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0 1 2 CURRÍCULO DO AUTOR Emerson Rodrigo Alves Tavares Mestre em Computação. Especialista em Engenharia de Segurança do trabalho. Bacharel em Ciência da Computação. Bacharel em Engenharia de Computação. Técnico em Eletroeletrônica. Possui diversos cursos nas áreas de liderança, aperfeiçoamento profissional para gestão do ensino, aperfeiçoamento docente, aplicação de novas tecnologias no ensino, metodologia de pesquisa e outros cursos específicos da área técnica de formação. Possui 12 anos de experiência em direção e administração de faculdades, atuando como coordenador de cursos de graduação e 15 anos de experiência como professor em cursos superiores. Responsável pelo projeto e gestão de vários cursos de extensão e eventos. Autor de diversos trabalhos publicados em congressos de alcance nacional. Perito Ad hoc à disposição do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Especialista do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais - CEE/MG, para fins de avaliação de cursos de graduação de 11/2004 a 12/2008. Membro da Association for Computing Machinery - ACM desde 11/2004. Membro do Comitê de Pesquisa da PROPE/UNIPAC desde 03/2005. Coordenador do núcleo de Ensino à Distância – EAD da Universidade Presidente Antônio Carlos em Barbacena de 07/2014 a 07/2015. Revisor do BNI/INEP para editoração dos exames aplicados pelo Ministério da Educação – MEC. Na UNIPAC Lafaiete é coordenador dos cursos de Engenharia de Controle e Automação e Engenharia Elétrica 3 EMENTA A formação do engenheiro e o exercício da profissão; História da engenharia; Regulamentação profissional; Ética profissional e o trabalho em equipe; Criatividade no exercício da profissão; A importância da comunicação na engenharia; Construção e gerenciamento de projetos aplicados à Engenharia; A engenharia e o meio ambiente. 4 SUMÁRIO CURRÍCULO DO AUTOR ............................................................................................. 2 EMENTA ....................................................................................................................... 3 UNIDADE 1 .................................................................................................................. 8 UNIPAC: ESCOLA DE ENGENHARIA ......................................................................... 8 1.1 A UNIPAC ........................................................................................................... 9 1.1.1 Missão da UNIPAC .................................................................................... 10 1.1.2 Visão da UNIPAC ....................................................................................... 10 1.2 A Engenharia .................................................................................................... 10 1.2.1 Ramos de Engenharia ................................................................................ 10 1.2.2 Porque estudar Engenharia ........................................................................ 11 1.3 Estrutura dos curso de Engenharia da UNIPAC ................................................ 11 Questões para discussão ........................................................................................ 13 Resumo .................................................................................................................. 14 UNIDADE 2 ................................................................................................................ 15 UM POUCO DE HISTÓRIA ........................................................................................ 15 2.1 História da Engenharia ...................................................................................... 16 2.2 Marcos históricos importantes ........................................................................... 17 2.3 As primeiras escolas de Engenharia ................................................................. 23 2.4 A Engenharia no Brasil ..................................................................................... 24 Questões para discussão ........................................................................................ 25 Resumo .................................................................................................................. 26 UNIDADE 3 ................................................................................................................ 27 O PROFISSIONAL ENGENHEIRO ............................................................................ 27 3.1 A Engenharia e a sociedade ............................................................................. 28 3.2 O Engenheiro e a sociedade ............................................................................. 31 3.3 O mercado de trabalho ..................................................................................... 32 3.5 Regulamentação profissional ............................................................................ 37 3.5.1 CONFEA .................................................................................................... 38 3.5.2 CREA ......................................................................................................... 38 5 Questões para discussão ........................................................................................ 39 Resumo .................................................................................................................. 40 UNIDADE 4 ................................................................................................................ 42 ÉTICA PROFISSIONAL E TRABALHO EM EQUIPE .................................................. 42 4.1 A ética profissional ............................................................................................ 43 4.2 O trabalho em equipe ........................................................................................ 47 Questões para discussão ........................................................................................ 48 Resumo .................................................................................................................. 49 UNIDADE 5 ................................................................................................................ 47 CRIATIVIDADE ........................................................................................................... 47 5.1 A arte da Engenharia ........................................................................................ 51 5.2 O Engenheiro criativo ........................................................................................ 54 5.3 Ser reativo ou proativo? .................................................................................... 56 5.4 Ser crítico ou perceptivo?.................................................................................. 57 Questões para discussão ........................................................................................ 58 Resumo .................................................................................................................. 59 UNIDADE 6 ................................................................................................................ 60 COMUNICAÇÃO ........................................................................................................ 60 6.1 Tipos de comunicação ...................................................................................... 62 6.2 Linguagem Técnica ........................................................................................... 64 6.3 O desenho na comunicação .............................................................................. 65 6.4 Estrutura básica de um relatório ........................................................................66 Questões para discussão ........................................................................................ 67 Resumo .................................................................................................................. 68 UNIDADE 7 ................................................................................................................ 69 CONSTRUÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS ............................................. 69 7.1 Fases de um projeto ......................................................................................... 70 7.2 Gerenciamento de projetos ............................................................................... 71 7.3 PDCA ................................................................................................................ 73 7.4 5W2H ................................................................................................................ 74 Questões para discussão ........................................................................................ 75 6 Resumo .................................................................................................................. 