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Patologia humana relacionada à estética

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GOVERNO DE GOIÁS
Secretaria de Desenvolvimento Econômico
Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia
Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica
Patologia humana relacionada à estética 
2019
Patologia humana 
relacionada à estética
ETAPA 
IMAGEM PESSOAL
Janeiro 2019
Expediente
Governador do Estado de Goiás
Ronaldo Ramos Caiado 
Secretário de Desenvolvimento 
Econômico, Científico e Tecnológico 
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
Adriano da Rocha Lima
Superintendente Executivo 
de Ciência e Tecnologia
Márcio César Pereira
Coordenador Geral - Pronatec
Marcos Sussumo Andrade 
Coordenador Adjunto Pedagógico Pronatec
José Teodoro Coelho
Supervisão Pedagógica e EaD
Israel Serique dos Santos 
Maria Dorcila Alencastro Santana
Professor Conteudista
Prof. M.Sc. Fernando Honorato Nascimento
Projeto Gráfico
Maykell Guimarães
Designer
Andressa Cruvinel
Revisão Técnica
Râmuza Aiêcha Cerqueira de Oliveira Lima
Revisão da Língua Portuguesa 
Ana Paula Ribeiro de Carvalho
Banco de Imagens 
http://freepik.com
6
Apresentação
Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o 
profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o 
profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas 
e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse 
contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de 
Goiás (SED), visam garantir o desenvolvimento dessas competências.
Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação 
profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de 
Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, 
nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética; Desenvolvimento Educacional 
e Social; Gestão e Negócios; Informação e Comunicação; Infraestrutura; Produção 
Alimentícia; Produção Artística e Cultural e Design; Produção Industrial; Recursos 
Naturais; Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de 
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e 
promoção do empreendedorismo.
Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de 
servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando 
e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, 
ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.
Bom curso a todos!
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico 
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED).
ESTADO
DE GOIÁS
7
Conteúdo Interativo
Essa apostila foi cons-
truída com recursos 
que possibilitam a 
interatividade tais como 
hiperlinks e páginas com 
hipertexto. 
Pré-requisitos: 
Para acessar a 
interatividade 
utilize o Inter-
net Explorer,
ou
salve o arquivo 
no computador 
e abra-o no 
Acrobat Reader.
Sumário
INTRODUÇÃO
UNIDADE I
Introdução à patologia 11
1.1 Histórico e conceitos básicos 11
1.1.1 Aspectos gerais das doenças 13
1.1.2 Etiologia 14
1.1.3 Patogenia 15
1.1.4 Alterações morfológicas 15
1.1.5 Significado clínico da doença 15
1.1.6 Distribuição das doenças 16
1.2 A relação entre estética e saúde 16
UNIDADE II
Patologias relacionadas à estética 19
2.1 Acne 19
2.1.1 Acne vulgar - Conceito 20
2.1.2 Formas clínicas (graus) e etiologia 21
2.1.3 Tratamentos 22
2.2 Micoses 23
2.2.1 Conceito 23
2.2.2 Formas clínicas (graus) e etiologia 23
2.2.3 Tratamentos 25
2.3 HIV-AIDS 27
2.3.1 Conceito e etiologia 27
2.3.2 Tratamento 28
2.4 Hepatites 28
8
2.4.1 Conceito e etiologia 29
2.4.2 Tratamento 29
UNIDADE III
Casos especiais em procedimentos estéticos 31
3.1 A importância da anamnese para o início dos procedimentos estéticos 31
3.2 Cuidados nos tratamentos estéticos em gestantes 32
3.3 Pacientes cardiopatas e o tratamento estético adequado 34
3.4 Procedimentos estéticos em pacientes alérgicos e com próteses metálicas 34
3.4.1 Pacientes alérgicos 34
3.4.2 Pacientes com próteses metálicas 35
UNIDADE IV
Procedimentos profiláticos às patologias do ambiente estético 37
4.1 Preparação do ambiente para os procedimentos estéticos 39
4.2 Procedimentos anteriores ao tratamento estético 40
4.3 Regras de segurança em estética 40
Referências 42
9
Recursos Didáticos
FIQUE ATENTO 
A exclamação marca 
tudo aquilo a que você 
deve estar atento. São 
assuntos que causam 
dúvida, por isso exigem 
atenção redobrada.
