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1 Edicilene Melo Pinheiro Ester Mendes da Trindade Gleice Kelly Rodrigues Martins Thuyanne Mendes Lopes 2 Edilane Silva dos Santos Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso SES0411 – Prática do Módulo IV – 20/05/2019 POLITICAS SOCIAL DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Edilane Silva dos Santos Edicilene Melo Pinheiro Ester Mendes da Trindade Gleice Kelly Rodrigues Martins Thuyanne Mendes Lopes RESUMO As políticas sociais do Brasil são fenômenos que expressam o confronto de interesses de classes visando à conquista de direitos, de modo a minimizar o índice de miséria no país. A assistência social é instituída como política social não contributiva na Constituição de 1988, desenvolvida no âmbito de proteção social que expressa às contradições e os antagonismos de classes, incluídas nas políticas de seguridade social. É uma política que junto com as políticas setoriais, considera as desigualdades sócioterritoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender à sociedade e à universalização dos direitos sociais. O público dessa política são os cidadãos e grupos que se encontram em situações de risco. Ela significa garantir a todos, que dela necessitam, e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. A Política de Assistência Social vai permitir a padronização, melhoria e ampliação dos serviços de assistência no país, respeitando as diferenças locais. A Assistência Social estava reconhecida como um instrumento transversal que permeia as ações efetivadas pelas demais políticas sociais, mediante a estratégia da universalidade dos direitos sociais previstos na constituição federal de 1988. Com a Constituição Federal de 1988 representa um marco importante na inclusão da população no sistema público de seguridade social, através do tripé: Saúde, Previdência e Assistência Social. Palavras-chave: Saúde, Previdência e Assistência Social. 2 1. INTRODUÇÃO No Brasil, desde o período colonial, a assistência aos pobres e necessitados foi caracteriza da série filantropia e pela caridade, sob o comando da igreja, através do recolhimento e repartição de esmolas. Por meio da constituição federal de 1988, emergiu um processo de revitalização e democratização da sociedade brasileira, onde foi regulamentado o direito à assistência social, constituído a Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS/1993. A constituição federal de 1988, juntamente com o LOAS não são as responsáveis pelo nascimento da assistência social, e que, existiu antes a promulgação desses dois marcos legais, mas só se tornou uma política social, após defender os campos dos direitos sociais, por meio da universalização ao acesso e também responsabilidade do Estado. O objetivo das políticas sociais é a redução das desigualdades sociais. Trata-se de um mecanismo que o Estado utiliza para intervir no controle das contradições da relação capital-trabalho. A intervenção do Estado visa assegurar condições mínimas de vida e de trabalho aos pobres. Em contrapartida, para a população, o assistencial se constitui num espaço político de luta. Deste modo, as políticas sociais do Brasil são fenômenos políticos, expressão do confronto de interesses de classes. A pesquisa tem como objetivo a real compreensão do que é política social, especificamente sobre a política social de Assistência Social, porque, como e para que surgiu, qual o papel do assistente social no contexto dessa política, como e o que o Assistente social pode intervir e melhorar o status quo da Assistência social enquanto política social, e em que o assistente social precisa se qualificar melhor para atuar de forma eficaz. 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Criação da Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS Por intermédio dos artigos 203 e 204 da constituição foi regulamentada a lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993- Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Esta lei estabelece princípios diretrizes da política de Assistência Social, também institui a organização e gestão da política, bem como seus benefícios, serviços, programas e projetos e seus respectivos financiamentos. A lei orgânica da assistente social – LOAS especifica a assistência como direito do cidadão e dever do estado e introduz uma nova forma de discutir a questão da assistência social, substituindo a visão centrada na caridade e no favor. A política de assistência social passa a fazer parte da configuração de um triple conjunto com outras política: Saúde, Previdência Social. De acordo com LOAS: Benefício de Prestação Continuada BPC- e um benéfico individual, não vitalício e intransferível, que garante a transferência mensal de 1(um) salário-mínimo a pessoa idosa com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e a pessoa com deficiência de qualquer idade que compravam não possuir meios de se sustentar ou de ser sustentado pela família. Benefícios Eventuais – estes benefícios estão caracterizados por sua atitude suplementar e provisória, ofertado as pessoas e famílias em alguma eventualidade como nascimento, morte, calamidade pública e outras vulnerabilidade sociais. 