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DIREITO PREVIDENCIÁRIO Prof. Anderson Avelino de O. Santos Conselheiro Seccional da OAB/MG Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/MG Mestre em Direito Público (PUC-Minas) Professor da Escola Superior de Advocacia –ESA (OAB/MG) E-mail: andersonavelino@gmail.com 85 UNIDADE I AULA 1 I - SEGURIDADE SOCIAL CONCEITO – “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.” – art. 194 da CR. A definição constitucional da Seguridade Social a subdivide em três áreas: · Saúde; · Assistência social; · Previdência social. 1. SAUDE: “é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” - art. 196 a 200 da CR. O acesso à saúde independe de pagamento e é irrestrito, inclusive para os estrangeiros que não residam no país, não sendo necessário efetuar quaisquer contribuições para ter acesso ao atendimento, sendo administrada pelo SUS – Sistema Único de Saúde, vinculado ao Ministério da Saúde, que é financiado através de recursos do orçamento da seguridade social elaborados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, além de outras fontes. 2. PREVIDÊNCIA SOCIAL – Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. Para atender estes princípios, a Lei 8.213/91 instituiu os seguintes benefícios: Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão. III - quanto ao segurado e dependente: a) revogado b) serviço social; c) reabilitação profissional. § 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei. § 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário- família e à reabilitação profissional, quando empregado. § 3º O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, não farão jus à aposentadoria por tempo de contribuição. §4º Os benefícios referidos no caput deste artigo poderão ser solicitados, pelos interessados, aos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, que encaminharão, eletronicamente, requerimento e respectiva documentação comprobatória de seu direito para deliberação e análise do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos termos do regulamento. 3. ASSISTÊNCIA SOCIAL – Art. 203, CR. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Vide Lei 8.742/1993 (Organização da Assistência Social). A assistência social garante o benefício de 01 salário mínimo ao idoso e/ou deficiente que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família – Art. 20 da Lei 8.742/93 - Lei Orgânica da Assistência Social, conhecida como LOAS. Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. § 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. §2o Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja: I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro de 2020; (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) § 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. § 5o A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. §6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento de que trata o §2º, composta por avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS. [...] § 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único, conforme previsto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) § 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020) [...] Art. 20-A. Em razão do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), o critério de aferição da renda familiar mensal per capita previsto no inciso I do § 3º do art. 20 poderá ser ampliado para até 1/2 (meio) salário-mínimo. (Incluído pelaLei nº 13.982, de 2020) II - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA E PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES A competência legislativa sobre a seguridade social é privativa da União, conforme dispõe o art. 22, XXIII da CR, sendo ela responsável pela normatização dos aspectos básicos e gerais da seguridade social, incluindo saúde, previdência social e assistência social, podendo os Estados e Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a previdência social, nos termos do art. 24, XII da CR. · Constituição Federal; · Lei 8.212/1991 (Organização da seguridade social e Plano de Custeio); · Lei 8.213/1991 (Planos de Benefícios da Previdência Social); · Lei 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social); · Dec. 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social); III- PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL – art. 194, par. Único CR. 1. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE · implícito para RGPS, mas EC 41 explicitou para RPPS. · solidariedade entre gerações. 2. UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO a) universalidade da cobertura – objetiva – A seguridade deve abranger todas as contingências sociais que geram necessidade de proteção social das pessoas. b) universalidade do atendimento – subjetiva – Todas as pessoas serão indistintamente acolhidas pela seguridade social. 3. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS · artigo 7º CR – não há diferenças entre os direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais. 4. SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS A seguridade tem caráter social cujo objetivo é distribuir rendas, principalmente para as pessoas de baixa renda. Ex.: salário família, auxílio-reclusão – devidos exclusivamente a segurados de baixa renda. 5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS – art. 201, § 4º CR. Garante ao segurado a irredutibilidade do valor nominal do seu benefício. 6. EQÜIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO Todos contribuem – princípios da isonomia e da capacidade contributiva. TABELA PARA SEGURADO EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E AVULSO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTAS P/ FINS RECOLHIMENTO (%) Até R$ 1.045,00 7,5% De R$ 1.045,01 a R$ 2.089,60 9% De R$ 2.089,61 até 3.134,40 12% De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14% *Teto do salário-de-contribuição: R$ 6.101,06 EXEMPLO 1: Um Empregado com salário-de-contribuição no valor de R$ 1.300,00. Com a regra de cálculo antiga, a alíquota de INSS seria de 8%. A partir de março/2020, a alíquota efetiva será de 7,79%. O cálculo à partir de março/2020 deve ser feito da seguinte forma: Alíquota 1 completa: R$ 1.045,00 x 7,50% = R$ 78,38. Alíquota 2 residual: R$ 255,00 x 9% = R$ 22,95. A forma de se calcular essa alíquota se dá a partir da diferença de R$ 1.300,00 (salário recebido pelo empregado enquadrado na 2ª faixa de alíquota) – R$ 1.045,00 (base de cálculo da 1ª faixa de renda, sobre a qual já houve incidência). Assim, R$ 1.300,00 – R$ 1.045,00 = R$ 255,00, sobre o qual incide 9%. Resultado Final: somam-se as Alíquotas 1 e 2: R$ 78,37 + R$ 22,95 = R$ 101,33 que corresponde à uma alíquota efetiva de 7,79%. Apenas para facilitar a compreensão, aprensenta-se abaixo a tabela simplificada para contribuição previdenciária dos segurados empregados, domésticos e avulsos. Faixas Remuneração Alíquota por faixa Valor a deduzir Faixa 1 Até R$ 1.045,00 7,50% R$0,00 Faixa 2 De R$ 1.045,01 até R$2.089,60 9% R$15,67 Faixa 3 De R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 12% R$78,36 Faixa 4 De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 14% R$141,05 Logo, um segurado empregado que recebe salário de R$ 1.300,00, aplica-se a alíquota da Faixa 2 e deduz a parcela referente a esta faixa. Veja: R$ 1.300,00 x 9% (Faixa 2) = R$ 117,00 – R$ 15,67 (parcela a deduzir) = R$ 101,33 TABELA PARA CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTAS P/ FINS RECOLHIMENTO (%) R$ 1.045,01 5,00%* R$ 1.045,01 11,00%** De R$ 1.045,01 até R$ 6.101,06 20,00% * Alíquota exclusiva do microempreendedor Individual (MEI) e do Facultativo Baixa Renda, sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa renda inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o recolhimento deverá ser feito mediante a aplicação de alíquota de 5% sobre o valor do salário mínimo. ** Alíquota exclusiva do Plano Simplificado de Previdência, mas não dá direito a aposentadoria por tempo de contribuição. 7- DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO – art. 195 CR Diversas fontes de arrecadação prevista na CR. Art. 195 da CR. “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Vide arts. 114, § 3º, e 167, XI, CR) b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; III- sobre a receita de concursos de prognósticos; IV- do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.” 8- CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO Gestão quadripartite – participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo nos órgãos colegiados – CNPS – Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada. IV- REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL · Regime Geral da Previdência Social – RGPS; · Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS; · Regime de Previdência Complementar (servidores públicos e previdência complementar). · Regime de Previdência dos Militares · Previdência Privada (Aberta e fechada) UNIDADE I AULA 2 V- SEGURADOS E DEPENDENTES DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Os beneficiários do RGPS são classificados em segurados e dependentes, sendo segurados as pessoas físicas vinculadas à Previdência Social, com idade mínima de 16 (dezesseis) anos de idade, salvo os aprendizes a partir de 14 (quatorze) anos. Já os dependentes são todas as pessoas que dependam do segurado economicamente, nos termos do artigo 16 da Lei 8.213/91. Os segurados do RGPS dividem-se em dois grupos: Segurados obrigatórios e Segurados facultativos. A) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS EMPREGADO – pessoa física que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter não eventual, subordinada às ordens de um empregador mediante remuneração. Art. 12, I da Lei 8.212/91. Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I- como empregado: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiroamparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; EMPREGADO DOMÉSTICO – É o trabalhador que presta serviços de natureza contínua, mediante remuneração, à pessoa, à família ou a entidade familiar, no âmbito da residência desta, em atividade sem fins lucrativos. Art. 12, II da Lei 8.212/91. Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; CONTRIBUINTE INDIVIDUAL – É em regra a pessoa física que recolhe individualmente, por conta própria, suas contribuições. Ex: trabalhador autônomo, empresário, trabalhador eventual, médico residente, padre, pastor. Art. 12, V da Lei 8.212/91. Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: V - como contribuinte individual: a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; e) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; f) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; g) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; TRABALHADOR AVULSO – É aquele que exerce atividade em determinado estabelecimento com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de- obra ou sindicato. Ex: trabalhador portuário. Art. 12, VI da Lei 8.212/91. Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento; SEGURADO ESPECIAL – É o produtor, o parceiro, o meeiro e os arrendatários rurais, o pescador artesanal e seus assemelhados, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros (máximo de 120 pessoas por dia no ano), bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo. Art. 12, VII da Lei 8.212/91. Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. § 6o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. ATENÇÃO Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social. (grifei) §1o .Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades. B) SEGURADO FACULTATIVO É qualquer pessoa, maior de 16 (dezesseis) anos de idade, que se filia facultativamente ao RGPS, mediante contribuição, que exerce atividade que não se enquadra como segurado obrigatório nem esteja participante do regime próprio de previdência social. Ex: dona-de-casa, estudante, síndico não remunerado. Art. 13 da Lei 8.212/91. C) DEPENDENTES Os dependentes do RGPS estão descritos no rol taxativo do artigo 16 da Lei 8.213/91. Veja: “Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I- o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. § 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. § 3ºConsidera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. § 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. § 5º As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do art. 77 desta Lei, a par da exigência do § 5º deste artigo, deverá ser apresentado, ainda, início de prova material que comprove união estável por pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 7º Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido condenado criminalmente por sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) VI- MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO REGRA GERAL: pessoa mantém a condição de segurado enquanto contribui para o INSS. EXCEÇÕES: legislação prevê, em alguns casos, a manutenção do vínculo sem a necessidade de contribuições. É o chamado período de graça (art. 15, Lei 8.213/91). Observe: Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do Seguro-Desemprego; III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. ATENÇÃO: A SÚMULA 27 da TNU dos Juizados Especiais Federais firmou entendimento de que “A ausência de registo em Órgão do Ministério do Trabalho não impedea comprovação do desemprego or outros meios admitidos em Direito.”. E qual a consequência da perda da qualidade de segurado? Em muitos casos, a perda da qualidade de segurado acarreta na perda do direito ao benefício. Uma vez passado o período de graça e tendo havido a perda da qualidade de segurado, para que haja a reaquisição dessa qualidade de segurado, é necessário que o cidadão retome a contribuição ao INSS. Por fim, importante destacar que a perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. VII- MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE DEPENDENTE As hipóteses em que pode haver a perda da qualidade de dependente estão descritas no artigo 17 do Decreto 3.048/99. Veja: Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre: I - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; II - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos; III - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes: a) de completarem vinte e um anos de idade; b) do casamento; c) do início do exercício de emprego público efetivo; d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e IV - para os dependentes em geral: a) pela cessação da invalidez; ou b) pelo falecimento. UNIDADE I AULA III IX- CARÊNCIA Por ser um sistema contributivo, é razoável a exigência do cumprimento de carência para ter acesso a alguns benefícios previdenciários, assim como a dispensa de carência em outros benefícios, em vista até mesmo do equilíbrio financeiro e atuarial. O artigo 24 da Lei 8.213/91, ajuda no esclarecimento. “Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais. III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do caput do art. 11 e o art. 13 desta Lei: 10 (dez) contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) IV - auxílio-reclusão: 24 (vinte e quatro) contribuições mensais. [...] Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional. VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. [...] Art. 27-A Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefíciosde auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I, III e IV do caput do art. 25 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) O quadro abaixo resume bem os prazos de carência. Veja: ATENÇÃO: período de graça não se confunde com carência. X- FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO A inscrição é o ato formal que identifica o segurado na Previdência Social, representando o mero cadastro no RGPS, mediante comprovação de dados pessoais. Já a filiação ao regime previdenciário é o marco da relação jurídica entre os segurados e a Previdência Social do qual decorrem direitos e obrigações. O simples exercício de atividade remunerada implica automaticamente na filiação do segurado obrigatório, significando a inscrição a formalização desse vínculo no cadastramento no banco de dados da Previdência Social.. Art. 11, §§ 2º a 4º do Decreto 3.048/99 e art. 18 a 20 do Decreto 3.048/99. Inscrição do dependente: Art. 22, Dec. 3048/99. “A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos:” O Cadastro Nacional de Informação Social – CNIS é destinado a registrar informações de interesse da Administração Pública Federal e dos beneficiários da Previdência Social. UNIDADE II AULA 01 XI- SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO Art. 31 do Decreto 3.048/99 e artigo 28 da Lei 8.213/91. CONCEITO: é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salário- família, a pensão por morte, o salário-maternidade e os demais benefícios de legislação especial. Com a Reforma da Previdência trazida pela EC 103/19, foi alterada a forma de se calcular o salário-de-benefício. Antes de 13/11/2019, calculava-se o valor do salário-de-benefício pela média aritimética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição. Após a aprovação da Reforma da Previdência, para se calcular o salário-de-benefício, aplica-se a média aritimética simples de 100% dos salários-de-contribuição, a partir de julho/1994, não sendo mais desconsiderados os 20% menores salários-de-contribuição. Antes da Reforma da Previdência, o cálculo do salário-de-benefício nas aposentadorias por tempo de contribuição poderia levar em conta uma variável denominada Fator Previdenciário, onde era levado em consideração a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. A fórmula do fator previdenciário era: Com a vigência da EC. 103/19, o Fator Previdenciário deixa de existir, uma vez que foi extinta a aposentadoria por tempo de contribuição, sendo aplicável o Fator Previdenciário apenas para calcular as aposentadorias por tempo de contribuição inseridas nas regras de transição trazidas pela referida Emenda Constitucional. XII- SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO Art. 28 da Lei 8.212/91 e art. 214 do Decreto 3.048/99 As contribuições dos trabalhadores e tomadores de serviços para o regime Geral da Previdência Social sobre uma base denominada salário-de-contribuição, que é utilizada no cálculo do valor da maioria dos benefícios. “Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I- para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; II- para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para a comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; III- para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5º; IV- Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere o § 5º. [...] § 12. Considera-se salário de contribuição a parcela mensal do Seguro-Desemprego, de que trata a Lei nº 7.998, de 1990, e a Lei nº 10.779, de 2003. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) LIMITES PARA O SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO Art. 28, §§3º e 5º da Lei 8.212/91, art. 214, §§3º e 5º do Decreto 3.048/99. O salário-de-contribuição tem limites máximo e mínimo para a incidência das contribuições mensais dos trabalhadores. Somente os segurados e um tipo de tomador de serviços, o empregador doméstico, utilizam tais limites para calcular seus recolhimentos mensais para a Previdência. As empresas e entidades a elas equiparadas não sofrem qualquer limitação para o cálculo da base de contribuição, utilizando, então, o salário-de-contribuição integral (valor bruto). · O limite mínimo corresponde ao piso salarial, legal ou normativo da categoria, ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo efetivo durante o mês. · O valor do limite máximo do salário-de-contribuição é publicado mediante portaria do Ministério da Previdência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. Atualmente, esse valor é de R$ 6.101,06. FATO GERADOR – O fato gerador da obrigação previdenciária é a remuneração paga ou creditada pelos serviços prestados pelo segurado, nascendo nesse momento, o fato gerador correspondente à obrigação tributária do empregador e do empregado de contribuírem para a seguridade social. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO, TRABALHADOR AVULSO E EMPREGADO DOMÉSTICO – Art. 33, §5º da Lei 8.212/91, art. 198 do Decreto 3.048/99 e art. 216, §5º do Decreto 3.048/99. As alíquotas de contribuição destes trabalhadores são progressivas, podendo variar entre 7,5% a 14%, conforme destacado anteriormente. Quanto maior a remuneração, mais elevado será o percentual incidente, respeitando os limites mínimos e máximos, que não é cumulativo. Importante registrar que nem sempre o contribuinte é o responsável pelo recolhimento de suas contribuições. Neste contexto, o art. 30 da Lei 8.212/91 prescreve que a empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração até o dia 10 do mês subseqüente à prestação do serviço. Já o empregador doméstico deve recolher a contribuição até o dia 07 do mês seguinte. O segurado que possui mais de um vínculo deverá comunicar a todos os seus empregadores, mensalmente, a remuneração recebida em cada trabalho, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário-de-contribuição sobre o qual deverá incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada (art. 78, IN 003/SRP). Esta regra também é aplicada ao trabalhador avulso que prestar serviço, concomitantemente, como empregado (art. 78, §4º, IN 003/SRP). Descontar as contribuições dos trabalhadores e não repassar à Previdência constitui crime de apropriação indébita – art. 168-A do Código Penal. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO – Art. 21 da Lei 8.212/91, art. 4º e 5º da Lei 10.666/03, art. 199 e 199-A do Decreto 3.048/99, art. 216, II e XII do Decreto 3.048/99, 216, §§15, 20 a 31I do Decreto 3.048/99 e 216-A do Decreto 3.048/99. O contribuinte individual, via de regra, tem sua contribuição descontada da sua remuneração, com retenção da alíquota de 11% desta, quando prestar serviço à empresaou entidade a ela equiparada, até o limite do teto do salário-de-contribuição (R$ 6.101,06). A empresa fica obrigada a efetuar o recolhimento desta retenção, juntamente com a sua contribuição mensal, até o dia 10 do mês subseqüente à prestação do serviço. Tratando-se de entidade beneficente de assistência social “isenta” das contribuições sociais patronais, a alíquota de retenção a ser aplicada é de 20%. A cooperativa de trabalho é obrigada a descontar 11% do valor da quota distribuída ao cooperado, referentes ao serviço por ele prestado a pessoas jurídicas e 20% em relação aos serviços prestados a pessoas físicas, devendo recolher o produto desta arrecadação até o dia 15 do mês seguinte. Caso a cooperativa contratar contribuintes individuais a ela não filiados, deve efetuar a retenção, como qualquer empresa, da alíquota de 11%. Caso o contribuinte individual preste serviços à pessoa física, deve efetuar pessoalmente o recolhimento da alíquota de 20% até o dia 15 do mês subseqüente. Já quanto ao contribuinte facultativo, a alíquota de contribuição será de 20% sobre o respectivo salário-de-contribuição. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL – Art. 195, §8º da CR, art. 25 da Lei 8.212/91 e art. 200 do Decreto 3.048/99. Como a atividade agrícola deste segurado somente gera renda no período da colheita, motivo pelo qual a Constituição Federal o autorizou a recolher sua contribuição com base em um percentual incidente sobre a venda da produção rural. A alíquota de contribuição é de 2% sobre o bruto arrecadado com a comercialização da produção rural, acrescida de 0,1% para o custeio do GILRAT - Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho, que permitirá receber o benefício do auxílio-acidente. Também deve adicionalmente contribuir com a alíquota de 0,2% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, totalizando, portanto, a alíquota de 2,3% sobre a produção e não sobre o salário-de-contribuição. Por força desta forma diferenciada de contribuir, o segurado especial terá como forma de cálculo de seu benefício equivalente ao salário mínimo, podendo, facultativamente, da mesma forma do contribuinte individual, pagando mensalmente a alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição que escolher, podendo, assim, Receber benefícios superiores a um salário mínimo. Importante registrar que esta faculdade não retira o segurado especial da condição de segurado obrigatório. No caso do segurado especial vender sua produção à pessoa jurídica, esta fica obrigada a reter a alíquota de 2,3% do valor bruto da produção e repassá-la à Previdência até o dia 10 do mês subseqüente, não gerando a exportação da produção rural obrigações tributárias – art. 149, §2º da CR (imunidade às exportações). CONTRIBUIÇÕES DOS TOMADORES DE SERVIÇOS São as contribuições dos empregadores, das empresas e entidades a elas equiparadas, sendo as contribuições sociais destes incidentes na: a) folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) receita ou faturamento; c) lucro. Somente as contribuições sobre a folha de pagamento e demais rendimentos são classificados como contribuições previdenciárias, já que são destinadas unicamente ao custeio dos benefícios da previdência social – art. 167, XI da CR. As contribuições sobre a receita ou faturamento (PIS e COFINS) e as incidentes sobre o lucro (CSLL – Contribuição Sobre o Lucro Líquido) destinam-se ao financiamento de toda a seguridade social, incluindo as áreas da saúde, previdência social e assistência social. CONTRIBUIÇÕES DOS EMPREGADORES DOMÉSTICOS Art. 15, II da Lei 8.212/91, art. 211 do Decreto 3.048/99, art. 216, VIII do Decreto 3.048/99 e art. 216, §§5º, 16 e 18 do Decreto 3.048/99. A alíquota de contribuição é de 12% do salário registrado na carteira de trabalho e previdência social – CTPS, observados os limites mínimo (R$1.045,00) e máximo (R$ 6.101,06). O empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico e recolhê-la, juntamente com a parcela a seu cargo, até o dia 07 do mês subseqüente à prestação do serviço. No período da licença maternidade da empregada doméstica, cabe ao empregador doméstico apenas o recolhimento da contribuição a seu cargo – 12% - visto que o salário maternidade é pago diretamente pelo INSS, que já desconta a contribuição do segurado empregado doméstico. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA E EQUPARADOS SOBRE A REMUNERAÇÃO DE EMPREGADOS E AVULSOS · Contribuição básica para o custeio do RGPS – Art. 22, I, §6º da Lei 8.212/91 e art. 201, I e §6º do Decreto 3.048/99. As empresas e seus equiparados devem contribuir com a alíquota de 20% sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados e avulsos que lhes prestem serviço durante o mês, sendo o fator gerador a prestação de serviços. No caso das instituições financeiras, é devida, complementarmente, uma contribuição adicional de 2,5% sobre a remuneração dos empregados e avulsos, totalizando a alíquota de 22,5%. · Contribuição para o custeio do SAT/GILRAT – parcela básica – Art. 22, II, §1º da Lei 8.212/91 e art. 202 do Decreto 3.048/99. O termo SAT – Seguro de Acidente de Trabalho era utilizado pela redação original dôo art. 22, II da Lei 8.212/91. Com a alteração do texto, a momenclatura foi modificada para GILRAT – Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho. Para o financiamento dos benefícios ocasionados por acidente de trabalho e das aposentadorias especiais, foi criada a contribuição para o SAT/GILRAT, incidente sobre a remuneração paga ou creditada pelas empresas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e avulsos que lhes prestem serviço, com as seguintes alíquotas: a) 1% para as empresas cuja atividade tem risco de acidente de trabalho leve; b) 2% para as empresas cuja atividade tem risco de acidente de trabalho médio; c) 3% para as empresas cuja atividade tem risco de acidente de trabalho alto. A relação das atividades e o grau de risco de acidente de trabalho está discriminada no Anexo V do Decreto 3.048/99. · Contribuição adicional ao SAT/GILRAT para o custeio das aposentadorias especiais – Art. 57, §§6º e 7º da Lei 8.213/91 e art. 202, §1º do Decreto 3.048/99. A aposentadoria especial é devida aos segurados empregados, avulsos e contribuintes individuais filiados à cooperativa de trabalho que tenham trabalhado durante 15, 20 e 25 anos, conforme o caso, em condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física. As alíquotas do GILRAT serão acrescidas de 6%, 9% ou 12%, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado, a serviço da empresa, ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, incidindo exclusivamente sobre a remuneração dos segurados expostos aos agentes nocivos, que são: · Físicos – Ruídos, vibrações, calor, umidade, eletricidade, dentre outros; · Químicos – Poeiras, fumos, gases, vapores nocivos, dentre outros; · Biológicos – Microorganismos como bactérias, parasitas, vírus, dentre outros. Exemplo: A padaria P&C possui 09 empregados, sendo que apenas 02 destes exercem a atividade expostos ao agente nocivo calor, totalizando a folha de pagamento em R$8.000,00 – sendo R$2.500,00 pagos a estes 02 empregados. Sabendo que a alíquota de SAT/GILRAT é de 3% e que os padeiros têm direito à aposentadoria especial de 25 anos de contribuição, o valor da contribuição patronal deve ser de R$1.990,00. DESCRIÇÃO VALOR PAGAMENTO PARCELA BÁSICA 20% x 8.000,00 = R$1.600,00 PAGAMENTO PARCELA DO GILRAT 03% x 8.000,00 = R$240,00 PAGAMENTO ADICIONAL DO GILRAT 06% x 2.500,00 = R$150,00 TOTAL CONTRIBUIÇÃO PATRONAL R$1.990,00 · Contribuição para outras entidades e fundos (“terceiros”) – Art. 240 da CR e art. 274 do Decreto 3.048/99. O art. 240 da Constituição Federal dispõe que é possível instituir a cobrança de contribuiçõescompulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinada às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculada ao sistema sindical (“terceiros”). A contribuição para “terceiros” é incidente sobre as remunerações pagas ou creditadas aos empregados e segurados avulsos que prestem serviços à empresa. Estas entidades são: FNDE (salário-educação), INCRA, SESI, SENAC, SESC, SEBRAE, SENAT, SEST, SESCOOP, SENAR, DPC e Fundo Aeroviário. Estas receitas não são da seguridade social ou previdência social, mas, utilizada a mesma base de cálculo das contribuições destinadas à Previdência Social, a SRFB recebeu a missão de arrecadar, fiscalizar e cobrar estas contribuições, repassando-as para cada entidade – art. 3º, §4º da Lei 11.457/07, sendo a Previdência Social remunerada com o percentual de 3,5% do montante arrecadado, exceto sobre o salário-educação, cujo percentual é de 1%. A empresa somente vai recolher para “terceiros” relacionados com sua atividade, conforme relação do Anexo XIX da IN SRP 003/05, e respectivas alíquotas – Anexo II da IN SRP 003/05. · Contribuição sobre o 13º salário dos empregados – Art. 214, §§6º e 7º e art. 214, §§1º a 3ª todos do Decreto 3.048/99. A gratificação natalina – 13º salário – integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário de benefício, devendo as contribuições da empresa e segurado ser calculadas separadamente das contribuições incidentais sobre a remuneração de dezembro. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA E EQUIPARADOS SOBRE AS REMUNERAÇÕES DOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS – Art. 22, III da Lei 8.212/91, art. 1º, §2º da Lei 10.666/03 e art. 201, II e §6º do Decreto 3.048/99. As empresas e equiparados devem contribuir com a alíquota de 20% sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviço durante o mês. No caso das instituições financeiras é devida, complementarmente, uma contribuição adicional de 2,5%, totalizando uma alíquota de 22,5%. CONTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA DE PRODUÇÃO Cooperativas de produção são aquelas em que os associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha os meios de produção, sendo estas equiparadas à empresa para fins de pagamento das contribuições previdenciárias, e, os cooperados, contribuintes individuais. Assim, quando a cooperativa de produção remunerar os cooperados a ela filiados, deve contribuir com a alíquota de 20%, e, quando remunerar os empregados que trabalham na administração da cooperativa, deve pagar todas as contribuições patronais pertinentes (20% + SAT/GILRAT + terceiros), podendo ter acréscimo de 6%, 9% ou 12% de adicional no caso de cooperados exercer atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após, 15, 20 ou 25 anos de contribuição – art. 1º, §2º da Lei 10.666/03. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA SOBRE OS SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS DE TRABALHO E CONTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA DE TRABALHO Art. 22, IV da Lei 8.212/91, art. 1, §1º da Lei 10.666/03 e art. 201, III e §6º do Decreto 3.048/99. A empresa deve pagar contribuição previdenciária de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços de cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, e, no caso de contratação de profissionais filiados a estas cooperativas para exercerem atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física, contribuem adicionalmente com as alíquotas de 5%, 7% ou 9%, nos casos em que os agentes nocivos ensejem direito à aposentadoria especial de 15, 20 ou 25 anos – art. 1º, §1º da Lei 10.666/03. CONTRIBUIÇÃO SUBSTITUTIVA DA PARTE PATRONAL As empresas contribuem para a Previdência Social, utilizando como base de cálculo, a folha de remuneração dos trabalhadores que lhes prestam serviços, podendo esta base ser alterada em razão da atividade econômica do contribuinte (art. 195, §9º da CR), passando a empresa a contribuir para o RGPS sobre uma base diferenciada, sendo estas atividade as: ASSOCIAÇÕES DESPORTIVAS QUE MAMTÊM EQUIPE DE FUTEBOL PROFISSIONAL – Art. 22, §§6º a 10 da Lei 8.212/91 e art. 205 do Decreto 3.048/99 A contribuição empresarial das associações desportivas que mantêm equipe de futebol profissional corresponde a 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo o território nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, além de 5% da receita de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos (art. 22, §6º da Lei 8.212/91). Caso a associação desportiva contrate contribuinte individual, deverá pagar 20% sobre sua remuneração, da mesma forma que contratando cooperativa de trabalho deverá recolher 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura. PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA – Art. 22-B e 25 da Lei 8.212/91 e art. 205 do Decreto 3.048/99. A contribuição do produtor rural pessoa física, em substituição à parte patronal relativa à prestação de serviços de empregados e avulsos, é de: · 2% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; · 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural para fins de financiamento das prestações por acidente de trabalho (SAT/GILRAT). O produtor rural deve ainda recolher 0,2% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2,5% para o FDNE (salário-educação) e 0,2% para o INCRA, todas incidentes sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos. PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA – Art. 25 da Lei 8.870/94 e art. 201, IV do Decreto 3.048/99. A contribuição do produtor rural pessoa jurídica, em substituição à parte patronal relativa à prestação de serviços de empregados e avulsos, é de: · 2,5% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; · 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural para fins de financiamento das prestações por acidente de trabalho (SAT/GILRAT). O produtor rural pessoa jurídica deve ainda recolher 0,25% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2,5% para o FDNE (salário-educação) e 0,2% para o INCRA, todas incidentes sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos. AGROINDÚSTRIA – Art. 22-A da Lei 8.212/91 e art. 201-A do Decreto 3.048/99. A agroindústria é o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica é a industrialização da própria produção, podendo, adicionalmente, industrializar produção adquirida de terceiros. A contribuição da agroindústria, em