76 UNIDADE 8 ................................................................................................................ 77 MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................... 77 8.1 O meio ambiente ............................................................................................... 78 8.2 Impactos ambientais ......................................................................................... 79 8.3 Desenvolvimento sustentável ............................................................................ 82 8.4 Responsabilidade socioambiental ..................................................................... 83 Questões para discussão ........................................................................................ 89 Resumo .................................................................................................................. 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 91 7 APRESENTAÇÃO Com o objetivo de oferecer a máxima qualidade no processo de ensino e aprendizagem, a UNIPAC implantou o sistema de ensino online em algumas disciplinas de seus cursos de graduação, em consonância com o que preconiza o Ministério da Educação através das DCN´s: “...Ênfase deve ser dada à necessidade de se reduzir o tempo em sala de aula, favorecendo o trabalho individual e em grupo dos estudantes. ” Em pleno século 21, na era digital, torna-se inevitável a inserção de tecnologias avançadas de ensino para que a aprendizagem aconteça da melhor forma possível. O objetivo é incentivar uma formação sólida necessária para que o futuro profissional possa superar os desafios de um mercado de trabalho dinâmico e cada vez mais tecnológico. Conceitos como sala de aula invertida (flipped learning) e aprendizagem por pares (peer instruction) estão sendo implantados através de um moderno espaço de ensino - a sala de aprendizagem ativa. Neste semestre, você irá cursar a disciplina de Introdução à Engenharia inteiramente no formato online. Nesta disciplina você terá a oportunidade de conhecer o que é um curso de engenharia, sua história, áreas de atuação, bem como o papel do engenheiro e suas responsabilidades com a inovação e a sociedade. Ao longo de seus estudos, você vai perceber as inúmeras vantagens do estudo online: flexibilidade quanto ao ritmo e à forma de estudo, o que pode facilitar a sua aprendizagem; autonomia para estudar; superação de barreiras geográficas; incentivo à inclusão digital; oportunidade de conciliar as demandas das diferentes dimensões da vida: família, trabalho, estudo e lazer. É importante lembrar que o canal oficial de comunicação com o professor-tutor é o Portal Acadêmico e você deverá acessá-lo diariamente. Seja muito bem-vindo às disciplinas online! Prof. Emerson R. A. Tavares 8 UNIDADE 1 UNIPAC: ESCOLA DE ENGENHARIA 9 1.1 A UNIPAC As tradições culturais de Barbacena surgiram no século XIX, quando foi criado na cidade, em 1881, o célebre Colégio Abílio, do Barão de Macaúbas, cujas instituições educacionais eram as mais afamadas do Império, existentes no Rio de Janeiro e em Salvador (BA). Figura 1.1 – Colégio Abílio Fonte: http://www.city10.com.br/borges/wp- content/uploads/2015/11/colegio-abilio-1883-300x240.jpg. Data do acesso: 13/01/16. Na década de 1910, o Ginásio Mineiro de Barbacena era uma das mais importantes entidades escolares do Brasil. Poucos anos depois, foi criado, na cidade, o Colégio Militar, um dos três únicos do País. Também é dessa época a criação da Escola de Aprendizado Agrícola (hoje Instituto Federal de Tecnologia). O presidente Antônio Carlos, barbacenense ilustre, que criou a Universidade de Minas Gerais, a primeira do Brasil, foi o reformador do ensino no seu Estado, com evidentes repercussões em todo o País, a partir de 1928 e 1929, quando governava o estado de Minas Gerais. Essa tradição despertou nos meios educacionais da cidade de Barbacena a esperança da criação de escolas superiores. Em 1963, o Deputado Bonifácio de Andrada, por meio de um projeto de lei criou a Fundação Universitária da Mantiqueira na sua terra natal, a qual, por iniciativa do Deputado Hilo Andrade passou a denominar-se Fundação "Presidente Antônio Carlos". Em 1965, o mesmo Deputado assumiu a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais e transformou em realidade o seu projeto de lei. Surgiu assim a FUPAC que se dedicaria à criação do ensino superior, inclusive em outros municípios, além de Barbacena. Em 1966, data do início das atividades da FUPAC, foram criadas as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, bem como a Faculdade de Ciências Econômicas. Em seguida, surgiram as Faculdades de Direito e Medicina. Posteriormente, as Faculdades existentes foram reunidas dando origem a Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, autorizada pelo MEC como Universidade pela Portaria nº 366, de 12 de março de 1997, e credenciada pelo Decreto do Governo do Estado nº 40320, de 29/12/1998, com sede em Barbacena, e estabelecimentos em 6 campi universitários: Barbacena, Ubá, Ipatinga, Visconde do Rio Branco, Leopoldina e Juiz de Fora. Foram criadas, a partir de 2001, a unidade de Bom Despacho, a de Conselheiro Lafaiete e a de Araguari. Em 2010, a direção da mantenedora decidiu pelo desmembramento da UNIPAC, ficando esta com apenas 2 campi, a 10 saber: Barbacena e Juiz de Fora. Os demais foram transformados em Faculdades. Hoje a FUPAC mantém a Universidade Presidente Antônio Carlos e um conjunto de Faculdades que formam a União de Instituições Presidente Antônio Carlos - UNIPAC, nas quais funcionam cursos de graduação nas diversas áreas do conhecimento. 1.1.1 Missão da UNIPAC A UNIPAC é uma instituição de Ensino Superior criada com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da região onde está inserida, formando profissionais de nível superior para o mercado de trabalho. O seu compromisso, entre outros, é com a excelência do ensino, voltando-se para uma científica compreensão política do mundo e dos nossos tempos, para os problemas da multi e interdisciplinaridade, com a procura de novos talentos, a inserção ocupacional de seus alunos e a formação continuada dos seus diplomados. Figura 1.2 – Brasão da UNIPAC Fonte: Acervo próprio 1.1.2 Visão da UNIPAC Consolidar-se como Instituição de Educação Superior reconhecida como centro de excelência na produção de conhecimentos, na qualidade dos serviços prestadosà comunidade, mantendo-se como referência na região e no Estado de Minas Gerais, buscando o contínuo aprimoramento e desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão. 1.2 A Engenharia A engenharia é uma profissão onde se adquire e se aplica conhecimentos matemáticos, físicos, técnicos e científicos para produzir novas utilidades e/ou transformar a natureza, em conformidade com ideias bem planejadas. O conceito de engenharia existe desde a antiguidade, a partir do momento em que o ser humano começou a desenvolver invenções com vistas a facilitar suas atividades laborais. [1][2] No Brasil, a mais antiga escola a ministrar cursos de engenharia segundo os moldes modernos foi a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, fundada em 1792 no Rio de Janeiro pela rainha D. Maria I de Portugal, segundo o modelo da academia com o nome semelhante existente em Lisboa. 1.2.1 Ramos de Engenharia A engenharia é uma ciência abrangente, subdividida em diferentes ramos ou especialidades. Cada uma destas 11 especialidades preocupa-se com um determinado tipo de tecnologia ou com um determinado campo de aplicação. Apesar de inicialmente um engenheiro se formar em uma especialidade específica, ao longo da sua carreira na maioria dos casos, irá tornar-se polivalente, atuando em diferentes áreas da engenharia. São exemplos de ramos de engenharia: Engenharia Aeronáutica, Engenharia Ambiental, Engenharia Cartográfica, Engenharia da Computação, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Controle e Automação (ou Engenharia de Mecatrônica), Engenharia de Horticultura, Engenharia de Minas, Engenharia de Petróleo e Gás, Engenharia Elétrica, Engenharia Florestal, Engenharia Industrial, Engenharia Naval, Engenharia Sanitária, Engenharia em Tecnologia Têxtil e da Indumentária, Engenharia Acústica, Engenharia Agrícola, Engenharia Biomédica, Engenharia Civil, Engenharia em Agrimensura, Engenharia de Aquicultura, Engenharia de Energia, Engenharia de Materiais, Engenharia de Pesca, Engenharia de Produção, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia Física, Engenharia Hídrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Metalúrgica, Engenharia Química e Engenharia Têxtil. 1.2.2 Porque estudar Engenharia A engenharia é uma ciência transdisciplinar presente em tudo. É impossível imaginar os nossos dias sem os produtos da modernidade que tanto colaboram para o nosso conforto, qualidade de vida, produtividade no trabalho, etc. Em tudo o que fazemos há engenharia. Sendo assim, profissionais engenheiros são notadamente essenciais para o desenvolvimento da humanidade. Por isso estudar engenharia! Fazer um curso de engenharia é viver uma jornada importantíssima, emocionante e cheia desafios. O resultado dessa jornada tão desafiadora e a oportunidade de participar da transformação do mundo que nos rodeia. 