profissional e de acordo com o contexto em que atuará. Em termos de pesquisa esta proposta pautou-se na necessidade de formaçãode professores para atuarem no desenvolvimento das linguagens preconizadas para a Educação Infantil, tendo a robótica como prática pedagógica. Oferecer visibilidade a essas necessidades pode representar um avanço na educação infantil, possibilitando reflexões acerca de soluções educacionais para escolas e creches de acordo com o RCNEI. 2. OBJETIVO Descrever e analisar o que pensam professores da educação infantil sobre o uso de robótica como prática pedagógica, incluindo aspectos de formação tida como necessária para atuar em contextos que admitam a robótica como prática pedagógica na Educação Infantil. 3. METODOLOGIA Este trabalho está inserido numa abordagem qualitativa, hermenêutica ou interpretativa e por tais pressupostos pode ser caracterizado. De modo geral, os pesquisadores, consideram que o modelo qualitativo adota, do ponto de vista ontológico, a possibilidade de múltiplas realidades e, do ponto de vista epistemológico, além das questões de ordem técnicas e metodológicas, a relação subjetiva do pesquisador com o objeto de estudo. 3.1 Participantes ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 16 Participaram do estudo quatro professoras que atuam na Educação Infantil em uma instituição municipal do interior paulista, onde são reconhecidas pelo município como “professoras da educação infantil”. 3.2 Procedimentos Metodológicos A constituição dos dados se deu por meio da coleta de narrativas das participantes cujo as discussões e ações giraram em torno das temáticas: Trajetória de formação e implantação de um projeto de robótica e as necessidades formativas para o uso de robótica na Educação Infantil. As professoras que participaram da pesquisa foram submetidas a assinatura de um Termo de Livre e Esclarecido como objetos de pesquisa, na qual foram selecionadas aquelas cuja responsabilidade está direcionada para uma turma participante do projeto de extensão. A obtenção dos dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas no ano de 2016. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Das quatro professoras participantes, três não tem formação em pedagogia ou graduação relacionada especialmente com habilitação para educação infantil, possuindo outras licenciaturas. Apenas uma das entrevistadas (a graduada em pedagogia) afirma ter realizado um curso de tecnologia digital (informática básica), sem, no entanto, abranger conteúdos de programação e robótica. As quatro professoras afirmaram nunca terem tido contato com robôs. As quatro professoras afirmaram acreditar que a robótica estimula o desenvolvimento psicológico, a criatividade da criança, além de aguçar a curiosidade e facilitar a assimilação de informação. Também defenderam que o desenvolvimento de projeto dessa natureza agrega valores de cidadania à vida das crianças ao fazê- las trabalharem em grupo. As participantes relataram que um projeto de programação e robótica é muito “motivador para as crianças”, “inovador no que se refere a atividades pedagógicas em creche”, mas a “condução de um projeto com robótica gera uma ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 17 certa insegurança no professor que nunca foi formado para isso” e ainda “é necessário ter formação adequada para trabalhar com robótica com as crianças”. Até o momento, os dados constituídos, com os relatos das professoras, evidenciam que o uso de robótica na educação infantil é aceito por elas como positivo, pois por unanimidade as professoras entrevistadas afirmaram ter convicção que a robótica como prática pedagógica auxiliaria na aprendizagem. No entanto, as quatro professoras, também por unanimidade, lamentaram não se sentirem seguras para realizar as atividades sem assistência temendo falta de conhecimento do assunto: “Não me sentiria confortável em trabalhar os conceitos de robótica, pois sinto muito o peso da falta de formação principalmente prática, uma vez que também não tenho o mínimo de conhecimento dessa área”; “Eu acho que me sentiria confortável em trabalhar a robótica com eles se tivesse uma formação para isso, do contrário, acredito que seria um desastre”, “Acredito que o que mais ‘pega’ na hora de ensinar robótica é a falta de contato com o assunto, falta de conhecimento aprofundado e principalmente a prática, o contato direto com robôs e programas de computador para programar como vocês fazem”. Peculiarmente, uma das professoras acredita e julga necessário que a robótica deveria deixar de ser uma ferramenta à prática pedagógica e passar a ser uma prática pedagógica, pois argumenta que “sendo ela uma prática pedagógica ocorreria com mais frequência”. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os relatos das professoras, lamentando a falta de formação para o uso de robótica, nos coloca diante de questionamentos acerca das necessidades formativas de professores para atuarem na Educação Infantil em contexto de sociedade do conhecimento inserida em uma cultura digital. Assim como em Peralta et al (2015) podemos considerar que a adoção do uso de robótica na Educação Infantil requer formação de professores que priorizem aspectos conceituais de tecnologia como prática social. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 18 REFERÊNCIAS PERALTA, D. A .; BRITO, M. C. ;PRADO, J. P. A.; MORCELI, G . Robótica na Educação Infantil: necessidades formativas de professores. In: Luiz Marcos Garcia Gonçalves; Rafael Vidal Aroca. (Org.). VI WORKSHOP DE ROBÓTICA EDUCACIONAL. 01ed.Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação- SBC, 2015, v. 01, p. 106-120. RODRIGUES, M. P. A. (2006). Análise de práticas e de necessidades de formação. (336p). Lisboa, Portugal, Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular. SILVA, M. O. P. D. S. A análise de necessidades de formação na formação contínua de professores: um caminho para a integração escolar. 