substituição à parte patronal, incidente sobre a prestação de serviços de empregados e avulsos, é de: · 2,5% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; · 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural para fins de financiamento das prestações por acidente de trabalho (SAT/GILRAT). A agroindústria deve ainda recolher 0,25% para o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 2,5% para o FDNE (salário-educação) e 0,2% para o INCRA, todas incidentes sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos. OUTRAS RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL – Art. 27 da Lei 8212/91 e art. 213 do Decreto 3.048/99. O art. 27 da Lei 8.212/91 elenca outras fontes de recursos que alimentam a seguridade social: I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; V - as doações, legados subvenções e outras receitas eventuais; VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; VIII - outras receitas previstas em legislação específica.PARCELAS INTEGRANTES E NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO Art. 214, §§ 2º, 6º a 9º do Decreto 3.048/99. RESUMUMINDO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO Base de cálculo da Renda Mensal Inicial SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO Base de cálculo da contribuição do segurado UNIDADE II AULA 02 XIV- RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO OU RENDA MENSAL INICIAL Já para se obter a Renda Mensal do Benefício, também conhecida por Renda Mensal Inicial (RMI), que é o valor que o segurado recebe em dinheiro, mês a mês, deve-se aplicar a seguinte sistemática: a) o segurado recolhe suas contribuições sociais, mensalmente, com aplicação de uma alíquota sobre o seu salário de contribuição; b) ao requerer o benefício previdenciário, o salário de benefício será definido pela média dos 100% SC (salários de contribuição) da vida laboral do segurado; c) a RMB do benefício será obtida com a aplicação de um % sobre o SB. 100% percentual %SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO SALÁRIO DE BENEFÍCIO RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO O artigo 33 e seguintes da Lei 8.213/91 elucida sobre a RMI. “Art. 33. A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição (teto), ressalvado o disposto no art. 45 desta Lei. Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serão computados: I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, os salários de contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis, observado o disposto no § 5o do art. 29-A; II - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal do auxílio-acidente, considerado como salário de contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria, nos termos do art. 31; III - para os demais segurados, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições efetivamente recolhidas. Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor de seus salários de contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários de contribuição. Art. 36. Para o segurado empregado doméstico que, tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento das contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições.”. As excessões trazidas pelo artigo 45 como limites da Renda Mensal Inicial são: acréscimo de 25% nas aposentadorias por invalidez quando o segurado necessitar de ajuda de terceiros e para o pagamento do salário-maternidade da segurada empregada. Não pode ser inferior ao salário mínimo Exceções Salário-família Auxílio-acidente RMI Aposentadoria por Não pode ser superior ao teto Invalidez + 25% do salário-de-contribuição Exceções Salário-maternidade segurada empregada UNIDADE II AULA 03 XV – PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA Os artigos 103 e 103-A da Lei 8.213/91 dispõem sobre a decadência e a prescrição para o segurado e para o INSS quando se tratar de concessão de benefício previdenciário. O artigo 103 da Lei 8.21391 traz a seguinte redação, tratando no caput sobre a DECADÊNCIA: “Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício e do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de 10 (dez) anos, contado: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; ou (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)”. ATENÇÃO: “SÚMULA 81 do CJF. Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91, nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão. (PEDILEF n. 0503504-02.2012.4.05.8102, data do julgamento: 18/6/2015).” Por outro lado, a PRESCRIÇÃO para o segurado ou o beneficiário para o ajuizamento de ação para cobrar prestações vencidas ou diferenças devidas pela Previdência Social é de 05 (cinco) anos, nos termos do parágro único do art. 103 da Lei 8.213/91. “Art. 103. [...] Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.”. O prazo prescricional é contado a partir da data em que as verbas deveriam ter sido pagas e os benefícios previdenciários são pagos em parcelas mensais. Portanto, o prazo prescricional se conta a partir da data do vencimento de cada parcela mensal, por serem verbas de caráter alimentar, possuindo caráter de verbas de trato sucessivo. A Súmula 85 do STJ vai exatamente neste sentido: “SÚMULA 85, STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior a propositura da ação.”. Veja esta decisão no REsp 1407710 sobre o tema e que se aplica a muitas revisões de benefícios previdenciários: “PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 103 DA LEI 8.213/91. 1. Hipótese em que se consignou que "a decadência prevista no artigo 103 da Lei 8.213/91 não alcança questões que não restaram resolvidas no ato administrativo que apreciou o pedido de concessão do benefício. Isso pelo simples fato de que, como o prazo decadencial limita a possibilidade de controle de legalidade do ato administrativo, não pode atingir aquilo que não foi objeto de apreciação pela Administração". 2. O posicionamento do STJ é o de que, quando não se tiver negado o próprio direito reclamado, não há falar em decadência. In casu, não houve indeferimento do reconhecimento do tempo de serviço exercido em condições especiais, uma vez que não chegou a haver discussão a respeito desse pleito. 3. Efetivamente, o prazo decadencial não poderia alcançar questões que não foram aventadas quando do deferimento do benefício e que não foram objeto de apreciação pela Administração. Por conseguinte, aplica-se apenas o prazo prescricional, e não o decadencial. Precedentes do STJ. 4. Agravo Regimental não provido.”. (STJ, REsp 1407710) Importante destacar também o Recurso Extraordinário nº 626.489 que trata da questão da prescrição e decadência em matéria previdenciária: “9. (...) Notocante ao direito à obtenção de benefício previdenciário, a disciplina legislativa não introduziu prazo algum. Vale dizer: o direito fundamental ao benefício previdenciário pode ser exercido a qualquer tempo, sem que se atribua qualquer consequência negativa à inércia do beneficiário.”. (STF, RE 626.489). Por sua vez, a DECADÊNCIA para o INSS está descrita no artigo 103-A da Lei 8.213/91 trata de situações em que a Previdência Social poderá anular seus atos, quando for favorável ao segurado. Veja: “Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.” Finalmente, importante destacar também uma situação bastante comum: quando o segurado contribuinte individual deixou de efetuar as contribuições previdenciárias e deseja realizar o pagamento dessas contribuições para fins de aumentar seu tempo de contribuição. A perda do direito da Receita Federal de executar judicialmente o crédito previdenciário já constituído, em virtude de não tê-lo exercido dentro do prazo legal definido em lei, contra o sujeito passivo é de 05 (cinco) anos contados da sua constituição definitiva, nos termos do art. 45-A da Lei nº 8.212/91. Aqui, o segurado vai INDENIZAR o INSS pelas contribuições não realizadas, uma vez, passados mais de 05 (cinco) anos, elas não podem ser exigidas do contribuinte! “Art. 45-A. O contribuinte individual que pretenda contar como tempo de contribuição, para fins de obtenção de benefício no Regime Geral de Previdência Social ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, período de atividade remunerada alcançada pela decadência deverá indenizar o INSS. § 1o O valor da indenização a que se refere o caput deste artigo e o § 1o do art. 55 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, corresponderá a 20% (vinte por cento): I – da média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, reajustados, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994; ou II – da remuneração sobre a qual incidem as contribuições para o regime próprio de previdência social a que estiver filiado o interessado, no caso de indenização para fins da contagem recíproca de que tratam os arts. 94 a 99 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, observados o limite máximo previsto no art. 28 e o disposto em regulamento. § 2o Sobre os valores apurados na forma do § 1o deste artigo incidirão juros moratórios de 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, capitalizados anualmente, limitados ao percentual máximo de 50% (cinqüenta por cento), e multa de 10% (dez por cento). §3o O disposto no §1o deste artigo não se aplica aos casos de contribuições em atraso não alcançadas pela decadência do direito de a Previdência constituir o respectivo crédito, obedecendo-se, em relação a elas, as disposições aplicadas às empresas em geral.” XVI- CUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS É vedada a cumulação de: - Aposentadoria de qualquer regime com remuneração de cargo, emprego ou função pública – ressalvados os casos previstos no artigo 37 da CR; - Mais de uma aposentadoria do RGPS - Mais de uma pensão de cônjuge, ressalvados os casos previstos no artigo 37 da CR Vamos relembrar o que diz o artigo 37, inc. XVI da CR sobre acumulação de cargos no serviço público: “Art. 37. [...] XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;” Veja o que diz o artigo 24 da EC 103/2019. “Art. 24. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime de previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da Constituição Federal. § 1º Será admitida, nos termos do § 2º, a acumulação de: I - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal; II - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência social ou com proventos de inatividade decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal; ou III - pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência social. § 2º Nas hipóteses das acumulações previstas no § 1º, é assegurada a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas: I - 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-mínimos; II - 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-mínimos; III - 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro) salários-mínimos; e IV - 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos. § 3º A aplicação do disposto no § 2º poderá ser revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, em razão de alteração de algum dos benefícios. § 4º As restrições previstas neste artigo não serão aplicadas se o direito aos benefícios houver sido adquirido antes da data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.”