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Trabalho 1 SATA Grupo 5 (Retificado)

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO 
LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA 
(Semestre V, Nível III, Grupo V) 
Sistemas de Abastecimentos e Tratamentos da Água 
QUALIDADE DA ÁGUA PARA CUNSUMO HUMANO 
 
Discentes: 
CHAMBELA, Joaquim Naldino Silvino 
CUMBE, Saugineta das Dores 
FAZENDA, Doyla Soey Mariano Suplinho 
GULUBE, Liria da Rinda Gonçalves 
MOSSE, Maria Helena 
OFFICE, Norest Juliasse 
 
Docente: Eng. Edelino Guilherme Foquiço Msc 
 
 
 
 
 
 
Songo, abril de 2020
 
 
 
 
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO 
LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA 
(Semestre V, Nível III, Grupo V) 
Sistemas de Abastecimentos e Tratamentos da Água 
QUALIDADE DA ÁGUA PARA CUNSUMO HUMANO 
 
 Discentes: 
CHAMBELA, Joaquim Naldino Silvino 
CUMBE, Saugineta das Dores 
FAZENDA, Doyla Soey Mariano Suplinho 
GULUBE, Liria da Rinda Gonçalves 
MOSSE, Maria Helena 
OFFICE, Norest Juliasse 
 
 
 
 
 
Verificou: _________________________ 
Corrigiu: __________________________ 
 
Songo, abril de 2020
Trabalho de investigação 
cientifica, submetido para a sua 
aprovação pelo docente 
responsável pela cadeira, como o 
primeiro trabalho de investigação 
da cadeira de Sistemas de 
Abastecimento e Tratamentos da 
Água 
Agradecimentos 
Primeiramente agradecer a Deus por nos dar saúde, forças para superar as dificuldades e espírito 
de vontade e criatividade para a realização desse trabalho. Ao docente, Engenheiro Edelino 
Guilherme Foquiço, pelo acompanhamento e orientações para a realização do presente trabalho. 
Aos nossos colegas pelas interações via diversas plataformas da internet, e aqueles momentos que 
passamos juntos ao longo da realização deste trabalho antes da quarentena na medida de prevenção 
contra o COVID-19, e acima de pela colaboração e apoio demonstrados. A um nível 
exclusivamente pessoal, as nossas famílias pelo incentivo, apoio e compreensão principalmente 
nos momentos de dificuldades. 
 
 I 
Resumo 
A água extraída nas fontes superficiais, subterrâneas entre outras, pode portar consigo 
propriedades com condições inadequadas para o consumo humano, que por sua vez, oferece risco 
a saúde humana, portanto, para a sua correção recorre-se aos parâmetros de potabilidade 
estabelecidos pela OMS. Água bruta pela sua interacção com o meio ambiente pode portar agentes 
microbiológicos e também é afectada pelo fenômeno de eutrofização devido aos contaminantes da 
água. Sendo assim, com todas essas propriedades mencionadas recorre-se a procedimentos de 
testagem da qualidade da água, sobre as quais estão descritas no presente trabalho. 
Em linhas gerais, água potável é aquela que pode ser consumida sem riscos à saúde e sem causar 
rejeição ao consumo. O padrão de potabilidade da água é composto por um conjunto de 
características (parâmetros) que lhe confira qualidade própria para o consumo humano. Do ponto 
de vista tecnológico, qualquer água pode ser tratada, porém nem sempre a custos acessíveis. 
Decorre daí o conceito de rentabilidade da água, relacionado à viabilidade técnico-econômica do 
tratamento, ou seja, de dotar a água de determinadas características que permitam ou potencializem 
um determinado uso. Portanto, água potabilizável é aquela que em função de suas características 
in natura pode ser dotada de condições de potabilidade, por meio de processos de tratamento 
viáveis do ponto de vista técnico-econômico. 
 
 
Palavras Chaves: Qualidade da água para o consumo humano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 II 
Abstract 
The water extracted from surface sources, underground, among others, can carry properties with 
conditions unsuitable for human consumption, which in turn, poses a risk to human health, 
therefore, for its correction, the drinking parameters established by WHO are used. Raw water due 
to its interaction with the environment can carry microbiological agents and is also affected by the 
eutrophication phenomenon due to water contaminants. Thus, with all these properties mentioned, 
procedures for testing water quality are used, which are described in the present work. 
In general, drinking water is that which can be consumed without health risks and without causing 
rejection of consumption. The water potability standard is composed of a set of characteristics 
(parameters) that give it quality suitable for human consumption. From a technological point of 
view, any water can be treated, but not always at affordable costs. Hence the concept of water 
profitability, related to the technical and economic viability of the treatment, that is, to provide the 
water with certain characteristics that allow or enhance a given use. Therefore, potable water is 
one that, due to its natural characteristics, can be provided with drinking conditions, through 
treatment processes that are technically and economically viable. 
 
 
Keywords: Water quality for human consumption
 III 
Índice 
1. Introdução ............................................................................................................................... 1 
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 1 
1.2. Metodologias .................................................................................................................... 2 
2. Qualidade da Água para o Consumo Humano ........................................................................ 3 
2.1. Conceitos fundamentais da qualidade da água para consumo humano ........................... 3 
2.2. A água – Propriedades...................................................................................................... 4 
2.3. Principais Características da Água ................................................................................... 5 
2.3.1. Características físicas ................................................................................................ 5 
2.3.2. Características químicas............................................................................................ 8 
2.3.3. Características biológicas das águas naturais ......................................................... 13 
2.4. Microbiologia da água .................................................................................................... 15 
2.4.1. Água e transmissão de doenças............................................................................... 15 
2.4.2. Microrganismos nas águas naturais ........................................................................ 16 
2.5. Enfermidades de transmissão hídrica (causas) ............................................................... 16 
2.5.1. Feco oral (transmitida pela água) ............................................................................ 16 
2.5.2. Transportável pela água .......................................................................................... 16 
2.5.3. Vivendo na água ..................................................................................................... 17 
2.5.4. Veiculadas por insectos vivendo próximo ou temporariamente em biótipos 
aquáticos. .............................................................................................................................. 17 
2.6. Bactérias indicadoras de contaminação .......................................................................... 18 
2.6.1. Coliformes Totais (CT): .......................................................................................... 19 
2.6.2. Coliformes Termo-tolerantes (CTe) ....................................................................... 19 
2.6.3. Outros Subgrupos dos Indicadores da contaminação da água ................................ 19 
2.7. Parâmetros da qualidade da água ................................................................................... 20IV 
2.8. Índices dos parâmetros da qualidade de água –OMS ..................................................... 22 
2.8.1. Recomendações da OMS para a qualidade bacteriológica da água potável (OMS, 
1995) da água potáve1 (OMS, 1995): ................................................................................... 24 
2.9. Fenómeno de eutrofização das águas. ............................................................................ 25 
2.9.1. Fontes de nutrientes que causam a eutrofização ..................................................... 26 
2.9.2. Eutrofização e emissão de gases de efeito estufa .................................................... 27 
2.9.3. Principais problemas ambientais presentes em lagos. ............................................ 28 
2.10. Contaminantes da água (fontes e implicações á saúde humana) ................................ 29 
2.10.1. Padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde 
(OMS SNS) ........................................................................................................................... 34 
2.11. Procedimentos para testagem da água ........................................................................ 34 
2.12. Instrumentos utilizados para a avaliação de cada parâmetro de qualidade da água ... 38 
2. Recomendações..................................................................................................................... 42 
3. Conclusão .............................................................................................................................. 43 
4. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 44 
 
______________________________________________________________________________ 
 
Índice de Tabelas 
 
Tabela 1: Dosagem de sulfato de alumínio em mg/L. .................................................................... 7 
Tabela 2: Coagulante/alcalinidade ................................................................................................ 10 
Tabela 3: Parametros Microbiologicos – OMS ............................................................................ 22 
Tabela 4: Parâmetros físicos e organolépticos– SNS ................................................................... 23 
Tabela 5: Parâmetros químicos – SNS.......................................................................................... 24 
 
 V 
Índice de Figuras 
Figura 1: Calha Parshall ................................................................................................................ 11 
Figura 2: Fluculadores .................................................................................................................. 11 
Figura 3: Enfermidades de transmissao hidrica ............................................................................ 18 
Figura 4: Fenômeno de eutrofização da água ............................................................................... 25 
Figura 5: Eutrofização e emissão de gases de efeito estufa .......................................................... 28 
Figura 6: Consequência da Eutrofizacao ...................................................................................... 28 
Figura 7: Materiais usados na testagem da água ........................................................................... 35 
Figura 8: Retirada da amostra de água superficial e de água subterrânea .................................... 36 
Figura 9: Analise laboratorial da amostra da água ........................................................................ 37 
Figura 10: Bureta. Fotoi4lcocl2 / Shutterstock.com .................................................................... 39 
Figura 11: Balança de precisão. Foto Timof / Shutterstock.com .................................................. 39 
Figura 12: Condensador. Foto chromatos / Shutterstock.com ...................................................... 40 
Figura 13: Cromatógrafo. Foto khawfangenvi16 / Shutterstock.com........................................... 40 
Figura 14: pHmetro. Foto photong / Shutterstock.com ................................................................ 41 
Figura 15: Provetas. Ilustração DesignPrax / Shutterstock.com ................................................... 41 
Figura 16: Pipetas volumétricas. Foto Rabbitmindphoto / Shutterstock.com ............................. 42 
 