2.2 POLITICAS DE ASSISTENCIA SOCIAL A trajetória da política de assistência social brasileira vem atravessando períodos de avanços e retrocessos. Dentre os avanços, avaliamos que o mais significativo foi a aprovação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS em 2004, tendo como marco a Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 194 propõe a compreensão de seguridade social, contendo em seu tripé a política de saúde, previdência e assistência social, configurando-o como uma proposta de construção de um sistema de proteção social e de direitos, que assim expressa: 4 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). (BRASIL, Capítulo II, da Seguridade Social). Compondo o tripé da seguridade social, a política de assistência social se configura como uma forma de proteção social àqueles que dela necessitarem, constituindo-se como 5 política não contributiva de caráter universal. Assim como as outras políticas que compõe o tripé da seguridade social, a assistência social é um direito constitucionalmente estabelecido, se configurando como política de estado, tendo sua base na constituição federal nos artigos 203 e 204, perpassando por debates promovidos entre a sociedade civil, entidades de atendimento e diversas representações do Serviço Social. 2.3 DIRETRIZES DA ASSISTENCIA SOCIAL A organização da Assistência Social tem as seguintes diretrizes, baseadas na Constituição Federal de 1988 e na LOAS: I - Descentralizaçãopolítico-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social, garantindo o comando único das ações em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e as características sócioterritoriais locais; 5 II – Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III – Primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo; IV – Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. 2.4 OBJETIVO DA ASSISTENCIA SOCIAL Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. A assistência social é garantida a todo aquele que dela necessitar, não depende de pagamento de qualquer importância ao INSS, por exemplo, e tem por objetivos: • Proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice • O amparo às crianças e adolescentes carentes • A promoção da integração ao mercado de trabalho • A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária • A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. A assistência social tem como principal objetivo o tratamento aos hipossuficientes, ou seja, irá atender os hipossuficientes, destinando pequenos benefícios a pessoas que nunca contribuíram para o sistema, por exemplo, amparo assistencial ao idoso e ao deficiente, Independe de contribuição. 6 2.5 PÚBLICO USUÁRIO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL- SUAS Conforme a PNAS (BRASIL, 2004), a assistência social como política de proteção social visa a garantir a todos que dela necessitam e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. A proteção social de assistência social ocupa-se das vitimizações, fragilidades, contingências, vulnerabilidades e riscos que o cidadão e suas famílias enfrentam na trajetória de seu ciclo de vida por decorrência de imposições sociais, econômicas, políticas e de ofensas à dignidade humana. Em suas ações, produz aquisições materiais, sociais, socioeducativas para suprir as necessidades de reprodução social de vida individual e familiar dos cidadãos e desenvolver suas capacidades e talentos para a convivência social, protagonismo e autonomia. Cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: Famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; Ciclos de vida; Identidades estigmatizadas em termos étnicos, culturais e sexuais; Diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; Inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; Estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. Desvantagem pessoal resultante de deficiências; Exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; Uso de substâncias psicoativas; Diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; Inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; Estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. Por ser um direito de cidadania, a assistência social no Brasil tem fundamento constitucional como parte do Sistema de Seguridade Social, junto à saúde e à previdência. Trata-se de uma política pública de direção universal, capaz de alargar o acesso aos direitos sociais a serem assegurados a todos os brasileiros, de acordo com suas necessidades e independentemente de sua renda. A assistência social oferece 7 essas garantias pelo fato de os cidadãos terem a condição inerente de usufruir dos direitos. O paradigma da universalização do direito à proteção social supõe a ruptura com ideias tutelares e de subalternidade, que identificam os cidadãos como carentes, necessitados, pobres, mendigos, discriminando-os e apartando-os do reconhecimento como sujeitos de direito (BRASIL, 2004). Segundo Colin e Jactou (2013, p. 37) “foi com a implementação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, ancorado nas normativas de 2004 e 2005, que efetivamente ampliaram-se as bases operativas da políticas, fortalecendo-se seu fundamento federativo e suas responsabilidades protetivas”. Piovesan (2003, p.146 apud SPOSATI, 2009, p. 27) considera o “direito à inclusão social com um direito humano inalienável, constituindo a pobreza uma violação aos direitos humanos”. Sendo assim: como possibilidade das diferenças a serem manifestadas e respeitadas, sem discriminação, condição que favorece o combate das práticas de subordinação ou de preconceito em relação as diferenças de gênero, politicas, etnias, religião, cultura etc. (SPOSATI,2009). Segundo Soares (2009, p. 16): Diz que numa sociedade que se divide em classes, a ideologia que domina, de acordo com a ideologia marxista, é a ideologia da classe dominante. A expressão seguridade social implica uma visão sistêmica da política social e com este sentido foi inscrita na Constituição Brasileira de 1988. Ao adotá-la, a Carta consignou entendimento da política social como conjunto integrado de ações, como dever do Estado e como direito do cidadão. (VIANA, 2012, p. 176). [...] prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições. Por isso deve responsabilizar-se pela oferta de programas, projetos e serviços socioassistências que fortaleçam vínculos familiares e comunitários que promovam os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e transferência de renda e que vigiem direitos violados no território (NOB/SUAS,2005, p.51). 