PESQUISE 
Aqui você encontrará 
links e outras sugestões 
para que você possa 
conhecer mais sobre 
o que está sendo 
estudado. Aproveite!
CONTEÚDO 
INTERATIVO 
Este ícone indica 
funções interativas, como 
hiperlinks e páginas com 
hipertexto.
DICAS 
Este baú é a indicação de onde 
você pode encontrar informações 
importantes na construção e 
no aprofundamento do seu 
conhecimento. Aproveite, destaque, 
memorize e utilize essas dicas para 
facilitar os seus estudos e a sua vida.
VAMOS REFLETIR 
Este quebra-cabeças indica o 
momento em que você pode e 
deve exercitar todo seu potencial. 
Neste espaço, você encontrará 
reflexões e desafios que tornarão 
ainda mais estimulante o seu 
processo de aprendizagem.
VAMOS RELEMBRAR 
Esta folha do bloquinho 
autoadesivo marca aquilo 
que devemos lembrar 
e faz uma recapitulação 
dos assuntos mais 
importantes.
MÍDIAS INTEGRADAS 
Aqui você encontra dicas 
para enriquecer os seus 
conhecimentos na área, 
por meio de vídeos, 
filmes, podcasts e outras 
referências externas.
VOCABULÁRIO
O dicionário sempre nos ajuda a 
compreender melhor o significado 
das palavras, mas aqui resolvemos 
dar uma forcinha para você e 
trouxemos, para dentro da apostila, 
as definições mais importantes na 
construção do seu conhecimento.
ATIVIDADES DE 
APRENDIZAGEM
Este é o momento 
de praticar seus 
conhecimentos. 
Responda as 
atividades e finalize 
seus estudos.
SAIBA MAIS 
Aqui você encontrará 
informações 
interessantes 
e curiosidades. 
Conhecimento nunca é 
demais, não é mesmo?
HIPERLINKS
As palavras grifadas 
em amarelo levam 
você a referências 
externas, 
como forma de 
aprofundar um 
tópico. 
Hiperlinks de texto
10
INTRODUÇÃO
Olá, prezados(as) estudantes! Para o prosseguimento da sua formação profissional para a prática 
profissional, neste livro você irá estudar a respeito de patologia humana e sua relação com a imagem pessoal 
e estética. 
É necessário relembrar que, na busca de padrões de beleza estética, as pessoas correm contra o tempo 
para rejuvenescer, e um dos principais objetivos é o embelezamento da pele e dos cabelos. Sabe-se que este 
é um desejo existente desde a idade antiga; sempre esteve em voga a preocupação das pessoas em buscar 
o embelezamento para manter a autoestima (PETRY, 2013). 
Assim, atualmente é muito comum as pessoas se preocuparem principalmente com a aparência física, ter 
cuidados com o corpo e a busca pela manutenção da saúde e do equilíbrio. Estes são fatores decisivos para 
contribuir com a melhora da autoestima e autoconfiança e influenciam a preocupação da sociedade no dia 
a dia pela procura dos cuidados estéticos (AMARANTE, 2018). 
Portanto, os padrões de estética corporal atuais têm imposto uma “cultura” na sociedade de se dar 
extrema importância à beleza. Em consonância a esta “cultura”, já é uma realidade mundial que existe uma 
facilidade de acesso, entre todas as camadas sociais, para utilizar os serviços direcionados para cuidados 
com a aparência física (OLIVEIRA et al., 2014).
Poresses motivos e necessidades, busca-se por profissionais da área da imagem pessoal e estética e é 
de suma importância a conscientização destes profissionais sobre os riscos potenciais que são inerentes ao 
exercício da profissão, tanto para ele quanto para os seus clientes/pacientes (CORDEIRO et al., 2013).
Ou seja, na medida em que mais pessoas buscam o tratamento estético, cresce na mesma proporção 
a responsabilidade dos profissionais desta área para estarem preparados para oferecer atendimentos, 
orientações e procedimentos corretos e seguros, de acordo com o conhecimento sólido que recebem 
durante sua formação (ASSIS, 2015). 
Desejo a todos vocês um bom estudo e aproveitem-no da melhor forma possível!!!