1.3 Estrutura dos curso de Engenharia da UNIPAC Os cursos de engenharia da UNIPAC tem suas matrizes curriculares organizadas em acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) para os cursos de Engenharia, tendo sua estrutura organizada sobre os três núcleos previstos: básico, profissionalizante e específico. 12 Núcleo Básico: Nesse núcleo estão envolvidos os conteúdos como matemática, física e química, que são disciplinas fundamentais para a compreensão dos diversos conteúdos dos núcleos profissionalizante e específico, além dos conteúdos considerados de humanidades, como Filosofia, Sociologia e Leitura e Produção de Textos. As disciplinas do núcleo básico caracterizam-se não por formar competências profissionais, mas preparar o aluno para o aprendizado das disciplinas dos outros núcleos. Núcleo Profissionalizante: No núcleo profissionalizante encontram-se as disciplinas que formam competências que podem ser comuns a outras carreiras de engenheiros. Essas disciplinas visam formar competências para o cotidiano do engenheiro em conjunto com os demais profissionais do seu campo de atuação. Uma vez que esse profissional não atuará sozinho, é preciso que ele tenha acesso aos conteúdos profissionalizantes dos profissionais mais próximos. O cumprimento das disciplinas do núcleo profissionalizante também é fundamental para que o aluno possa compreender diversos conteúdos a serem apresentados no núcleo específico. Núcleo Específico: O núcleo específico é formado pelas disciplinas que compõe a formação específica do engenheiro, dando a este as competências específicas para o exercício profissional. Atividades Curriculares Os currículos dos cursos de engenharia da UNIPAC compreendem como atividades obrigatórias as Disciplinas (teóricas e práticas), o Estágio Supervisionado, as Atividades Complementares e o Trabalho de Conclusão de Curso, totalizando 3600 horas, conforme define as Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN’s. As disciplinas são os componentes curriculares nos quais são trabalhados os conteúdos do curso. Estas compreendem diversas modalidades de ensino e treinamento, como aulas teóricas formais, atividades extraclasse, aulas online, práticas de laboratório, pesquisa, etc. O Estágio compreende um período em que o estudante troca experiências práticas e teóricas com empresas, proporcionando-lhes uma aplicação prática dos conteúdos e metodologias que lhes foram ensinadas durante o curso, possibilitando o preparo para atuação em campos de futuras atividades profissionais. O egresso deve ser capacitado através de experiências necessárias ao exercício da profissão. Tal capacitação deve ser ministrada não apenas em sala de aula, mas também sob a forma de atividades complementares, nos mais diversos moldes, com objetivos que variam entre o domínio da prática, atualização, especialização ou mesmo aprendizado acadêmico. Dessa forma, ao longo do curso de graduação o estudante deverá vivenciar uma série de atividades, dentro de uma dinâmica previamente estabelecida. Dentro desses moldes, os cursos de engenharia da UNIPAC implementam um Programa de Atividades Complementares, que atende aos seguintes objetivos: 13 Possibilitar atividades teóricas e práticas de complementação à formação do estudante; Melhor qualificar o estudante, com vistas ao mercado cada vez mais exigente e seletivo; Aproximar o estudante da realidade do mercado de trabalho; Estimular o aprendizado científico; Desenvolver o aprendizado prático e o inter-relacionamento profissional; Orientar o estudante quanto às tendências de mercado que exigem do atual profissional um espírito empreendedor; O Trabalho de Conclusão de Curso proporciona aos estudantes a participação em situações reais ou simuladas de vida e trabalho, vinculadas à sua área de formação, bem como a análise crítica das mesmas. Para tanto deve se caracterizar pela realização de Pesquisa Científica Básica/Fundamental ou Aplicada/Tecnológica. Questões para discussão 1 – Faça um levantamento da oferta de trabalho na área em que você escolheu. Crie um quadro identificando a oferta em nossa região, em Minas e no Brasil. 2 – Pesquise nos orgãos reguladores da profissão as resoluções que regulam a engenharia que você escolheu. Enumere as principais competências atribuídas à carreira escolhida. 14 Resumo Criada em 1963 pelo Deputado Bonifácio de Andrada, a UNIPAC, foi inicialmente denominada Fundação Universitária da Mantiqueira, e, posteriormente, passou a denominar-se Fundação "Presidente Antônio Carlos". Em 1966, data do início das atividades da FUPAC, foram criadas as Faculdades de Filosofia,Ciências e Letras e a Faculdade de Ciências Econômicas. Em seguida, surgiram as Faculdades de Direito e Medicina. Posteriormente, as Faculdades existentes foram reunidas dando origem a Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, autorizada pelo MEC como Universidade pela Portaria nº 366, de 12 de março de 1997, e credenciada pelo Decreto do Governo do Estado nº 40320, de 29/12/1998, com sede em Barbacena. Missão da UNIPAC - É uma instituição de Ensino Superior criada com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da região onde está inserida, formando profissionais de nível superior para o mercado de trabalho. O seu compromisso, entre outros, é com a excelência do ensino, voltando-se para uma científica compreensão política do mundo e dos nossos tempos, para os problemas da multi e interdisciplinaridade, com a procura de novos talentos, a inserção ocupacional de seus alunos e a formação continuada dos seus diplomados. Visão da UNIPAC - Consolidar-se como Instituição de Educação Superior reconhecida como centro de excelência na produção de conhecimentos, na qualidade dos serviços prestados à comunidade, mantendo-se como referência na região e no Estado de Minas Gerais, buscando o contínuo aprimoramento e desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão. O CURSO DE ENGENHARIA - A engenharia é uma profissão onde se adquire e se aplica conhecimentos matemáticos, físicos, técnicos e científicos para produzir novas utilidades e/ou transformar a natureza, em conformidade com ideias bem planejadas. São exemplos de ramos da Engenharia: a Engenharia Civil, a Engenharia de Computação, a Engenharia de Controle e Automação, a Engenharia de Produção, a Engenharia Elétrica, a Engenharia Mecânica e Engenharia de Minas. Os currículos dos cursos de engenharia da UNIPAC compreendem as Disciplinas, o Estágio Supervisionado, as Atividades Complementares e o Trabalho de Conclusão de Curso, totalizando 3600 horas, conforme define as DCN’s. 15 UNIDADE 2 UM POUCO DE HISTÓRIA 16 2.1 História da Engenharia O termo "Engenharia" é recente, derivando da palavra "Engenheiro", que apareceu na língua portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou operava um “Engenho”. A palavra "Engenho", em si, tem uma origem ainda mais antiga, vindo do latim "Ingenium" que significa "Gênio”. [3] O conceito de engenharia existe desde os primórdios da humanidade, quando o homem, preocupado em criar novas técnicas para aprimorar seu trabalho, começa a desenvolver invenções como a polia, a alavanca e a roda, baseados em princípios básicos de engenharia como matemática e física. [1] Considerado um dos maiores saltos tecnológicos, a descoberta da alavanca permitiu que o homem passasse a conseguir mover cargas bem mais pesadas do que aquelas que normalmente movia apenas com os braços. Outros marcos importantes foram: o domínio do fogo, a lapidação e polimento de pedras e o cozimento dos alimentos, surgidos ainda no Período Paleolítico. Vencida a idade da pedra, o homem começou a dominar o trabalho com metais na idade do bronze. O cobre e o estanho foram os primeiros metais trabalhados, tendo sido usados inicialmente para a fabricação de instrumentos de caça e guerra. Por volta do ano 2 mil a.C., o homem passou a dominar o processo de fundição de metais. Com o controle do fogo, o trabalho com metais e a grande habilidade humana, a engenharia vem evoluindo de forma extraordinária, proporcionando o desenvolvimento das civilizações ao longo da história, realizando feitos monumentais como a construção das pirâmides do Egito e o Coliseu de Roma. Figura 2.1 – Pirâmide do Egito Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Data do acesso: 07/11/15. Figura 2.2 – Coliseu de Roma Fonte: Google Earth. Data do acesso: 07/11/15. 17 As engenharias vem evoluindo a cada dia, surgindo novas áreas de especialização. Inicialmente, com o surgimento das escolas de engenharia existiam, basicamente, as chamadas engenharias clássicas, como por exemplo as engenharias Militar, Civil, Mecânica e Elétrica. Com as especializações das áreas novos ramos surgem, como o de materiais, produção, aeronáutica, computação, telecomunicações, automação, minas, nuclear, química, ambiente, geológica, alimentar, química e muitos outros. Alguns dos novos campos da engenharia resultam da subdivisão de especialidades tradicionais ou combinação de diferentes especialidades. 