. RESUMINDO: É Permitida a cumulação de: - Pensão + Pensão de outro regime de previdência (inc. I do art. 24) - Pensão RGPS ou RPPS + aposentadoria RGPS ou RPPS ou militar (inc. II do art. 24) - Pensão militar + aposentadoria RGPS ou RPPS (inc. III do art.24) - Pensão RGPS + pensão RPPS (caput art. 24) - Pensão RPPS + pensão RPPS se decorrer de cargos públicos acumuláveis do art. 37 da CR (caput do art 24) - Aposentadoria RGPS + aposentadoria RPPS (não há vedação expressa na CR) Na hipótese de acumulação é assegurado o direito de recebimento do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas: · I – 60% do valor que exceder um salário-mínimo, até o limite de 2 SM; · II – 40% do valor que exceder dois salários mínimos, até o limite de 3 SM; e · III – 20% do valor que exceder três salários mínimos, até o limite de 4 SM. · IV – 10% do valor que exceder 4 salários mínimos. Exemplo: Aposentadoria no valor de R$ 15.000,00 e Pensão no valor de R$10.000,00. A pensão será calculada da seguinte forma: - 1º Salário mínimo - 100% de R$ 1045,00 = R$ 1045,00 - 2º salário mínimo - 60% de R$ 1045,00 = R$ 627,00 - 3º salário mínimo - 40% de R$ 1045,00 = R$ 418,00 - 4º salário mínimo - 20% de R$ 1045,00 = R$ 209,00 - 10% do que ultrapassar 4 SM = 10% x (R$10.000,00 – R$4.180,00) = R$ 582,000 - Total da pensão: R$ 2.881,00 Obs.: estas regras poderão ser modificadas por Lei. - Os critérios trazidos pela EC 103/19 só serão aplicados às acumulações que ocorrerem após a data de promulgação desta. Logo, os casos de acumulação de pensões e aposentadorias anteriores à EC 103/2019 terão resguardadosos direitos adquiridos e não sofrerão mudanças. UNIDADE III AULA 01 XVII- APOSENTADORIA POR IDADE - Art. 201, §7º, II da CR “Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: [...] § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)”. Conceito – A aposentadoria por idade é uma prestação previdenciária paga mensalmente ao segurado que complementar 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher, reduzindo a idade para 60 anos, se homem, e para 55 se mulher, no caso de trabalhadores rurais. A redução de 05 anos também se aplica ao segurado garimpeiro que trabalhe em regime de economia familiar. Com a vigência da EC 103/19, o Brasil aboliu a aposentadoria por tempo de contribuição, passando a viger a aposentadoria por idade mínima. - Beneficiários – Todos os segurados (empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, *segurado especial e o facultativo). - Requisito – Idade mínima de: · HOMEM: 65 anos · MULHER: 62 anos - Carência – 180 contribuições mensais. Para os homens que ingrerssarem no sistema previdenciário a partir da vigência da EC 103/19, em 13/11/2019, a carência passa a ser de 240 contribuições. - Renda mensal – 60% da média de 100% dos salários-de-contribuição + 2% a cada ano que exceder 20 anos de contribuição para homens e 15 anos de contribuição para mulheres. - Início do pagamento – Para o empregado e empregado doméstico, a partir da data de desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias deste fato; ou a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias. Para os demais segurados, a partir da data de entrada do requerimento. - Suspensão do pagamento – Cumpridos os requisitos não há situação que gere a sua suspensão. - Cessação do pagamento – Quando ocorrer a morte do segurado. - Regra de transição na aposentadoria por idade: Para as mulheres aumentam 6 meses a cada ano até 2023 (quando alcança 62 anos de idade). Para os homens, não muda nada, uma vez que a idade mínima de aposentadoria já era de 65 anos. Aposentadoria do trabalhador rural (segurado especial) - Art. 25, §1º da EC 103/19 “Art. 25. § 1º Para fins de comprovação de atividade rural exercida até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, o prazo de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 38-B da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, será prorrogado até a data em que o Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS atingir a cobertura mínima de 50% dos segurados especiais rurais de que trata o § 8º. do Art. 195 da CF, apurada conforme quantitativo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD.”. - Sem alteração pela EC 103/19. Permanece: · HOMEM: 60 anos · MULHER: 55 anos · 15 anos de atividade rural XVIII- APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO - Art. 201, §7º, I da CR Com a aprovação da Reforma da Previdência (EC 103/19), o até então vigente art. 201, §7º, inc. I da CR que dispunha sobre a aposentadoria por tempo de contribuição foi revogado, deixando de existir a aposentadoria por tempo de contribuição, valendo esta modalidade de aposentadoria apenas para os casos de regras de transição descritas no corpo da EC 103/19. ATENÇÃO: Para quem se filiou ao RGPS após a Reforma da Previdência (EC 103/19) não será possível a aposentadoria por tempo de contribuição Porém, importante destacar como eram as regras vigentes da aposentadoria por tempo de contribuição anteriores à aprovação da Reforma da Previdência, pois, em muitos casos, o segurado poderia ter se aposentado sob a égide dessas normas, o que na maioria das vezes representaria uma vantagem econômica considerável. Vejamos como eram essas regras: Conceito – benefício pago aos segurados que completassem: - HOMEM: 35 anos de contribuição - MULHER: 30 anos de contribuição ATENÇÃO: redução de 05 anos para os professores do ensino fundamental e médio. Renda mensal – - Para MULHER: 100% do SB, aos 30 anos de contribuição - Para HOMEM: 100% do SB, aos 35 anos de contribuição - Para a PROFESSORA: 100% do SB, aos 25 anos de contribuição - Para o PROFESSOR: 100% do SB, aos 30 anos de contribuição - Para a MULHER portadora de deficiência: 100% do SB, aos 20 anos de contribuição (deficiência grave); aos 24 anos de contribuição (deficiência moderada) ou aos 28 anos de contribuição (deficiência leve). - Para o HOMEM portador de deficiência: 100% do SB, aos 25 anos de contribuição (deficiência grave); aos 29 anos de contribuição (deficiência moderada) ou aos 33 anos de contribuição (deficiência leve) Obs. I- É considerada pessoa com deficiência, de acordo com Lei Complementar 142/2013, aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, impossibilitem sua participação de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. Obs. II – Para aqueles que se aposentassem a partir do ano de 2015, existia uma nova regra de cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição, estabelecida pela Lei 13.183/15. Nesse sentido, o cálculo levava em consideração o número de pontos alcançados somando-se o tempo de contribuição do(a) segurado(a) e sua idade, a chamada Regra 85/95 Progressiva. Alcançados os pontos necessários, seria possível receber o benefício integral, sem aplicar o Fator Previdenciário. A progressividade ajustava os pontos necessários para obter a aposentadoria de acordo com a expectativa de sobrevida dos brasileiros. A tabela progressiva dos pontos era nesse sentido: Mulher Homem Até dez/2016 85 95 De jan/2017 a dez/18 86 96 De jan/2019 a dez/19 87 97 De jan/2020 a dez/20 88 98 De jan/2021 a dez/21 89 99 De jan/2022 em diante 90 100 Porém, importante frisar novamente que com a aprovação da EC 103/19, essas regras foram extintas, passando a valer tão somente regras de transição que serão estudadas logo adiante. - Beneficiários – Todos os segurados, exceto o especial, quando não contribuía como individual. - Carência – 180 contribuições mensais. - Renda mensal – Integral: 100% do salário de benefício aos 35 anos de contribuição para homens, e 30 para a mulher, sem limite de idade, multiplicada pelo Fator Previdenciário. - Início do pagamento – Para o empregado e empregado doméstico, a partir da data de desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias deste fato; ou a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias. Para os demais segurados, a partir da data de entrada do requerimento. - Suspensão do pagamento – Cumpridos os requisitos não há situação que gere a sua suspensão. - Cessação do pagamento – Quando ocorresse a morte do segurado. XX- REGRAS DE TRANSIÇÃO PARA AS APOSENTADORIAS POR IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 1ª regra de transição (Art. 15 da EC 103/19) "Art. 15. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, fica assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 30 (trinta) anos de contribuição,se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 1º e 2º. §1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação a que se refere o inciso II do caput será acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento e cinco) pontos, se homem. § 2º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se referem o inciso II do caput e o § 1º. § 3º Para o professor que comprovar exclusivamente 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, será equivalente a 81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, e 100 (cem) pontos, se homem. § 4º O valor da aposentadoria concedida nos termos do disposto neste artigo será apurado na forma da lei.”. RESUMINDO HOMEM: 35 anos de contribuição e 96 pontos + 01 ponto por ano até 105 pontos MULHER: 30 anos de contribuição e 86 pontos + 01 ponto por ano até 100 pontos PROFESSOR: 30 anos magistério e 91 pontos + 01 ponto por ano até 100 pontos PROFESSORA: 25 anos magistério e 81 pontos + 01 ponto por ano até 92 pontos Cálculo do valor do benefício: 60% da média aritmética de 100% dos salários de contribuição HOMEM: + 2% por ano de contribuição a partir de 20 anos MULHER: + 2% por ano de contribuição a partir de 15 anos 2ª regra de transição (Art. 16 da EC 103/19) “Art. 16. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II - idade de 56 (cinquenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos, se homem. § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade a que se refere o inciso II do caput será acrescida de 6 (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem. § 2º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a idade de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão reduzidos em 5 (cinco) anos, sendo, a partir de 1º de janeiro de 2020, acrescidos 6 (seis) meses, a cada ano, às idades previstas no inciso II do caput, até atingirem 57 (cinquenta e sete) anos, se mulher, e 60 (sessenta) anos, se homem. §3º O valor da aposentadoria concedida nos termos do disposto neste artigo será apurado na forma da lei.” RESUMINDO HOMEM: 35 anos contribuição + 61 idade (+ 06 meses/ ano na idade até 65 anos) MULHER: 30 anos contribuição + 56 idade (+ 06 meses/ano na idade até 62 anos) Aumentam 6 meses a cada ano até 2031 para as mulheres (quando alcança 62 anos) e até 2027 para os homens (quando alcança 65 anos) PROFESSOR: 30 anos magistério + 56 idade (+06 meses/ano na idade até 60 anos) PROFESSORA: 25 anos magistério + 51 idade (+06 meses/ano na idade até 57 anos) Cálculo do valor do benefício: 60% da média aritmética de 100% dos salários-de-contribuição HOMEM: + 2% por ano de contribuição a partir de 20 anos MULHER: + 2% por ano de contribuição a partir de 15 anos UNIDADE III AULA 02 3ª Regra de transição (Art. 17 da EC 103/19) "Art. 17. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional e que na referida data contar com mais de 28 (vinte e oito) anos de contribuição, se mulher, e 33 (trinta e três) anos de contribuição, se homem, fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II - cumprimento de período adicional correspondente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem. Parágrafo único. O benefício concedido nos termos deste artigo terá seu valor apurado de acordo com a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações calculada na forma da lei, multiplicada pelo fator previdenciário, calculado na forma do disposto nos §§ 7º a 9º do art. 29 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.”. RESUMINDO HOMEM: 33 anos ou mais de contribuição até promulgação da Emenda (35 anos de contribuição + 50% do tempo que faltava na data da promulgação da Emenda) MULHER: 28 anos ou mais de contribuição até promulgação da Emenda (30 anos de contribuição + 50% do tempo que faltava na data da promulgação da Emenda) Cálculo do valor do benefício: Média de 100% dos maiores salários de contribuição com aplicação do Fator Previdenciário. 4ª Regra de transição (Art. 18 da EC 103/19) “Art. 18. O segurado de que trata o inciso I do § 7º do art. 201 da Constituição Federal filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e II - 15 (quinze) anos de contribuição, para ambos os sexos. § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 (sessenta) anos da mulher, prevista no inciso I do caput, será acrescida em 6 (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade. § 2º O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na forma da lei.”