______________________________________________________________________________ 
 1 
1. Introdução 
No presente trabalho apresenta-se uma abordagem geral e teórica à temática relacionada com 
qualidade da água para o consumo humano. A água desempenha um papel de extrema importância 
na vida humana e no equilíbrio do ecossistema. No entanto, é de salientar, que apenas cerca de 
1% da sua totalidade se encontra disponível para consumo humano, considerou-se adequado 
incluir uma reflexão sobre a situação atual do tema, são assim, mencionados aspectos relacionados 
com: 
 as razões que determinam a necessidade de definir as principais caracteristicas da agua; 
 Microbiologia da água; 
 Bactérias indicadoras de contaminação; 
 Parâmetros da qualidade da água, entre outros pontos importantes destacados no 
desenvolvimento do presente trabalho 
Para além dos anteriores abordar-se-á duma forma objectiva e clara acerca das doenças causadas 
por ingestão da água contaminada e suas fontes e implicações a saúde humana, fenômeno de 
eutrofização das águas, procedimentos para testagem da mesma, instrumentos utilizados para a 
avaliação de cada parâmetro de qualidade da água, é também focado o trabalho multidisciplinar 
pressuposto pela correcta abordagem do presente tema. A tomada de consciência da 
multidisciplinaridade do tema em causa. Desta forma chega se aos seguintes Objectivos do tema 
acima citado: 
1.1.Objectivos 
 Gerais 
 Efectuar uma análise aprofundada e descrever de forma objetiva e clara acerca da 
qualidade da água para o consumo humano. 
 Específicos 
 Descrever o enquadramento legislativo da OMS-SNS e importância no que respeita 
a qualidade da água para o consumo humana; 
 Descrever a metodologias e modelos utilizados para a determinação da qualidade 
da água para o consumo humano. 
 2 
1.2. Metodologias 
A realização do presente trabalho foi com base em várias investigações realizadas pelos elementos 
do grupo, com o auxílio de alguns vídeos tutoriais acessados na internet, manuais físicos e artigos 
eletrônicos disponíveis na internet, leitura, interpretação, organização do trabalho e a redação do 
mesmo. Para a realização do mesmo, passou-se por três fases: 
 Sendo a primeira fase, acompanhamento dos vídeos tutorias, a leitura de manuais e livros 
com o conteúdo do trabalho; 
 Segunda e terceira fase, a análise de relatórios e trabalhos feitos com temas similares e 
por fim, compôs-se o trabalho teórico. 
Recorreu-se ao uso de tabelas com o fim de tornar mais compreensível o tema. Com isso, o grupo 
espera ter alcançado o objetivo pretendido pelo docente e pelos colegas, tendo em vista que o 
trabalho é dotado de conteúdo apreciável e de vasto conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
2. Qualidade da Água para o Consumo Humano 
2.1. Conceitos fundamentais da qualidade da água para consumo humano 
A água desempenha um papel de extrema importância na vida humana e no equilíbrio do 
ecossistema. No entanto, é de salientar, que apenas cerca de 1% da sua totalidade se encontra 
disponível para consumo humano. 
O Homem necessita de consumir diariamente, directa ou indirectamente, cerca de 2 a 3 litros de 
água, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Essa água tem de apresentar 
características de qualidade que garantam a sua potabilidade, de modo a não constituir um veículo 
de doenças e poluentes. Contudo, as disponibilidades não são iguais, quer do pontode vista da 
quantidade, quer da qualidade, em todo o planeta e para todos os seus habitantes. A qualidade da 
água para consumo humano tem, por isso, de ser objecto de cuidados permanentes e adequados. 
O consumidor tem o direito de receber, na torneira da sua casa, água em condições de ser 
consumida sem riscos. 
 O controlo da qualidade da água para consumo humano pode definir-se como o conjunto 
sistemático de acções de avaliação de qualidade da água realizadas com caráter regular pela 
entidade gestora do sistema de abastecimento de água, com vista à manutenção permanente da sua 
qualidade em conformidade com a norma ou padrão estabelecido legalmente. 
Nos dias de hoje, a maior preocupação com a preservação do controle e a utilização racional da 
água, aumenta cada vez mais, como sabe se que o globo terrestre é constituído essencialmente por 
água. Cerca de 2/3 deste bem precioso subsiste em 3 formas: líquido, sólido e gasoso, estando 
distribuído de modo desigual na superfície terrestre. Este facto coloca este recurso numa posição 
exigente que requer planeamento e gestão adequada para minimizar o seu risco de escassez. 
A hidrosfera, que representa a totalidade da água existente na esfera terrestre, distribui-se por três 
reservatórios principais: 
1. Os oceanos; 
2. Os continentes; 
3. A atmosfera. 
 4 
O desenvolvimento da sociedade, a industrialização, o crescimento da população, a agricultura, 
entre outros, são os principais responsáveis pelo seu uso e consumo, provocando assim alterações 
profundas na sua qualidade. A contaminação da água provoca alterações significativas no 
ecossistema pois, nem sempre é possível restabelecer o seu equilíbrio por processos naturais. A 
má gestão e a falta de planeamento adequado deste recurso poderão levar à sua escassez, pelo que 
é importante a tomada de consciência da humanidade para esta problemática. 
A água utilizada para consumo humano, deve apresentar qualidade e não ser susceptível de causar 
danos à saúde pública. Esta não deve apresentar cor, ter odor nem sabor. No entanto, para garantir 
com rigor a sua qualidade, é fundamental recorrer a análises cuidadosas a diversos parâmetros e 
em diversas épocas sazonais. 
2.2. A água – Propriedades 
 A água apresenta um conjunto de propriedades peculiares, únicas. Dificilmente ou mesmo 
impossivelmente se pode conceber vida na sua ausência. Podemos referir, mesmo que brevemente, 
o aumento de volume quando congela, a sua elevada tensão superficial e as suas especiais 
características térmicas. Na água, a atração de iões com cargas eléctricas opostas é muito menor 
do que noutros meios líquidos, de modo que seja óptimo solvente para numerosas substâncias que 
formam soluções ionizadas. 
 A menor densidade da água quando gela tem como consequência ecológica importante, entre 
outras, a protecção dos organismos que vivem no fundo dos rios e lagos de água doce, pois as 
massas de gelo flutuam. Também o elevado valor da tensão superficial da água tem grande 
importância biológica, determinando, por exemplo, em parte, a circulação da água nos vasos 
capilares das plantas. Sem esta propriedade, os diminutos organismos primitivos dificilmente 
teriam podido deixar a água e passar à terra firme e as plantas superiores não se teriam originado 
porque a sua nutrição se baseia fundamentalmente na capilaridade da água. 
Entende-se que, a água (H2O) é uma substância com características incomuns, e a única substância 
na terra que apresenta três estados naturais nomeadamente → líquida, sólida e gasosa, e esta 
substância é a mais presente do globo terrestre, sendo que, 30% do planeta representa massa 
terrestre e 70% do planeta representa a parte hídrica. 
 5 
 A água actualmente existente pode considerar-se distribuída por três reservatórios principais que, 
pela ordem de importância, já foram acima mencionados, o interior da terra contém uma 
quantidade apreciável de água, em solução ou combinada quimicamente com as rochas, mas não 
é fácil fazer uma estimativa fundamentada. 
 Cerca de 97,3% de toda a água da hidrosfera existe nos oceanos e, dos restantes 2,7%, 2,15% 
existe nos glaciares e calotes geladas polares da Árctica e Antárctica e os restantes 0,65% nos 
lagos, rios, mares interiores e na atmosfera. Em princípio, só esta última fracção constitui a reserva 
dos recursos hídricos disponíveis para o homem. 
A maior parte da água na Natureza é salgada, visto que as águas dos oceanos e mares constituem 
cerca de 97,3% da quantidade total de água na Terra. Nem toda a água se encontra livre, visto que 
faz parte do solo, das plantas e dos animais. Apesar da maior parte da superfície da Terra ser 
coberta por água, o homem só pode dispor de uma pequena porção dessa água, porque grande parte 
dela não possui as propriedades necessárias à sua utilização, ou seja, para consumo humano. 
2.3. Principais Características da Água 
As principais características das águas naturais são definidas através de três processos que 
caracterizam água, nomeadamente: 
 Características físicas; 
 Características químicas; 
 Características biológicas das águas naturais 
2.3.1. Características físicas 
Quando se pretende utilizar uma determinada fonte de água com determinada finalidade, a 
primeira análise que se faz é, a análise das suas características físicas uma vez que são de fácil 
avaliação mesmo a olho nu. Pois a preocupação em geral, quando se trata das características físicas 
d’água, deve-se garantir que está água que se vai utilizar seja limpa, inodora e incolor. 
As principais características físicas d’água são: Temperatura, Turbidez, Sabor e odor, Cor (Cor 
verdadeira e Cor aparente), Sólidos (Sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos) e Condutividade 
eléctrica. 
 6 
 Temperatura 
As águas para o consumo humano que apresentam temperaturas elevadas aumentam as 
perspectivas de rejeição ao uso. Águas subterrâneas captadas a grandes profundidades 
frequentemente necessitam de unidade de resfriamento a fim de se adequarem ao abastecimento. 
Particularmente para uso doméstico, a água deve ter temperatura refrescante, ou seja, a temperatura 
ambiente da água. 
 Sabor e odor 
Para o sabor, a sua origem está associada tanto à presença de substâncias químicas ou gases 
dissolvidos e também à actuação de alguns microorganismos, principalmente algas. Geralmente 
para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de potabilidade exige que a água seja 
completamente inodora. 
 Cor 
A cor da água está associada a presença de partículas muito finas e dispersas na água, de origem 
orgânica e mineral. Para atender o padrão de potabilidade, a água deve apresentar intensidade de 
cor aparente inferior a cinco unidades. 
 Turbidez 
A turbidez é o indicador da presença de material em suspensão. Nas ETAS faz-se a medição de 
turbidez das águas bruta, decantada, filtrada e final. Avalia-se a eficiência da remoção do material 
em suspensão, comparando-se a turbidez da água bruta com a decantada e com a filtrada. No ensaio 
de floculação, mede-se a turbidez da água bruta e consulta-se na tabela 1 com os valores mínimos 
do floculante a ser aplicado. Em cada cuba, efetuam-se dosagens crescentes, respeitando o limite 
máximo indicado no mesmo quadro. Após o ensaio, determina-se a turbidez em amostras de cada 
uma das cubas. O menor valor representa a maior remoção de material sólido em suspensão. 
Repete-se o ensaio a partir da aplicação da melhor dosagem encontrada na primeira bateria de teste 
correspondente à concentração aplicada na cuba que apresentou menor turbidez podendo-se, 
também, diminuir a concentração de floculante até obter a remoção máxima com a ideal 
concentração de floculante. 
 