2.2 Marcos históricos importantes A engenharia evoluiu de forma extraordinária do ano de 1500 para cá, tendo como um de seus precursores Leonardo da Vinci (1452-1519), que dentre seus inúmeros projetos destacam-se, uma roda d'água horizontal cujo princípio foi usado na construção da turbina hidráulica, máquinas de escavação, portos, bestas e máquinas voadoras, além de seus estudos científicos sobre a anatomia humana e obras de arte. Figura 2.3 – Projeto de Helicóptero de Leonardo Da Vinci Fonte: http://www.hypescience.com. Data do acesso: 07/11/15. Outros nomes relevantes surgem nos séculos XVI e XVII, impulsionando a engenharia moderna:Galileu Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (1571-1630), Nicolau Copérnico (14731543), René Descartes (1596-1650), Isaac Newton (1643-1727), Charles Augustin Coulomb (1736-1806). Um acontecimento que se destaca no desenvolvimento das engenharias foi a revolução industrial. Foram fatos marcantes dessa época a implantação da máquina a vapor na indústria da tecelagem, ocorrida por volta de 1782, e o tear mecânico. 18 Figura 2.4 – Primeira Máquina a Vapor Fonte: http://www.schillerinstitute.org. Data do acesso: 07/11/15. Outro grande marco foi o estudo da eletricidade por volta de 1750 por Benjamin Franklin, possibilitando daí a alguns anos o início do surgimento de motores e máquinas elétricas que mais uma vez revolucionou as civilizações. O infográfico na figura 2.5 apresenta um resumo dos fatos mais marcantes na engenharia. [5] 16 20 21 Figura 2.5 – História da Engenharia no Brasil e no Mundo 22 Figura 2.5 – Evolução da Engenharia Fonte: http://senge-go.org.br/a-historia-da-engenharia-no-brasil-e-no-mundo/#prettyPhoto/0/. Data do acesso: 07/11/15. 23 2.3 As primeiras escolas de Engenharia O ensino formal de engenharia tem seu primeiro registro com a escola de engenharia de Veneza fundada no ano de 1506. No século XVIII foi fundada em Paris na França, a Ecole Polytechnique (1774) que tinha como finalidade ensinar aplicações da matemática em problemas da engenharia. Figura 2.6 – Ecole Polytechnique Fonte: http://structurae.info/photos/105040-paris- 5supemesup-arrondissement-ancienne-ecole-polytechnique- porte-dentree. Data do acesso 13/01/2016 No século XVIII ocorreu um significativo desenvolvimento técnico nas áreas de extração de minérios, siderurgia e metalurgia. O mesmo desenvolvimento também foi sentido na construção de pontes, estradas e canais, formando a base da engenharia civil. Todas estas atividades sempre foram fruto do trabalho de práticos, que desenvolviam empiricamente suas atividades, alheios às teorias científicas. [4] A seguir é apresentado um cronograma da fundação de algumas das primeiras escolas de engenharia no mundo:[6] Escola de Engenharia de Veneza – fundada em 1506; École Royale dês Ponts et Chaussées - fundada em 1747 em Paris, França; Bergakademie Freiberg - fundada em 1765 em Freiberga, Saxónia; Academia de Minería y Geografía Subterránea de Almadén - fundada em 1777, em Almadén, Espanha; Stavovskáinženýrskáškola- fundada em 1787, em Praga, Boémia; Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho - fundada em 1790 em Lisboa, Portugal; Real Seminario de Minería - fundado em 1792, no México; Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho - fundada em 1792, no Rio de Janeiro, Brasil; ÉcolePolytechnique - fundada em 1794 em Paris, França; Kaiserlich-KöniglichPolytechnischesInstitut - fundado em 1815, em Viena, Áustria; PolytechnischeSchule Karlsruhe - fundada em 1825 em Karlsruhe, Baden. Nos Estados Unidos, as primeiras universidades com ensino de engenharia foram: 1794 - West PointAcademy. 1824 - RensselaerPolytechnicInstitute. 1865 - Massachusetts Instituteof Technology. 1905 - Carnegie Instituteof Technology. 24 2.4 A Engenharia no Brasil No Brasil, a primeira escola de engenharia foi fundada no ano de 1792, quando, por ordem de Dona Maria I, Rainha de Portugal, foi instalada, na cidade do Rio de Janeiro, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Essa foi a primeira escola de engenharia das Américas e terceira do mundo. Tinha por objetivo formar oficiais das Armas e Engenheiros para o Brasil-Colônia. O curso de Engenharia durava seis anos, sendo que no último ano eram lecionadas as cadeiras de Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas. A Real Academia tornou-se a base para a implantação da Academia Real Militar, criada em 23 de abril de 1811, por ordem de D. João VI. Esta escola mudou de nome quatro vezes: Imperial Academia Militar, em 1822; Academia Militar da Corte, em 1832, Escola Militar, em 1840 e Escola Central, a partir de 1858. Ali formavam-se não apenas Oficiais do Exército, mas, principalmente engenheiros, militares ou civis, pois a Escola Central era a única escola de Engenharia existente no Brasil. Em 1874, a Escola Central desligou-se das finalidades militares, indo para a jurisdição da antiga Secretaria do Império e passando a formar exclusivamente engenheiros civis. A formação de engenheiros militares, bem como a de oficiais em geral, passou a ser realizada na Escola Militar da Praia Vermelha (1874 a 1904). Nesse último ano, a Escola foi transferida para o Realengo, onde eram formados os oficiais de Engenharia e de Artilharia. Os oficiais de Infantaria e de Cavalaria eram preparados em Porto Alegre. Também ainda no Segundo Império foi criada a Escola de Minas de Ouro Preto, em 12 de outubro de 1876. No século XIX, mais cinco escolas de engenharia foram implantadas: em 1893, a Politécnica de São Paulo; em 1896, a Politécnica do Mackenzie College e a Escola de Engenharia do Recife; em 1897, a Politécnica da Bahia e a Escola de Engenharia de Porto Alegre. Até 1946 já existiam 15 instituições de ensino de engenharia e, de lá para cá, muitas outras foram implantadas no país, o que representa, hoje, algumas centenas de cursos. [4] Sob influência alemã, o Exército Brasileiro suspendeu a formação de engenheiros militares. Previa-se a realização de cursos técnicos de Artilharia e de Engenharia realizados no estrangeiro. Numa segunda etapa, seria implantada uma escola militar tendo por instrutores os oficiais brasileiros formados no exterior. Figura 2.7 – Instituto Militar de Engenharia Fonte: http://www.eb.mi.br. Data do acesso 13/01/2016 A Missão Militar Francesa, iniciada na década de 1920, inspirou a criação da Escola de Engenharia Militar. O Decreto nº 5632, de 31 de 25 dezembro de 1928, estabeleceu sua missão no sentido de formar engenheiros, artilheiros, eletrotécnicos, químicos e de fortificação e construção. A Escola de Engenharia Militar começou a funcionar em 1930, ocupando as instalações da Rua Barão de Mesquita, no quartel posteriormente ocupado pelo Batalhão de Polícia do Exército. Já sob a influência norte-americana, foi criado o Instituto Militar de Tecnologia em 1949. Iniciavam-se, então, programas de estudo, pesquisa e controle de materiais para a indústria. [7] De lá para cá, centenas de escolas de engenharia foram abertas em várias cidades do Brasil, visando atender às demandas de profissionais engenheiros. A listagem completa das escolas de engenharia do Brasil pode ser obtida no site do Ministério da Educação – MEC. Questões para discussão 1 – A Engenharia é uma ciência que se desenvolve ao longos dos anos desde os primórdios, vindo de encontro às necessidades da sociedade em cada época. Pesquise e descreva 3 aplicações de engenharia que mudaram a vida da humanidade. Comente a respeito. 2 – Faça um levantamento de como as escolas de engenharia francesa e alemã influenciaram no ensino de engenharia no Brasil. 3 – Pesquise e desenvolva um mapa de oferta de ensino de engenharia no Brasil. 