. RESUMINDO: HOMEM: 65 anos de idade MULHER: 60 anos de idade + 06 meses por ano até atingir 62 anos AGRICULTOR: 60 anos de idade AGRICULTORA: 55 anos de idade Cálculo do valor do benefício: 60% da média aritmética de 100% dos salários-de-contribuição HOMEM: + 2% por ano de contribuição a partir de 20 anos MULHER: + 2% por ano de contribuição a partir de 15 anos Agricultores de ambos os sexos: 01 salário mínimo 5ª Regra de transição (Art. 20 da EC 103/19) “Art. 20. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se voluntariamente quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem; II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; III - para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; IV - período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no inciso II. § 1º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para ambos os sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cinco) anos. § 2º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do disposto neste artigo corresponderá: I - em relação ao servidor público que tenha ingressado no serviço públicoem cargo efetivo até 31 de dezembro de 2003 e que não tenha feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da Constituição Federal, à totalidade da remuneração no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, observado o disposto no § 8º do art. 4º; e II - em relação aos demais servidores públicos e aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, ao valor apurado na forma da lei. § 3º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do disposto neste artigo não será inferior ao valor a que se refere o § 2º do art. 201 da Constituição Federal e será reajustado: I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, se cumpridos os requisitos previstos no inciso I do § 2º; II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social, na hipótese prevista no inciso II do § 2º. § 4º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de previdência social.”. RESUMINDO: HOMEM: 60 idade + 35 contribuição + 100% da contribuição que faltava na data da promulgação MULHER: 57 idade + 30 contribuição + 100% da contribuição que faltava na data da promulgação Cálculo do valor do benefício: Média aritmética de 100% dos salários-de-contribuição. Exemplo: uma segurada com 52 anos de idade e 27 de contribuição. Sobre os 3 anos faltantes, aplica-se o pedágio de 100%, ou seja, mais 3 anos (3 + 3 = 6 anos). Completará o tempo + o pedágio aos 58 anos de idade e terá alcançados os requisitos da aposentadoria. XXI- APOSENTADORIA ESPECIAL – Art. 201, §1º, inc II da CR e Arts. 57 e 58 da Lei 8.213/91 Conceito – É o benefício pago ao segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 e 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou sua integridade física. Beneficiários – Segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais filiados à cooperativa de trabalho e produção. Requisito – Exercício do trabalho sujeito à exposição contínua e habitual a agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos, durante 15, 20 ou 25 anos. O exercício da atividade sujeita a condições especiais deverá ser de forma permanente, e não ocasional nem intermitente, com efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. - Até a publicação da Lei Federal 9.032/95, a comprovação do exercício da atividade especial ocorria por enquadramento funcional do segurado. Após a vigência da referida lei, passou-se a exigir a efetiva exposição do segurado a agentes nocivos, mediante formulário estabelecido pelo INSS. A Lei 9.528/97 criou o PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (PPP), que é um documento em que a empresa deve descrever as atividades desenvolvidas pelo trabalhador. Os agentes FÍSICOS, QUÍMICOS e BIOLÓGICOS estão descritos no Anexo IV do Decreto 3.048/99. Para comprovar a efetiva exposição aos agentes físicos, químicos e biológicos deve ser respeitado o que era exigido na legislação que vigorava à época do exercício da atividade: formulários SB-40 e DSS-8030 até a vigência do Decreto 2.172/97. Após a edição do citado Decreto, laudo técnico (PPP), na forma da Lei 9.528/97. Importante destacar que a Súmula 198 do antigo Tribunal Federal de Recursos, dizia que “Atendidos os demais requisitos, é devida a aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, ainda que não inscrita em regulamento.”. O STJ segue essa orientação, conforme se pode ver no Resp 600.277/RJ: “1. É que o fato das atividades enquadradas serem consideradas especiais por presunção legal, não impede, por óbvio, que outras atividades, não enquadradas, sejam reconhecudas como insalubres, perigosas ou penosas por meio de comprovação pericial.”. O agente “rúido” – é bastante comum que muitas atividades exercidas pelos segurados, tenham exposição a níveis elevados de rúidos. Porém, nem todas as atividades com elevado nível de rúido, são consideradas especiais para fins de aposentadoria especial. A TNU editou a Súmula 32 que traz importante ensinamento acerca dos limites dos níveis de ruído para enquadramento da aposentadoria especial: “SÚMULA 32 – O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, va vigência do Decreto 53.831/64 (item 1.1.60; superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003.”. Logo, a exposição a níveis elevados de ruído pode ser considerada da seguinte forma: 1) Acima de 80 decibéis até 05/03/1997. 2) Acima de 90 decibéis de 06/03/1997 até 18/11/2003. 3) Acima de 85 decibéis a partir de 19/11/2003. Outra questão muito discutida é se o uso do EPI (equipamento de proteção individual) pelo segurado, para fins de ruído, neutraliza e consequentemente descaracteriza a atividade especial. O STJ reiteradas vezes já firmou entendimento de que o uso do EPI, para fins de ruído, não descaracteriza a atividade especial. Além disso, outra questão controvertida é se existe a necessidade de laudo técnico (além do PPP) para comprovação do tempo especial da exposição a ruído e calor. Novamente o STJ, no Incidente de Uniformização (petição 10.262/RS), assentou entendimento de que, comprovada a exposição ao ruído apenas com base em PPP, fica dispensado a comprovação em laudo técnico (LTCAT), desde que não impugnadas especificamente as informações dele constantes. Carência – 180 contribuições mensais. Renda mensal – A EC 103/19 alterou a forma do cálculo da aposentadoria especial, que passar a ser: 60% (da média de 100% dos salários-de-contribuição) + 2% por ano que ultrapassar 20 anos de tempo (ou aos 15, quando for aposentadoria aos 15 anos do mineiro ou no caso de mulher). Início do pagamento – Para o empregado: a partir da data do desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias deste fato; ou a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo de 90 dias do desligamento. Para os demais segurados (avulso e cooperados), a partir da data de entrada do requerimento. Suspensão do pagamento – Retorno ao trabalho que exponha o segurado a agentes nocivos (embora a lei trate como cessação). Cessação do pagamento – Quando ocorrer a morte do segurado. ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA EC 103/19 – Art. 201, §1º, inc II da CR “Art. 201, § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvado, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: [...] II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação destes agentes, vedados a caracterização por categoria profissional ou ocupação e o enquadramento por periculosidade.” REGRA PERMANENTE ATENÇÃO: REGRA TRANSITÓRIA (não é regra de transição) “Art. 19 (da EC 103/19) [...] § 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria: I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nosarts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, quando cumpridos: a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição; b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição;”. - Fim da conversão do tempo especial em tempo comum após a EC 103/19 “Art. 25 (EC 103/19) [...] § 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após esta data.”. 6ª Regra de Transição (Art. 21 da EC 103/19) “Art. 21. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional cujas atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, desde que cumpridos, no caso do servidor, o tempo mínimo de 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, na forma dos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, poderão aposentar-se quando o total da soma resultante da sua idade e do tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de: I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição; II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição. § 1º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se refere o caput. § 2º O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na forma da lei.”. RESUMINDO: Regra de transição (Art. 21 da EC 103/19) 15 anos atividade especial + 66 pontos 20 anos atividade especial + 76 pontos 25 anos atividade especial + 86 pontos A partir de 2020: - Aumenta 01 ponto por ano até atingir, respectivamente, 81, 91 e 96 pontos. UNIDADE III AULA 03 XXII-APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE (INVALIDEZ) - Arts. 42 a 47 da Lei 8.213/91 “Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.” Conceito – A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo-lhe paga enquanto permanecer nessa condição, fato que dependerá da verificação da condição de incapacidade, mediante exame médico- pericial a cargo da Previdência Social. Beneficiários – Todos os segurados (empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial e o facultativo). Requisito – Incapacidade permanente para o trabalho ou para a atividade habitual, mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social. Carência – 12 contribuições mensais se for o caso de aposentadoria comum e nenhuma carência no caso de aposentadoria por invalidez acidentária ou de algumas doenças. Renda mensal – 60% da média aritmética (dos 100% dos salários-de-contribuição) + 2% para cada ano que exceder 20 anos de contribuição. Para os casos de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho, doenças profissionais e doenças do trabalho, a renda mensal será de 100% da média dos salários-de-contribuição. “Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União e do Regime Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. [...] §2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos: [...] III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º deste artigo; [...] § 3º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% (cem por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º: [...] II - no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho. Início do pagamento – Concluindo a perícia médica pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria será devida ao empregado a partir do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias. “Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo.”. (Lei 8.213/91) Ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. No caso do segurado encontrar-se em gozo de auxílio-doença, o benefício de aposentadoria por invalidez será devido a contar do dia imediato ao ato da cessação do auxílio-doença. Suspensão do pagamento – Se o segurado não comparecer à perícia médica periódica ou a convocação do INSS. Cessação do pagamento – Quando ocorrer a recuperação da capacidade para o trabalho, a transformação em aposentadoria por idade ou a morte do segurado. Também quando o segurado voltar voluntariamente à atividade. “Art. 43 [...] §4o O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente, observado o disposto no art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)”. (Lei 8.213/91) XXIII- APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA - Art. 201, §1º, inc. I da CR “Art. 201. [...] § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidadede previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; “. A Lei Complementar nº 142/13, trata da aposentadoria especial da pessoa com deficiência. Além disso, a Lei n. 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) dispõe no artigo 41 que “A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social tem direito à aposentadoria nos termos da Lei Complementar n. 142, de 8 de maio de 2013.”