 7 
Turbidez (NTU) Mínima Média Máxima 
10 5 10 17 
15 8 14 20 
20 11 17 22 
40 13 14 25 
60 14 21 28 
80 15 22 30 
100 16 24 32 
150 18 27 37 
200 19 30 42 
300 21 36 51 
400 22 39 62 
500 23 4270 
Tabela 1: Dosagem de sulfato de alumínio em mg/L. 
 Sólidos 
De acordo com o tamanho das partículas, os sólidos presentes na água podem ser distribuídos da 
seguinte maneira: 
Sólidos em suspensão 
Os sólidos em suspensão são divididos em duas partes (sedimentáveis, e não sedimentáveis), estes, 
podem ser definidos como partículas de fácil retenção por processo de filtração da água. 
Sólidos dissolvidos 
Os sólidos dissolvidos também se encontram divididos em duas formas (voláteis, e fixos), estes, 
são constituídos por partículas de diâmetro inferior a 103𝜇𝑚 que permanecem em solução após a 
filtração. Sólidos voláteis representam uma estimativa da matéria orgânica nos sólidos, onde, 
sólidos voláteis representam uma estimativa da matéria orgânica nos sólidos, e a entrada de sólidos 
na água pode ocorrer de forma natural ou antropogênica. O padrão de potabilidade refere-se apenas 
aos sólidos completamente dissolvidos, e a sua medida é 𝑚𝑔/𝐿 
 Condutividade eléctrica 
A condutividade eléctrica da água indica a sua capacidade de transmitir a corrente eléctrica em 
função da presença de substâncias dissolvidas que se dissociam em ânions e cátions. A 
condutividade eléctrica da água deve ser expressa em unidades de resistência (𝑆𝑖𝑒𝑚𝑒𝑛𝑠), por 
unidade de comprimento geralmente 𝑐𝑚 ou 𝑚. 
 8 
2.3.2. Características químicas 
Esta é uma propriedade característica muito importante na análise química d’água, como sabe-se 
que, todos os sais inorgânicos são totalmente ou parcialmente solúveis em água, sendo a sua 
solubilidade em função da temperatura. Quando dissociados, os sais separam se em iões (aniões 
ou catiões) o que torna impossível a determinação da sua composição original. Por esta razão, os 
ensaios de caracterização da qualidade química da água baseiam-se em ensaios de determinação 
de presença de iões específicos (tais como o Cálcio, Magnésio e Chumbo) resultante da 
decomposição dos referidos sais. 
A prior, os aspectos a serem considerados quando se trata de características químicas d’água são 
os seguintes: pH, Alcalinidade, dureza, cloretos e acidez. Os cloretos, geralmente, provêm da 
dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar, e ainda podem advir dos esgotos 
domésticos ou industriais. Em altas concentrações, conferem sabor salgado à água ou propriedades 
laxativas. A acidez, em contraposição à alcalinidade, mede a capacidade da água em resistir às 
mudanças de pH causadas pelas bases. A alcalinidade indica a quantidade de iões na água que 
reagem para neutralizar os iões de hidrogênio. 
A dureza por sua vez é uma característica conferida à água pela presença de sais alcalinos-terrosos 
(cálcio e magnésio) e alguns metais em menor intensidade, sendo expressa em mg/L de equivalente 
em carbonato de cálcio (CaCO3). A sua presença na água pode ser devido à dissolução de rochas 
calcárias (origem natural), ou a despejos industriais (origem antropogênica). 
Em relação ao potencial hidrogênico (pH), representa a intensidade das condições ácidas ou 
alcalinas do meio líquido, por meio da medição da presença de iões hidrogênio 𝐻+. É calculado 
em escala anti-logarítmica, no intervalo de 0 a 14. 
 Se o 𝒑𝑯 < 𝟕 → condições ácidas que podem contribuir para a sua corrosão das 
tubulações e agressividade. 
 Se o 𝒑𝑯 > 𝟕 → condições alcalinas que aumentam a possibilidade de incrustações. 
O pH tem grande influência na floculação. Deve ser ajustado com produtos alcalinizastes para que 
ocorra a floculação. Mede-se o pH da água a tratar, ajustando-o para a formação dos flocos. Cada 
tipo de água flocula requer um pH ótimo. Após determinar a melhor concentração de floculante, 
varia-se o pH em cada cuba para determinar o pH ótimo de floculação. 
 9 
 Condições de Acidez 
As águas com acidez mineral, além de contribuir para a corrosão das tubulações e equipamentos, 
também são desagradáveis ao paladar, sendo, portanto, não aconselhável para abastecimento 
doméstico. A acidez, em contraposição à alcalinidade, mede a capacidade da água em resistir à 
mudanças de pH causadas pelas bases. Ela decorre fundamentalmente da absorção do gás 
carbônico livre da atmosfera, resultante da decomposição da matéria orgânica e, em menor escala, 
do gás sulfídrico origens naturais. 
 Condições de Alcalinidade 
A alcalinidade em hidróxido existente na água a ser tratada deve ser avaliada, pois é o íon hidroxila 
que irá reagir com o cátion alumínio, proveniente do Sulfato de Alumínio, para formar o floco de 
Hidróxido de Alumínio. Para cada 1 ppm de Sulfato de Alumínio aplicado, são necessários 0,45 
ppm de alcalinidade natural ou adicionada. Quando a alcalinidade natural é insuficiente na água a 
tratar, necessita-se adicionar alcalinizante, ajustando às necessidades da reação química. Com base 
na análise da alcalinidade da água bruta, verifica-se se a alcalinidade natural é suficiente ou se 
existe a necessidade da adição de cal. Corrige-se, então, caso necessário, a alcalinidade com adição 
de (CaOH2). Não é recomendada, para águas industriais, a utilização de barrilha (Na2CO3) e soda 
(NaOH). Nas águas tratadas, altos teores de Alumínio indicam desajuste no processo de floculação, 
por excesso de sulfato de alumínio ou pouca alcalinidade. Da mesma forma o Ferro solúvel, nas 
águas tratadas, indica problema semelhante ao alumínio residual, ou seja, não houve eficiência na 
remoção. O coagulante reage com a alcalinidade em proporções teóricas conforme a tabela abaixo 
indica. 
 
 
 
 
 
 10 
Tabela 2: Coagulante/alcalinidade 
Sulfato de Alumínio ppm Alcalinidade ppm Sulfato de Alumínio ppm Alcalinidade ppm 
1.0 0.45 21.0 9.45 
2.0 0.90 22.0 9.90 
3.0 1.35 23.0 10.35 
4.0 1.80 24.0 10.80 
5.0 2.25 25.0 11.25 
6.0 2.70 26.0 11.70 
7.0 3.15 27.0 12.15 
8.0 3.60 28.0 12.60 
9.0 4.05 29.0 13.05 
10.0 4.50 30.0 13.50 
11.0 4.95 31.0 13.95 
12.0 5.40 32.0 14.40 
13.0 5.85 33.0 14.85 
14.0 6.30 34.0 15.30 
15.0 6.75 35.0 15.75 
16.0 7.20 36.0 16.20 
17.0 7.65 37.0 16.65 
18.0 8.10 38.0 17.10 
19.0 8.55 39.0 17.55 
20.0 9.00 40.0 18.00 
 
O caudal de aplicação da solução é definido a partir da dosagem ótima, determinada pelos testes 
com a água bruta (teste de jarros), com o auxílio das formulas abaixo indicadas. 
Para a aplicação da solução de Sulfato de Alumínio tem-se: 
𝑞 =
𝑄×𝑑
𝐶×10
 Equação 1. 
Onde: 
𝑞 → O caudal de aplicação da solução em 𝑙/ℎ; 
𝑄 → O caudal da estação de Tratamento em 𝑚3/ℎ; 
𝑑 → Dosagem ótima do produto (melhor floculação no Teste de jarros); 
𝐶 → Concentração da solução de uso. 
 11 
A constante 10 corresponde a alíquota utilizada no teste (100ml da amostra), sendo o cálculo final 
expresso em litro. 
 
Figura 1: Calha Parshall 
Fonte: http://www.temes.com.br/temes.asp?p-g=industria. 
Na etapa da floculação, a agitação da água vai diminuindo gradualmente, de forma a possibilitar a 
formação dos flocos e esses não serem destruídos pela agitação intensa da água nem se depositarem 
no fundo por uma agitação muito lenta. 
 
Figura 2: Fluculadores 
A expressão para o cálculo de tempo de detenção ou de contacto no fluculador é dada por: 
http://www.temes.com.br/temes.asp?p-g=industria
 12 
𝑇 = 
𝑉×𝑁
60×𝑄
 Equação 2. 
Onde: 
𝑇 → Tempo de detenção em minutos; 
𝑉 → Volume de unidade de Floculação em (m3); 
𝑁 → Número de unidade de Floculação; 
𝑄 → Caudal total da ETA em (m3/segundos). 
 