Prof. M. Sc. Fernando Honorato Nascimento
11
Introdução à patologia 
UNIDADE I
 Estimados(as) cursistas!! Vamos continuar e complementar os estudos com o aprendizado de pa-
tologia. Com esse aprendizado, o profissional poderá compreender as alterações patológicas básicas que 
permitem aos organismos se defenderem das agressões e, assim, sobreviverem (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 
2016).
 Como ocorre em todas as ciências, análises etimológicas consolidam bases conceituais científicas 
e, desta forma, é necessário iniciar os estudos com a raiz etimológica do termo “patologia”, assim como o 
histórico e os conceitos básicos utilizados para o conhecimento do estudo das doenças relacionadas à es-
tética. Estes estão abordados nos conteúdos deste livro, para que o aprendizado seja eficiente e concreto 
(MONTENEGRO et al., 2015).
 É essencial que um indivíduo compreenda o contexto do seu ciclo vida e com essa percepção saiba 
lidar eficientemente com as pessoas e suas mudanças fisiológicas, pois o envelhecimento sadio não é só 
uma questão de genética ou sorte (OLIVEIRA, MERCADANTE, PÔRTO, 2015). 
 Nesse sentido, os estudos e pesquisas sobre patologia geral demonstram que esta é uma área fasci-
nante da biologia e que fornece os alicerces para que possa entender as doenças e como poderemos com-
batê-las ou preveni-las (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016).
 Um dos desafios que nossa sociedade atual impõe é garantir o direito de envelhecer com dignidade 
e segurança. Essa é uma conquista construída ao longo da vida e, mesmo que os avanços em estudos gené-
ticos e em patologia possam ampliar as fronteiras da idade, eles sozinhos não garantem qualidade de vida 
(OLIVEIRA, MERCADANTE, PÔRTO, 2015).
O termo patologia tem raiz etmológica na lingua grega. O termo patos significa sofrimento ou dor. O 
termo logia, originado de logos, significa estudo. Assim, pode-se conceituar patologia como a ciência que 
estuda as alterações biológicas anormais das células que causam as doenças (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 
2016). 
Portanto, é função da patologia estudar o surgimento de uma doença em um organismo e a forma pela 
qual a doença se desenvolve e acontece. Porém, não é função da patologia tratar as doenças. O tratamento 
é uma atribuição da farmacologia e da clínica em geral (MONTENEGRO et al., 2015). 
Historicamente, sabe-se que, na Grécia antiga, antes de Cristo (a.C.), havia uma forma de diagnosticar 
que as doenças eram causadas por um desequlíbrio chamado “fluido vital” (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016).
Nessa época, a presença, crença e adoração a centenas de divindades na vida das pessoas eram muito for-
tes e, assim, acreditava-se também que, se você ficasse doente, era porque alguma coisa de errado você ha-
via feito. Este “erro” fez com que seus fluidos vitais ficassem desequilibrados (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016).
Quem controlava estes fluidos corporais de todas as pessoas eram os deuses. Desta maneira, se você 
fosse uma pessoa má, ruim ou que fizesse algo que desagradace, fosse contra a vontade das centenas de 
deuses ou que deixasse os deuses irados, você então ficava doente. Esta era a “lei” difundida na época.
Mas, além dessas crenças, a verdade era que as populações aceitavam essas “punições” dos deuses, pois 
as ferramentas eram muito rústicas e não havia procedimentos e formas de estudar as doenças (MONTENE-
GRO et al., 2015).
Vários séculos depois de Cristo (d. C.), por volta do século V, na idade média, a chamada “época sombria 
1.1 Histórico e conceitos básicos 
12
da humanidade”, houve uma estagnação de todos os conhecimentos científicos.
Nesse tempo havia um domínio do conhecimento e da sociedade, em geral pelo clero (Igreja). Quem agia 
contra os princípios que eram os dogmas do clero era açoitado, excomungado, acusado de bruxaria e até 
mesmo poderia ser morto. A idade média se estendeu do século V ao século XV, quando então caiu (KUMAR, 
ABBAS, FAUSTO, 2016). 