2000. Tese de Dissertação em Educação. Universidade de São Paulo, São Paulo. O BINÔMIO CUIDAR E EDUCAR NAS PRÁTICAS E CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: BREVE REVISÃO Mariana Bonvicini Lemes Tozetti – Associação das Escolas Reunidas - ASSER Keila Hellen Barbato Marcondes - Associação das Escolas Reunidas - ASSER E-mail para contato: marianabonvicini@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO A escolha do presente tema deve-se às reflexões e inquietações identificadas no processo de formação da pesquisadora no momento de sua formação na graduação na licenciatura em Pedagogia, em especial, no momento do ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 http://lattes.cnpq.br/3567054664699910 http://lattes.cnpq.br/0069887838939497 http://lattes.cnpq.br/3567054664699910 19 estágio obrigatório, em que foi possível observar que alguns professores exercem sua docência voltando suas ações pautadas exclusivamente pelas ações educacionais de seus alunos, enquanto outros dedicavam suas práticas voltadas aos cuidados deles, sendo poucos os que apresentavam uma prática em que o educar e o cuidar estão presentes em suas ações de forma integrada. Portanto, é importante esclarecermos que cuidar não se fundamenta apenas em dar assistência para as necessidades básicas das crianças, mas sim criar elos entre quem cuida e quem é cuidado. O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI) nos aponta o ato de educar como umaação ligada com o ato de cuidar, que estão associados com a qualidade de ensino e condições necessárias para desenvolvimento da criança. Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar como os outros em atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetiva, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis (BRASIL, 1998, p. 23). Portanto, cuidar também se torna uma ação que ocorre dentro do ato de educar. São ações que auxiliam a criança a desenvolver-se, através de atos constantes e corriqueiros, como alimentação, banho, cuidados com a saúde e bem- estar delas, mas aplicados de maneira mais afetiva, transmitindo as crianças os valores executados em cada ação. Cuidar é considerar as necessidades das crianças, respeitar suas diversidades e favorecer para que ela se desenvolva integralmente. Fazendo com que cada ato de cuidado, seja sentido pela criança com afeto, respeito e atenção. Assim sendo, para o cuidar é preciso “antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado” (BRASIL, 1998, p. 25). Sendo assim, entende-se que cuidar e educar são processos indissociáveis, as duas ações caminhando juntas estabelecerão uma visão integrada do ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 20 desenvolvimento da criança. Diante da justificativa exposta o objetivo geral deste trabalho é compreender se o binômio educar e cuidar está presente nas ações docentes realizadas na Educação Infantil e se essa unicidade é primordial para o desenvolvimento infantil. 2. METODOLOGIA Para atingir os objetivos propostos, foi feita uma pesquisa bibliográfica preliminar que, segundo Gil “tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos (GIL, 2010, p. 29). Para a realização do levantamento bibliográfico inicial optou-se por elencar estudos desenvolvidos nos últimos dez anos, ou seja, entre 2007 a 2017. Foram utilizados os bancos de tese das Capes e os Anais do Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino (ENDIPE). As palavras – chave utilizadas foram: educar e cuidar; binômio da Educação Infantil e práticas de cuidado e práticas educativas. Dos estudos identificados foram elencados doze trabalhos que atendiam o objetivo dessa análise, no entanto, para essa comunicação será apresentado uma análise preliminar somente de três pesquisas que se referem as práticas docentes do cuidar e educar nas Instituições de Educação Infantil, sendo os estudos de Maria Margarida Pinheiro (2008), Sandra Jerônimo do Nascimento Mattos (2009) e Ivone Martins Oliveira (2012). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde o início do atendimento das crianças nas instituições infantis houve divergências sobre a real concepção entre os conceitos de educar e cuidar, existindo uma profunda dicotomia entre suas ações: substituir assistência por educação, ou educação por assistência. O primeiro estudo analisado foi de Pinheiro (2008), que visou compreender as concepções e percepções que as professoras possuem sobre as especificidades educativas da infância e a evolução ocorrida na história da Educação Infantil. A ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 21 pesquisa foi realizada com três professoras titulares e uma professora auxiliar da creche e pré-escola do município de Pau dos Ferros, interior de Rio Grande do Norte. Foram observadas somente as salas de três, quatro e cinco anos de idade.Para a coleta dos dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e método de observação. Pinheiro (2008) ressalta que as docentes revelaram uma atenção especial à infância. Suas declarações tornam clara a intenção de defender uma educação voltada prioritariamente para o desenvolvimento da criança, atendendo todas as suas especificidades, considerando-as como sujeitos de interação, relacionando a educação, a sociedade e a escola como diferentes contextos, que juntos contribuem para a formação integral desse sujeito em construção. Assim, deixam claro a importância da articulação das práticas de cuidado e educação das crianças e a necessidade da sua fundamentação de forma clara e abrangente. Pinheiro (2008) constatou que apesar das limitações pedagógicas observadas na escola, as dimensões do cuidar e educar estão presentes na prática das professoras, embora ainda de forma limitada, devido à falta de recursos materiais e pedagógicos, e suas reais condições de trabalho. O estudo de Pinheiro (2008) nos leva ainda há uma reflexão que nos permite analisar que cuidar e educar são processos que devem ser impregnados na ação pedagógica da Educação Infantil de maneira mais significativa, estabelecendo uma relação da criança com as peculiaridades inerentes à infância. O segundo estudo analisado foi de Mattos (2009) que teve como foco de seu trabalho analisar como os conceitos referentes às práticas de cuidar e educar são entendidas e internalizadas pelas educadoras. Para realizar sua pesquisa, utilizou- se de entrevistas e observou as práticas pedagógicas de quatro profissionais da Educação Infantil. A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Educação Infantil (CEI), na cidade de São Paulo, onde atendem em período integral 269 crianças de zero a três anos de idade. Em sua pesquisa, Mattos (2009) busca identificar as visões que as próprias educadoras possuem sobre seu papel profissional, e como os impasses que ainda cercam o ato de cuidar e educar são compreendidos por elas. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 22 Articulando os dados coletados na entrevista às observações feita no CEI, Mattos (2009) destaca que o trabalho realizado na instituição é organizado a partir de uma rotina elaborada pelas educadoras e suas práticas são baseadas naquilo que elas acreditam ser importantes para as crianças atendidas. Nota-se também que os procedimentos de higiene e alimentação das crianças, ocupam praticamente todo o período, sobrando pouco, ou nenhum tempo para realização de atividades de integração com as crianças. A pesquisa destaca que as educadorasestão convencidas sobre a necessidade da integração do cuidar e educar na rotina das crianças, porém, descrevem a predominância de suas ações como a guarda e proteção, relacionando suas funções com as maternas, deixando claro que a criança necessita dos seus cuidados, principalmente relacionado as suas necessidades. Assim, fica em destaque que as educadoras do CEI ainda não compreenderam que o ato educativo está relacionado à forma como os educadores encaminham essas situações rotineiras, ou seja, são os momentos rotineiros, considerado muitas vezes como tendo pouca importância, que oferecem ao adulto oportunidades de estabelecer relacionamentos com as crianças que lhes favoreçam a compreensãoe a construção de conceitos importantes (MATTOS, 2009, p. 73). De acordo com as professoras pesquisadas as atividades educativas por elas realizadas estão totalmente ligadas a atividades pedagógicas, como leitura de livros, pinturas e outras atividades ligadas ao adulto, desvalorizando assim suas capacidades de tornar seus momentos de cuidado com as crianças em momentos também de educação, fazendo com que o simples ato de alimentar ou trocar, se torne uma atividade importante, valorizada e enriquecedora, tanto para as educadoras, como para suas crianças. Mattos (2009) indica que um trabalho de formação continuada e aperfeiçoamento dos profissionais que atuam nessa área, serão capazes de desconstruir a ideia assistencialista que se consolidou nas instituições infantis ao longo dos anos. Partindo do pressuposto dePinheiro (2008) e Mattos (2009) e buscando um aprofundamento maior sobre como as concepções de infância e Educação Infantil ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 23 norteiam as práticas docentes nas escolas, analisou-se também o estudo realizado pela pesquisadora Ivone Martins de Oliveira (2012). Oliveira (2012) indica a possibilidade de um aprofundamento teórico sobre o assunto nos apresentando a análise de algumas teses e dissertações feitas entre 1996 a 2009 e algumas pesquisas produzidas em trabalhos de pósgraduação nos anos de 1998 a 2008, que analisam questões referentes ao cuidar e educar para crianças de zero a seis anos retiradas do banco de teses da Capes, sendo considerado um estudo bibliográfico sobre a temática, um “estado da arte”. O estudo de Oliveira (2012) destaca que as professoras pesquisadas relatam que eram realizadas tarefas de cuidado e higiene o tempo todo, executados sempre de maneira mecanizada, e com caráter disciplinador e não educador, com rigidez na rotina e não valorização de momentos livres, como durante as brincadeiras, que em momento algum são direcionadas, portanto, vemos em evidência o caráter assistencialista de educação nessa instituição. Destaca-se a divisão de funções, em que atividades como troca de fralda, banho e higienização da criança ficava por conta da monitora; atividades pedagógicas como pintura, brincadeiras e contação de histórias, ficava por conta da professora. Nota-se assim, então, uma certa hierarquia entre as professoras e as monitoras de creche. De acordo com as pesquisas analisadas por Oliveira (2012) pôde-se concluir que: Nas pesquisas analisadas, destacam-se, no que diz respeito ao cuidar e educar crianças de zero a três anos, a presença de uma perspectiva assistencialista e higienista e de um espontaneísmo em relação ao brincar, uma das poucas atividades consideradas educativa; o caráter disciplinador, com ênfase em normas de boa conduta, que atravessa algumas orientações consideradas como pedagógicas; a divisão do trabalho educativo entre professoras e atendentes, reservando às primeiras a tarefa de educar e às segundas a de cuidar, bem como uma desvalorização das tarefas de cuidado; a falta de clareza de atendentes e professoras em relação à indissociabilidade entre o cuidar e o educar; a priorização de cuidados corporais; a desconsideração dos diferentes ritmos, necessidades e desejos das crianças diante de uma rotina rígida e uma concepção de cuidado pautada pela afetividade e, por vezes, pela referência materna (OLIVEIRA, 2012, p. 8). ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 24 Após as análises dos trabalhos de Pinheiro (2008), Mattos (2009) e Oliveira (2012), pode-se destacar que há necessidade de discutir questões referentes à docência e os modos de olhar para o cuidar e educar na Educação Infantil. Sendo necessário incorporar ao plano de carreira programas de formação continuada, sendo estes uma das alternativas colocadas por todas as pesquisadoras. Dessa maneira, as profissionais teriam a possibilidade que seus conhecimentos se ampliem e que compreendam a necessidade de mudar seus conceitos sobre a Educação Infantil. Assim, estarão aptas para que durante suas práticas construam um olhar crítico e reflexivo sobre seu trabalho, dando oportunidades para que as crianças cresçam e desenvolvam todas as suas competências através de experiências significativas que permeiam seu cotidiano. Destaca-se que a presente pesquisa ainda está sendo desenvolvida, podendo indicar ainda outros pontos a serem refletidos. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se que para muitos profissionais de Educação Infantil, existe ainda uma ideia distorcida sobre a integração das práticas do Cuidar e Educar, deixando- as distantes uma da outra durante o processo pedagógico de ensinoaprendizagem das crianças pequenas. Os estudos preliminares permitem indicar, inicialmente que a condição da criança como ser integral e em constante evolução, possibilitou o seu reconhecimento perante as legislações, tornando sua aprendizagem significativa para a sociedade, porém, as pesquisas destacam que as práticas das educadoras nem sempre se concretizam com as ações exercidas por elas, o que se torna uma prática desfavorável para o desenvolvimento das capacidades e competências das crianças. Pode-se indicar pelas análises iniciais também que no contexto da Educação Infantil temos ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito a integração do Cuidar e Educar. A visão e a ação fragmentada de alguns educadores desfavorecem a evolução e valorização da infância. Diante disso, o objetivo principal ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 25 das políticas para a educação infantil deve ser o investimento constante na profissionalização e formação continuada dos educadores. Nesse sentido, pontuamos que a formação do educador é um dos principais pilares para se desenvolver uma educação de qualidade, uma educação que busque meios para estimular a criança em seus aspectos cognitivo, afetivo, social, motor e psicológico, proporcionando momentos de aprendizagem significativas para a criança, momentos em que ela conheça e aprenda sobre si própria, o outro e o mundo em que está inserida. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. Vol.3. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 5.ed. 2010. MATTOS, Sandra Jerônimo do Nascimento. Cuidar e educar: concepções de professoras de um Centro de Educação Infantil na cidade de São Paulo. 161 p. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. - Programa de Pós-Graduação em Educação, São Paulo, 2009. OLIVEIRA, Ivone Martins. Educar e Cuidar na Educação Infantil. Possibilidades de Aprofundamento teórico. Universidade Federal do Espírito Santo. XVI ENDIPE- Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino. Universidade de Campinas. Campinas, 2012. PINHEIRO, Maria Margarida. Concepções de Infância e de educação infantil que permeiam a prática docente. 122f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programas de Pós-Graduação em Educação, Natal, 2008. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformaçãosocial - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 CONTRIBUIÇÕES DO ESPAÇO CURRICULAR PARA O MOVIMENTO HUMANO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA Giovana do Carmo Facioli – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO E-mail para contato: giovana.facioli@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos foram introduzidas nas creches e escolas de Educação Infantil, da rede Municipal da cidade de Botucatu-SP as aulas de “movimento”, para crianças a partir de dois anos de idade. As aulas incluem diversas atividades que desenvolvem inúmeras capacidades das crianças, entre elas, a coordenação óculo manual e viso motora, a concentração, a tonicidade muscular, força, equilíbrio e os aspectos sócioafetivos. Muitos desses aspectos são adquiridos por meio de jogos e brincadeiras infantis. (FREIRE, 1995) O documento que aborda tal disciplina é o Referencial Curricular da Educação Infantil da Secretaria Municipal da Educação de Botucatu (2013) e tem como objetivo esclarecer as atividades diversas que devem ocorrer na Educação Infantil, entre elas, atividades que envolvam o Movimento. A disciplina ocorre em Botucatu, com o Projeto “Movimento – Cultura Corporal do Movimento”, com o tema: “Um olhar da Educação Física na Educação Infantil”. As aulas de “Movimento” buscam desenvolver, por meio da parceria entre pedagogos e a equipe de Educação Física, os seguintes aspectos: Expressividade, 27 equilíbrio e coordenação, preensão, lançamento, encaixe, traçado do desenho, e as diversas outras habilidades, de acordo com a faixa etária da criança. (BOTUCATU, 2013) Apesar de o Referencial Curricular da Educação Infantil da cidade de Botucatu (2013) apresentar os benefícios para as crianças, as aulas de “movimento’ causam certa polêmica nas escolas por ser mais uma maneira de mostrar que a Educação Infantil não deve ser considerada como atividade assistencialista e que o desenvolvimento da criança deve ser priorizado. Além disso, os jogos e as brincadeiras encerram sentido, são muito significativos para o aprendizado da criança de forma total, e não devem ser negligenciados. (FREIRE, 1995). Porque é na infância que são construídas importantes bases para todo o processo de desenvolvimento humano que não cessa nunca. Autores como Piaget (1976), Freire (1995) e Huizinga (2005) enfatizam que ao se movimentar a criança explora o mundo ao seu redor e o incorpora. De acordo com Freire (1995), somente por meio dos movimentos e ações, a criança é capaz de desenvolver a consciência e a construir sua “imagem corporal”. Para Vygotsky (1999), é com o jogo que a criança poderá desenvolver diversas capacidades, desde que sejam proporcionados a ela momentos de liberdade, com estímulos para o movimento individual e coletivo, por ser interativo esse movimento pode proporcionar além de todos os benefícios físicos e cognitivos, noções de convivência e relações sociais. O professor deve preparar esse momento com frequência para que a criança se identifique com o mundo real, e as características do grupo