26 Resumo O termo "Engenharia" é recente, derivando da palavra "Engenheiro", que apareceu na língua portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou operava um “Engenho”, no entanto, o conceito de engenharia existe desde os primórdios da humanidade, quando o homem, começa a desenvolver invenções como a polia, a alavanca e a roda, baseados em princípios básicos de engenharia como matemática e física. Com o controle do fogo, o trabalho com metais e a grande habilidade humana, a engenharia vem evoluindo de forma extraordinária, proporcionando o desenvolvimento das civilizações ao longo da história, realizando feitos monumentais. A evolução da Engenharia se deu de forma extraordinária e conta com nomes como Leonardo da Vinci (1452-1519), Galileu Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (1571- 1630), Nicolau Copérnico (14731543), René Descartes (1596-1650), Isaac Newton (1643-1727), Charles Augustin Coulomb (1736-1806). A Revolução Industrial e o estudo da eletricidade, realizado por Benjamin Franklin, destacam-se no desenvolvimento das engenharias. O ensino formal de engenharia tem seu primeiro registro com a escola de engenharia de Veneza fundada no ano de 1506. No século XVIII foi fundada em Paris na França, a Ecole Polytechnique (1774) que tinha como finalidade ensinar aplicações da matemática em problemas da engenharia. No Brasil, em 1972, foi instalada a primeira escola de engenharia na cidade do rio de Janeiro, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, sendo a primeira escola de engenharia das Américas e terceira do mundo e que tinha por objetivo formar oficiais das Armas e Engenheiros para o Brasil-Colônia. A duração do curso de Engenharia era de seis anos, sendo que no último ano eram lecionadas as cadeiras de Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas. 27 UNIDADE 3 O PROFISSIONAL ENGENHEIRO 28 Conceitualmente, a engenharia é uma das profissões mais antigas do mundo. Desde os primeiros registros da humanidade é possível identificar ações e obras de engenharia. Mesmo antes de existir tal nomenclatura, os engenheiros já existiam e já desenvolviam seus projetos maravilhosos. Isso porque engenharia vai muito além de uma profissão. Engenharia é um modo de pensar, analisar situações, projetar e implantar soluções. No início a ciência da engenharia era algo fundamentalmente prático, desenvolvido por pessoas criativas e habilidosas, que muitas vezes desenvolviam seus projetos com base em suas observações e inferências. A engenharia moderna, com todas as suas fundamentações científicas, físicas e matemáticas veio corroborar e sedimentar o espírito inventivo daqueles que se aventuravam na ciência de engendrar. Com ela, começaram a surgir as escolas de engenharia que tiveramo importante papel de investigação formal e científica, bem como o de registro do conhecimento desenvolvido para que, como ciência, a engenharia pudesse evoluir ao longo do tempo. Como profissão, a engenharia ganhou status ao se tornar uma das linhas de formação mais desejadas por estudantes que almejam uma carreira profissional de sucesso. Assim nasceu o profissional engenheiro, que nos dias de hoje não se refere mais ao profissional inventivo e criativo, mas àquele que possui, além dessas características desejáveis, um curso superior em engenharia, devidamente reconhecido. 3.1 A Engenharia e a sociedade Não é difícil enxergar a importância da engenharia para a sociedade moderna. Não fosse a engenharia, simplesmente não seriamos uma “sociedade moderna”. Como conceber os dias atuais sem pontes, rodovias, prédios, computadores, telefonia celular, telecomunicações ou aviões? Como imaginar um mundo sem a comunicação em tempo real, computadores ou Internet? Como imaginar um hospital tratando de doentes que requerem maiores cuidados sem UTI’s, ou equipamentos como tomógrafos, de radioterapia ou ressonância? A sociedade, direta ou indiretamente, depende cada vez mais da engenharia, seja para realização de obras e projetos como os enumerados anteriormente, ou para, simplesmente, viabilizar a vida, projetando novos meios de conviver e conservar os recursos naturais do nosso planeta. Até mesmo as relações de trabalho foram alteradas pela influência da engenharia, que proporcionou a mecanização e automação de muitas atividades, bem como outros tipos de melhoria nos postos de trabalho, trazendo melhor qualidade de vida para os trabalhadores. 29 A seguir são apresentados alguns trabalhos de engenharia que impactaram a sociedade moderna: O telefone, inventado no final do século XIX em Boston nos Estados Unidos, por A. Watson e Alexander Graham Bell. Graham Bell teve a ideia de tentar fazer com que uma corrente elétrica variasse de intensidade da mesma forma que o ar varia ao se emitir um som, e assim transmitir a palavra telegraficamente. Esta foi a chave do invento que viria a se chamar telefone. Em 1876, o sonho de Bell tornou-se possível. A nova invenção foi apresentada na Exposição do centenário de Filadélfia. Desde então foram grandes e impactantes os avanços da telefonia até o que hoje chamamos de telefones celulares. Em 1973, quase 100 anos depois da invenção do telefone, a marca Motorola apresentou ao mundo o primeiro aparelho de telefonia móvel. Figura 3.1 – O primeiro telefone Fonte: https://design05opet.wordpress.com/2010/09/01/a- evolucao-do-aparelho-de-telefone/. Data do acesso: 09/11/15. Figura 3.2 – O primeiro telefone celular Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/04/primeira- ligacao-telefonica-feita-pelo-celular-completa-40-anos.html. Data do acesso: 09/11/15. As pontes, são elementos de extrema importância que permitem transpor rios, vales, relevos, etc. As primeiras pontes que se tem notícia datam do século VII a.c., sendo edificadas em Roma. Além de ser construções extremamente úteis, as pontes são também uma forma de caracterizar uma cidade e ainda mostrar as tradições culturais através da arquitetura local. Por isso, muitas vezes, elas acabam se tornando marcos arquitetônicos e símbolos de grandes cidades. 30 Hoje em dia pontes são construídas de aço, concreto, madeira e até materiais menos convencionais como alumínio e vidro. Figura 3.3 – Primeira ponte em alumínio, construída sobre Rio Saguenay, no Quebeque, Canadá Fonte: http://www.engenhariacivil.com/primeira-ponte-aluminio. Data do acesso: 09/11/15. O Computador, ENIAC abreviação de Electronic Numerical Integrator and Computer, foi o primeiro computador de uso geral eletrônico, criado em 1946. Foi projetado para calcular tabelas de artilharia de balística do exército dos Estados Unidos no Laboratório de Pesquisa, mas seu primeiro uso foi em cálculos para a bomba de hidrogênio. Começou a ser desenvolvido em 1943 durante a II Guerra Mundial para computar trajetórias táticas que exigissem conhecimento substancial em matemática, mas só se tornou operacional após o final da guerra. O computador pesava 30 toneladas, media 5,50 m de altura e 25 m de comprimento e ocupava 180 m² de área construída. Foi construído sobre estruturas metálicas com 2,75 m de altura e contava com 70 mil resistores e 17.468 válvulas a vácuo ocupando a área de um ginásio desportivo. Figura 3.4 – O primeiro computador Fonte: http://www.the-eniac.com. Data do acesso: 09/11/15. A Geladeira doméstica foi desenvolvida em 1913 nos Estados Unidos, embora o conceito de refrigeração tenha sido elaborado em 1856 por um australiano que desenvolveu um sistema de refrigeração industrial usando o princípio de compressão de vapor. Nos dias de hoje a geladeira é um dos eletrodomésticos mais indispensáveis nas residências de todas as pessoas. Figura 3.5 – Primeira geladeira doméstica Fonte: http://infodiario.co.mz/articles/detail_article/10049. Data do acesso: 09/11/15. O Tomógrafo que é um aparelho que permite realizar qualquer exame radiológico e que permite visualizar as estruturas anatômicas do 31 corpo humano na forma de cortes. As imagens são obtidas através do processamento por computador de informação recolhida após expor o corpo a uma sucessão de raios X. Seu método principal é estudar a atenuação de um feixe de raios X durante seu trajeto através de um segmento do corpo. A construção da primeira máquina de tomografia ocorreu em 1972 no "THORN EMI Central Research Laboratories", na Inglaterra. Figura 3.6 – Tomógrafo Fonte: http://www.hnsf.com.br. Data do acesso: 09/11/15. 3.2 O Engenheiro e a sociedade O engenheiro é o profissional que deve ser visto, acima de tudo, como um agente transformador da sociedade em que vive. É o indivíduo preparado para avaliar situações e propor soluções seguras, eficientes e eficazes. É importante considerar que para se tornar um engenheiro que de fato fará diferença na sociedade, contribuindo de forma efetiva na resolução de problemas, leva tempo. A preparação começa com uma boa formação escolar, pois uma boa formação é algo duradouro e nos prepara para sermos capazes de acompanhar a evolução das coisas. É preciso, ainda, ter em mente que um profissional engenheiro precisa constantemente de atualização, uma vez que o conhecimento e as ciências evoluem de maneira muito rápida. A sociedade muda, técnicas se tornam ultrapassadas e novas áreas de conhecimento surgem. Para que o trabalho do engenheiro contribua efetivamente para a sociedade, promovendo o bem-estar social e o desenvolvimento da tecnologia é necessário pensar além, imaginar o que ainda não foi feito, trilhar novos horizontes. Nos dizeres de Alexander Graham Bell: “Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram”. A evolução dá-se pela inovação, sem deixar de lado o conhecimento já construído ao longo do tempo. É importante inovar, mas com segurança e 32 responsabilidade, calculando sempre o risco das ações a serem tomadas. Agindo assim, sem dúvida o engenheiro contribuirá para o desenvolvimento da empresa onde trabalha, de sua profissão e de sua sociedade. 