Já no século XV até o século XVI, iniciaram-se os estudos de anatomia e fisiologia, com o estudo dos cor-
pos humanos, de suas partes e como estas funcionavam. Desta maneira, foi possível perceber que existia um 
determinado padrão de morfologia dos órgãos internos, porém, determinadas pessoas tinham um padrão 
um pouco diferente.
Com o avanço das pesquisas em fisiologia, entendeu-se melhor as alterações consideradas anormais no 
corpo humano e, portanto, começou-se a afirmar que os corpos humanos que possuíam orgãos internos com 
padrões diferentes poderiam apresentar uma determinada doença. Seria, então, o início do desenvolvimento 
da patologia antiga, que era baseada na observação dos órgãos nos corpos dos indivíduos após sua morte e 
na afirmação de que havia algo errado com aquele indivíduo morto, pois seus órgãos estavam diferentes dos 
órgãos de outras pessoas e, por esse motivo, foram a causa de sua morte (MONTENEGRO et al., 2015).
Já no início do século XVI até o século XVIII, os cientistas enfatizaram a análise dos tecidos que formam 
os órgãos internos do corpo humano e as alterações morfológicas nestes tecidos, que foram causadas pelas 
doenças (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016).
Com o avanço tecnológico e científico e equipamentos melhores, deu-se início aos estudos com dissecações 
dos órgãos com maior perícia, porém, nada muito aprofundado ainda. Os microscópios ainda eram rústicos 
e utilizavam-se muito as lupas para realizar as análises das estruturas teciduais (MONTENEGRO et al., 2015).
A partir do século XIX houve a consagração da patologia como ciência. Isto ocorreu com a proposição 
da teoria do cientista Rudolph Virchow, de que “todas as doenças têm origem celular”, ou seja, o cerne de 
todas as doenças está nas células.
Nessa mesma época já tinham sido divulgados os trabalhos do cientista Louis Pasteur e do micróscopio 
de Robert Hooke. Este cientista conseguiu demonstrar que a unidade fundamental formadora de todos os 
seres vivos é uma célula.
Além disso, Robert Hooke, em seu microscópio, estudou algumas estruturas das células. Ele foi o criador da 
palavra célula. A célula animal, com suas estruturas citoplasmáticas e nucleares, está representada na Figura 1 
(KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016).
Figura 1 - Diagrama atual de uma célula animal e suas estruturas.
Fonte: imagem original por Mariana Ruiz, tradução por Felipe Fontoura/Public Domain.
13
Com o aprofundamento dos conhecimentos da “Teoria de Rudolph Virchow”, surgiu a patologia moderna 
que, com a utilização de equipamentos e técnicas científicas adequadas, conseguiu perceber que as doenças 
têm um padrão molecular para ocorrerem.
 Mesmo que esse padrão molecular seja extremamente complexo e necessite de muitos estudos, todas 
as doenças, sem nenhuma exceção, têm origem celular. Mesmo as doenças infecciosas, tais como as cau-
sadas por bactérias, vírus, fungos ou protozoários que infectam os indivíduos, são células que vão causar 
lesões a outros tipos de células (MONTENEGRO et al. 2015).
Dessa forma, a patologia moderna pode ser dividida em dois campos de atuação: Patologia Geral e Pa-
tologia Especial, também chamada de Patologia Sistêmica.
A patologia geral tem como objeto de estudo as alterações patológicas gerais que ocorrem nas células.Ou seja, independente do tipo de doença que estejamos estudando, muitas doenças irão apresentar o mes-
mo padrão de alteração celular.
Assim, a patologia geral investiga o que aconteceu com a célula, quais suas estruturas foram afetadas 
e como o metabolismo do corpo humano foi alterado em função de células que morreram(apoptose) por 
decorrência de uma lesão ou de uma doença (REISNER, 2016).
Na patologia especial ou sistêmica, estudam-se as alterações patológicas que ocorrem em tecidos e ór-
gãos específicos. Por exemplo, as patologias que acometem o sistema circulatório, tais como as patologias 
do coração, insuficiências cardíacas, hipertrofia cardíaca, entre outras. A patologia sistêmica também avalia 
as alterações nos tecidos, por meio da análise fisiopatológica, macroscópica e microscópica.
