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A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1905

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A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1905
Leonardo Porto Ribeiro
Resumo
O artigo busca compreender como o povo russo chegou a um nível de insatisfação com os czares que os governaram durante séculos. O artigo apresenta os três últimos czares russos, como forma de mostrar o descontentamento dos russos. Demonstra com outros olhos um marco da Revolução, o Domingo Sangrento. (1,4) 
Os russos viviam em uma sociedade multicultural que estava submetida a um governo autoritário, cujo poder estava nas mãos do czar, apoiados pela nobreza latifundiária e a Igreja Ortodoxa Russa. O povo russo estava sofrendo com o trabalho escravo nas fabricas, com salários baixos, falta de segurança, inexistência de leis trabalhistas e a proibição de formar sindicatos. (1,4)
O Império Russo tinha particularidades na politica e na sociedade que acabaram sendo propulsores para a sua própria destruição. (1,4)
Palavras-chave: Revolução Russa, czar, russos, 1905.
Abstract
This article seeks to understand how the Russian people have reached a level of dissatisfaction with the tsars that have ruled them for centuries. The article presents the last three czars as a way of showing the discontent of the Russians. It shows with another eyes a landmark of the Revolution, The Bloody Sunday. (1,4)
The Russians lived in a multicultural society that was under an authoritarian government, whose power was in the hand of the tsar, supported by the landed nobility and the Russian Orthodox Church. The Russian people were suffering from slave labor at factories, with low wages, lack of security, lack of labor laws and a ban on union formation. (1,4)
The Russian Empire had particularities in politics and society which eventually propelled it to its own destruction. (1,4)
Word Keys: Russian Revolution; tsar; Russian, 1905
Introdução
A Rússia é um país com um território vasto da Europa e da Ásia, estendendo-se do Mar Báltico ao Oceano Pacífico. A Rússia era um país pré-industrial, com a economia totalmente agrária, sem pretensão em se industrializar não acompanhava as novidades tecnológicas que surgiam na Europa, ocasionando derrotas em guerras “fáceis”, como a guerra da Crimeia. Com essas derrotas, a Rússia ficou conhecida na Europa como “o gigante de pés de barro”, essa expressão demonstra que a Rússia é um país grande em sua totalidade de território, mas sem força para sua locomoção. Para se entender os motivos os quais levaram o povo russo a se rebelarem contra os czares que os governaram durante um pouco mais de 300 anos, devemos olhar alguns anos antes do czar Nicolau II assumir o poder. O início do fim da dinastia dos Romanóv, a um fim trágico e sangrento. (1,2,)
Desenvolvimento
Um tema na Rússia imperial bastante discutido foi a escravidão praticado em solo russo, quando que em outros países já não era mais praticado. Um livro que ajudou a abrir a mente do povo, foi o livro de Ivan Turgueniev, uma coletânea de contos, “Notas de um caçador”. O livro mostra as crueldades sofridas pelos servos de seus mestres, os latifundiários. Uma coincidência no lançamento deste livro foi que na mesma época nos Estados Unidos, foi lançado o livro “A Cabana do Pai Tomás”, um livro que mudou a percepção da opinião publica contra a escravidão nos EUA, também ocorreu o mesmo efeito na Rússia. O czar que governava a Rússia na época era o czar Nicolau I, que ficou irado com o lançamento deste livro, ordenou a prisão de Turgueniev em domicilio, pelo crime de ter insultado os latifundiários russos.(1)
Um dos motivos pelos quais o czar Nicolau I não aboliu a escravidão foi por causa de seu exército, os escravos faziam parte de suas fileiras, assim aumentando o número de suas tropas. O exercito russo era o maior exercito do mundo em números, mas em força militar era muito fraco, suas linhas eram compostas por camponeses mal treinados, escravos jogados sem nenhum treinamento, os generais escolhidos a dedo por sua lealdade ao czar e não por sua capacidade de liderar e de armar estratégias de guerra. (2)
A guerra da Criméia foi a guerra que iniciou a derrocada de seu exercito e os motivos foram o atraso tecnológico e militar dos russos em relação aos seus adversários, os britânicos e os franceses. A humilhação dos russos foi tao grande que os navios britânicos e franceses estavam rodeando a base militar de Kronstadt, perto de São Petersburgo e em frente ao Palácio Real, aonde residia o czar Nicolau I, que observava de seu jardim, os navios inimigos, com ajuda de seu telescópio. Nesse momento o czar Nicolau I percebeu as deficiências militares de seu império.(1,2,4)
O czar Nicolau I veio a falecer pouco tempo depois do cerco a Kronstadt, por conta de uma gripe forte, pouco tempo antes de morrer, o czar Nicolau I visitou as tropas, e em sua visita, estava nevando e o czar desbotoou sua camisa, assim piorando a sua saúde. Assim que retornou ao palácio, o czar não deixou ser examinado e poucas horas depois, o czar veio a falecer. (3,
O Último Grande Czar
	O czar Alexandre II, filho do czar Nicolau I, ficou conhecido na Rússia, como “o último grande czar”. Uma estátua foi erguida para homenageá-lo, nela está inscrito o currículo do czar, como reformas na educação russa, no sistema judiciário, na administração local, melhorias no exército. A realização que o apelidou de “O Libertador”, o czar Alexandre II foi a derrubada da servidão, assim libertando milhões de camponeses de séculos de escravidão.