sociocultural no qual está inserida da sociedade. Esta pesquisa de iniciação científica tem por objetivo investigar o desenvolvimento humano, com ênfase nos professores, para compreender a visão predominante sobre as aulas de “Movimento” e se se sentem preparados para tal. Se tal inclusão não se encontra entre as políticas públicas que são determinadas sem que os professores estejam preparados para tal, ocasionando fracasso escolar. A metodologia em desenvolvimento no projeto de iniciação científica consta de pesquisa bibliográfica sobre o desenvolvimento humano com ênfase nos estudos de BEE, (2000), PIAGET, (1976) e de VYGOTSKY, (1999), HUIZINGA, (2005) e de FREIRE, (1995). e pesquisa documental sobre a história do currículo implantado. Os ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 28 professores de algumas creches, da cidade de Botucatu, serão entrevistados a partir de roteiro semiestruturado para obtenção de dados sobre: formação, entendimento sobre o desenvolvimento humano, o movimento, o jogo e a infância. Os dados serão analisados à luz das teorias. Tem–se como hipótese que os professores não estejam adequadamente preparados para lidar com a questão do “movimento” devido ao processo de ensino e estudos sobre o tema na formação básica ser insuficiente. 2. METODOLOGIA Esta pesquisa tem o referencial teórico metodológico pautado na abordagem qualitativa, na qual o indivíduo é considerado como um ser ativo que interpreta continuamente o mundo em que vive e não pode ser entendido fora deste contexto (MOREIRA, 2002). Os procedimentos metodológicos constarão de pesquisa bibliográfica acerca das temáticas: desenvolvimento humano, infância, criança e jogo, Os dados serão coletados por meio de roteiro semiestruturado e observação participante. Haverá concordância dos professores por meio de termo de consentimento livre e esclarecido de participação na pesquisa. O roteiro será previamente elaborado pela pesquisadora e avaliado pela orientadora responsável, possibilitando reformulações necessárias. Será realizada pesquisa piloto para testar o instrumento. (SEVERINO, 2007) As observações serão realizadas na perspectiva da observação participante, na qual “[…] o pesquisador tem sempre um grau interação com a situação estudada, afetando-a e sendo por ela afetado” (ANDRÉ, 1995, p. 28). A escola estudada é da rede Municipal de Botucatu, serão observadas cerca de 14 turmas. Existem aproximadamente 20 crianças em cada sala, com idades de 2 a 6 anos alunos matriculados nos Maternais 1 e 2, e Etapas 1 e 2 (préescola). Dessa forma, serão 281 sujeitos de pesquisa, as crianças e o professor de Educação Física que realiza o trabalho. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 29 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A discussão sobre a importância do movimento e do desenvolvimento das capacidades das crianças por meio de atividades lúdicas vai além da reflexão apenas sobre a necessidade da movimentação da criança, de que ela não deve ser mantida o tempo todo sentada. Essa reflexão exige o conhecimento do pedagogo sobre a relevância dos jogos e brincadeiras que acrescentam conceitos, e apresentam situações que serão comuns na vida das crianças. (HUIZINGA, 2005) Huizinga (2005) defende o jogo da seguinte forma: Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. Assim definida, a noção parece capaz de abranger tudo aquilo a que chamamos “jogo” entre animais, as crianças e os adultos: jogos de força e de destreza, jogos de sorte, de adivinhações, exibições de todo gênero. (HUIZINGA, 2005 p. 33) Dessa forma, fica claro que o jogo possui características culturais que envolvem a vida cotidiana, seja nos jogos que envolvem a vida social, ou nos que tem como proposta principal o aprendizado. De acordo com Huizinga o jogo não é inerente apenas aos humanos, mas suas características de relações sociais podem colaborar para o entendimento da vida social e das ações que podem ser realizados de diferentes modos. Para Huizinga (2005), a seriedade pode ser negada à criança, o jogo não. Essas reflexões sobre o desenvolvimento humano o jogo e o movimento, como forma deexploração do mundo colaboram na forma que o pedagogo pode contribuir para que os momentos em que ocorrem as vivências, sejam também situações naturais e, portanto, que ocorram o tempo todo. Freire (1995) afirma que as atividades realizadas em sala de aula, que mantêm as crianças estáticas, o que faz com que se sintam entediadas se a atividade for muito longa, são mais simples de serem realizadas do que as atividades que proporcionam agitação e movimentação. Porém alerta que é necessário que ocorra tal reflexão por parte do profissional da Educação que é ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 30 natural no ser humano, o desejo de movimentar-se, a necessidade de realizar atividades diferenciadas e inusitadas. Tais atividades provavelmente manterão as crianças atentas, interessadas e envolvidas. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), as crianças que passam o dia todo em um ambiente rígido, paradas, sentadas e em fila, podem ter consequências negativas relevantes no futuro, em relação à sua coordenação motora, socialização, entre outros aspectos ligados ao desenvolvimento da inteligência espaço temporal e cinetésica. Além disso, o clima em sala de aula normalmente se torna desconfortável em atividades monótonas, em que o professor tenta, de forma insistente, conter os alunos, e a atenção destes, que se mostram cansados ou agitados. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é papel da Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, proporcionar o desenvolvimento Integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996) O Referencial Curricular da Educação Infantil da Secretaria de Educação de Botucatu (BOTUCATU, 2013) baseia-se na concepção de que é nos primeiros anos de vida que as crianças descobrem e conquistam o mundo que as rodeia, isso ocorre pela própria ação. As brincadeiras, jogos e atividades que envolvem o movimento apresentam-se de foi fundamental para que essa conquista ocorra com sucesso. Para Piaget (1966), para que determinada atividade seja capaz de manter as crianças motivadas e interessadas é necessário que a mesma apresente desafios para a criança, não ocorra todos os dias, e que tenha certo grau de agitação, que não seja algo monótono. Esse tipo de atividade que possui um caráter atrativo para a criança mostra-se como um importante meio para o aprendizado e o desenvolvimento de capacidades. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 31 O trabalho em questão objetiva a investigação sobre o “Movimento na Educação Infantil”, e como são realizadas suas práticas, considerando que os pedagogos devem se capcitar sobre a relevância do tema, e as diversas atividades que podem ser propostas com objetivos diferentes de ensino, e percepção de desenvolvimento de crianças da faixa etária de 2 a 6 anos de idade. De acordo com as reflexões de Bee (2000), o desenvolvimento da criança nas diversas esferas em que ocorre, está diretamente relacionado com as influências geradas pelas interações com o ambiente externo e interno. Retomando as concepções de Freire (1995), a criança deve ser vista pelo educador como um todo, que precisa desenvolver suas capacidades conjuntamente. O movimento deve constituir um momento de prazer na educação, e deve usar as possibilidades de aprendizado que estão relacionadas ao mesmo. As formas de utilizar essas capacidades dependem da criatividade e amaparo teórico que sustente sua prática docente. A criatividade é uma possibilidade que infelizmente é pouco usada no ambiente escolar, a mesma se constrói a partir de uma variedade de fenômenos e situações, o que gera uma grande complexidade de dúvidas sobre o que poderá ser usada na execução de uma ideia. Assim, sua importância no âmbito educacional é inegável, e mesmo nos dias de hoje, com disponibilidade de tantos recursos, utilizada de forma escassa. (ALENCAR; FLEITH, 2003). REFERÊNCIAS ALENCAR, E. M. L. S. de; FLEITH, D. de S. Criatividade- múltiplas perspectivas. 3. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2003. ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 1995. BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2000. BOTUCATU, Secretaria Municipal de Educação – Referencial Curricular da Educação Infantil (2013). BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Ministério da Educação, 1998. FRANK, V. E. A presença ignorada de Deus. Traduzido por Walter O. Schlupp e Helga H. Reinhold. 14ª. ed. rev. – São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes.2013. FREIRE. J.B. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Scipione. 1995. HUIZINGA. Johan. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva S.A. 2005. MOREIRA, D.A. O Método Fenomenológico da Pesquisa. São Paulo: Thompson Pioneira. 2002. MURRAY, E. J. Motivação e Emoção. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 1978. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 32 PIAGET, J. Comportamento matriz da evolução. Porto: Portugal. 1976. SEVERINO, Antõnio J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed .rev e atual. São Paulo: Cortez. 2007. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,1999 ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 33 OS CONCEITOS DE INFÂNCIA, ESCOLA E EDUCAÇÃO INFANTIL NAS PESQUISAS DE 2012 A 2016 Adelir Aparecida Marinho de Barros – Pontifícia Universidade Católica de Campinas Heloísa Helena de Oliveira de Azevedo – Pontifícia Universidade Católica de Campinas E-mail para contato: adelir.amb@gmail.com Agência Financiadora: CAPES 1. INTRODUÇÃO Inserida em um contexto que envolve questões políticas e administrativas o sistema de educação brasileiro passa constantemente por interferências relativas à implantação de políticas publicas educacionais. Neste contexto está a Educação Infantil, que em virtude da promulgação da Lei nº 9394/1996 – Lei de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (BRASIL, 1996), passou a ser reconhecida como a primeira etapa da educação básica, exigindo também a obrigatoriedade de qualificação dos professores em nível superior. Questões sobre a identidade docente estão presentes no contexto educacional e de pesquisa, em discussões recentes, contrapondo a visão assistencialista configurada historicamente sobre a Educação Infantil, enquanto espaço assistencial, visão atribuída em virtude da criação de instituições que serviam para acolher crianças abandonadas, ou da criação de espaços que tinham como objetivo atender aos interesses da demanda urgente de mão de obra, no período da revolução industrial, para que as mulheres deixassem suas funções domésticas e pudessem trabalhar nas indústrias. Os fatos acima narrados constituem-se, de acordo com argumentos apresentados por pesquisas nesse campo (LOPES, 2015; MASSUCATO, 2012; 34 FERNANDES, 2010) em obstáculos para a (re)construção da identidade docente desta etapa educativa. Apontamos ainda, no que serefere às políticas públicas, no contexto da Educação Infantil, a promulgação da Lei Federal nº 11.114/05 (BRASIL, 2005) que estabelece a obrigatoriedade do ingresso das crianças de 6 anos de idade no ensino fundamental. A constituição histórica dos profissionais que atuam em creche e préescola relaciona-se com a história das instituições sociais responsáveis pelas crianças pequenas de 0 a 6 anos e, mais recentemente, com a faixa etária que antecede a entrada na escola fundamental obrigatória. Nesse sentido, uma análise que se relaciona com a história da profissão docente, ligada especialmente à educação escolar, nem sempre encontra parâmetros correspondentes para uma compreensão mais ampliada da docência na educação infantil (FERNANDES, p.17, 2010). Diante do exposto, é possível compreender a demanda em relação às pesquisas e estudos, que têm como tema a compreensão de conceitos inerentes a Educação infantil e suas especificidades, em especial discussões sobre as práticas pedagógicas, a função da pré-escola e