A fisiopatologia investiga o momento em que a doença está acomentendo o indivíduo e quais as altera-
ções no organismo que fazem com que as propriedades fisiológicas da função daquele órgão acometido pela 
doença se modifiquem. Ou seja, quais serão as alterações patológicas nas funções daquele órgão quando 
ele está comprometido com alguma doença (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016).
Assim, prezados(as) cursistas, a patologia que se relaciona com a estética é a patologia especial, pois é 
específica em abordagem e estudos de doenças da área.
Os aspectos gerais das doenças são os primeiros aspectos a serem tratados em patologia, pois são os 
pontos importantes do seu surgimento, discorrimento e significado (REISNER, 2016). 
Para prosseguir com os estudos é necessário conceituar a doença como: um conjunto de sinais e sinto-
mas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde (do latim dolentia – signi-
fica padecimento, dor). 
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o conceito de sáude é um estado 
de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doenças ou enfermidades 
(BRASIL, 2015). Deste modo, existem quatro aspectos gerais que são estudados em patologia geral: a etio-
logia, a patogenia, as alterações morfológicas e o significado clínico das doenças. 
Nesse sentido, se estudarmos primeiramente os conceitos gerais em patologia, podemos definir o signi-
ficado do termo órgão. Destarte, o órgão é um conjunto de células agrupadas em tecidos com uma morfo-
logia específica e que desempenha diversas funções biológicas no organismo. Dentre estas funções, está a 
manutenção do grau de equilíbrio do organismo, chamada de homestasia.
Quando um órgão desempenha sua função normal no organismo, realiza suas funções fisiológicas e, para 
fazer esta afirmação, é necessário mencionar como ele funciona normalmente, pois, na patologia, estuda-
mos as alterações funcionais dos órgãos (REISNER, 2016).
Assim, se um órgão ou tecido está doente, diz-se que ele está com as funções alteradas. Um órgão ou 
tecido saudável também pode alterar suas funções, de acordo com alguma modulação do ambiente. Esta 
1.1.1 Aspectos gerais das doenças
14
É a parte da patologia que verifica o motivo pelo qual alguma doença foi causada. É o ponto de início da pato-
logia, pois analisa a partir de que momento uma doença se instala nos tecidos ou órgãos que estavam funcionan-
do normalmente. A etiologia pode ser dividida em duas classes: genética ou intrínseca e adquirida (FILHO, 2018). 
l Genética ou intrínseca: é uma modificação no DNA do indíviduo que futuramente apresentará algum 
problema de perda de função ou alteração de função fisiológica normal. Como exemplo de doença, pode-se 
citar a anemia falciforme. Esta ocorre quando as hemácias adquirem forma de “foices” por estarem com 
baixa saturação de oxigênio, devido à alteração de um aminoácido da beta globina da hemoglobina (que é a 
proteína carreadora de gás oxigênio para as células). 
O mecanismo que ocorre é a alteração de um códon, no qual um único nucleotídeo alanina é trocado 
por uma timina, e assim acontece uma troca de aminoácidos, na qual um ácido glutâmico é trocado por 
um valina. Este é o sexto aminoácido na sequência desta cadeia de nucleotídeos (NUSSBAUM, MCINNES, 
WILLARD, 2016).
l Adquirida: é uma alteração proveniente do meio externo, que pode ser nutricional, infecciosa, estar ex-
posta a agentes químicos, variações de temperatura (calor intenso ou frio intenso), entre outras (FILHO, 2018).
 Um exemplo clássico de etiologia adquirida é a doença escorbuto, que também é chamada de beribéri, 
que ocorreram muito na época das grandes navegações, quando os viajantes apresentavam sangramentos 
severos na gengiva e dores nas articulações. 
Essa doença é causada pela ausência de ingestão, ou seja, pela carência grave de vitamina C (MAGA-
LHÃES, 2014).
Assim, é importante que saibamos também que algumas alterações genéticas apresentam importância 
para predizer a etiologia de algumas doenças que são adquiridas, ou seja, existem fatores genéticos que 
favorecem o sugimento da doença (NUSSBAUM, MCINNES, WILLARD, 2016).
1.1.2 Etiologia
alteração de função é fisiológica. Nos órgãos ou tecidos doentes, as alterações não são fisiológicas, mas 
ocorrem por perda da função ou uma compensação exagerada e excessiva de sua própria função. 