	O czar Alexandre II antes de ter derrubado a servidão, passou alguns anos conversando com os latifundiários, assim em 1861, o czar acabou com a servidão. O czar acreditava que apenas enviar o documento, a servidão iria acabar e que conseguiria agradar todas as partes da negociação. Os servos receberam a noticia através dos padres nas igrejas, que poderiam ter terras, liberdade para casar, poderiam ter negócios próprios e teriam o poder de voto nas eleições.
	A divisão de terras não foi muito bem aceita pela elite russa, que era egoísta e pouco generosa. No momento, no qual as terras foram divididas, apenas um terço da terra ficava com os servos libertados, os outros dois tercos foram para a nobreza, que escolheu as melhores terras e deixou as sobras para os servos, ou seja, as piores terras para plantio, prejudicando a sua própria subsistência. Os latifundiários foram beneficiados com compensações, os ex-servos foram obrigados a pagar para trabalhar em suas terras, ocasionado um alto índice de endividamento.(1,2)
	As reformas do czar Alexandre II foram esperadas pelo povo russo como um primeiro passo para a Rússia virasse uma democracia. Ficaram muito decepcionadas. O czar acreditava em uma palavra “glasnost”, significa transparência, ficou muito conhecida na Guerra Fria. O czar diminui a censura, permitindo que as pessoas tivessem uma voz nas reformas. Para o czar, foi uma boa ideia, mas um erro terrível pois originou dúvidas do povo e gerou grande expectativas, e no primeiro sinal de que as reformas corriam risco, surge uma geração desiludida, os estudantes radicais. Os estudantes queriam fazer uma revolução para acabar com o czarismo, para alcançar esse objetivo, utilizariam a violência. (2)
Início do Terrorismo Político Moderno
	O czar Alexandre II foi o primeiro czar a sofrer com ataques terroristas na Idade Moderna. O primeiro ataque contra o czar foi realizado em 1866, por um cidadão. O ataque foi realizado nas ruas de São Petersburgo enquanto o czar andava pelas ruas, um radical surge e tenta atirar, mas não consegue graças aos guardas costas do czar.(2)
Segundo o historiador Alexey Miller, os motivos os quais levaram alguns radicais a utilizar a violência?
“Desespero, desencanto, pois por um lado, eles falavam sobre violência politica, mas ninguém fazia nada. E as sentenças, para eles, eram muito severas.”
“A segunda coisa é que a parte liberal da sociedade sentia, bem, não uma total solidariedade com os terroristas, mas também não uma total solidariedade com o governo, e não queria apoiar esse governo.” (2)
	Um exemplo de como a sociedade russa estava no lado dos terroristasfoi quando uma mulher chamada Vera Zasulich, matou o governador de São Petersburgo dentro de seu escritório, e em seu julgamento, ela foi absolvida pois o júri achou que ela estava com a razão e tinha o direito moral de fazê-lo.(2,4)
	Uma mensagem poderosa foi dada a sociedade; “Vá em frente, pode continuar, estamos com vocês.” Os terroristas queriam desestabilizar a situação, bastava apenas caçar o czar. Essa obsessão de caçar o czar de um grupo revolucionário denominado “Vontade do Povo”, conhecido por ser a primeira organização terrorista moderna. Em uma reunião que viria a ser fatídica, o grupo condenou o czar á morte. Essa reunião foi feita em uma floresta afastada de São Petersburgo, e decidiram que perderiam tempo caçando membros pequenos do governo. Eles armaram um plano para golpear o coração do regime nazista, que seria o próprio czar Alexandre II. Esse plano não seria uma morte simples e sim um espetáculo e drama para despertas os camponeses e iniciar uma revolução. (2,4)
	O grupo perseguiu Alexandre sem parar, implacavelmente, fazendo uma serie de ataques contra a vida do czar. Um desses ataques foi realizado dentro do palácio de inverno, onde residia o czar, na sala de jantar. Uma bomba foi acionada que destruiu o ambiente e matou onze pessoas, mas o czar não estava no recinto, estava atrasado, assim sobreviveu.(2,4)