sua importância no desenvolvimento infantil (MICARELLO, 2006, NONO, 2008, FREITAS 2012, MARTINS, et al. 2015). [...] podemos entender que a profissionalidade envolve uma dimensão interna e subjetiva do profissional, considerando os saberes que os professores têm com relação à profissão, os conhecimentos necessários para desenvolver a atividade docente, os saberes pedagógicos e das disciplinas. Envolve ainda, os valores e crenças que os profissionais depositam na ação realizada e o entendimento da mesma (MARTINS, GARCIA e CARDOSO, p. 2, 2015). Neste sentido, visando à aproximação com o tema de nossa pesquisa em andamento, que está sendo realizada no âmbito do Programa de PósGraduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP - empreendemos revisão da literatura científica sobre o tema, no intuito de conhecer o que está sendo produzido pela comunidade acadêmicocientífica acerca da temática. 2. METODOLOGIA ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 35 Pretendeu-se com a pesquisa bibliografia oferecer, por meio de dados quanti-qualitativos, um panorama do que tem sido produzido sobre o processo de constituição da escola de Educação Infantil enquanto etapa educativa. Para isso, buscamos por artigos na base de dados do site Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), por dissertações e teses no site da Biblioteca Digital Brasileira de Teses de Dissertações (BDTD) e as demandas estabelecidas em termos de pesquisa e publicações de trabalho no site da Associação Nacional de Pós-Educação e Pesquisa em Educação (ANPED) no Grupo de Trabalho – Educação de crianças de 0 a 6 anos (GT 7). Utilizamos como delimitação do universo da pesquisa recorte temporal o período de 2012 a 2016 e utilizamos descritores previamente definidos. Buscamos inicialmente as produções com os seguintes descritores: Escola de Educação infantil e Infância; Educação Infantil e Preparatória; Sociologia da Infância e Educação Infantil; Escola de Educação Infantil e Compensatória; Escolarização, Educação Infantil e Infância. O resultado desta busca está apresentado a seguir por meio da tabela nº 01. Tabela nº 01 Pesquisa realizada nas bases de dados TRABALHOS ESCONTRADOS DESCRITORES SCIELO ANPED DISSERTAÇÕES TESE TOTA L ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL; INFÂNCIA 18 21 203 66 308 SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA; EDUCAÇÃO INFANTIL 08 14 48 33 103 ESCOLARIZAÇÃO; EDUCAÇÃO INFANTIL; INFÂNCIA 02 13 30 06 51 ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL; PREPARATÓRIA 00 02 02 02 06 ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL; COMPENSATÓRIA 01 00 02 00 03 TOTAL 29 50 285 107 471 Fonte: dados coletados e organizados pelas autoras ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 36 Após o levantamento e elaboração da tabela, realizamos as leituras de todos os títulos e resumos dos trabalhos encontrados, nas bases de dados SCIELO, BDTD e no GT 7, como o objetivo de identificar e selecionar àqueles que em suas discussões tinham proximidade em relação aos conceitos referentes aos descritores. Estes procedimentos foram necessários visto que o objetivo foi de identificar a pertinência das discussões da pesquisa bibliográfica, ou seja, de realizar levantamento nas bases de dados de artigos, dissertações e teses que apresentam como temática a Educação Infantil, a intencionalidade do trabalho pedagógico desenvolvido nesta etapa educativa, suas especificidades, em especial relacionado às questões que envolvem a função da pré-escola enquanto instituição escolar e aspectos inerentes à infância e suas conceituações, o processo de inserção das crianças no contexto social e os que abordavam questões relativas a desmitificação do conceito historicamente construído de que a escola de educação infantil não é escola. Após a realização das leituras, foi elaborada a tabela nº 2 que apresenta os trabalhos selecionados. Tabela nº02 - Trabalhos selecionados TRABALHOS SELECIONADOS DESCRITORES SCIELO ANPED DISSERTAÇOES TESES TOTAL ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL; INFÂNCIA 09 11 07 13 40 SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA; EDUCAÇÃO INFANTIL 02 09 01 04 16 ESCOLARIZAÇÃO; EDUCAÇÃO INFANTIL; INFÂNCIA 03 04 04 02 13 EDUCAÇÃO INFANTIL; PREPARATÓRIA 09 02 00 01 12 ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 37 ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL; COMPENSATÓRIA 00 01 01 00 02 TOTAL 23 27 13 20 83 Fonte: dados coletados e organizados pelas autoras Apresentaremos a seguir, um panorama, do material selecionado, fazendo apontamentos das principais questões por eles apresentados. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a elaboração da tabela nº 02, realizamos um refinamento dos dados levantados e compreendemos que do universo dos 83 trabalhos selecionados, identificamos que 20,48% (17) trabalhos discutem conceitos relativos à escola de educação infantil, discussões que evidenciaram questões sobre a escola de educação infantil, em especial, relação à preocupação com o contexto em que estão inseridas as crianças da faixa etária da Educação Infantil, ou seja, reflexões em defesa da escola não escolarizante, não emancipatória e do ambiente regulador. Identificamos 20,48% (17) trabalhos que apresentam discussões com foco em estudos sociais sobre o conceito de infância e de criança e os paradoxos envolvendo a infância no que se refere a sua idealização e naturalização, inquietações em relação às questões que envolvem a centralidade da criança em função do direcionamento do adulto. Nesse sentido, observou-se que a maior parte dos trabalhos apresenta em sua temática abordagem conceitual, especificamente em torno do entendimento de como são desconsideradas as expressões e pensamentos das crianças. Questões a respeito da relação espaço-tempo, inseridos no contexto da rotina na creche e na pré-escola e a linearidade em relação aos tempos e espaços e sua repercussão na/da infância e no processo educativo, aparecem em 7,22% (06) dos trabalhos