Dureza 
É uma característica conferida à água pela presença de sais alcalino-terrosos (cálcio e magnésio) 
como acima mencionada, e alguns metais em menor intensidade, sendo expressa em mg/L de 
equivalente em carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3 ). A sua presença na água pode ser devido à dissolução 
de rochas calcárias - origem natural, ou a despejos industriais - origem antropogênica. Quando os 
sais são bicarbonatos (de cálcio ou de magnésio), a dureza é denominada Temporária, pois pode 
ser eliminada quase totalmentepela fervura. Quando é devida a outros sais, é denominada 
Permanente. 
 Salinidade 
É o conjunto de sais normalmente dissolvidos na água, formados pelos bicarbonatos, cloretos, 
sulfatos, em menor quantidade, pelos demais sais, pode conferir à água o sabor salino e uma 
propriedade laxativa (sulfatos). 
O teor de cloretos pode ser indicativo de poluição por esgotos domésticos (próximo ou remoto), 
verificado pela comparação de várias análises, após estudos de condições e situações locais. 
Geralmente, têm origens naturais na dissolução de minerais presentes no subsolo ou pela intrusão 
de águas salinas. Também, podem ser de origem antropogênica pelo lançamento de despejos 
domésticos e industriais. 
 Agressividade 
A tendência da água a corroer os metais pode ser conferida ou pela presença de ácidos minerais 
(casos raros) ou pela existência, em solução, de oxigênio, gás carbônico e do gás sulfídrico. De 
 13 
modo geral, o oxigênio é um factor de corrosão dos produtos ferrosos; o gás sulfídrico, dos não 
ferrosos; e o gás carbônico, dos materiais à base de cimento. 
 Ferro e Manganês 
O ferro, com certa frequência associado ao manganês, confere à água uma sensação de 
adstringência (inibir as secreções da pele) e uma coloração avermelhada, decorrente de sua 
precipitação. 
O ferro ocorre com certa frequência em águas naturais, oriundas da dissolução de compostos 
ferrosos de solo arenosos, terrenos de aluvião ou pântanos. A sua presença nas águas se torna 
notável quando a água se enriquece de oxigênio e o óxido, passando da forma ferrosa para a forma 
férrica, de cor marrom-alaranjado. Também pode ser originário de despejos industriais – origem 
antropogênica. O processo de remoção depende da forma como as impurezas de ferro se 
apresentam. 
 Toxicidade 
Geralmente constituem o produto de lançamentos de indústrias poluidoras ou de atividades 
humanas. Como exemplos, os cianetos, cromo hexavalente (cromatos) e cádmio, resultado de 
cromações e electrodeposições; arsênio, resultado de usos agrícolas; cobre, zinco e chumbo pelo 
uso de tubulações com águas solventes; o alumínio, devido à refloculação; do sulfato de alumínio 
utilizado no tratamento de água. 
2.3.3. Características biológicas das águas naturais 
As caraterísticas biológicas da água de maior interesse representam sob o ponto de vista de controle 
de qualidade da água, estão relacionadas com a presença de microorganismo. O impacto direto da 
presença destes microorganismos em águas está associado com a possibilidade de transmissão de 
doenças por microorganismos patogênicos eventualmente existentes. Os principais 
microorganismos normalmente presentes em água, quer de águas naturais, quer de águas residuais, 
e que tem interesse sob o ponto de vista de controle da qualidade tanto das águas naturais como 
das águas residuais compreendem: bactérias, fungos, algas, protozoários, rotíferos, crustáceos, 
vermes e vírus (MATSINHE, et al, 1992). 
 14 
Na família das bactérias está presente comumente o grupo coliforme que habitam normalmente no 
intestino de homens e animais, servindo, portanto, como indicadoras da contaminação de uma 
amostra de água através de fezes. Como a maior parte das doenças associadas com a água é 
transmitida por via fecal, isto é, os organismos patogênicos, ao serem eliminados pelos excretos, 
atingem o ambiente aquático, podendo vir a contaminar as pessoas que se abasteçam de forma 
inadequada desta água, neste âmbito, conclui-se que as bactérias coliformes podem ser usadas 
como indicadoras desta contaminação. Quanto maior a população de coliformes em uma amostra 
de água, maior é a possibilidade de contaminação por organismos patogênicos (BARROS, 1995). 
Bactérias heterotróficas (BH) 
Bactérias heterotróficas são definidas como microrganismos que requerem carbono orgânico como 
fonte de nutrientes para seu crescimento e para a síntese de material celular (BRASIL, 2005).A 
maioria das bactérias heterotróficas, geralmente, não é patogênica. 
Entretanto alguns membros desse grupo, incluindo Legionella spp., Micobacterium spp., 
Pseudomonas spp., Aeromonas spp., podem ser patógenos oportunistas (QUIROZ, 2002). 
Algumas bactérias heterotróficas podem exercer influência inibidora sobre alguns organismos, 
podendo impedir a detecção de coliformes (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE 
SANEAMENTO AMBIENTAL, 1978). A presença dessas bactérias também pode indicar uma 
deterioração na qualidade da água de consumo ou um processo de desinfecção inadequado no 
sistema de produção (NASCIMENTO et al., 2000). Segundo Dias (2008), mesmo que a maioria 
das bactérias heterotróficas da microbiota natural da água não seja considerada patogênica, é 
importante que sua população seja mantida sob controle, pois o aumento diminui a população 
dessas bactérias na água podem causar riscos à saúde do consumidor. 
A contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de 
Colônia por mililitro (UFC/mL)(BRASIL, 2005). 
Contagem de bactérias heterotróficas 
Material necessário para a medicao de bacterias heterotroficas 
 placa de Petri; 
 pipeta graduada; 
 bico de Bunsen ou lamparina a álcool; 
 15 
 plate Count Agar; 
 estufa bacteriológica; 
 contador de colônias. 
contagem de bactérias heterotróficas - determinação da densidade de bactérias que são capazes de 
produzir unidades formadoras de colônias (UFC), na presença de compostos orgânicos contidos 
em meio de cultura apropriada, sob condições pré-estabelecidas de incubação: 35,0, ± 0,5ºC por 
48 horas; 
2.4.Microbiologia da água 
A transmissão de enfermidades através de abastecimento de água deve-se a presença de 
microorganismo patogénico na água. Para a resolução deste problema de transmissão de 
enfermidade deve-se submeter a água a um tratamento adequado. 
No entanto, a determinação individual da eventual presença de cada microorganismo 
patogénico em uma amostra de água não pode ser feita rotineiramente, já que envolveria a 
preparação de diferentes meios de cultura, tornando o procedimento complexo e financeiramente 
inviável (CAVACO; 2004). 
As águas naturais são locais onde vivem muitos seres microscópicos. Dentre eles encontramos : 
• Protozoários; Algas e Nematóides. 
2.4.1. Água e transmissão de doenças 
Doença epidêmica: afeta simultaneamente muitos indivíduos, por contágio; 
Doença endêmica: verifica-se permanente numa dada região; 
Vetores de doenças, algumas delas graves são comuns em países em desenvolvimentos como 
África, Ásia e América Latina; 
Todos os anos morrem mais de 3 milhões de crianças no mundo inteiro, devido a diarréias causadas 
pelo consumo de água contaminada, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 
 16 
2.4.2. Microrganismos nas águas naturais 
Águas naturais apresentam uma grande quantidade e diversidade de microrganismos (bactérias, 
fungos, protozoários, entre outros), alguns podem ser patogênicos para o Homem embora a maioria 
não represente um risco para indivíduos saudáveis. 
2.5.Enfermidades de transmissão hídrica (causas) 
Com base na classificação proposta por Bradley (1974) e reformada por Feachem (1981), em que 
se consideram quatro (4) mecanismos distintos de transmissão de doenças infecciosas relacionadas 
com água. Esses mecanismos incluem para maior generalidade, as doenças que embora não 
directamente devidas à água, são basicamente devidas ao saneamento deficiente. 
2.5.1. Feco oral (transmitida pela água) 
Uma doença em que o processo de transmissão está associado a uma baixa qualidade biológica de 
água, sendo aquela que é transmitida quando o organismo patogênico está na água e é ingerido 
pelo indivíduo que pode ficar infectado. 
Doenças infeciosas deste tipo incluem não só as clássicas que podem ser causadas através de baixas 
doses infectivas (tal como a cólera e a febre tifóide), mas também outras querequerem maiores 
doses infectivas para a sua transmissão (como por exemplo a hepatite e a desenteria bacilar). 
2.5.2. Transportável pela água 
Incluem-se neste grupo as doenças infecciosas cuja redução se consegue pelo melhoramento das 
condições de higiene doméstico e pessoal através do uso de maiores quantidades de água. A água 
torna-se assim num agente de diluição e de transporte dos organismos patogênicos daí que sua 
qualidade não é importante uma vez que não está a ser empregue para a bebida. 
 As doenças deste grupo são de três tipos. 
Há as infecções do tubo digestivo tais como as doenças diarréicas que são as principais causas de 
morbilidade e mortalidade infantil, especialmente entre crianças de países tropicais. Estas doenças 
incluem a cólera, disenteria bacilar e outras doenças já mencionadas como do tipo fecal oral 
presente na água. 
 17 
O segundo tipo de doenças transportáveis pela água são as infecções da pele e dos olhos. As 
infecções bacterianas da pele, a sarna e as infecções devidas a fungos cutâneos são um bom 
exemplo de doenças prevalecentes em climas tropicais, enquanto as infecções dos olhos tais como 
a tracoma e conjuntivite sã também vulgares. Estas doenças estão claramente associadas a um 
baixo nível de higiene e é claro que a sua prevalência e morbilidade se atenuam com o uso de um 
maior volume de água para a higiene pessoal. Elas distinguem-se, no entanto, das doenças 
intestinais do grupo transportável pela água, porque não são fecal-orais e nunca podem ser do tipo 
presentes na água. 
2.5.3. Vivendo na água 
Uma doença deste tipo é aquela que o organismo patogênico passa parte do seu ciclo de vida num 
hospedeiro aquático intermédio. Todas estas doenças são devidas a infecção por vermes parasitas 
que dependem dum hospedeiro aquático intermédio para completar o seu ciclo de vida. O nível 
de doença depende do número de vermes adultos que infecta o indivíduo. A importância da doença 
avalia-se pelo grau de infecção e pelo número de indivíduos infectados. É exemplo a bilharzões 
na qual a água esquistomiasis se desenvolvem até que as cercanis infecciosas são libertas na água, 
infectando o homem através da pele. 
2.5.4. Veiculadas por insectos vivendo próximo ou temporariamente em biótipos aquáticos. 
Neste tipo, a doença é transmitida por insectos que vivem na água ou junto à água. São exemplos 
a malária, a febre amarela e o dengue (que são transmitidos por insectos que vivem em biótipos 
aquáticos), e a tripanossoma que é transmitida pela mosca tsé-tsé ribeirinha que vive próximo a 
biótopos aquáticos. 
Quadro resumo das Enfermidades de transmissão hídrica 
Enfermidades de transmissão hídrica 
 