	A segurança foi ampliada, no momento em que o czar tentava implementar seu programa de reformas. Planos foram criados para uma nova assembleia consultiva que apoiasse o czar. Poucos dias depois, o grupo terrorista A Vontade do Povo alcançou o czar Alexandre II nas ruas de São Petersburgo.(1,2,4)
	A carruagem que levava o czar ao tentar despistar os terroristas, tomou um desvio. O grupo terrorista havia se preparado, um de seus integrantes era um cientista brilhante, que inventou uma bomba especial, uma espécie de granada, com frascos de nitroglicerina, no momento em que se estilhaçavam, eles explodiam. No trajeto do desvio da carruagem, na esquina, um membro do grupo jogou a granada na carruagem. Os pedestres que passeavam na calçada, que estavam perto da carruagem ficaram feridos, mas o czar saiu ileso, graças a sua blindagem de antibombas presente na carruagem. O czar deveria ter ficado dentro da carruagem e partido, mas o czar saiu da carruagem, ele saiu para conversar com o seu suposto assassino, e nesse momento surgiu a oportunidade de outro membro do grupo jogar uma nova bomba. Ao baixar a fumaça, vinte pessoas ficaram feridas e parte do corpo do czar fora mutilada. Os seus guardas costas o levaram quase sem vida para o Palácio de Inverno, aonde sua família rodeava o seu corpo moribundo. Todos ao seu redor sabiam que a morte vinha ao encontro de Alexandre II. (1,2,4) 
	Com a morte do czar Alexandre II todas as reformas foram abortadas, os decretos constitucionais que levariam a Rússia a uma nova forma de governo foram abandonados. O filho do czar Alexandre II, que viria a ser o czar Alexandre III, viu a morte de seu pai e pensou que quando se oferece uma reforma ao povo, o povo mataria o czar, era como ele via. (4)
Era da Reação
	O czar Alexandre III iniciou o seu governo, não sendo um gigante intelectual, mas segurou o seu regime autocrático, apenas com a sua força de vontade. O czar iniciou a “Era da Reação”, na qual o czar delegou ás autoridades poderes amplos para prender pessoas e fechar jornais, a volta da censura. Criou uma policia secreta, para acabar com todos os movimentos revolucionários, iniciando pela organização terrorista que vitimou o czar Alexandre II, seu pai. (4)
	A Fortaleza de Shlisselburg, conhecida como a Bastilha Russa serviu como prisão para os prisioneiros políticos para serem esquecidos, e destinada para abrigar os assassinos de czar Alexandre II. No vicênio da prisão, foram sepultados 68 homens e mulheres segundo a vontade do czar, quinze deles foram executados, quinze morreram de doença, três se suicidaram e oito enlouqueceram. (4)
	A Era da Reação do czar Alexandre III estava aparentemente bem, mas quando um revolucionário era abatido, surgia um novo em seu lugar. Um caso emblemático ocorreu no ano de 1887, no qual cinco revolucionários foram levados para a Bastilha Russa para serem enforcados no pátio, aonde hoje existe uma árvore no qual morreram enforcados. O crime dos presos foi uma conspiração para matar o czar. Um desses presos se chamava Alexandre Uliánov, um jovem de 21 anos. Porque esse preso tem um memorial em seu local de morte? Alexander era o irmão mais velho de Lenin, a sua morte trouxe a Lenin um radicalismo, o levando a se envolver em protestos estudantis e a produzir literatura revolucionária, sob um pseudônimo de Lenin.(2)
	Um dos escritores mais renomados da Rússia, Liev Tolstoi temendo que o perigo aumentasse, escreveu uma carta ao czar pedindo um pouco mais de amor aos seus inimigos. Nada disso adiantou, o czar queria ir mais longe, utilizando o local no qual seu pai foi assassinado em São Petersburgo, para fazer uma declaração poderosa. O czar Alexandre III criou um edifício no coração de São Petersburgo que ia contra os ideais, nos quais a cidade foi criada por seu antecessor, Pedro, o Grande. Era uma declaração de guerra, o prédio revive a velha Rússia, na qual Pedro com São Petersburgo, a criou para aproximar a Rússia da Europa. (2)