. ATENÇÃO: Até que seja elaborada lei ordinária que trate especificmente sobre o assunto, a aposentadoria da pessoa com deficiência será regida pela Lei Complementar n. 142. Conceito – O artigo 2º da Lei Complementar n. 142 traz o conceito de pessoa com deficiência. “Art. 2o Para o reconhecimento do direito à aposentadoria de que trata esta Lei Complementar, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. “. A deficiência poderá ter grau LEVE, MODERADA e GRAVE. A LC n. 142/13 é regulamentada pelo Decreto 8.145/13 e trata sobre o tema, nos termos do artigo 3º, parágrafo único da referida Lei. “Art. 3º. [...] Parágrafo único. Regulamento do Poder Executivo definirá as deficiências grave, moderada e leve para os fins desta Lei Complementar. “ De acordo com o Decreto 8.145/13, os impedimentos de longo prazo serão definidos por Ato Conjunto do Ministro de Estado da Secretaria de Recursos Humanos da Presidência, além de vários outros Ministros. - Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência: deve ser comprovado o grau de deficiência, de acordo com a tabela abaixo: - Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência: No caso da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, exige-se 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período. Trabalho do aposentado com deficiência: o cidadão que se aposentar como deficiente pode continuar trabalhando; Avaliação da deficiência e do grau: é indispensável a apresentação de pelo menos um documento de comprovação (atestados médicos, laudos de exames, entre outros). O grau de deficiência será definido como aquele em que o segurado efetuou o maior tempo de contribuições, e servirá para definir o tempo mínimo necessário para a Aposentadoria por Tempo de Contribuição da Pessoa com Deficiência; Conversão de tempo: não será permitida a conversão do tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência para fins de concessão da aposentadoria especial (benefício devido a pessoas que trabalharam em atividades de risco e de que trata o artigo 57 da Lei nº 8.213/1991), bem como a conversão para tempo comum; Valor da contribuição: o contribuinte individual ou facultativo que contribuiu com 5% ou 11% do salário-mínimo terá que complementar a diferença da contribuição sobre os 20% para ter direito à Aposentadoria por Tempo de Contribuição da Pessoa com Deficiência; UNIDADE IV AULA 01 XXIV – AUXÍLIO-DOENÇA –Arts. 59 a 64 da Lei 8.213/91 Conceito – É o benefício recebido pelo segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual, por mais de 15 dias consecutivos. “Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. § 1º Não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento da doença ou da lesão. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) § 2º Não será devido o auxílio-doença para o segurado recluso em regime fechado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 3º O segurado em gozo de auxílio-doença na data do recolhimento à prisão terá o benefício suspenso. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 4º A suspensão prevista no § 3º deste artigo será de até 60 (sessenta) dias, contados da data do recolhimento à prisão, cessado o benefício após o referido prazo. 5º Na hipótese de o segurado ser colocado em liberdade antes do prazo previsto no § 4º deste artigo, o benefício será restabelecido a partir da data da soltura. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 6º Em caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá direito à percepção do benefício por todo o período devido. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 7º O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º e 6º deste artigo aplica-se somente aos benefícios dos segurados que forem recolhidos à prisão a partir da data de publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) § 8º O segurado recluso em cumprimento de pena em regime aberto ou semiaberto terá direito ao auxílio-doença. Beneficiários – Todos os segurados. Requisito – ter a qualidade de segurado Carência – 12 contribuições mensais ou nenhuma para acidentes e algumas doenças específicas em lista elaborada pelo Ministério da Saúde e da Previdência Social. Renda mensal – 91% do salário-de-benefício. A Lei n.° 13.135/2015 acrescentou um parágrafo ao art. 29 da Lei n.°8.213/91 criando um novo limitador para o valor do auxílio-doença. Confira: (...) “§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética simples dos salários-de- contribuição existentes.” Nesse ponto não há grande inovação sobre o ponto de vista jurídico. O objetivo da alteração foi o de limitar realmente o valor do benefício pago a fim de manter o equilíbrio atuarial. Início do pagamento – Empregados: A contar do 16º dia de afastamento da atividade, quando requerida até o 30º dia ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e o requerimento decorrerem mais de 30 dias. Demais segurados: A contar da data de início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre estas datas passarem mais de 30 dias. Suspensão do pagamento – Quando o segurado não comparecer à perícia médica periódica, ou à convocação do INSS ou que voltar a trabalhar. Cessação do pagamento – Quando cessar a incapacidade, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou em auxílio-acidente ou pelo retorno ao trabalho. “Art. 60 (Lei 8.213/91) [...] § 6o O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.”. - Prazo de duração do benefício - Art. 60, §§8º e 9º da Lei 8.213/91. “Art. 60. [...] § 8o Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. § 9o Na ausência de fixação do prazo de que trata o § 8o deste artigo, o benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de reativação do auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma do regulamento, observado o disposto no art. 62 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)”. - “Pente fino” do INSS – Art. 60, §10 da Lei 8.213/91 “Art. 60. [...] §10. O segurado em gozo de auxílio-doença, concedido judicial ou administrativamente,poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram sua concessão ou manutenção, observado o disposto no art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) § 11. O segurado que não concordar com o resultado da avaliação da qual dispõe o § 10 deste artigo poderá apresentar, no prazo máximo de trinta dias, recurso da decisão da administração perante o Conselho de Recursos do Seguro Social, cuja análise médica pericial, se necessária, será feita pelo assistente técnico médico da junta de recursos do seguro social, perito diverso daquele que indeferiu o benefício. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)”. - Reabilitação profissional – Art. 62 da Lei 8.213/91 “Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. (Redação dada pela Lei nº 13.457, de 2017) § 1º. O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) § 2º A alteração das atribuições e responsabilidades do segurado compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental não configura desvio de cargo ou função do segurado reabilitado ou que estiver em processo de reabilitação profissional a cargo do INSS. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)”. - Suspensão do contrato de trabalho – Art. 63 da Lei 8.213/91 “Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado. “. XXV- SALÁRIO-FAMÍLIA – Art. 65 a 70 da Lei 8.213/91 “Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria.” A EC 103/19, trouxe algumas alterações no benefício do salário-família, notadamente no artigo 27 da referida Emenda Constitucional. Veja: “Art. 27. Até que lei discipline o acesso ao salário-família e ao auxílio-reclusão de que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.364,43 (mil, trezentos e sessenta e quatro reais e quarenta e três centavos), que serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. [...] § 2º Até que lei discipline o valor do salário-família, de que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu valor será de R$ 46,54 (quarenta e seis reais e cinquenta e quatro centavos)” Conceito – É o benefício pago aos trabalhadores e aposentados de baixa renda, para ajudar na manutenção dos dependentes. O salário-família é devido, mensalmente, na proporção do respectivo número de dependentes, menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. Observação: São equiparados aos filhos os enteados e os tutelados, estes desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a dependência econômica de ambos ser comprovada. Beneficiários – Somente segurados empregados, inclusive o doméstico, e trabalhadores avulsos; Aposentados por invalidez e idade e os aposentados de outras modalidades, a partir de 65 anos, se homem, e 60, se mulher; o trabalhador rural aposentado por idade. Requisito – Ter filho menor de 14 anos ou inválido de qualquer idade; Ser segurado de baixa renda. Renda mensal – Veja o quadro abaixo Salário-de-contribuição (Remuneração mensal) Valor da cota do salário-família por filho ou equiparado Até R$ 1.425,56 R$ 48,62 · Valor reajustado a partir de janeiro/2020. Carência – Não há. Início do pagamento – No ato da apresentação da documentação pertinente (certidão de nascimento, carteira de vacinação anual, até 06 anos, atestado de freqüência escolar semestral, dos 07 aos 13 anos, e termo de compromisso). A invalidez de filho ou equiparado maior de 14 anos de idade deve ser verificada através de exame médico-pericial a cargo da Previdência Social. Suspensão do pagamento – Na falta da entrega da renovação da documentação mencionada. Cessação do pagamento – a) Com a morte do filho ou equiparado; b) quando o filho ou equiparado completar 14 anos, salvo o inválido; c) pelo desemprego do segurado ou término do trabalho avulso; d) pela recuperação da capacidade do filho inválido. UNIDADE IV AULA 02 XXVI- AUXÍLIO-ACIDENTE – Art. 86 da lei 8.213/91 Conceito – É a indenização a que o segurado tem direito quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Beneficiários – Só têm direito: · segurados empregados · trabalhadores avulsos e · segurados especiais. Não têm direito ao recebimento do auxílio-acidente: o contribuinte individual e o segurado facultativo. Requisito – Acidente de qualquer natureza que cause redução da capacidade para o trabalho. A legislação não estabelece grau, índice ou percentual mínimo da incapacidade para o auxílio-acidente. Logo, havendo limitação da capacidade laborativa, ainda em que em grau mínimo, é devida a concessão do benefício. Carência – Sem carência. (Art. 26, inc. I da Lei 8.213/91) Renda mensal – 50% do benefício de aposentadoria a que o segurado teria direito, podendo ser inferior a um salário mínimo. (Art. 86, §1º da Lei 8.213/91) Início do pagamento – A partir do primeiro dia da cessação do auxílio-doença originário ou a partir da data do requerimento, quando não precedido de auxílio-doença. Suspensão do pagamento – Em caso de retorno da mesma doença que o originou. Cessação do pagamento – No momento da aposentadoria ou pela morte do segurado. · Não confundir o auxílio-acidente com o auxílio-doença. O auxílio-doença tem como fato gerador a incapacidade para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos e que pode se decorrente de acidente ou não. Já o auxílio-acidente SEMPRE decorre de um acidente. XXVII- SALÁRIO-MATERNIDADE – Art. 71 a 73 da Lei 8.213/91 “Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade.”