Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Análise de Circuitos Eletrônicos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Elvis Luiz dos Santos Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Circuitos Osciladores • Realimentação Positiva: Conceituação; • Osciladores Senoidais: Ponte de Wien; Hartley; Colpitts; Clap; • Multivibradores: Monoestáveis e Astáveis com o CI. • Reconhecer os circuitos osciladores. OBJETIVO DE APRENDIZADO Circuitos Osciladores Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Circuitos Osciladores Realimentação Positiva: Conceituação O circuito oscilador gera um sinal em corrente alternada na saída sem a pre- sença, isto sem que seja necessário um sinal em sua entrada; tal processo ocor- re porque existe realimentação positiva ao amplificador, com ganho de malha fechada maior do que 1, oferecendo condições de fase para que o circuito atue como oscilador. Em um oscilador comum, que utiliza transistores bipolares – ou AO –, é em- pregada uma associação de Resistores e Capacitores (RC) em sua rede de reali- mentação para que ocorra a defasagem necessária a fim de atender ao critério de Barkhausen. Em eletrônica, o critério de estabilidade de Barkhausen é uma condição matemática para determinar quando um circuito eletrônico linear oscilará. Foi proposto em 1921, pelo físico alemão Heinrich Georg Barkhausen (1881-1956). É amplamente utilizado no projeto de os- ciladores eletrônicos e também em circuitos geralmente com realimentação negativa, tais como AO, a fim de prevenir oscilação. Ex pl or Osciladores Senoidais: Ponte de Wien; Hartley; Colpitts; Clap A teoria que trata dos osciladores é extensa e complexa; desta forma, trataremos do assunto de modo objetivo. Osciladores são circuitos eletrônicos que possuem a função de produzir sinais elétricos variáveis, senoidais – osciladores harmônicos – ou não senoidais – oscila- dores de relaxação – a partir de uma fonte de alimentação contínua, sem a neces- sidade de um sinal de entrada. Os osciladores em ponte de Wien, de Colpitts e de Hartley, entre outros, são exemplos de osciladores harmônicos e serão objetos de nossos comentários a seguir. Ponte de Wien O oscilador em ponte de Wien é o circuito oscilador padrão quando se deseja frequências baixas ou médias, entre 5 HZ e 1 MHZ; esse tipo de oscilador é comu- mente utilizado como gerador de áudio e aplicações que exijam baixas frequências. O circuito de realimentação é realizado por uma rede RC, conforme pode ser visto no circuito da Figura 1: 8 9 Figura 1 – Oscilador em ponte de Wien Fonte: Acervo do conteudista O oscilador em ponte de Wien utiliza um circuito de realimentação de resso- nância denominado circuito de avanço-atraso (Figura 2), funcionando como um circuito ressonante. Figura 2 – Circuito de avanço-atraso – frequência de ressonância: F RCr � 1 2� Fonte: Acervo do conteudista Podemos observar que utiliza dois tipos de realimentação – positiva e negativa –, de modo que um dos caminhos sai da entrada e retorna à entrada não inversora do AO, passando pelo circuito de avanço-atraso; o outro caminho vem da entrada e alimenta o pino inversor do AO por meio do divisor de tensão formado pelo resistor e pela lâmpada de tungstênio. Podemos, então, supor a seguinte situação-problema: na utilização de um cir- cuito R = 250 KΩ e de um capacitor de 47 nF, qual é a frequência de ressonância deste circuito? F RC x x f Hzr � � � 1 2 1 6 28 250000 0 000000047 13 55 � , , , 9 UNIDADE Circuitos Osciladores Podemos também adicionar um potenciômetro duplo no lugar do resistor para, desta forma, variar o valor da frequência ressonante, de modo que quanto menor for o valor do resistor, maior será o valor da frequência. Oscilador Hartley O oscilador Hartley é um dos tipos existentes de oscilador LC, onde a frequência do sinal gerado é determinada por um circuito LC – bobina e capacitor. Na Figura 3 podemos observar uma das possíveis configurações para este tipo de oscilador: Figura 3 – Oscilador Hartley Fonte: Acervo do conteudista Neste circuito, o transistor Q1 é polarizado por um divisor de tensão de base; como dito, os osciladores não dependem de sinais externos injetados na base para funciona- rem, de modo que nesse exemplo o sinal de entrada é aplicado por meio do capacitor C2, quem faz a realimentação do circuito; assim, ao ligarmos o circuito, o transistor Q1 será polarizado através dos resistores de polarização por corrente de base (R1 a R4). Neste momento, o transistor iniciará a sua