	O czar Alexandre III acreditava que a Rússia deu errado quando tentou copiar o ocidente, em sua modernização. A Rússia iria prospera apenas quando abraçasse a cultura russa e a forma tradicional do governo, a autocracia. (2)
	O czar Alexandre III morreu aos 49 anos de idade, a causa da morte foi de doença renal. A responsabilidade de comandar o país iria cair no colo de seu filho de apenas 26 anos, Nicolau, que viria a ser o czar Nicolau II. (2)
O Governo de Nicolau II
	O czar Nicolau II se considerava russo, acreditava nas tradições russas, demonstrando em sua coroação uma visão da Rússia nas entranhas da tradição. O czar Nicolau II era um homem bastante religioso, tanto que em seu retiro real predileto, ele construiu uma igreja, e uma catedral situada acima da cripta da igreja. Visitar essa catedral é uma visita a própria alma do czar. (2)
	O czar Nicolau II acreditava que tudo que acontecia ao seu redor e o mundo eram predeterminados por Deus. Em seu reinado bastante igrejas surgiram na Rússia do que todo o século anterior ao seu reinado. (4)
	O governo de Nicolau II foi definido como o governo em comunhão com o divino. O czar tentou ser um monarca absoluto, esse pensamento o fez ineficaz. O problema do czar foi que ele achava que a vontade de Deus iria fluir por ele aos seus súditos. O czar não tinha uma secretaria e odiava delegar responsabilidades. A sua mesa estava coberta de pilhas de papéis. Tinha suas manias de ser meticuloso com a correspondência.(1)
	O czar atolado nessas banalidades, decisões enormes sobre o futuro do império estavam escapando por seus dedos. O czar pensava que o Império era medieval. Os camponeses trabalhando na terra, sendo leais ao seu governante, o czar. A Rússia só foi descobrir a Revolução Industrial no governo de Nicolau, uma Revolução Industrial tardia, mas rápida. A fome nos campos levou os camponeses a praticar o êxodo rural, os camponeses recém-libertados a trabalharem nas fábricas. A cidade de São Petersburgo dobrou em tamanho em pouco mais de 15 anos. Conforme os camponeses se tornavam operários, exigiam melhores condições de trabalho e respeito de seus patrões.(4) 
	Os trabalhadores estavam submetidos a condições extremas de exploração, 12 a 15 horas de jornada de trabalho, salario baixo, sem segurança, sem leis trabalhistas e sem poder criar um sindicato.(4,5)
 
Domingo Sangrento 
	O Domingo Sangrento foi uma manifestação pacifica do povo russo residente em São Petersburgo com algumas reinvindicações, como melhores condições de vida na capital, nas cidades, ter mais comida disponível, os trabalhadores ganharem melhores salários. (5)
	No dia 9 de janeiro de 1905, segundo o calendário gregoriano ou dia 22 de janeiro de 1905, segundoo calendário russo, cerca de cento e cinquenta mil pessoas resolveram marchar em direção ao Palácio de Inverno, a residência oficial do czar, para que o czar ouvisse a suas queixas. Muitos dos manifestantes acreditavam que o czar os receberia feliz e os convidaria a adentrar o Palácio de Inverno. Diziam que o czar iria desfilar para eles. (2,4,5)
	Nesse dia, o czar Nicolau II não estava presente no Palácio de Inverno, mas cerca de 12 mil soldados cercaram a cidade, com ordens para impedir a aproximação dos manifestantes. Em frente ao Palácio de Inverno, existia uma barreira de soldados, e conforme a aproximação dos manifestantes, os soldados receberam ordens de abrir fogo contra os manifestantes. 40 pessoas foram mortas, e pela cidade, mais de cem pessoas perderam suas vidas e centenas foram feridas.(2,4,5)
	Na porta de Narva, o local aonde a maior parte dos manifestantes se deparou cara a cara com duas companhias do 93 Regimento de Infantaria.(2,4,5)
 “Os manifestantes foram recebidos pelas tropas, que dispararam nove salvas. Após os primeiros tiros, alguns trabalhadores gritaram: não se assustem! São de festim! Mas não era verdade. Vários caíram mortos. As fileiras de frente foram abatidas e os soldados voltaram a atirar em quem tentasse se levantar e fugir.”(5)
	Mas, segundo Gorki, houve mais uma vítima.