Grupos de 
doenças 
Principais doenças 
Formas de 
transmissão 
Formas de prevenção 
Infecções de pele 
Água em 
quantidade 
 18 
Enfermidades de transmissão hídrica 
 
Associadas ao 
fornecimento de 
água insuficiente 
 Tracoma 
insuficiente e 
hábitos 
higiênicos 
inadequados 
favorecem a 
disseminação 
desses agravos 
Fornecer água em quantidade 
suficiente. Promover ações de 
educação em saúde. 
 Tifo 
 Escabiose 
 
Associadas a 
hospedeiros 
intermediários, 
cujo habitat é a 
água 
Esquistossomose 
Penetração do 
agente 
patogênico na 
pele 
Proteção de mananciais. Combate ao 
hospedeiro intermediário. Disposição 
adequada de esgotos. 
Evitar o contato das pessoas com 
águas contaminadas 
 
Transmitidas por 
vetores 
relacionadas com 
a água 
Malária 
Penetração do 
Agente 
Infeccioso no 
organismo pela 
picada de 
insetos, cujo 
ciclo evolutivo 
está 
relacionado 
com a água 
Combate aos vetores. Eliminar 
condições que possam favorecer 
criadouros. Utilizar medidas de 
proteção individual. 
Febre amarela 
Dengue 
 Filariose 
Figura 3: Enfermidades de transmissao hídrica 
2.6.Bactérias indicadoras de contaminação 
As bactérias ou microrganismos indicadores vem sendo usados desde os tempos passados, para 
ajudar na especificação da qualidade da água e mais recentemente usados em alimentos, isto deve 
se pelo facto de ser difícil de encontrar os organismos patogênicos. 
 19 
Os organismos indicadores mais utilizados são as bactérias do grupo coliforme e a sua 
determinação é feita por técnicas estabelecidas e os resultados são expressos em Número Mais 
Provável (NMP) de coliformes por 100mL de amostra de água. Esses microorganismos como do 
grupo coliforme podem ser divididos em subgrupos, os quais são comumente utilizados como 
indicadores de contaminação fecal em águas de abastecimento. 
2.6.1. Coliformes Totais (CT): 
As primeiras a serem adoptadas como “indicadoras” de poluição humana. Porém, vieram se 
constatar que a sua presença não representaria, obrigatoriamente, que a contaminação fosse de 
origem humana ou animal (Escheri-chia coli), pois estes organismos também se desenvolvem em 
vegetações e no solo (gêneros Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella). Portanto, não é possível 
afirmar categoricamente que a amostra de água com resultado positivo somente para coliformes 
totais tenha entrado em contacto com fezes de animais de sangue quente, incluindo o homem. 
2.6.2. Coliformes Termo-tolerantes (CTe) 
Pertencem a este subgrupo, somente as bactérias do grupo coliforme que fermentam a lactose à 
alta temperatura (44 ;5 ℃ ±0,2℃, em 24 horas), de modo a eliminar bactérias de origem não fecal. 
Portanto, os CTes se desenvolvem, também, em temperaturas mais altas. Suas principais 
representantes são a Escherichia coli e a Klebsiella, sendo realizadas pesquisas, somente quando 
se constata a presença de Coliformes Totais. 
2.6.3. Outros Subgrupos dos Indicadores da contaminação da água 
Escherichia coli 
Os coliformes fecais, mais especialmente Escherichia. Coli, fazem parte da microbiota intestinal 
do homem e outros animais de sangue quente. Estes microrganismos quando detectados em uma 
amostra de água fornecem evidência directa de contaminação fecal recente, e por sua vez podem 
indicar a presença de patógenos entéricos. 
Escherichia coli representa percentuais em torno de 96 a 99% nas fezes humanas e de animais 
homeotérmicos, sendo o principal representante dos coliformes Termo-tolerantes (fecais) 
(MASCARENHAS; et al, 2002). 
Enterococos 
 20 
De acordo com MASCARENHAS; et al, (2002). Outro grupo que são utilizados como indicadores 
de contaminação são os enterococos. Essas bactérias do grupo dos estreptococos fecais 
pertencentes ao gênero Enterococcus, caracterizam-se pela alta tolerância às condições adversas 
de crescimento, como a capacidade de sobreviverem na presença de 6,5% de cloreto de sódio 
(halotolerantes), em pH 9,6 e em ampla faixa de temperatura, de 10 o C a45 o C: 
Pseudômonas aeruginosa 
Pseudômonas é um microrganismo envolvido em contaminação de água, cujas espécies estão 
distribuídas no solo, na água, em matéria orgânica em decomposição, podendo ser isoladas da pele, 
garganta e fezes de pessoas doentes e em indivíduos saudáveis de 3% a 5% (WAGNER et al., 
2003). 
Anaeróbios fecais 
Anaeróbios fecais são apontados, por Bauer et al. (1966), como alternativa ao grupo coliforme. 
Bacteróides e Bifidobacterium podem ser organismos indicadores de contaminação fecal, podendo 
estar presentes em altas densidades populacionais no tracto gastrointestinal de humanos. 
Bacteróides spp. 
Os membros do gênero Bacteróides são Gram-negativos, bacilos ou coco-bacilos anaeróbios 
obrigatórios são normalmente comensais, encontrados no tracto intestinal de humanos e outros 
animais. As espécies de bacteróides correspondem às bactérias numericamente dominantes no 
intestino grosso de humanos, compreende uma parte importante da microbiota normal humana e 
contabilizam aproximadamente 30% de todos os isolados das fezes. Dentre estes e outros 
subgrupos. 
2.7.Parâmetros da qualidade da água 
A poluição das águas tem como origem diversas fontes, dentreas quais se destacam: 
 Efluentes domésticos; 
 Efluentes industriais; 
 Carga difusa urbana e agrícola. 
Essas fontes estão associadas ao tipo de uso e ocupação do solo. Cada uma dessas fontes possui 
características próprias quanto aos poluentes que carreiam (por exemplo, os esgotos domésticos 
apresentam compostos orgânicos biodegradáveis, nutrientes e bactérias). 
 21 
Actualmente, a água encontrada na natureza é em geral inapropriada para o consumo humano, 
devido presença de uma série de contaminadores que podem ser prejudiciais à saúde. (Richter, 
2009) 
Portanto, é necessário que atenda ao padrão de potabilidade, que são as quantidades limites que, 
com relação aos diversos elementos, podem ser toleradas na água de abastecimento, quantidades 
definidos geralmente por decretos, regulamentos ou especiações (RIGOBELO et al., 2009). 
Até meados do século XX; a qualidade da água para consumo humano era avaliada essencialmente 
através das suas características organolépticas, tendo como base o senso comum de que se 
apresentasse límpida, agradável ao paladar e sem odor desagradável. 
No entanto, esse tipo de avaliação foi se revelando falível em termos de protecção contra 
microrganismos patogênicos e contra substâncias químicas perigosas presentes na água. 
A contribuição representada pelo material proveniente da erosão de solos intensifica-se quando da 
ocorrência de chuvas em áreas rurais. 
As diferentes formas de aporte tornam, na prática, inexequível a análise sistemática de todos os 
poluentes que possam estar presentes nas águas superficiais. Por isso, a CETESB faz uso de 50 
Indicadores (parâmetros) de qualidade de água (físicos, químicos, hidro biológicos, 
microbiológicos e eco toxicológicos), considerando-se aqueles mais representativos tem-se: 
 
 Parâmetros Físicos: absorbância no ultravioleta, coloração da água, série de 
resíduos (filtrável, não filtrável, fixo e volátil), temperatura da água e do ar e 
turbidez; 
 
 Parâmetros Químicos: alumínio, bário, cádmio, carbono orgânico dissolvido, 
chumbo, cloreto, cobre, condutividade específica, cromo total, demanda 
bioquímica de oxigênio (DBO5,20), demanda química de oxigênio (DQO), 
fenóis, ferro total, fluoreto, fósforo total, manganês, mercúrio, níquel, óleos e 
graxas, ortofosfato solúvel, oxigênio dissolvido, pH, potássio, potencial de 
 22 
formação de trihalometanos, série de nitrogênio (Kjeldahl, amoniacal, nitrato 
e nitrito), sódio, surfactantes e zinco; 
 
 Parâmetros Microbiológicos: Clostridium perfringens, coliformes Termo 
tolerantes, Cryptosporidium sp, estreptococos fecais e Giárdia sp.; 
 
 Parâmetros Hidro biológicos: clorofila a e feofitina a. 
 