. ATENÇÃO: Ver sobre a Lei nº 13.985, de 07/04/2020 que institui pensão vitalícia para crianças vítimas do Zika Vírus. Conceito – É o período remunerado ao descanso da mulher trabalhadora, em virtude de nascimento de seu filho ou adoção. Este período é 120 dias, podendo ser prorrogado em casos excepcionais. Beneficiários – Todas as seguradas. Requisito – Ser segurada; parto, aborto e adoção. Carência – Sem carência para a segurada empregada, avulsa e empregada doméstica. Com carência de 10 contribuições mensais para as seguradas contribuintes individuais e facultativas; A segurada especial deverá comprovar o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatos anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de forma descontínua. Renda mensal – Segurada empregada: renda mensal igual a sua remuneração integral (não está sujeita a teto); Trabalhadora avulsa: renda mensal igual a sua remuneração integral (não está sujeita a teto); Segurada empregada doméstica: valor correspondente ao seu últimosalário-de-contribuição; Segurado especial: consiste em 01 salário mínimo; Seguradas contribuinte individual e facultativa: 1/12 da soma dos 12 últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior a 15 meses, limitado ao limite máximo do salário-de-contribuição. Início do pagamento – 28 dias antes do parto ou a partir do dia do parto. Em caso de abortamento e adoção, a partir da data do requerimento. Suspensão do pagamento – Cumpridos os requisitos, não há. Cessação do pagamento – a) Em caso de parto: 120 dias depois do dia do início; b) Em caso de abortamento não criminoso; depois de 02 semanas; c) Em caso de adoção: Até 01 ano: 120 dias após o dia de início; de 01 a 04 anos: 60 dias após o dia de início; de 04 a 08 anos: 30 dias após o dia de início. UNIDADE IV AULA 03 PENSÃO POR MORTE – Art. 74 a 79 da Lei 8.213/91 Conceito – É o benefício devido aos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não. Beneficiários – Dependentes de todas as categorias de segurados. Requisito – Morte do segurado e qualidade de segurado deste. Carência – Sem carência. Renda mensal – 50% do valor da aposentadoria que recebia o falecido ou teria direito a receber na data do falecimento + 10% a cada dependente até 100%. Cessam as cotas quando cessar a cota do dependente; O artigo 23 da EC 103/19, alterou completamente o instituto da pensão por morte e neste sentido, o artigo 75 da Lei 8.213/91, não foi recepcionado por essas alterações. Veja: Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento). § 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco). § 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte de que trata o caput será equivalente a: I - 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social; e II - uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento), para o valor que supere o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 3º Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão será recalculado na forma do disposto no caput e no § 1º. § 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente até a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para enquadramento serão aqueles estabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. - Por quanto tempo será paga a pensão por morte? A pensão por morte recebida pelo cônjuge ou companheiro(a) era vitalícia, ou seja, até que o beneficiário também morresse. Assim, o(a) viúvo(a) recebia a pensão durante toda a sua vida. Pensando nisso, a Lei n.° 13.135/2015 acrescentou o inciso V ao § 2º do art. 77 da Lei 8.213/91 prevendo uma tabela com o tempo máximo de duração da pensão por morte devida ao cônjuge ou companheiro(a) do segurado falecido. Veja: O cônjuge ou companheiro perderá sua cota individual da pensão por morte nos seguintes prazos: 1) Se o segurado tiver vertido (pago) menos que 18 contribuições mensais para o regime previdenciário: a pensão irá durar 4 meses. 2) Se o segurado era casado ou vivia em união estável há menos de 2 anos quando morreu: a pensão irá durar 4 meses (não importa o número de contribuições que ele tenha pago). 3) Se o segurado tiver vertido (pago) mais que 18 contribuições mensais para o regime previdenciário e, quando ele morreu, já era casado ou vivia em união estável há mais de 2 anos. Neste caso, a pensão irá durar: a) 3 anos, se o beneficiário tiver menos que 21 anos de idade; b) 6 anos, se o beneficiário tiver entre 21 e 26 anos de idade; c) 10 anos, se o beneficiário tiver entre 27 e 29 anos de idade; d) 15 anos, se o beneficiário tiver entre 30 e 40 anos de idade; e) 20 anos, se o beneficiário tiver entre 41 e 43 anos de idade; f) será vitalícia, se o beneficiário tiver mais que 44 anos de idade. 4) Se o segurado tiver morrido em decorrência de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho não importará o número de contribuições que ele tenha pago nem o tempo de casamento ou união estável, a pensão irá durar: a) 3 anos, se o beneficiário tiver menos que 21 anos de idade; b) 6 anos, se o beneficiário tiver entre 21 e 26 anos de idade; c) 10 anos, se o beneficiário tiver entre 27 e 29 anos de idade; d) 15 anos, se o beneficiário tiver entre 30 e 40 anos de idade; e) 20 anos, se o beneficiário tiver entre 41 e 43 anos de idade; f) será vitalícia se o beneficiário tiver mais que 44 anos de idade.” - Dependente inválido ou com deficiência - “Art. 23 (EC 103/19) §5º Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, sua condição pode ser reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação. § 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.“. Portanto, na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte será equivalente à totalidade da aposentadoria do servidor falecido ou a 100% da aposentadoria por incapacidade permanente na data do óbito, se não fosse aposentado. Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão será recalculado. A invalidez ou deficiência intelectual, mental ou grave poderá ser reconhecida previamente o óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. Início do pagamento – A contar da data do óbito, quando requerida até 30 dias depois deste; da data da ocorrência, em caso de catástrofe, acidente ou desastre, se requerida até 30 dias desta; do requerimento do benefício protocolizado após o prazo de 30 dias; da decisão judicial, no caso de morte presumida. Cessação do pagamento – a) Pela morte do pensionista; b) ao completar 21 anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; c) para pensionista inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial a cargo da Previdência Social; d) ficar demonstrada fraude; e) pelo tempo limite estabelecido por lei. Acumulação de pensão por morte e aposentadoria /outra pensão É vedada a cumulação de: - Mais de uma pensão de cônjuge, ressalvados os casos previstos no artigo 37 inc. XVI , da CR (dois cargos de professor, um cargo de professor com outro técnico ou científico ou de dois cargos ou empregos de profissionais de saúde). A EC 103/19, em seu artigo 24 trouxe sensíveis alterações em relação ao benefício da pensão por morte: “Art. 24. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime de previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveisna forma do art. 37 da Constituição Federal. § 1º Será admitida, nos termos do § 2º, a acumulação de: I - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com pensão por morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal; II - pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência social ou com proventos de inatividade decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal; ou III - pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal com aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência social. § 2º Nas hipóteses das acumulações previstas no § 1º, é assegurada a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas: I - 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-mínimos; II - 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-mínimos; III - 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro) salários-mínimos; e IV - 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos. § 3º A aplicação do disposto no § 2º poderá ser revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, em razão de alteração de algum dos benefícios. § 4º As restrições previstas neste artigo não serão aplicadas se o direito aos benefícios houver sido adquirido antes da data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional.”. RESUMINDO: É Permitida a cumulação de: - Pensão + Pensão de outro regime de previdência (inc. I do art. 24) - Pensão RGPS ou RPPS + aposentadoria RGPS ou RPPS ou militar (inc. II do art. 24) - Pensão militar + aposentadoria RGPS ou RPPS (inc. III do art.24) - Pensão RGPS + pensão RPPS (caput art. 24) - Pensão RPPS + pensão RPPS se decorrer de cargos públicos acumuláveis do art. 37 da CR (caput do art 24) Na hipótese de acumulação é assegurado o direito de recebimento do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com as seguintes faixas: · I – 60% do valor que exceder um salário-mínimo, até o limite de 2 SM; · II – 40% do valor que exceder dois salários mínimos, até o limite de 3 SM; e · III – 20% do valor que exceder três salários mínimos, até o limite de 4 SM. · IV – 10% do valor que exceder 4 salários mínimos. - Direito adquirido resguardado se o óbito ocorreu até 13/11/19 (EC 103/19) - Art. 3º da EC 103/19. “Art. 3º A concessão de aposentadoria ao servidor público federal vinculado a regime próprio de previdência social e ao segurado do Regime Geral de Previdência Social e de pensão por morte aos respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte. § 1º Os proventos de aposentadoria devidos ao servidor público a que se refere o caput e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão calculados e reajustados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a concessão desses benefícios. § 2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que se refere o caput e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão apurados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a concessão desses benefícios.”. AUXÍLIO RECLUSÃO – Art. 80 da Lei 8.213/91 A EC 103/19, trouxe algumas alterações no benefício do auxílio-reclusão, como se observa no artigo 27 da referida EC 103/19: “Art. 27. Até que lei discipline o acesso ao salário-família e ao auxílio-reclusão de que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.364,43 (mil, trezentos e sessenta e quatro reais e quarenta e três centavos), que serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 1º Até que lei discipline o valor do auxílio-reclusão, de que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu cálculo será realizado na forma daquele aplicável à pensão por morte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo.”. Conceito – É o benefício devido aos dependentes do segurado de baixa renda, recolhido à prisão. Beneficiários – Dependentes de todas as categorias de segurados. Requisito – Recolhimento do segurado à prisão sob o regime fechado, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio- doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que seu último salário (salário-de-contribuição) seja inferior ou igual a R$1.089,72 Carência – 24 contribuições. Renda mensal – 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu recolhimento à prisão, rateada em partes iguais entre os dependentes. Início do pagamento – Será fixado, na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 30 dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior, salvo se o dependente for menor de 16 anos, quando será pago a partir da data do recolhimento, até 30 dias após completar esta idade. Suspensão do pagamento – a) No caso de fuga; b) recebimento de auxílio- doença; c) Se o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado pela autoridade competente; d) quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional, por cumprimento da pena em regime aberto ou por prisão albergue. Cessação do pagamento – a) Pela perda da qualidade de dependente, com a extinção da última cota individual; b) Se o segurado passar a receber aposentadoria; c) Pelo óbito do segurado; d) na data da soltura. O auxílio-reclusão deve ser pago ao dependente. Mas quem deverá ser de baixa renda, o preso ou o dependente (art. 201, inc. IV da CR)? O Pleno do STF já decidiu que o parâmetro da baixa renda é a renda do segurado, auferida conforme o salário-família que hoje é R$ 1.089,72. Referências: (1) KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 10ª ed. Salvador: Podivm, 2019 (2) CARLOS, Alberto Pereira de. Manual de Direito Previdenciário. 17ª ed. Florianópolis: Conceito editorial, 2020.