“O prestigio do czar morreu aqui, é esse o significado desse dia”(5)
	
Durante o ano de 1905, varias revoltas surgiram na Rússia, sem um comando definido. Uma das revoltas mais famosas foi a do Encouraçado Potemkin.(3)
A Revolta do Encouraçado Potemkin
No navio encouraçado chamado de Potemkin, os marinheiros se amotinaram contra os maus tratos dos oficiais, a comida estragada, a carne estava recheada com larvas e quando o cozinheiro tentava cortar a carne com um machado, a carne continuava dura e incomestível, o medico do navio recomendava para os marinheiros comerem a carne. Os oficiais do navio comiam muito bem, assim gerando revolta de seus subordinados. Alguns dias depois, os oficiais decidiram fazer um pelotão de fuzilamento contra alguns dos insubordinados. Momentos antes do inicio dos disparos, os oficiais colocaram vendas nos marinheiros insubordinados e colocaram eles juntos lado a lado perto da popa do navio. O pelotão de fuzilamento se preparava para iniciar a primeira salva, quando um dos marinheiros chamado Vakulinchuk decidiu agir apenas gritando perguntando ao pelotão de fuzilamento em quem eles estavam atirando. Os soldados que estavam apontando os rifles em direção aos soldados vendados hesitaram, balançaram as armas e recolheram as armas, mesmo com ordens dos oficiais para atirarem contra os insubordinados. Foi o inicio da revolta do encouraçado Potemkin. Os marinheiros tomaram conta do navio, junto com os guardas do encouraçado contra os oficiais. Os soldados pegaram as armas do arsenal do navio, assim assassinando os oficiais e jogando-os no mar. (3)
Considerações finais 
A Revolução só acabou quando o czar Nicolau II fez algumas concessões, como uma imprensa livre, direito de reunião e criar uma constituição. A Rússia contaria com uma assembleia representativa; a Duma, que deveria fazer parte na elaboração das leis. O czar insistiu que a abertura da Duma Estatal fosse no Palácio de Inverno. A elite russa ficou frente a frente com o povo pela primeira vez. Em uma sala enorme dentro do Palácio de Inverno, a Duma foi instaurada. Em um lado da sala, ficava o governo de Nicolau, seus conselheiros, vestindo uniformes com adornos dourados. Do outro lado da sala, estavam os membros da Nova Duma, usavam roupas de operários e camponeses, que eram camisas vermelhas e longas botas rústicas.(2,4,5)
Os dois lados se entreolhavam com desconfiança e hostilidade. Era o momento certo para Nicolau aproximar os desunidos a fim de que eles se reconciliassem. O czar fez um discurso autocrático, defendendo a sua forma de poder. Ao final de seu discurso, seus conselheiros o aplaudiam, enquanto os membros da Duma ficaram em silencio de tumulo. Pouco tempo depois, Nicolau dissolve a Duma em pouco menos de 10 semanas. (2,4,5)
A Revolução de 1905 foi apenas um ensaio geral para a de 1917, porque não existia uma liderança para comandar o povo nas manifestações. A de 1905, foi uma revolução desordenada. Trouxe uma difusão de pensamentos marxistas, comunista e socialista gerando a criação de partidos que viriam a dominar a Rússia a partir do ano de 1907. (2,4,5)
As reformas liberais adotadas pelo czar foram tímidas e assim que acabou as manifestações, o czar retornou com autoritarismo, na verdade não havia acabado, só estava escondido a vista de todos. (2,4,5)
Referências 
1. Nunes, Antônio Carlos S. Bertello, Maria Augusta. Mini manual de Pesquisa: História. 1.ed. Uberlândia: Claranto, 2003.
2. THE Road to Revolution (Temporada 1, ep. 3). Empire of the tsar [Mini-série]. Direção: Sebastian Barfield. Produção: John Das, Michael Poole, Sebastian Barfield. São Petersburgo. Produtora BBC Four, 2016. (58 min), son., color. Netflix. Disponível em: <https://www.netflix.com/br/title/80145290>. Acesso em: 21 nov. 2018.
3. O Encouraçado Potemkin. Direção: Sergei Eisenstein Produção: Iakov Bliokh. Intérpretes: Aleksandr Antonov, Vladimir Barski, Grigori Aleksandrov, Mikhail Gomorov. Roteiro: Nina Agadjanova, Sergei Eisenstein. Alupka, Crimeia: Goskino, c1925. 1 DVD (68 min, 75 min) 1 Blu- Ray (75 min), VHS, black and white, silent. Produzido por Mosfilm. Baseado na história real da revolta no homônimo navio.
4. REIS FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. O século XX: O tempo das crises – revoluções, fascismos e guerras (volume 2). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, c2000. pp. 35-59. (As revoluções russas)
5. Gorky,Maxim. Letter on the Russia Revolution. Disponível em < https://www.marxists.org/archive/gorky-maxim/1906/01/27.htm> Acesso em 20 nov. 2018
			
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