 Parâmetros Eco toxicológicos: sistema Microtox, teste de Ames para a avaliação 
de mutagenicidade e teste de toxicidade crônica a Ceriodaphnia dúbia. 
Quando da necessidade de estudos específicos de qualidade de água em determinados trechos de 
rios ou reservatórios, com vistas a diagnósticos mais detalhados, outros parâmetros podem vir a 
ser determinados, tanto em função do uso e ocupação do solo na bacia contribuinte, atuais ou 
pretendidos, quanto pela ocorrência de algum evento excepcional na área em questão. 
2.8.Índices dos parâmetros da qualidade de água –OMS 
Parâmetros microbiológicos (OMS-SNS) 
 
Parâmetros Limite máximo 
admissível 
Unidade Risco para a saúde 
pública 
Coliformes 
Totais 
Ausente NMP* / 100ml 
N°. de colonias / 100ml 
Doenças 
gastrointestinais 
Coliformes 
Fecais 
Ausente NMP* / 100ml 
N°. de colonias / 100ml 
Doenças 
gastrointestinais 
Vibrio 
Cholerae 
Ausente 1000ml Doenças 
gastrointestinais 
Tabela 3: Parametros Microbiologicos – OMS 
Fonte: MISAU (2004) 
(NMP*) Número Mais provável 
Nota: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estas determinações microbiologias só 
poderão ser efectuadas se a fonte de água for consistentemente a mesma. 
 23 
Parâmetros físicos - organolépticos (OMS-SNS) 
Parâmetros Limite máximo 
admissível 
Unidade Risco para a saúde pública 
Cor 15 TCU Aparência 
Cheiro Inodoro Sabor 
Condutividade 15-2000 𝜇ℎ𝑚𝑜/𝑐𝑚 
PH 6,5-8,5 Sabor, corrosão, irritação da pele 
Sabor insipido 
Sólidos totais 1000 𝑚𝑔/𝑙 Sabor, corrosão 
Turvação 5 NTU Aparência, dificulta a desinfecção 
Tabela 4: Parâmetros físicos e organolépticos– SNS 
Fonte: MISAU (2004) 
Parâmetros químicos (OMS-SNS) 
Parâmetros LMA U Risco para a saúde pública 
Cloro residual 
total 
0.25-1.0 mg/l Sabor e cheiro desagradável 
Amoníaco 1.5 mg/l Sabor e cheiro desagradável 
Alumínio 0.2 mg/l Afecta o sistema locomotor e causa anemia 
Arsénio 0.01 mg/l Cancro da pele 
Antimónio 0.005 mg/l Cancro no sangue 
Bário 0.7 mg/l Vasoconstrição e doenças cardiovasculares 
Boro 0.5 mg/l Gastroenterites e eritremas 
Cadmio 0.003 mg/l Vasoconstrição urinária 
Cálcio 50 mg/l Aumenta a dureza da água 
Chumbo - mg/l Intoxicação aguda 
Cianeto 0.07 mg/l Bócio e paralisia 
Cloretos 250 mg/l Sabor desagradável corrosão 
Cobre 2 mg/l Irritação intestinal 
Crómio 0.05 mg/l Gastroenterites, hemorragia e convulsões 
Dureza total - mg/l Depósitos, corrosão e espumas 
Fosforo - mg/l Aumenta proliferação dos microorganismos 
 24 
Parâmetros LMA U Risco para a saúde pública 
Ferro total - mg/l Necrose hemorrágica 
Fluoreto 1.5 mg/l Afecta o tecido esquelético 
Matéria 
orgânica 
2.5 mg/l Aumenta proliferação dos microorganismos 
Magnésio 0.50 mg/l Sabor desagradável 
Manganês - mg/l Anemia, afecta o sistema nervoso 
Mercúrio 0.001 mg/l Distúrbios renais 
Molibdénio 0.07 mg/l Distúrbios urinários 
Nitrito 3.0 mg/l Reduz oxigénio no sangue 
Nitrato 50 mg/l Reduz oxigénio no sangue 
Níquel 0.02 mg/l Eczemas e intoxicações 
Sódio 200 mg/l Sabor desagradável 
Sulfato 250 Sabor e corrosão 
Silénio 0.01 mg/l Doenças cardiovasculares 
Sólidos totais 
dissolvidos 
1000 mg/l Sabor desagradável 
Zinco 3.0 mg/l Aparência e Sabor desagradável 
Pesticidas 
totais 
- mg/l Intoxicação e distúrbios de várias ordens 
- - - 
Tabela 5: Parâmetros químicos – SNS 
Fonte: MISAU (2004) 
LMA- Limite Máximo Admissível; U – Unidade 
 
2.8.1. Recomendações da OMS para a qualidade bacteriológica da água potável (OMS, 
1995) da água potáve1 (OMS, 1995): 
Água para consumo humano em geral: 
 Organismo: E. coli ou coliformes Termo-tolerantes. 
 Recomendação: Não detectáveis em nenhuma amostra de 100 ml. 
Água tratada na entrada do sistema de distribuição: 
 25 
 Organismo: E. coli ou coliformes Termo-tolerantes. 
 Recomendação: Não detectáveis em nenhuma amostra de 100 ml. 
Água tratada no sistema de distribuição: 
 Organismo: E. coli ou coliformes Termo-tolerantes. 
 Recomendação: Não detectáveis em nenhuma amostra de 100 ml. 
 Organismo: Coliformes totais. 
 Recomendação: Não detectáveis em nenhuma amostra de 100 ml. No caso de 
grandes sistemas de abastecimento, quando são analisadas amostras suficientes, 
devem estar ausentes em 95% das amostras coletadas durante qualquer período 
de 12 meses. 
 
2.9.Fenómeno de eutrofização das águas. 
A eutrofização é um fenômeno causado pela acumulação de nutrientes, especialmente o fósforo e 
o nitrogênio provenientes dos esgotos domésticos e industriais, da remoção da vegetação, da 
decomposição das rochas, das atividades agrícolas e do material particulado da atmosfera, que vem 
sendo depositados nos cursos de água. Com o aumento do aporte destes nutrientes, há o 
crescimento desordenado de plantas aquáticas, fitoplânctons e bactérias que metabolizam esses 
compostos e os transformam em substâncias tóxicas que prejudicam a qualidade da água. 
Por ser o fósforo um factor determinante para esse processo é importante controlar sua entrada e 
sua acumulação nestes cursos de água. 
 
Figura 4: Fenômeno de eutrofização da água 
 26 
2.9.1. Fontes de nutrientes que causam a eutrofização 
Todas as atividades na baciahidrográfica de um lago ou represa se refletem direta ou indiretamente 
na qualidade da água desses ecossistemas. Um lago ou reservatório, entretanto, pode ser 
naturalmente eutrófico quando situado em área fértil com solos naturalmente enriquecidos de 
nutrientes. Em muitos lagos, rios e represas, a água de esgoto é a principal fonte, uma vez que 
esgotos não tratados ou aqueles tratados somente por métodos mecânicos convencionais ainda 
contêm nitrogênio (25-40 mg/litro) e fósforo (6-10 mg/ litro). Nitrogênio e fósforo podem ser 
removidos por tecnologia bem conhecida – fósforo pela adição de substâncias químicas que 
precipitam fosfato por intermédio de reações químicas e nitrogênio usualmente por métodos 
biológicos, por meio da atividade de microorganismos. A remoção de nitrogênio é mais 
dispendiosa e, também, mais difícil tecnicamente do que a do fósforo. 
A água de drenagem de terras cultivadas também contém fósforo e nitrogênio. 
Usualmente, há muito mais nitrogênio porque o fósforo está imobilizado nos componentes do solo. 
O uso intensivo de fertilizantes resulta em concentrações significativas de nutrientes, 
particularmente nitrogênio, em drenagem agrícola. 
Se os solos erodidos atingirem o lago, tanto o fósforo como o nitrogênio do solo contribuirão para 
a eutrofização. 
A erosão é frequentemente causada por desmatamento, que também resulta de planeamento e 
gerenciamento não adequados dos recursos naturais. 
A água da chuva contém fósforo e nitrogênio provenientes da poluição atmosférica. Como o 
nitrogênio move-se mais na atmosfera do que o fósforo, esse elemento está aproximadamente 20 
vezes mais concentrado que o fósforo. O nitrogênio pode ser reduzido na água da chuva por 
controles muito intensivos da poluição do ar em toda uma região. Pode-se afirmar com segurança 
que as principais fontes de poluição da atmosfera são as indústrias e os escapamentos de 
automóveis sem os filtros apropriados. 
O sedimento de um lago – sua camada lodosa no fundo – contém concentrações relativamente 
altas de fósforo e nitrogênio. Estes elementos podem ser libertados para a água, particularmente 
em baixas concentrações de oxigênio. Os nutrientes dos sedimentos provêm da decomposição de 
algas e de matéria orgânica morta. 
Os nutrientes libertados a partir dos sedimentos são referidos como a carga interna dos lagos. A 
figura abaixo mostra esquematicamente as fontes de nutrientes: externas à carga de esgotos não 
tratados, águas de drenagem agrícola, erosão e chuvas e também internas às atividades do lago. 
 
 
 27 
 
Figura 5: Fontes de nutrientes que causam a eutrofização 
2.9.2. Eutrofização e emissão de gases de efeito estufa 
O aumento da carga de matéria orgânica e de nutrientes nos corpos de água promove, também, um 
aumento na emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. Com o aumento da produção de 
biomassa pelo aumento do aporte de nutrientes, há também um aumento da quantidade de 
biomassa formada por organismos mortos ou por partículas fecais que afundam e se acumulam 
nos sedimentos dos reservatórios. Com esse acúmulo de matéria orgânica nos sedimentos, há um 
aumento na ciclagem de nutrientes, principalmente de carbono, nitrogênio e fósforo a qual é 
medida por microorganismos que, em última instância, acaba resultando na produção, acúmulo e 
emissão de gases como CO2, CH4 e N2O. 
 
 
 
 28 
 
Figura 5: Eutrofização e emissão de gases de efeito estufa 
2.9.3. Principais problemas ambientais presentes em lagos. 
 
Figura 6: Consequência da Eutrofizacao 
 
 29 
Figura 7: Organização, crescimento populacional e industrialização estão entre os fatores básicos que 
causam problemas ambientais em lagos e reservatórios. 
 
