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casos concretos 1 ao 9

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CASO CONCRETO AULA 01 
As diferenças - e semelhanças entre o separatismo do sul do Brasil e o da 
Catalunha. Enquanto o governo espanhol tenta suprimir a insurgência da 
Catalunha, no Brasil um grupo de separatistas se mobiliza para fazer um 
plebiscito pela "independência do sul" nas eleições de 2018. O que esses grupos 
em contextos tão distintos podem ter em comum? (...) A "independência" da 
Catalunha havia sido aprovada em um controverso plebiscito em 1º de outubro 
não reconhecido pelo governo espanhol. Pouco mais de 2 milhões de pessoas 
(43% do eleitorado) votaram. De acordo com cálculo do próprio movimento, 90% 
dos votantes foram a favor da independência. A região tem 7,3 milhões de 
habitantes. (...) No fim de semana seguinte, a cerca de 8 mil km de distância dali, 
uma outra votação foi convocada para saber a opinião da população sobre 
separar outra região, desta vez no Brasil. A organização "O Sul é Meu País" 
realizou uma consulta informal nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa 
Catarina e Paraná sobre a possibilidade de se separar do resto do Brasil, o 
chamado Plebisul. (...) Na consulta, os participantes deveriam responder à 
pergunta "Você quer que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem 
um país independente?". Para realizar o processo, foram espalhadas urnas em 
locais públicos em cerca de 900 cidades dos três Estados com um custo de R$ 
25 mil, segundo o próprio grupo. A expectativa era a participação de ao menos 
1 milhão de pessoas. Em 2016, 616 mil eleitores participaram do mesmo 
plebiscito. No dia 7 de outubro, porém, 340 mil pessoas responderam à pergunta 
e 95,74% disseram ser favoráveis à separação. Isso corresponde a menos de 
2% do número de eleitores nos três Estados, que é de 21 milhões, segundo o 
Tribunal Superior Eleitoral. Fonte: BBC - BRASIL. Reportagem publicada em: 28 
out. 2017. Disponível em sua integralidade em: 
Considerando o exposto acima, pergunta-se: é considerado compatível com o 
texto constitucional vigente a possibilidade de retirada dos estados do Sul do 
Brasil de nossa federação através de plebiscito? 
Não, pois a forma federativa do Estado é uma das cláusulas pétreas que 
norteiam a ordem constitucional brasileira, o que conduz à conclusão de 
que se revela inviável o exercício do direito de secessão por parte de 
qualquer dos entes federados, o que pode motivar a intervenção federal. 
 
CASO CONCRETO AULA 02 
ALERJ APROVA LEI QUE OBRIGA MOTOS A TEREM ANTENAS CONTRA 
LINHA COM CEROL A Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) aprovou 
nesta quinta-feira (03), em segunda discussão, um projeto que obriga a 
instalação de antenas fixas que cortam as linhas de pipa com cerol nas 
motocicletas emplacadas no Estado. (...) A proposta, de autoria do deputado 
Bebeto (SDD), coloca o equipamento como requisito para que o veículo seja 
aprovado na vistoria anual do Detran-RJ. No texto da lei aprovada nesta quinta 
pelos deputados, a antena não poderá ser retrátil. Segundo Bebeto, o principal 
objetivo é evitar acidentes envolvendo motoqueiros e linhas de pipa com cerol. 
Fonte: Portal G1. Reportagem publicada em: 03 mar. 2016. Disponível em sua 
integralidade em: 
Considerando o exposto acima, pergunta-se: podemos considerar que a lei 
estadual mencionada anteriormente está compatível as regras inerentes a 
repartição de competências legislativas previstas na Constituição Federal? Por 
quê? 
Não. Porque à União, privativamente sobre o trânsito, conforme aduz o art. 
22, XI. Sendo assim, no caso acima, não há nenhuma indicação da lei 
complementar autorizando o Estado a legislar sobre questão específica, ou 
seja, a segurança no trânsito. Tal lei viola o princípio da repartição de 
competências. 
 