Quando em um organismo há um órgão doente é necessário que sejam respondidas perguntas para que 
se possa compreender a ocorrência desta doença, tais como: 
Portanto, para todas as doenças, podem ser realizadas estas perguntas. As respostas para essas quatro 
perguntas nada mais são que o aspectos das doenças. Assim, podemos responder às perguntas com o es-
tudo dos aspectos gerais das doenças (HANSEL, DINTZIS, 2017). 
15
É a sequência de eventos que ocorre como resposta do organismo ao(s) agente(s) etiológico(s). Portanto 
é o estudo de quais eventos ocorrerão com o organismo de um indivíduo doente, pois haverá alterações das 
funções dos tecidos e/ou órgãos acometidos pela doença.
Podemos citar como exemplo a tuberculose: possui como agente etiológico o bacilo chamado Mycobac-
terium tuberculosi. Ao infectar o indivíduo, multiplica-se dentro dos alvéolos (localizados nos pulmões) e 
até mesmo uma pequena quantidade destes microrganismos pode cair na circulação sanguínea e infectar 
outros tecidos (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2016). 
Desse modo, no decorrer desse processo, que pode demorar entre uma e duas semanas, o sistema 
imunológico inicia um processo de reconhecimento deste agente etiológico ou patógeno, para se ativar e 
promover a eliminação deste agente. Agente etiológico ou patógeno é qualquer microrganismo que cause 
uma infecção em um indivíduo.
Pode-se dizer, então, que a progressão da doença ocorre nas seguintes etapas: 
São as alterações referentes às modificações estruturais nas células e nos tecidos, em sua maioria, carac-
terísticas das doenças, favorecendo o diagnóstico correto. 
As alterações nas funções levam a alterações morfológicas e específicas das estruturas dos tecidos, como 
exemplo, a necrose (morte) tecidual do pulmão em um paciente com tuberculose (FILHO, 2018).
São as características de sinais e sintomas apresentados pelo indivíduo no decorrer da doença. As altera-
ções das funções teciduais também causam uma alteração no conjunto de órgãos, que é um sistema.
Os sinais e sintomas que esses sistemas apresentam também favorecerão a identificação do diagnóstico 
da doença (HANSEL, DINTZIS, 2017).
Como exemplo, pode-se citar novamente a tuberculose. Um paciente com tuberculose apresenta alguns 
sinais e sintomas, que são: tosse com presença de secreção; febre ao entardecer; sudorese noturna e perda 
de apetite (FILHO, 2018). 
1.1.3 Patogenia
1.1.4 Alterações morfológicas
1.1.5 Significado clínico da doença
É necessário lembrar que nem sempre a doença evolui para o reparo e a cura, podendo o indivíduo ir a 
óbito (HANSEL, DINTZIS, 2017). 
16
A distribuição das doenças nas populações ocorre em períodos epidêmicos, interepidêmicos ou espo-
rádicos e endêmicos. 
A endemia é caracterizada pela presença constantede determinada doença em uma população de uma 
área geográfica. Também pode ser considerada a prevalência usual de uma doença em determinado grupo 
populacional de uma área geográfica.
Já epidemia é a ocorrência de uma doença em uma população na qual a prevalência de casos cresce de 
modo progressivo, inesperado e descontrolado. 
O número de casos supera os valores endêmicos ou esperados. Para que ocorra a infecção é necessário 
que o hospedeiro seja suscetível. Diversos fatores estão relacionados à suscetibilidade humana, dentre os 
quais podemos destacar os biológicos, genéticos, nutricionais e imunológicos (FREITAS, GONÇALVES, 2015).
A segurança física e biológica deve ser aplicada em todos os ambientes de trabalho, nos ambientes 
de autocuidados, no manuseio de materiais biológicos, nos cuidados com equipamentos e superfícies, no 
descarte e destino de materiais perfurocortantes, infectantes, assim como na prevenção e no manejo da 
exposição biológica e ocupacional.
 Essas são precauções necessárias e fundamentais na prática da imagem pessoal/ estética e em todas as técnicas 
e todos os procedimentos que são inerentes da atuação de qualquer profissional desta área (COSTA, GOMES, 2012).