2.10. Contaminantes da água (fontes e implicações a saúde humana) 
As contaminações da água para consumo humano são oriundas da contaminação de rios e córregos. 
Essas contaminações convertem-se em um os problemas ambientais mais graves do século XXI. 
A poluição divide-se em dois grandes grupos: a contaminação pontual e a não pontual. 
 A primeira procede de fontes identificáveis, como fábricas, refinarias ou despejo de esgoto. A não 
pontual é aquela cuja origem não pode ser identificada com precisão, como os produtos químicos 
usados na agricultura e na mineração trazidos pelas chuvas ou as filtragens de fossas sépticas e 
esgotos. 
Os agentes químicos presentes na água caracterizam-se por sua origem que geralmente está 
associada ao ciclo hidrológico, através de sua passagem pela natureza, carreando elementos do ar 
ou do solo. Também, de elementos provenientes da poluição causada pelo próprio homem. 
Os contaminantes químicos distinguem-se daqueles de caráter infeccioso ou parasitário, por serem 
prejudiciais à saúde do homem por sua exposição prolongada, diferenciando-se como alvo de 
preocupação aqueles com propriedades tóxicas cumulativas, como os metais pesados e os agentes 
 30 
cancerígenos. De um modo geral, a toxidade desses elementos varia em relação a sua concentração 
na água, tempo de exposição e suscetibilidade individual. 
A contaminação química da água para consumo humano também pode ser ocasionada pela 
utilização das substâncias empregadas no seu tratamento resultando na formação de produtos 
secundários, alguns deles com potencial de risco para a saúde bastante significativa. As substâncias 
empregadas nas práticas de cultivo e controle de pragas da agricultura ou utilizadas no combate 
aos vetores de certas doenças também contribuem para a poluição das águas subterrâneas ou 
superficiais e são determinantes de sérios problemas de saúde. Ainda se destacam como elementos 
de poluição os despejos das indústrias e os poluentes das chaminés das fábricas quando carreados 
para os cursos de água. 
Aldrin e Dieldrin 
Descrição e usos 
Aldrin e Dieldrin são compostos organoclorados sintéticos a temperatura ambiente, praticamente 
insolúveis em água, que se apresentam como um pó branco quando puros e com coloração parda 
quando grau técnico (90% de pureza para o Aldrin e 85% para o Dieldrin). Esses agrotóxicos 
fazem parte da lista de poluentes orgânicos persistentes. 
São contaminantes químicos (orgânicos) e o seu efeito sobre a saúde é afetar o SNC (em doses 
altas é fatal para o homem). 
Comportamento no ambiente 
O Aldrin e o Dieldrin ainda podem ser encontrados no ambiente devido à alta persistência, mesmo 
que não estejam mais sendo utilizados. O Aldrin é convertido em Dieldrin sob acção da luz solar 
e de bactérias. Desse modo, o Dieldrin é predominante no ambiente, mesmo quando a substância 
utilizada foi o Aldrin, ambos os compostos podem ser encontrados na atmosfera a partir de arraste 
pelo vento por aplicação na lavoura, evaporação de águas contaminadas e absorção a partículas 
em suspensão. Uma vez na atmosfera, o Dieldrin pode ser convertido em Foto Aldrin ou Foto 
Dieldrin, ambos produtos de degradação do Aldrin e Dieldrin por radiação solar. 
 No solo, o Aldrin pode evaporar lentamente ou sofrer oxidação originando o Dieldrin. A 
persistência do composto no solo depende do clima da região, em países de clima 
 31 
temperado, 75% do Aldrin são oxidados a Dieldrin em um ano. Já em países de clima 
tropical, os compostos desaparecem do solo rapidamente, pois 90% do Aldrin e Dieldrin 
sofrem evaporação em 1 mês. 
 Na água, a degradação destes compostos é lenta e eles tendem a se acumular no sedimento, 
não é comum a presença de Aldrin e Dieldrin em águas subterrâneas devido a resistência 
que elas possuem a lixiviação no solo. Tanto os Aldrin quanto o seu principal produto de 
degradação são altamente lipossolúveis s, o que juntamente com alta persistência, faz com 
que possuam uma grande capacidade de bioacumulação e biomagnificação. 
Exposição humana e efeitos a saúde 
O Aldrin e o Dieldrin são tóxicos para o homem, as exposições ocupacionais ocorreram em 
operações de controlo de insectos,aplicações agrícolas, combate a mosquitos e fabricação de 
agrotóxicos, actualmente as exposições ambientais podem ocorrer por contacto com o ar, água, 
alimentos e solo contaminados. A via de exposição mais comum é por alimentos, sejam de origem 
vegetal ou animal. 
Não foram relatados efeitos irreversíveis em intoxicações agudas e subagudas. Os sintomas da 
intoxicação são cefaléia, tonturas, náusea, vomito, tremor muscular, miocronia e convulsões. As 
intoxicações crônicas geralmente ocorrem por exposição simultânea ao Aldrin, Dieldrin e Endrin 
e foram associados ao aumento de câncer hepático e biliar, embora o estudo tenha apresentado 
como limitação a ausência de informações sobre os níveis de exposição. 
A agencia internacional de pesquisa em câncer (IARC) classifica o Dieldrin e o Aldrin 
metabolizado a Dieldrin como prováveis cancerígenos para o ser humano (grupo 2A) com base 
em evidencia limitada em humanos para câncer de mama e evidencia inadequada para linfoma 
não-Hodkin e outros tipos de câncer, e evidencia suficiente em animais experimentais para 
carcinoma hepatocelular. 
 
 
 
 
 32 
Bentazona 
É um agroquímico da classe toxicológica I, extremamente tóxico e nocivo por ingestão e que pode 
causar sensibilização em contacto com a pele. Em logo prazo, pode causar efeitos danosos ao 
ambiente aquático, sendo pertencente à classe ambiental III, perigoso ao meio ambiente, por ser 
altamente móvel, apresentando alto potencial de deslocamento no solo e podendo atingir as águas 
subterrâneas. Possui ainda a característica de ser altamente persistente, ou seja, de difícil 
degradação. 
Componen
tes 
MCL Riscos e Efeitos Origem 
Clordano 
 
0,2𝑚𝑔/𝑙 
Câncer de pulmão, mesotelioma, câancer 
de laringe e ovário e asbetose (fibrose dos 
pulmões) 
 
 Natural: extraída de 
rochas 
 Na construção: amianto 
em materiais de 
construção (corte, 
perfuração, quebra, etc.) 
 Na indústria da 
construção civil: 
Pavimentos; Placas de 
teto falso; Produtos e 
materiais de revestimento 
e enchimento; etc 
 Isolamento de tubagens 
de água quente; 
 Isolamento de antigos 
aquecedores domésticos; 
 Isolamento de fogões; 
 Materiais de isolamento 
de tetos. 
Cianeto 
Para água 
para 
consumo 
humano, 
pode ser 
calculado 
um valor 
baseado na 
saúde de 
0,5 𝑚𝑔/𝑙 
Esta componente inibe a respiração celular 
atuando sobre as enzimas que contêm ferro 
(citocromo oxidase e catalase). 
Os cianetos iónicos são extremamente 
venenosos a vários seres vivos, em 
especial, aos humanos, neste caso, devido 
à habilidade do cianeto em se combinar 
com o ferro da hemoglobina, bloqueando 
a recepção do oxigênio pelo sangue, 
matando a pessoa exposta por 
sufocamento 
 Indústrias de 
poliacrilonitrilas, de 
síntese de resinas 
acrílicas, de nitrilas e 
aldeídos, de 
processamento de 
fármacos e de corantes, da 
extração de ouro e prata a 
partir dos seus minérios, 
da galvanoplastia. 
 33 
Componen
tes 
MCL Riscos e Efeitos Origem 
Níquel 
A 
concentraç
ão de 
níquel na 
água para 
consumo 
humano é 
geralmente 
inferior a 
0,02 mg / l, 
embora o 
níquel 
liberado 
nas 
torneiras e 
acessórios 
podem 
fornecer até 
1 mg / l 
Pode ocasionar dermatite e má formação 
de fetos, como anencefalia, em casos de 
elevada exposição. 
 Depósitos naturais 
 Industriais no campo 
Prata 
< 0,005 𝑚𝑔
/𝑙 
 Inalação: Alto. Causa sensação de 
queima, tosse, dificuldade 
respiratória, laringite, cefaleia, náuse
a e vomito. 
 Contato com olhos: Alto Pode causar 
embaçamento da visão, vermelhidão, 
dor e queimadura severas dos tecidos 
com danos aos olhos. 
 Contato com pele: Alto. Causa 
vermelhidão, queimaduras cutâneas 
severas e dor. 
 Ingestão: Alto. Causa severas 
queimaduras na boca, 
garganta, estômago. Pode causar 
dores de garganta, vômito e diarreia, 
além de colapso, coma e morte. 
 
 Natural: na forma de seus 
óxidos, sulfetos e alguns 
sais muito insolúveis e 
imóveis. 
 Águas subterrâneas e 
superficiais 
 Água para consumo 
humano 
 34 
Componen
tes 
MCL Riscos e Efeitos Origem 
Cádmio 
Concentraç
ões na água 
para 
consumo 
humano são 
geralmente 
menores 
de 
0,001 𝑚𝑔/
𝑙 
 Danos nos rins 
 Danos aos pulmões, tais 
como enfisema pulmonar. 
 aumento do risco de contrair câncer 
pulmonar, como no caso dos fumantes 
alta. 
A toxicidade do cádmio afeta 
principalmente o rim. 
 
 Natural: na crosta 
terrestre. É um metal 
macio com um brilho 
muito semelhante ao 
da prata, porém 
dificilmente encontrado 
na forma elementar. Em 
geral, este metal é 
encontrado ligado a 
outros elementos, tais 
como oxigênio, cloro ou 
enxofre, formando 
compostos. 
 
2.10.1. Padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde 
(OMS SNS) 
Substância Unidade VMP 
Aldrin e Dieldrin ug/L 0,03 
Clordano (Isômeros) ug/L 0,2 
2,4 D ug/L 30 
Ferro e manganês ug/L 
Tricloroeteno ug/L 70 
Alaclor ug/L 20,0 
Atrazina ug/L 2 
Bentazona ug/L 
 
300 
Figura 7: Padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde (OMS SNS) 
 
2.11. Procedimentos para testagem da água 
A OMS/SNS impõe normas que regulam as concentrações e tipos de produtos químicos que podem 
ser encontrados na água potável. São conduzidos testes laboratoriais em amostras de água de todo 
o sistema de instalações públicas de água potável a partir da fonte, através do processamento e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Enfisema_pulmonar
 35 
amostras finais. O tipo de contaminante e a fonte de água determinam a frequência dos testes ou o 
número de testes a serem realizados. 
No que respeita os procedimentos para a testagem da água, compreende-se as seguintes fases: 
 Fase I: Planejamento das atividades 
É importante dispor de informações sobre as áreas a serem avaliadas para possibilitar o 
planejamento das atividades, a preparação do material a ser utilizado na amostragem, bem como a 
definição da infra-estrutura a ser utilizada no deslocamento aos locais de coleta de amostras. Ter 
à disposição todos materiais a ser usados durante o processo e garantir que todos eles estejam 
limpos, isto é, sem componentes que pode podem afectar os resultados desejados. 
 