3.3 O mercado de trabalho Segundo estimativas do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), o Brasil tem um déficit de 20 mil engenheiros por ano. No País há 600 mil engenheiros, o equivalente a 6 profissionais para cada mil trabalhadores. Nos Estados Unidos e no Japão, a proporção é de 25 engenheiros por mil trabalhadores, segundo publicaçõesda Financiadora de Estudos e Projetos do Governo Federal - FINEP. Para atenuar o problema, o governo federal lançou em 2014 o Pró-Engenharia - projeto elaborado com o objetivo de duplicar o número de engenheiros formados anualmente no País, a partir de 2016, e de reduzir a altíssima taxa de evasão nos cursos de engenharia, que em algumas escolas chega a 55%. Das 302 mil vagas oferecidas pelas escolas brasileiras de engenharia, apenas 120 mil estão preenchidas. O problema da evasão é agravado pela falta de interesse dos jovens pela profissão, que decorre, em parte, da falta de preparo dos vestibulandos, principalmente nas disciplinas de matemática, física e química. Com base nos dados apresentados, percebe-se que o mercado é muito promissor para profissionais engenheiros. Percebe-se claramente que há postos de trabalho disponíveis para todos os que se formam. Entretanto, o que se observa é que muitos formados em engenharia não conseguem se colocar no mercado de trabalho, na maioria dos casos por deficiência na sua formação. As empresas precisam de engenheiros, mas precisam de engenheiros que tenham conhecimento e saibam trabalhar. A jornada para se formar engenheiro exige o envolvimento do estudante. Em muitas situações, exige abrir mão de outras coisas, com o intuito de se dedicar com qualidade ao curso. Tal sacrifício definitivamente vale a pena, pois o engenheiro com uma boa formação terá boas oportunidades. A figura 3.7 apresenta um mapa das cidades com mais vagas de trabalho para engenheiros no Brasil. 3.4 Porque exitem tantas Engenharias? Se considerarmos os possíveis campos de atuação da engenharia, percebemos que eles são muito amplos para se concentrar em uma única formação. Mesmo dentro de uma área de conhecimento, à medida que as ciências evoluem, torna-se necessária uma formação mais especializada. Como exemplo, pode-se verificar que com a evolução dos sistemas de controle computadorizados para automação de processos a Engenharia Elétrica se especializa gerando espaço para uma nova formação, surgindo assim a Engenharia de Controle e Automação. 33 Cada tipo de graduação tem características e perfis próprios. A seguir é apresentada uma lista com as engenharias oferecidas no Brasil. [10] Engenharia Aeronáutica - É o ramo da engenharia que se ocupa do projeto e da manutenção de aeronaves e do gerenciamento de atividades aeroespaciais. O engenheiro aeronáutico envolve-se no projeto e na construção de todos os tipos de aeronave, como aviões, helicópteros, foguetes e satélites. Engenharia Ambiental - É a engenharia voltada para o desenvolvimento econômico sustentável, ou seja, que respeite os limites dos recursos naturais. O engenheiro que atua nessa área desenvolve e aplica tecnologias para proteger o ambiente dos danos causa dos pelas atividades humanas. Engenharia Cartográfica - É o ramo da engenharia que capta e analisa dados geográficos para a elaboração de mapas. O engenheiro cartógrafo faz pesquisas de campo e cálculos para elaborar mapas e cartas impressas ou digitais. Engenharia da Computação - É o conjunto de conhecimentos usados no desenvolvimento de computadores e seus periféricos. O engenheiro da computação projeta e constrói computadores, periféricos e sistemas que integram hardware e software. Figura 3.7 – Onde estão os engenheiros no Brasil Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/engenheiros-no-brasil. Data do acesso: 09/11/15. 34 Engenharia de Alimentos - São as técnicas e os conhecimentos usados na fabricação, na conservação, no armazenamento e no transporte de alimentos industrializados. Esse profissional cuida de todas as etapas de preparo e conservação de alimentos de origem animal e vegetal. Engenharia de Controle e Automação (ou Engenharia de Mecatrônica) - É o ramo da engenharia que desenvolve e executa projetos de automação industrial. O engenheiro de controle e automação projeta e opera equipamentos utilizados nos processos automatizados de indústrias em geral, além de fazer sua manutenção. Engenharia de Horticultura - São os conhecimentos usados no cultivo de plantas medicinais e ornamentais, na silvicultura e na produção de hortifrutigranjeiros. Esse profissional aplica tecnologia de ponta no cultivo de frutas, verduras, legumes, plantas ornamentais, medicinais e aromáticas ou que servem como condimentos. Engenharia de Minas - É a engenharia que se ocupa da pesquisa, da prospecção, da extração e do aproveitamento de recursos minerais. O engenheiro de minas localiza jazidas e analisa o tamanho das reservas e a qualidade do minério no local. Engenharia de Petróleo e Gás - É o conjunto de técnicas usadas para a descoberta de jazidas e para a exploração, produção e comercialização de petróleo e gás natural. O engenheiro de petróleo e gás atua em petroleiros, refinarias, plataformas marítimas e em petroquímicas. Engenharia de Segurança do Trabalho - É o ramo da engenharia responsável por prevenir riscos à saúde e à vida do trabalhador. O engenheiro de segurança do trabalho tem a função de assegurar que o trabalhador não corra riscos de acidente sem sua atividade profissional, sejam eles danos físicos ou psicológicos. Engenharia Elétrica - O engenheiro eletricista está presente em todos os aspectos que envolvem a energia, desde a geração, a transmissão, o transporte e a distribuição até o uso nas residências e no comércio. Além disso, planeja, supervisiona e executa projetos nas áreas de eletrotécnica, relacionadas à potência da energia. Engenharia Florestal - É o ramo da engenharia voltado para o estudo e o uso sustentável de recursos florestais. O engenheiro florestal avalia o potencial de ecossistemas florestais e planeja seu aproveitamento de modo a preservar a flora e a fauna locais. Engenharia Industrial- É a área que cuida dos recursos necessários à produção industrial. Esse profissional é o típico engenheiro de chão de fábrica, que acompanha de perto a implantação e a manutenção da infraestrutura industrial, como redes de água e de gás, pontes e esteiras rolantes. 35 Engenharia Naval - É a área da engenharia que cuida do projeto, da construção e da manutenção de embarcações e seus equipamentos. O engenheiro naval projeta a estrutura, os motores e os demais componentes de navios. Engenharia Sanitária - É o ramo da engenharia voltado para o projeto, a construção, a ampliação e a operação de sistemas de água e esgoto. Esse profissional é fundamental para a preservação da natureza e de seus recursos. Engenharia em Tecnologia Têxtil e da Indumentária - São os conhecimentos utilizados na cadeia produtiva têxtil, desde a fabricação de fios até a comercialização do produto final. O bacharel em Tecnologia Têxtil e da Indumentária concebe e desenvolve projetos e pesquisas tecnológicas ligadas à produção têxtil. Engenharia Acústica - É o conjunto de conhecimentos usado para desenvolver novos sistemas eletroacústicos e para determinar a intensidade de ruídos e vibrações. O engenheiro acústico desenvolve técnicas e equipamentos para controlar o ruído ambiental visando ao bem-estar das pessoas. Engenharia Agrícola - São as técnicas e os conhecimentos empregados no gerenciamento de processos agropecuários. O engenheiro agrícola projeta, implanta e administra técnicas e equipamentos necessários à produção agrícola. Engenharia Biomédica - É a área da engenharia que cuida da concepção de equipamentos médicos, biomédicos e odontológicos, voltados para diagnóstico ou tratamento terapêutico. O engenheiro biomédico projeta a estrutura, desenvolve e monta os equipamentos e faz asua manutenção corretiva e preventiva. Engenharia Civil - Além de projetar, gerenciar e executar obras como casas, edifícios, pontes, viadutos, estradas, barragens, canais e portos, o engenheiro civil tem como atribuição a análise das características do solo, o estudo da insolação e da ventilação do local e a definição dos tipos de fundação. Engenharia em Agrimensura - É o ramo da engenharia responsável pelo levantamento e pela medição de terrenos. O engenheiro agrimensor prepara áreas para obras urbanas, de infraestrutura hidráulica, sanitária, elétrica ou de transportes. Engenharia de Aquicultura - É o conjunto de técnicas e conhecimentos usados na criação de organismos aquáticos em cativeiro. O engenheiro de aquicultura projeta, executa e supervisiona a criação de peixes, crustáceos, moluscos e plantas aquáticas. Engenharia de Energia - É o ramo da engenharia que planeja, analisa e desenvolve sistemas de geração, transporte, transmissão, distribuição e utilização de energia. 