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MBA EM GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS JÚNIO DA SILVA GOMES Não há dúvidas de que a logística moderna foi fortemente influenciada pela evolução da tecnologia de informação. Esta evolução tecnológica proporcionou vantagens para as operações logísticas que passaram a ser mais rápidas, confiáveis, de menor custo, e mais eficientes. Outra importante contribuição deste ambiente informatizado foi também a maior disponibilidade de informações sobre os processos, e a possibilidade de se analisar tais informações utilizando ferramentas quantitativas mais sofisticadas que até há pouco tempo eram privilégio de algumas poucas organizações de grande porte. A simulação aparece então como uma poderosa ferramenta da pesquisa operacional que, apesar de conhecida desde o início da década de 50, somente agora tornou-se de fato mais acessível a um público muito maior. As primeiras aplicações da simulação em operações e logística foram nas áreas de mineração, siderurgia e de transportes marítimos. Hoje, fortemente influenciadas pelos avanços tecnológicos, novas oportunidades surgiram, abrangendo praticamente todos os elos do Supply Chain. De fato, os sistemas logísticos são sistemas dinâmicos complexos, envolvendo diversos elementos interagindo entre si e influenciados por efeitos de natureza aleatória. Situações como esta impõem sérias dificuldades para um estudo analítico do problema, fazendo da simulação computacional um forte aliado, senão o único, para o projeto e a análise de sistemas logísticos. Além disso, como um forte incentivo, dispomos em nosso ambiente de trabalho de computadores cada vez mais poderosos, disponibilidade e acesso a informações quase imediatos e uma gama de softwares capazes de nos auxiliarem em diferentes situações de tomada de decisão. Com o atual cenário da economia mundial, onde é imprescindível para empresas racionar os seus custos para enfrentar o crescimento da competitividade, torna-se necessário à criação de soluções que acarretem na otimização dos seus processos Um sistema inteligente e eficaz de logística é tido como elemento fundamental para a manutenção ou estabelecimento da competitividade das mesmas, tendo vista que a mesma é responsável por grande parcela dos custos das mesmas. O transporte de cargas vem deixando de ser visto como secundário e se tornando, de forma definitiva, o centro das discussões e decisões estratégicas. Os Custos e níveis de serviços podem ser caracterizados como variáveis importantes para o sucesso (ou fracasso) de qualquer empresa, de forma que por meio da modelagem e simulação computacional é possível visualizar as necessidades dos processos, percebe-se, assim, que a logística é um negócio de grandes desafios. A simulação e modelagem empregada nesse processo são de fundamental importância, pois permite otimizar os recursos e maximizar a produção, além de testar vários cenários sem que tenham que recorrer à realidade, podendo assim analisar os tempos de espera, tempos de carregamentos e/ou descarregamento, tempo de viagem etc. Sem nos preocuparmos com uma definição precisa da simulação, podemos entendê-la como o uso de modelos para o estudo de problemas reais de natureza complexa, através da experimentação computacional. Assim, a simulação consiste no processo de construção de um modelo que replica o funcionamento de um sistema real ou idealizado (ainda a ser construído!) e na condução de experimentos computacionais com este modelo com o objetivo de melhor entender o problema em estudo, testar diferentes alternativas para sua operação e assim propor melhores formas de operá-lo. Desta forma, observando a Figura 1, podemos resumir as principais etapas numa aplicação prática de simulação em: Construção do modelo, Transformação deste modelo conceitual em um modelo computacional próprio ao processo de experimentação; Teste experimental de alternativas de ação para escolha das mais adequadas; Um sistema pode ser definido como um grupo de objetos, como pessoas ou máquinas, reunidos em alguma interação ou interdependência regular, a fim de se alcançar algum objetivo ou propósito lógico, onde os limites do mesmo são estabelecidos a fim de se definir o que será estudado e incluir neles apenas aqueles itens que são considerados mais importantes para os objetivos. As atividades do processo de modelagem e simulação podem ser resumidas. iniciando pela construção do modelo, passando pela transformação de modelo conceituando em modelo computacional e chegando aos testes experimentais (simulação propriamente dita) para a busca das melhores ou da melhor alternativa. A construção do modelo deve procurar representar o funcionamento do problema em questão visando encontrar uma exposição mais próxima da realidade em que está inserida, sendo de grande valia um conhecimento minucioso do cenário ou arranjo estudado. Os modelos de otimização são estruturados para obtenção, segundo alguns critérios estabelecidos pelo analista, de uma solução ótima, que servirá como referência para a decisão real. Representa a chegada de uma entidade ao sistema. As seguintes ações devem ser realizadas pelo programa de simulação: Guardar o tempo de ocorrência da chegada da entidade no sistema; Verificar se o recurso com o qual a entidade realizará uma atividade está livre; Se o recurso estiver ocupado, a entidade deve ser colocada no final da fila do recurso; Programar a chegada de uma nova entidade no sistema. A execução de um projeto de simulação exige capacitações técnicas diversas. Em função da complexidade, alguns projetos podem até requerer a participação de especialistas. De fato, algumas empresas, por usarem intensivamente esta técnica, criaram equipes especializadas. No entanto, como os softwares de simulação estão cada vez mais amigáveis, seu aprendizado é mais facilitado permitindo sua utilização por um número cada vez maior de usuários. Boa base de informática: necessária para o aprendizado do software e a modelagem do problema em questão. No entanto, isso não implica a indicação de um profissional da área de informática, mas sim uma pessoa com um perfil de usuário, habituado ao desenvolvimento de projetos com utilização de softwares. Conhecimento razoável de estatística: necessário para a intensiva utilização de dados característica dos estudos de simulação. O conhecimento estatístico é necessário para um adequado tratamento dos dados de entradas (modelagem estatística) e uma correta interpretação dos resultados que o modelo pode gerar. Conhecimento de técnicas de análise de processos: o profissional ou a equipe deve ter domínio sobre todos os detalhes relevantes do sistema, das relações entre seus componentes e deve ter a habilidade de traduzi-las em um conjunto de regras lógicas. É claro, não poderá faltar uma boa dose de sensibilidade ao problema em questão. Um projeto de simulação com pouco envolvimento de pessoas que trabalham na prática com o sistema possui grande probabilidade de não alcançar os objetivos desejados. A crescente popularidade de uso da simulação como ferramenta de modelagem e análise de problemas resultou em uma vasta e também crescente disponibilidade de softwares de simulação no mercado.
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