Figura 7: Materiais usados na testagem da água 
 
 Fase II: Coleta e preparo de amostras de água 
A coleta de amostras de água constitui um dos elementos de fundamental importância no 
desenvolvimento de um Programa de Controle da Qualidade da Água. Embora considerada uma 
atividade simples, alguns critérios técnicos, como a exigência de pessoal treinado, devem ser 
rigorosamente observados no processo de amostragem, a fim de ter amostras representativas do 
nível de qualidade que se pretende determinar. 
 36 
 
Figura 8: Retirada da amostra de água superficial e de água subterrânea 
 
Deve se registrar as coordenadas de GPS e outros dados na folha de campo acompanhada de 
algumas fotos do local. 
Deve se preparar as amostras de água, tal como indicado para o tipo de teste. 
Por exemplo: 
 Os testes para bactérias necessitam de um recipiente de coleta estéril para evitar leituras falsas 
positivas. 
 Testes químicos específicos podem exigir um composto de fixação no recipiente de coleta para 
evitar perdas. 
As análises químicas são frequentemente indicadas em casos de águas fora dos padrões 
ou suspeitas de contaminação. 
O tempo também é importante em alguns procedimentos. 
 A amostragem de corrosão, por exemplo, é melhor efetuada após um período de não 
utilização, para maiores concentrações de poluentes. 
 A testagem da água para contaminação por sulfeto de hidrogênio, por outro lado, é melhor 
feita no local, já que o gás é altamente volátil. 
 
 
 37 
 Fase III: Testagem da agua 
Em alguns casos, a testagem da água é feita no próprio local, da recolha da amostra usando o 
medidor, coloca-sea sonda na água a uma profundidade de 20 cm a montante de onde houver o 
fluxo, ou fora da área de perturbação, se não houver fluxo, até que as leituras se estabilizem. Em 
seguida registra-se os valores medidos (pH, Salinidade, Temperatura, entre outros). 
Porém, em muitos casos leva-se a amostra para o laboratório, e lá usando os instrumentos 
adequados para cada tipo de parâmetro, faz-se a testagem da água e apura-se os resultados 
observados. 
 
 
Figura 9: Analise laboratorial da amostra da água 
Alguns procedimentos importantes de segurança para manter em mente quando efectuar 
testes da qualidade da água 
 Devem ser sempre utilizados óculos de segurança; 
 Devem utilizar-se luvas de protecção quando recolher ou manusear amostras de água; 
 Se as amostras de água estão a ser recolhidas no meio de um rio ou curso de água, a pessoa 
que efectua a recolha deve utilizar colete salva-vidas e uma corda de reboque; 
 38 
 Devem-se selar bem todos os recipientes de colheita, imediatamente após recolher as amostras 
em campo; 
 Os recipientes de colheita e os medidores electrónicos devem ser limpos entre testes; 
 Não pode se comer nem beber quando se manusear qualquer um dos materiais durante o teste’ 
 Nunca deve permitir que os químicos toquem a pele, olhos ou vestuário; 
 Estes trabalhos devem ser realizados em grupo; 
 Os recipientes de resíduos devem ser muito bem lavados antes de serem reciclados; 
 Assim como em qualquer outras actividade em exterior, é útil ter materias de primeiros 
socorros disponível. 
2.12. Instrumentos utilizados para a avaliação de cada parâmetro de qualidade da água 
Os laboratórios químicos fazem uso de diversos tipos de vidrarias, materiais e equipamentos para 
que as análises possam ser realizadas com a maior precisão possível, são utilizados também 
descartáveis e consumíveis de uso único, além dos equipamentos de proteção individual e coletiva, 
que fazem parte das rotinas. 
Agitador / Aquecedor Magnético 
É um equipamento utilizado para aquecer e agitar soluções, através da utilização de “peixinho” 
dentro do recipiente que contém a solução a ser agitada, através de campo magnético que fixa o 
peixinho no fundo do recipiente, o mesmo realiza movimentos circulares que agitam e 
uniformizam a solução. Alguns equipamentos possuem aquecimento na placa agitadora, 
aquecendo e misturando a solução ao mesmo tempo. 
Barra Magnética para Agitador 
São barras magnéticas em diferentes formatos e tamanhos, popularmente conhecidas como 
“peixinho” que são inseridas no recipiente que contém a solução a ser agitada através do 
equipamento de agitação Magnética. 
 
 
 
 
 39 
Bureta 
Trata-se de um aparelho utilizado para análises titulométricas e volumétricas. Composto por um 
tubo de parede uniforme com graduação na parte externa, com linhas bem delineadas para facilitar 
a leitura. Possui em sua extremidade inferior uma torneira para controlar o fluxo de líquido que sai 
do aparelho. 
 
Figura 10: Bureta. Fotoi4lcocl2 / Shutterstock.com 
Balança de precisão 
É um equipamento utilizado para media a massa de reagentes e compostos, que possui alta precisão 
na pesagem, e pode ser classificada de acordo com sua precisão na pesagem em: Balanças 
Industriais, Balanças de uso geral, balanças semi-analíticas e balanças analíticas. 
 
Figura 11: Balança de precisão. Foto Timof / Shutterstock.com 
 
 
https://www.infoescola.com/materiais-de-laboratorio/bureta/
 40 
Condensador 
Realiza a condensação de vapores e gases através da circulação de água na parte externa do 
equipamento. Podem ser dos tipos Liebig (retos), os de bolas e os de serpentina. Seus tamanhos 
são variáveis, e vão normalmente de 10 cm à 170 cm. 
 
Figura 12: Condensador. Foto chromatos / Shutterstock.com 
Cromatógrafo 
É o equipamento utilizado para realizar análises cromatográficas. Tem por finalidade a separação 
e purificação de misturas através da detecção de massas por afinidade com a coluna cromatográfica 
utilizada. 
 
 
Figura 13: Cromatógrafo. Foto khawfangenvi16 / Shutterstock.com 
 
pHmetro 
São equipamentos analíticos que realizam a medição do potencial hidrogeniônico (pH) das 
soluções através de um eletrodo. Podem ser dos tipos de bancada ou de bolso. 
O medidor de pH é um instrumento utilizado para medir a acidez ou a alcalinidade de uma 
solução, também chamada de pH. O pH é a unidade de medida que descreve o grau de acidez ou 
alcalinidade e é medido em uma escala que vai de 0 a 14. 
 41 
As informações quantitativas fornecidas pelo valor do pH expressam o grau de acidez de um 
ácido ou de uma base em termos de atividade dos íons de hidrogênio. O valor do pH de 
determinada substância está diretamente relacionado à proporção das concentrações dos íons de 
hidrogênio [H+] e hidroxil [OH-]. Se a concentração de H+ for maior do que a de OH-, o material 
é ácido; por exemplo, o valor do pH é menor do que 7. Se a concentração de OH- for maior do 
que a de H+, o material é básico, com um pH com valor maior do que 7. Se as quantidades de 
H+ e OH+ forem as mesmas, o material é neutro e seu pH é 7. Ácidos e bases têm, 
respectivamente, íons de hidrogênio e hidroxil livres. A relação entre os íons de hidrogênio e de 
hidroxil em determinada solução é constante para um dado conjunto de condições e cada um 
pode ser determinado desde que se conheça o valor do outro. 
 
 
Figura 14: pHmetro. Foto photong / Shutterstock.com 
Proveta 
Recipiente volumétrico para medir líquidos com média / baixa precisão. Também é utilizado para 
realizar transferências de soluções para outros recipientes com maior facilidade. 
 
Figura 15: Provetas. Ilustração DesignPrax / Shutterstock.com 
 
 42 
Pipeta volumétrica 
Utilizada para medir e transferir soluções e líquidos. Possui volume definido e calibrado, não 
podendo ser utilizado para medir volumes diferentes dos quais as mesmas são fabricadas para 
medir. São muito mais precisas que as pipetas graduadas. 
 
Figura 16: Pipetas volumétricas. Foto Rabbitmindphoto / Shutterstock.com 
 
 
 
 
2. Recomendações 
Como a água é uma preocupação mundial e a sua escassez é uma realidade iminente na vida actual 
e das futuras gerações, que terão de sobreviver no Planeta Terra, deverão ser desenvolvidas 
algumas acções em tempo hábil no sentido de minimizar os efeitos catastróficos da falta deste 
precioso líquido e que é vital para a sobrevivência de todos. O problema da água no mundo ou o 
problema da sua escassez exige que se passe por um processo de reeducação. É necessário investir 
na formação de crianças, jovens e adultos, empregando como foco principal a questão do 
esgotamento dos recursos naturais, em todo o mundo, especialmente a água. É preciso orientar e 
conscientizar a população a tomar os cuidados básicos para que se viva melhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
3. Conclusão 
Após a elaboração do presente trabalho de investigação, conclui-se que, a qualidade da água para 
consumo humano é tema muito relevante porque a água é um bem necessário a todos os seres 
vivos, muito utilizado e ao mesmo tempo malcuidado pelo homem. Apesar de toda a chamada de 
atenção de grande parte da classe política, bastante difundida, sobre a importância da água e de 
todos os problemas urbanos e ambientais, as pessoas parecem ainda não ter idéia da importância 
deste assunto. Acreditamos que, o que ocorra não seja a falta de reconhecimento de sua 
importância, mas sim a falta de conhecimento concreto sobre o assunto. Trata-se de um tema que 
acompanha a nossa vida estudantil desde a classe básica, na infância, inclusive definido como 
conteúdo curricular do ensino. 
Como a maior parte das doenças associadas com a água é transmitida por via fecal, isto é, os 
organismos patogênicos, ao serem eliminados pelos excretos, atingem o ambiente aquático, 
podendo vir a contaminar as pessoas que se abasteçam de forma inadequada desta água, neste

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