36 Engenharia de Materiais - É o ramo da engenharia voltado para a pesquisa de materiais e de novos usos industriais para os materiais já existentes. Esse engenheiro pesquisa e cria materiais, como resinas, plásticos, cerâmicas e ligas metálicas. Engenharia de Pesca - É o setor da engenharia voltado para o cultivo, a captura e a industrialização de peixes e frutos do mar. O engenheiro de pesca estuda e aplica métodos e tecnologias para localizar, capturar, beneficiar e conservar peixes, crustáceo se frutos do mar. Engenharia de Produção - É o ramo da engenharia que gerencia os recursos humanos, financeiros e materiais para aumentar a produtividade de uma empresa. O engenheiro de produção é peça fundamental em indústrias e empresas de quase todos os setores. Engenharia de Telecomunicações - É o segmento da engenharia que se ocupa do projeto, da operação e da manutenção de equipamentos e sistemas de telecomunicações. Esse engenheiro desenvolve e implanta redes de telecomunicações. Engenharia Física - É a aplicação de conhecimentos da Física na pesquisa e no desenvolvimento de materiais e tecnologias. É uma profissão muito nova no Brasil. A primeira turma formou-se em 2004. Engenharia Hídrica - É o setor da engenharia que cuida da exploração, do uso e da gestão da água. Planejar e orientar a utilização das águas de bacias hidrográficas, prevenindo os impactos negativos que elas possam sofrer em consequência de atividades industriais, agrícolas e urbanas, é a principal função do engenheiro hídrico. Engenharia Mecânica - É a área da engenharia que cuida do desenvolvimento, do projeto, da construção e da manutenção de máquinas e equipamentos. O engenheiro mecânico desenvolve e projeta máquinas, equipamentos, veículos, sistemas de aquecimento e de refrigeração e ferramentas específicas da indústria mecânica. Engenharia Metalúrgica - É o conjunto de conhecimentos empregados na transformação de minérios em metais e ligas metálicas e em suas aplicações industriais. Com profundo conhecimento dos metais e de suas propriedades, esse engenheiro é responsável pelo beneficiamento de minérios e por sua transformação em metais e ligas metálicas. Engenharia Química - É a área da engenharia voltada para o desenvolvimento de processos industriais que empregam transformações físico-químicas. O engenheiro químico cria técnicas de extração de matérias-primas, bem como de sua utilização ou transformação em produtos químicos e petroquímicos, como tintas, plásticos, têxteis, papel e celulose. Engenharia Têxtil - São as técnicas e os conhecimentos utilizados na fabricação e no tratamento de fibras, fios e tecidos e na confecção de roupas. O engenheiro têxtil projeta as instalações, os equipamentos e as linhas de 37 produção de tecelagens e indústrias de confecção de roupas. 3.5 Regulamentação profissional No Brasil, a profissão de engenheiro é regulamentada pela lei Nº 5.194, de 24/12/1966, promulgada pela Presidência da República, onde as profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes empreendimentos: a) aproveitamento e utilização de recursos naturais; b) meios de locomoção e comunicações; c) edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos; d) instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões terrestres; e) desenvolvimento industrial e agropecuário. Segundo esta lei, o exercício, no País, da profissão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo, observadas as condições de capacidade e demais exigências legais, é assegurado: a) aos que possuam, devidamente registrado, diploma de faculdade ou escola superior de engenharia, arquitetura ou agronomia, oficiais ou reconhecidas, existentes no País; b) aos que possuam, devidamente revalidado e registrado no País, diploma de faculdade ou escola estrangeira de ensino superior de engenharia, arquitetura ou agronomia, bem como os que tenham esse exercício amparado por convênios internacionais de intercâmbio; c) aos estrangeiros contratados que, a critério dos Conselhos Federal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, considerados a escassez de profissionais de determinada especialidade e o interesse nacional, tenham seus títulos registrados temporariamente. Ainda, de acordo com a lei citada, as atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro- agrônomo consistem em: a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada; b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária; c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica; d) ensino, pesquisas, experimentação e ensaios; e) fiscalização de obras e serviços técnicos; f) direção de obras e serviços técnicos; g) execução de obras e serviços técnicos; h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária. 38 Os engenheiros, arquitetos e engenheiros- agrônomos poderão, ainda, exercer qualquer outra atividade que, por sua natureza, se inclua no âmbito de suas profissões. O orgão responsável pela fiscalização e regulamentação do profissional de engenharia no Brasi é o Conselho Nacional de Engenharia e Agranomia (CONFEA), representado nos estados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs). Para que um profissional formado possa exercer a profissão de engenheiro o Brasil é necessário que possua o registro profissional no CREA, que conferirá as habilitações profissionais específicas à area de formação escolhida, emitindo, também, credenciais para o exercício profissioal. A resolução Nº 1.010, de 22/08/2005 do CONFEA dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema CONFEA/CREA, para efeito de fiscalização do exercício profissional. 3.5.1 CONFEA O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia foi criado em 11/12/1933, por meio do Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas, e considerado marco na história da regulamentação profissional e técnica no Brasil. Este conselho regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadãoe à natureza. O Conselho Federal é a instância máxima a qual um profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional. 3.5.2 CREA O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é entidade autárquica de fiscalização do exercício e das atividades profissionais, dotada de personalidade jurídica de direito público, vinculada ao CONFEA, para exercer papel institucional de primeira e segunda instâncias no âmbito de sua jurisdição. É o órgão de fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em seus níveis médio e superior, no território de sua jurisdição. O CREA também era responsável pelos profissionais da Arquitetura, mas no final de 2011 foi criado um conselho específico para essa profissão, o CAU, desvinculando-se do CREA. Cabe ao CONFEA garantir a unidade de ação e a normatização de todos os CREAs, exercendo funções de supervisão financeira e administrativa sobre eles, formando-se assim, o Sistema CONFEA/CREA. Fiscalizando o exercício profissional, o CREA garante proteção ao garantir mercado de trabalho para aquele que é legalmente habilitado, bem como ao assegurar ao cidadão que os serviços por ele contratados possuam um responsável técnico devidamente qualificado. Os CREAs executam o serviço de 39 fiscalização em empresas públicas e privadas, obras, reformas e os mais diversos serviços técnicos, exigindo de seus executores a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento que forma o acervo de cada profissional e garante à sociedade a certeza de que o profissional responsável pela execução do trabalho está legalizado. Questões para discussão 1 – Considerando a importância da profissão engenharia para a evolução da sociedade, faça um texto dissertativo sobre como você entende o papel do engenheiro, como veículo de transformação social. 2 – Pesquise nos sites do CONFEA e CREA as resoluções que estabelecem as competências do profissional formado na engenharia que você escolheu. Elabore uma resumo sobre o tema. 3 – Faça a leitura da lei Nº 5.194, de 24/12/1966, que regulamenta a profissão de Engenheiro no Brasil, para uma melhor compreensão do tema. 4 – Faça a leitura da resolução Nº 1.010, de 22/08/2005 do CONFEA que dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema CONFEA/CREA, para uma melhor compreesão sobre o tema. 40 Resumo Conceitualmente, a engenharia é uma das profissões mais antigas do mundo. Desde os primeiros registros da humanidade é possível identificar ações e obras de engenharia. A engenharia moderna, com todas as suas fundamentações científicas, físicas e matemáticas veio corroborar e sedimentar o espírito inventivo daqueles que se aventuravam na ciência de engendrar. A sociedade, direta ou indiretamente, depende cada vez mais da engenharia, seja para realização de obras e projetos como os enumerados anteriormente, ou para, simplesmente, viabilizar a vida, projetando novos meios de conviver e conservar os recursos naturais do nosso planeta. São exemplos de trabalhos da engenharia que impactaram a sociedade moderna: o telefone, as pontes, o computador, a geladeira e o tomógrafo. O engenheiro é o profissional que deve ser visto, acima de tudo, como um agente transformador da sociedade em que vive. É o indivíduo preparado para avaliar situações e propor soluções seguras, eficientes e eficazes. Tudo isso demanda tempo e esforço. Para que