condução, fazendo circular uma cor- rente do coletor ao emissor, corrente injetada nos indutores L1 e L2, levando à base de Q1 uma tensão que oscila em picos – devido ao efeito de indutância do indutor. Em outras palavras, ao receber uma tensão positiva, o conjunto L1 e L2 satura o transistor Q1 com uma tensão positiva; ademais, quando a tensão que chega à Q1 é cortada, o conjunto libera uma tensão induzida de polaridade invertida, fazendo com que Q1 corte e o processo se repita, gerando no emissor de Q1 uma frequência constante de oscilação. Você poderá ver uma ilustração básica desse processo em: http://bit.ly/2Yc05DF Ex pl or A indutância L equivalente é dada pela seguinte equação: L = L1 + L2 10 11 Nos osciladores do tipo Hartley, a tensão de realimentação é fornecida por um divisor de tensão indutivo (L1, L2), a tensão de saída – forma de onda de oscilação, é retirada sobre o indutor L1 e a tensão de realimentação é fornecida por L2; desta forma, a parte da tensão que servirá como realimentação é dada por: B = L L 2 1 Podemos encontrar configurações do oscilador Hartley que utiliza uma bobina com derivação ao invés de dois indutores (L1 e L2). Para o cálculo da frequência de ressonância temos: F LCr � 1 2� Oscilador Colpitts O oscilador Colpitts é excelente para trabalhar em altas frequências, acima de 1 MHZ, a fim de alcançar esse valor de frequência com excelência – utilizando um circuito LC, indutor/capacitor. Quando utilizamos um oscilador LC, podemos gerar frequências de até 1 GHZ; dessa forma, se empregarmos esse tipo de oscilador em um AO como amplificador de sinal, não operaria, pois a frequência de funcionamento dos AO está conside-ravelmente abaixo de tais valores; assim, o uso de transistores FET ou BJT como amplificadores de sinais é o mais recomendado. O oscilador Colpitts – circuito na Figura 4 – utiliza um divisor de tensão para fazer a polarização do transistor utilizado e um indutor, choque de RF para deter- minar a frequência de ressonância, um divisor de tensão à base de capacitores, tornando-se responsável por fornecer a tensão de realimentação do circuito, sendo também utilizado no oscilador Colpitts, inclusive, como uma forma de identificar esse tipo de oscilador. A frequência de ressonância desse oscilador é dada por: F LCr � 1 2� Já a capacitância total do circuito é dada por: C C xC C C � � 1 2 1 2 E o ganho mínimo de tensão, responsável por dar início à oscilação, é dado por: AV C Cmim = 2 1 B C C = 1 2 11 UNIDADE Circuitos Osciladores Figura 4 – Oscilador equivalente ao Colpitts Fonte: Acervo do conteudista Oscilador Clap Este oscilador (Figura 5) é, na verdade, uma versão melhorada do oscilador Colpitts, tendo adicionado um capacitor C6, em série com o indutor, de modo que esses dois componentes anulam as capacitâncias parasitas que interferem no resul- tado da frequência de ressonância; desta forma, a frequência do oscilador Clap é mais estável e precisa. A capacitância total do circuito é dada por: C C C C � � � 1 1 1 1 2 1 3 Enquanto a frequência de ressonância desse oscilador é dada por: F LCr � 1 2 3 � Figura 5 – Oscilador Clap Fonte: Acervo do conteudista 12 13 Osciladores a Cristal: Estabilidade em Frequência Nos osciladores que estudamos podemos observar que o elemento responsável pela geração da frequência é o capacitor ou indutor, assim como às vezes os dois componentes funcionam muito bem; o único problema é que não são amplamente precisos, pois alteram os seus valores facilmente. Por exemplo, quando a tempera- tura ou as interferências magnéticas são aplicadas sobre os quais, ou seja, quando precisamos de um oscilador com valores precisos de frequência, tal como gerar um sinal de clock para microprocessadores e microcontroladores, abrimos mão da utilização dos osciladores a cristal. Esses cristais funcionam graças ao efeito piezoelétrico, encontrado em alguns materiais na natureza, tais como o quartzo, a turmalina e os sais de Rochelle. Esse efeito faz com que, ao aplicarmos uma tensão sobre tais cristais, estes comecem a vibrar na frequência da tensão aplicada; ao contrário, se aplicarmos uma força mecânica sobre os cristais, geram uma tensão proporcional à força aplicada, tais como nos sensores utilizados nas balanças eletrônicas (Figura 7). A estabilidade de frequência é um valor que expressa o quanto a frequência de ressonância desvia do valor calculado, levando-se em consideração um valor es- pecífico de temperatura; comumente são considerados os extremos de 1 a +70º C e de -40 a +85º C. Figura 6 – Cristal de quartzo em estado natural Figura 7 – Sensor de quartzo 13 UNIDADE Circuitos Osciladores Figuras 8 – Cristal utilizado em circuitos eletrônicos e a simbologia do cristal Figura 9 – Circuito eletrônico equivalente ao cristal Fonte: Acervo do conteudista Figura 10 – Oscilador Clap com cristal Fonte: Acervo do conteudista 14 15 Multivibradores: Monoestáveis e Astáveis com o CI Os multivibradores são circuitos que podem variar a sua saída em dois estados, possuindo as amplitudes do sinal oscilante bem definidas entre 0 (0 V) e 1 (5 ou 12 V), o que gera uma onda quadrada na saída; trabalham nas regiões de corte e saturação do dispositivo, diferenciando-os dos tipos de osciladores que vimos até então. Estão divididos em multivibradores monoestáveis e astáveis. Os multivibradores monoestáveis apresentam somente um estado estável. Para que esse estado mude ao instável, torna-se necessário um pulso de disparo, perma- necendo por um período determinado para retornar ao estado inicial. Disparo Disparo Saída V0 SAÍDA SAÍDA INVERTIDA Q Q Figura 11 – Equivalente do multivibrador monoestável e a sua forma de onda de saída Já nos multivibradores astáveis não existe um estado estável, pois ao serem ali- mentados, os estados variam constantemente, gerando na saída um sinal de forma quadrada oscilante. SaídaV0 SAÍDA SAÍDA INVERTIDA Q Q Figura 12 – Equivalente do multivibrador astável e a sua forma de onda de saída Esses multivibradores são comumente desenvolvidos utilizando um circuito integrado comum no mundo da eletrônica, o CI 555. O circuito integrado 555 foi desenvolvido e fabricado para aplicações gerais de temporiza- ção, de modo que as características técnicas desses componentes podem ser encontradas em: http://bit.ly/2YahgFR Ex pl or Em resumo, podemos verificar que a alimentação do 555 está na faixa de +5 V a +18 V. 15 UNIDADE Circuitos Osciladores Corrente: até 200 mA. Função stand-by: 10 mA de consumo. Vref R R Vcc8 7 6 5 1 2 3 4 Discharge F/FOutPut Stage Comp. Comp. + _ + _ Threshold Control Voltage Reset Output Trigger GND Discharging Tr. R Figura 13 – Diagrama em bloco do 555 Construção do Multivibrador Monoestável com LM555 Figura 14 – Circuito do oscilador monoestável Fonte: Acervo do conteudista O disparo é realizado por meio da chave conectada ao pino 2, que eleva a saí- da em nível alto 1; o capacitor C8 se carrega até um valor superior a 2/3 Vcc, de modo que o sistema de descarga é acionado, descarregando o capacitor C7 e a saída volta ao nível baixo 0. Dessa forma, quem determina o tempo em nível alto (W) são C7 e R5. W = 1,1 × R × C 16 17 Construção do Multivibrador Astável com LM555 Figura 15 – Circuito do multivibrador astável Fonte: Acervo do conteudista Após alimentado o circuito do multivibrador, a tensão nos pinos 2 e 6 é inferior a 1/3 e 2/3 de Vcc e a saída é elevada em nível lógico alto (1); nesse momento, o capacitor C7 se carrega até um valor superior a 1/3 e 2/3 Vcc; o sistema de des- carga é acionado, descarregando o capacitor C7 até 1/3 de Vcc e levando saída ao nível lógico baixo (0), repetindo enquanto o circuito estiver ligado. 17 UNIDADE Circuitos Osciladores Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Laboratório de eletricidade e eletrônica CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de eletricidade e eletrônica. 24. ed. São Paulo: Érica, 2007. Eletrônica analógica básica DUARTE, M. de A. Eletrônica analógica básica. Rio de Janeiro: LTC, 2017. Vídeos Projeto de um Filtro Ativo Passa-Baixas de Segunda Ordem – VCVS Implementação com Amp-Ops: filtros RC ativos. https://youtu.be/JDqfpXgyB_s Filtro ativo rejeita banda 3Khz https://youtu.be/ITDHqzVzLT0 Leitura Eletrônica aplicada CRUZ, E. C. A.; CHOUERI JR., S. Filtros ativos. In: Eletrônica aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, [20--?]. cap. 5. http://bit.ly/31RLPC9 Filtros ativos usando amplificadores operacionais (ART261) http://bit.ly/31RaOpp 18 19 Referências BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria de cir- cuitos. 8. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de eletricidade e eletrônica. 24. ed. São Paulo: Érica, 2007. CIPELLI, A. M. V.; SANDRINI, W. J. Teoria e desenvolvimento de projetos de circuitos eletrônicos. 21. ed. São Paulo: Érica, 2005. DUARTE, M. de A. Eletrônica analógica básica. Rio de Janeiro: LTC, 2017. PERTENCE JR, A. Amplificadores operacionais e filtros ativos 8. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2015. 19
Compartilhar