CASO CONCRETO AULA 03 
NOVA LEI OBRIGA BANCOS A INSTALAREM DISPOSITIVOS DE 
SEGURANÇA EM AGÊNCIAS DE MONTE SIÃO, MG Projeto quer inibir a ação 
de quadrilhas especializadas na explosão de caixas eletrônicos. (...) A lei obriga 
as agências a colocarem portas metálicas e dispositivos de fumaça. A proposta 
foi feita pelo presidente da câmara, Benedito Dorta. "Caso haja um 
arrombamento e entrando na agência, tanto no setor de caixas eletrônicos 
quanto na agência, o nebulizador é automaticamente acionado, soltando toda a 
fumaça no interior da agência. Aí as portas dificultam a entrada", explica ele. Não 
houve roubo a bancos neste ano no município, mas aconteceu em cidades 
vizinhas. No começo do ano, em Bueno Brandão (MG), três agências bancárias 
foram vítimas de roubo no mesmo dia. Bandidos explodiram a entrada dos 
bancos e também usaram explosivos para abrir os cofres. Fonte: Portal G1. 
Reportagem publicada em: 27 mai 2017. Disponível em sua integralidade em: < 
https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/nova-leiobriga-bancos-a-
instalarem-dispositivos-de-seguranca-em-agencias-de-montesiao-mg.ghtml> 
Considerando o exposto acima, pergunta-se: A lei municipal que estabelece a 
obrigatoriedade de instalação de equipamentos de segurança em bancos 
localizados na cidade pode ser considerada constitucional? 
Sim. Apesar da matéria ser própria de legislação concorrente (produção e 
consumo), por outro lado, o município tem competência para legislar sobre 
interesse local e, no caso acima, a legislação municipal cumpre seu 
propósito, ou seja, é constitucional. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO AULA 04 
PROCURADOR-GERAL DO MPPA PEDE INTERVENÇÃO ESTADUAL EM 
TUCURUÍ, NO SUDESTE DO PARÁ O Ministério Público do Pará (MPPA) pediu 
ao Governo do Estado que realize uma intervenção administrativa no município 
de Tucuruí, no sudeste do Estado. O atual prefeito de Tucuruí, Artur de Jesus 
Brito, é investigado por irregularidades na prestação de contas da prefeitura 
entre 2016 e 2018. O pedido está baseado no fato de que o prefeito da cidade 
não prestou contas corretamente de 2016 a 2018. (ADAPTADO) Fonte: Portal 
G1. Reportagem publicada em: 12 nov. 2018. Disponível em sua integralidade 
em: 
Considerando o que aprendemos na aula de hoje sobre o instituto jurídico da 
intervenção, responda de forma fundamentada: 
A) No que consiste a intervenção estadual? 
O Estado é responsável por intervir nos seus municípios, sendo 
exclusivamente competência do Estado e não da União, disposto no art. 
35. I, II, III, IV. 
B) O Procurador-Geral possui legitimidade para solicitar a decretação da 
intervenção estadual? 
Sim, de acordo com o art. 34 e 35. 
 
CASO CONCRETO AULA 05 
ALEXANDRE DE MORAES É OFICIALMENTE INDICADO POR TEMER PARA 
O SUPREMO Alexandre de Moraesfoi indicado nesta segunda-feira (6/2) pelo 
presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal.(...) Ele agora será 
sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que aprovará 
ou não seu nome. Depois, o Plenário do Senado votará a indicação. O nome 
dele não deve encontrar resistência no Senado, que nunca rejeitou nenhuma 
indicação ao Supremo. Fonte: Conjur. Reportagem publicada em: 06 fev. 2017. 
Disponível em sua integralidade em: 
Responda de forma fundamentada: O processo de indicação dos ministros do 
Supremo Tribunal Federal pelo Chefe do Executivo da União é compatível com 
a Teoria da Separação de Poderes? 
Sim, é uma clara evidência de equilíbrio institucional e harmonia dos três 
poderes, ressaltando a teoria de freios e contrapesos. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO AULA 06 
Os vereadores do município de São Jose da Chipoquinha, cidade do interior do 
país com 8 mil habitantes, decidem aprovar lei municipal alterando o número de 
vereadores deste munícipio para o total de 15 parlamentares. Alegam que para 
a cidade crescer é preciso uma Câmara de Vereadores forte e atuante e com o 
aumento do número de parlamentares municipais isso seria possível. A Lei 
Municipal nº 30/2018 é aprovada e sancionada pelo Prefeito da Cidade. 
Pergunta-se: é compatível com a Constituição Federal a alteração do número de 
vereadores através desta lei municipal? 
De acordo com o art. 29, IV da CF, a medida aprovada pelos vereadores do 
município deSão Jose da Chipoquinha é inconstitucional. Sendo 
especificado no texto da lei, de que municípios com até 15 mil habitantes 
podem possuir no máximo 9 vereadores, ficando vetadas medidas em 
contrário. Por isso a lei aprovada não tem validade, e medidas devem ser 
tomadas pelos órgãos federais responsáveis. 
 
CASO CONCRETO AULA 07 
Nº 1: 
Por requerimento de 28 senadores o Senado Federal instalou Comissão 
Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de apurar denúncias de desvio de 
verba pública na construção de hospitais federais. 
Em sua primeira reunião, a CPI deliberou, de modo fundamentado, 
I. pela quebra do sigilo bancário de Pedro e Getúlio. 
II. pela interceptação telefônica das conversas de Marina e Diego. 
III. colher o depoimento de servidores públicos vinculados ao Poder Executivo 
para prestarem esclarecimentos sobre os fatos. 
IV. pela busca e apreensão dos pendrives existentes na residência de Joana. 
Considerando o acima disposto responda: 
A) A CPI foi criada respeitando os preceitos constitucionais? 
A CPI criada respeitou os preceitos constitucionais, de acordo com art. 58, § 3º 
da Constituição Federal. Obedecendo quórum mínimo para sua propositura e 
tendo como fato específico a investigação de suposto desvio de verbas públicas 
na construção de hospitais federais, com isso foram respeitados os requisitos 
constitucionais para criação da CPI. 
 