selecionados, apresentam discussões em torno rotina organizada para esta etapa educativa, assim como a relação estabelecida na relação no espaço e tempo, com vistas a compreensão destes elementos na relação da intencionalidade ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN978-85-5444-001-5 38 das práticas pedagógicas, em especial a discussão acerca do entendimento sobre conceituação entre tempo integral e educação integral. Visando compreender a intencionalidade das práticas pedagógicas e as metodologias utilizadas, em especial, a complexidade da ação educativa no processo de significação do outro, com o objetivo de compreender as relações mediadas em um movimento de reflexão sobre a prática e a prática da reflexão aparece em 10,84% (09) trabalhos, contrapondo-se com questões que envolvem concepções sobre desenvolvimento infantil que são objeto de estudo de 18,07% (15) dos trabalhos selecionados, temática que traz também embates em torno da ampliação e universalização do ensino fundamentação e questões que envolvem o olhar para as crianças que estão inseridas no contexto da educação infantil, visto que, de acordo com os textos, os professores no planejamento e desenvolvimento de suas práticas pedagógicas se baseiam na visão que tem sobre o conceito sobre desenvolvimento infantil e de certa maneira realizando uma antecipação de conteúdos com o olhar de preparação e a contextualização, tais questões interligadas ao processo de formação dos professores de educação Infantil discussão de 7,22% (06), que apontam algumas fragilidades na formação docente, essas fragilidades, contribuem para que os professores tenham dificuldade em relação à avaliação de aprendizagem nas escolas de educação infantil. A compreensão normativa de currículo, estabelecido por meio da Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2015) e neste movimento a educação enquanto direito público e no contexto da escola de Educação infantil são discussões presentes em 15,66% (13) trabalhos. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Destacamos o considerável número de produções sobre a escola de Educação Infantil e sua identidade no contexto educacional mais amplo e reflexões sobre conceitos da infância e o processo de escolarização. Por meio da seleção dos trabalhos foi possível observar que estes apresentam diferentes formas de pensar e conceber a infância e, consequentemente, a função da escola de Educação Infantil bem como suas ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. Vol. 3 Educação e Formação Humana: práxis e transformação social - Relatos de Pesquisa – ISBN 978-85-5444-001-5 39 especificidades e conceituação sobre desenvolvimento infantil, interferindo significativamente na elaboração das práticas pedagógicas. Ao realizarmos a pesquisa bibliográfica consideramos necessária a reflexão e ampliação de estudos sobre a base teórico-filosófica de alguns conceitos utilizados nos trabalhos, a saber: criança/infância, escola, escola de educação infantil e professor de educação infantil, uma vez que eles são fundamentais para a compreensãodo que é a educação infantil. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9.394, de 23 de dezembro de 1996.1996b.Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 16 out. 2013. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Documento preliminar. MEC. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ > Acesso em 10 de março de 2017 ______. Lei nº11.494, de 16 de maio de 2005. Altera os arts. 6º, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 maio 2005. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004 - 2006/2005/Lei/L11114.htm >. Acesso em 09 de março de 2017. FERNANDES, Tatiana Márcia. Professoras de Educação Infantil: Dilemas da constituição de uma especificidade profissional. Um estudo sobre a produção científica brasileira (1996-2009). 2010. 65p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis (SC). FREITAS, Marlene Burégio. A profissionalidade docente na educação infantil: contributos de processos formativos no brincar. XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas – 2012. Disponível em: < http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_ arquivos/acervo/docs/2959d.pdf> Acesso em 16 de março de 2017. LOPES, Luciana Pereira da Silva. Identidade docente na Educação Infantil: marcas da formação e das experiências profissionais no contexto das instituições. 2015. 156p. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas (SP) ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. 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Disponível em: http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/agenda_eventos/inscricoes/PDF_SWF/1 3983.pdf . Acesso em 16 de março de 2017 MASSUCATO. Jaqueline Cristina. Professora, Educadora ou babá? Desafios para a reconstrução da identidade profissional na Educação Infantil. 2012. 162p. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas (SP). MICARELLO, Hilda Aparecida Linhares da Silva. Professores da pré-escola: trabalho, saberes e processos de construção de identidade. 2006. 212p. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ) NONO, Maévi Anabel. Identidade do professor de Educação Infantil. Disponível em: http://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/232/1/01d12t06.pdf . Acesso em: 16 março 2017. ANAIS DO VI CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO – Julho de 2017. 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Conforme Oliveira (2002) entre os séculos XVIII e XIX, em meio ao desenvolvimento científico decorrente da expansão comercial vivenciada na Europa ocidental, a criança, das camadas mais privilegiadas socialmente, tornou-se o centro do processo educativo, com necessidades próprias da sua faixa etária. Neste contexto autores como: Jan Amos Comenius (1592-1670), Jean Jacques Rousseau (1712-1778), Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) e Friedrich Fröbel (1782-1852), fortaleceram
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