8 De acordo com a Gestão do Trabalho do SUAS: A Assistência Social é, nesse sentido, um campo fundamental e estratégico de mediações políticas para a conquista de garantias do trabalho na esfera pública dessa política pública para o exercício cotidiano da leitura crítica da realidade brasileira, especialmente no contexto de centralização do combate à pobreza e de crise cíclica do capital, na afirmação da necessária ampliação dos direitos e da proteção social. (GESTÃO/SUAS, 2011, p.36) Afirmam que as políticas sociais “podem assumir tanto um caráter de espaço de concretização de direitos dos trabalhadores, quanto ser funcional à acumulação do capital e à manutenção do status vigente”. (BEHRING e BOSCHETTI, 2008, p. 195). O Brasil vem conquistando a redução da pobreza, minimizando as desigualdades sociais com uma melhor distribuição de renda, por este caminho a sociedade ganha autonomia, dignidade e adquire conhecimento dos seus direitos, de singular partida o Serviço Social deixa cair toda vestimenta do assistencialismo, da prática do favor e assume sua verdadeira postura que passa a ser entendida por todos (RUSSO, 2006). 9 3. MATERIAIS E MÉTODOS Mediante o trabalho apresentado e importante ressaltar que no decorrer do mesmo, as metodologia utilizadas foram pesquisas via internet, em livros e debates em equipe e reuniões que tiveram datas marcadas ao longo da semana, ondeo principal objetivo era fazer o levantamento do tema abordado, para obter o conhecimento no decorrer do assunto exposto. Foto: Thuyanne Mendes A foto mostra e comprovar nossos métodos de pesquisa utilizado para realização do trabalho. 10 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante do que foi exposto buscamos apresentar em melhor evidencia o tema proposto através de exemplos extraído da pesquisa realizada pode se destacar que o bom profissional de Serviço Social luta pela garantia de direitos. Analisando os resultados da pesquisa executada através de reuniões, pesquisa via internet, em livros e debates em equipe, esses métodos foram utilizados como objetos de investigação, sendo um suporte para nossa compressão sobre o tema exposto, permitido assim conhecimentos acerca das políticas social da assistência social. 5. CONCLUSÃO Diante do exposto cabe ressaltar que a constituição federal de 1988 teve um marco fundamental na trajetória da assistência social pois a reconhece como política social, que junto com as políticas de saúde e previdência social compõe o sistema e seguridade brasileira. Na seguridade social assistência social a política social não e contributiva então cabe promover ações que prevenir e protege os cidadãos em situações de vulnerabilidade, riscos e danos sociais e disponibilizado a proteção básica e especial dependendo das condições financeiras. As políticas sociais existentes não são inclusivas, além de não contemplar a todos, garantem apenas alguns direitos básicos, não enfrentam a pobreza, mas somente a alivia, deixando de lado o que está́ prescrito na Constituição de 1988. Entretanto, esse não deve ser o foco das políticas sociais, pois essa postura mantém as desigualdades e inviabiliza o projeto de desenvolvimento social. Este trabalho pretende contribuir para novos questionamentos e principalmente nos desdobramentos, e dentre eles podemos registrar a necessidade de refletir sobre o papel destes profissionais nas conferências municipais e estaduais de Assistência Social, principalmente por consideramos como instâncias privilegiadas de participação e definição de políticas sociais. 11 Quanto à assistência social, ela não é o contrário de cidadania, porque é parte integrante dela. Em seu devido espaço, é insubstituível, digna e justa. Contudo, somente a assistência social não consegue dar conta da pobreza, já que superá-la necessita do reconhecimento dos usuários como executores da superação de sua condição e da cidadania (DEMO, 1995). Este processo traz consequências sérias para o cotidiano das comunidades: por um lado, a aceitação do fenômeno da pobreza sem maiores questionamentos; por outro, o esvaziamento do conceito de cidadania social, ou seja, a garantia dos direitos sociais para muito além de meras políticas compensatórias (UGÁ, 2004). 12 REFERÊNCIAS WEGRZYNOVSKI, Silvana Braz. Políticas Sociais da Assistência Social. In: WEGRZYNOVSKI, Silvana Braz. Políticas Sociais da Assistência Social. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI: [s. n.], 2015. PIRES, Mª Izabel Scheidt. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SUAS e legislações pertinentes. [S. l.], 2015. Disponível em: http://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/arquivos/File/Capacitacao/material_apoio/mari aizabel_suas.pdf. Acesso em: 16 abr. 2019. NASCIMENTO, Ana Lorena et al. POLÍTICAS SOCIAIS E ASSISTÊNCIA SOCIAL. [S. l.], 2013. Disponível em: http://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/arquivos/File/Capacitacao/material_apoio/mari aizabel_suas.pdf. Acesso em: 16 abr. 2019. OBJETIVOS da Assistência Social. Portal da Educação, 2013. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/objetivos-da-assistencia- social/17194. Acesso em: 16 abr. 2019. GUARESCHI, Pedrinho A Guareschi2. A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL E OS USUÁRIOS: POSSIBILIDADES E CONTRADIÇÕES. UnilaSalle, 2014. Disponível em: Dialnet-AAssistenciaSocialNoBrasilEOsUsuarios-5113459.pdf. Acesso em: 18 abr. 2019.
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