B) Quais das medidas elencadas estão coadunadas com o ordenamento 
jurídico pátrio? 
 
As medidas elencadas estão coadunadas com a ideia postulada de reserva 
constitucional de jurisdição, o que a CPI não tem é a competência para quebra 
do sigilo da comunicação telefônica (interceptação telefônica) de acordo com o 
art. 5.º, XII. Tampouco, a busca domiciliar, nos termos do art. 5.º, XI, da CF, 
verificar-se-á com o consentimento do morador, sendo que, na sua falta, 
ninguém poderá adentrar na casa, asilo inviolável, não podendo a CPI tomar 
para si essa competência, que é reservada ao Poder Judiciário. 
Nº 2: 
 
Uma reportagem publicada em um jornal televisivo de alcance nacional 
denunciou um grave esquema de fraude em licitações para a construção da 
nova Câmara Legislativa do município ZZZ. Por iniciativa de seus integrantes, 
foi instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito que determinou, dentre 
outras medidas, a quebra de sigilo bancário de dois assessores parlamentares 
para investigar essas denúncias. 
De acordo com o entendimento atualmente majoritário em nossa 
jurisprudência, e segundo o disposto no texto constitucional, a decisão 
tomada pela CPI municipal está correta? 
A Câmara dos Vereadores, apesar de poder instaurar CPI, seguindo o modelo 
federal, não terá, por si, o poder de quebra do sigilo bancário. A CPI poderá 
investigar, até porque é função do Legislativo a fiscalização e o controle da 
administração pública, porém, quando se fala na quebra de sigilo bancário no 
âmbito da CPI municipal tem que haver autorização judicial. Em observância de 
sua peculiar posição na federação brasileira, a doutrina e a jurisprudência 
entendem que a CPI municipal não tem poder para a quebra sigilo bancário ou 
fiscal. Concluindo então, que a decisão da tomada pela CPI municipal não está 
correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CONCRETO AULA 08 
O Deputado Federal João das Neves, eleito para exercer o cargo parlamentar 
no pleito eleitoral de 2018, é acusado de ter cometido feminicídio contra sua ex-
companheira Daniele das Neves em 2017. A ação penal está em fase inicial 
quando João da Neves assume o cargo na Câmara dos Deputados. Seu 
advogado pretende que o processo passe então a ser processado e julgado pelo 
Supremo Tribunal Federal, tendo em vista a garantia do foro por prerrogativa de 
função assegurado a parlamentares federais no texto constitucional. 
Pergunta-se: Considerando a atual jurisprudência do STF acerca da questão e 
a redação da Constituição Federal de 1988, a pretensão de João da Neves de 
ser julgado no Supremo Tribunal Federal é legítima? 
Não, pois o homicídio foi cometido em 2017 antes de João ter sido eleito e 
segundo art. 53 da CF somente após a expedição do diploma, ele poderia 
ser submetido a julgamento perante o STF. 
 
CASO CONCRETO AULA 09 
O deputado estadual Zezinho de Souza do estado X, ao se sentir pressionado 
por seus eleitores insatisfeitos com a remuneração inerente a determinado cargo 
público na administração pública estadual, resolve criar Projeto de Lei que dispõe 
sobre gratificação para os servidores locais. Tal PL é aprovado pela Assembleia 
Legislativa e é encaminhado para deliberação do Chefe do Poder Executivo 
estadual que o sanciona cinco dias após o seu recebimento dando origem à Lei 
nº 123/2019. Pergunta-se: 
Considerando o que foi aprendido sobre as regras referentes a processo 
legislativo na Constituição Federal, a Lei nº 123/2019 padece de algum vício de 
constitucionalidade? 
Há vicio de constitucionalidade formal subjetiva, pois o projeto de lei foi 
iniciado por um Deputado Estadual, violando e desrespeitando o artigo 61 
da CF, parágrafo 1°, alínea a, onde expressa que a competência para 
aumento de remuneração de cargos públicos na administração direta e 
autárquica, é privativa do Presidente da República. Quando se trata de 
reajuste de remuneração de servidores estaduais da administração direta 
e autárquica incumbirá o início de processo legislativo por meio de 
proposta do Governador. No âmbito municipal a iniciativa será por ato do 
Prefeito. Tanto em um caso quanto no outro há aplicação do Art. 61 § 1º se 
dá por meio do princípio da simetria. Observe-se que em se tratando de 
remuneração de servidores do judiciário, do legislativo e de qualquer 
outro órgão independente incumbirá ao chefe de tais instituições a 
iniciativa do projeto de Lei

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