o trabalho do engenheiro contribua efetivamente para a sociedade, promovendo o bem-estar social e o desenvolvimento da tecnologia é necessário pensar além, imaginar o que ainda não foi feito, trilhar novos horizontes. A engenharia apresenta um mercado de trabalho muito promissor, pois, em razão do déficit de engenheiros por ano, há postos disponíveis para todos os engenheiros que se formam. Para ser inserido da melhor forma nesse mercado promissor, o engenheiro deve apresentar-se qualificado e preparado. Por serem amplos os campos de atuação da engenharia, torna-se difícil a sua concentração em uma única formação. No Brasil, a profissão de engenheiro é regulamentada pela lei Nº 5.194, de 24/12/1966, promulgada pela Presidência da República. O orgão responsável pela fiscalização e regulamentação do profissional de engenharia no Brasi é o Conselho Nacional de Engenharia e Agranomia (CONFEA), representado nos estados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs). O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia foi criado em 11/12/1933, por meio do Decreto nº 23.569. Ele regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza. 41 O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é o órgão de fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em seus níveis médio e superior, no território de sua jurisdição. Era responsável pelos profissionais da Arquitetura, mas no final de 2011 foi criado um conselho específico para essa profissão, o CAU, desvinculando-se do CREA. 42 UNIDADE 4 ÉTICA PROFISSIONAL E TRABALHO EM EQUIPE 43 4.1 A ética profissional A ética profissional é algo que deve fazer parte vida de todo profissional, independentemente da sua área de atuação. Os princípios éticos devem reger a forma como o profissional atua e se relaciona, garantindo que sua conduta seja honesta, digna e cidadã, sendo fator determinante nos rumos de uma sociedade. Um profissional ético deve agir sempre com: Responsabilidade, Lealdade, Iniciativa, Honestidade, Sigilo, Competência, Prudência, Perseverança, Compreensão, Humildade e Imparcialidade. Com o intuito de padronizar a conduta profissional, os conselhos reguladores de profissão criam seus códigos de ética. A resolução 1002/2002 do CONFEA implanta o Código de Ética Profissional da Engenharia, que é apresentado abaixo. Este documento pode ser acessado na íntegra no site do CONFEA. Código de Ética Profissional da Engenharia, da Agronomia, a Geologia, da Geografia e da Meteorologia [12] As Entidades Nacionais representativas dos profissionais da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia pactuam e proclamam o presente CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL. 1. Preâmbulo Art. 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relaciona direitos e deveres correlatos de seus profissionais. Art. 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades ou especializações. Art. 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta atinentes às suas peculiaridades e especificidades. 2. Da identidade das profissões e dos profissionais Art. 4º - As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber científico e tecnológico que incorporam, pelas expressões artísticas que utilizam e pelos resultados sociais, econômicos e ambientais do trabalho que realizam.Art. 5º - Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas profissões e os sujeitos proativos do desenvolvimento. Art. 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais voltam-se para o bem-estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes históricas, nas gerações atual e futura. 44 Art. 7º - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização profissional são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões e participantes solidários em sua permanente construção, adoção, divulgação, preservação e aplicação. 3. Dos princípios éticos Art. 8º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta: Do objetivo da profissão: I – A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores; Da natureza da profissão: I – A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem; Da honradez da profissão: II - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã; Da eficácia profissional: I - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos; Do relacionamento profissional: I - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; Da intervenção profissional sobre o meio: I - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores; Da liberdade e segurança profissionais: II - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo. 4. Dos deveres Art. 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional: I – ante o ser humano e seus valores: a) oferecer seu saber para o bem da humanidade; b) harmonizar os interesses pessoais aos coletivos; c) contribuir para a preservação da incolumidade pública; d) divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à profissão; II – ante à profissão: 45 a) identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão; b) conservar e desenvolver a cultura da profissão; c) preservar o bom conceito e o apreço social da profissão; d) desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua capacidade pessoal de realização; e) empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da consolidação da cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das transgressões éticas. III - nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: a) dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da equidade; b) resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou empregador, salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da informação; c) fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda pessoal; d) atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais; e) considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe, sempre que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suas propostas; f) alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições g) técnicas e as consequências presumíveis de sua inobservância, h) adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas vigentes aplicáveis; IV - nas relações com os demais profissionais: a) Atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade de condições; b) manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da profissão; c) preservar e defender os direitos profissionais; V – Ante ao meio: a) orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do b) desenvolvimento sustentável; c) atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de novos produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia e de minimização dos impactos ambientais; d) considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sociocultural e ambiental. 5. Das condutas vedadas Art. 10 - No exercício da profissão, são condutas vedadas ao profissional: I - ante ao ser humano e a seus valores: a) descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício; b) usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais. c) Prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional 46 que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens patrimoniais; II – ante à profissão: a) aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha efetiva qualificação; b) utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito profissional; c) omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida a éticaprofissional; III - nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: a) formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal; b) apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou desrespeitando tabelas de honorários mínimos aplicáveis; c) usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos; d) usar de artifícios ou expedientes enganosos que impeçam o legítimo acesso dos colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento profissional; e) descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua coordenação; f) suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia comunicação; g) impor ritmo de trabalho excessivo ou, exercer pressão psicológica ou assédio moral sobre os colaboradores; IV - nas relações com os demais profissionais: a) intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular, salvo no exercício do dever legal; b) referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão; c) agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão; d) atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro profissional; V – ante ao meio: a) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou ao patrimônio cultural. 6. Dos direitos Art. 11 - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às profissões, suas modalidades e especializações, destacadamente: a) à livre associação e organização em corporações profissionais; b) ao gozo da exclusividade do exercício profissional; c) ao reconhecimento legal; d) à representação institucional. Art. 12 -
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