As ações de prevenção de doenças e lesões no ambiente de trabalho são aplicações de biossegurança em es-
tética e exigem atenção e consciência profissional. Diante de uma realidade mercadológica nos estabelecimen-
tos que atuam em beleza, clínicas de estética e salões de imagem pessoal que não param de crescer, devemos 
ter uma atenção e um cuidado cada vez maiores em orientar a sociedade quanto a essa questão (ASSIS, 2015). 
Portanto, os cuidados necessários com biossegurança na imagem pessoal/estética têm como fundamen-
to principal lidar com as ações de prevenção de doenças no ambiente de trabalho que posssam ser causadas 
por diversos fatores, tais como: esterilização inexistente ou ineficaz; imperícia com materiais perfurocortan-
tes ou erros nas realizações de procedimentos, principalmente em relação aos profissionais da área e aos 
clientes/pacientes (BRASIL ESCOLA, 2018). 
As doenças que possuem maior risco de contágio e de transmissão na prática laboral em imagem pesso-
al/estética são as hepatites virais, a AIDS e as infecções causadas por fungos (FELIPE et al., 2017). 
Os tratamentos de beleza, com a realização de procedimentos, executados principalmente por mani-
cures, pedicures, cabeleireiros, barbeiros e profissionais de imagem pessoal/estética em geral, promovem 
uma frequente contaminação de instrumentos e materiais por sangue e contato com pele íntegra. Desta 
forma, podem constituir uma fonte para transmissão cruzada de microrganismos causadores de doenças de 
impacto social, tais como as hepatites e a AIDS (HIV) (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013).
1.1.6 Distribuição das doenças
1.2 A relação entre estética e saúde 
Tabela 1 - Tipos de riscos aos quais os profissionais em imagem pessoal/estética estão expostos.
Fonte: adaptado de Ferraz & Araújo (2015).
17
Diversos estudos têm obtido resultados que demonstram a ausência de conhecimento adequado dos 
profissionais de imagem pessoal/estética em relação aos riscos aos quais estão expostos, em razão do exer-
cício de sua profissão (ASSIS, 2015). 
Muitos resultados de diversos estudos afirmam que as maiores causas de aquisição de doenças em am-
bientes de imagem pessoal/estética, tanto nos profissionais quanto nos clientes/pacientes, foram a não 
utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) 
e o gerenciamento dos resíduos dos serviços de forma correta (FELIPE et al. 2017). 
Diante do risco da disseminação microbiana, fúngica e viral, devem ser implantadas ações educativas que 
ampliem o conhecimento dos profissionais a respeito da realização de ações de biossegurança e do risco 
ocupacional, estimulando-os para adesão às práticas de biossegurança, higienização e saúde ocupacional, 
levando-se em conta fatores sociais, econômicos e culturais (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2012).
Na Figura 2, pode-se visualizar um profissional se 
aparelhando com os EPIs antes de realizar qualquer 
procedimento.
Atualmente é crescente a preocupação com os 
processos de assepsia e esterilização que são neces-
sários para a reallização de procedimentos estéticos 
oferecidos em centros estéticos, clínicas e salões de 
imagem pessoal.
Sabe-se que, na maioria das realizações dos 
atendimentos, muitos profissionais e a maioria do 
clientes desconhecem esses processos, os riscos aos 
quais estão expostos e as consequências causadas 
pelas infecções que, possivelmente, podem incorrer 
nas diversas terapêuticas tanto nos âmbitos capilar 
e facial quanto no corporal.
Portanto é extremamente importante que exista uma conduta ética predominante dos profissionais com 
relação ao conhecimento e à aplicabilidade das medidas de procedimentos de biossegurança, voltadas para 
a prevenção, minimização e eliminação de possíveis riscos de contaminação de microrganismos patógenos 
(vírus, bactérias e fungos) (QUEIROZ, MEJIA, 2015).
Dessa forma, para que se possa atingir o objetivo dos pacientes/clientes ao buscarem um procedimento 
em imagem pessoal/estética − que é a preservação da própria saúde, o aumento da autoestima e a reali-
zação de investimentos financeiros por serviços que 
lhe trarão melhoria em saúde para ficar com sua 
aparência mais bonita e saudável −, é necessária a 
conscientização e a boa conduta de todos os profis-
sionais durante a permanência no local de trabalho e 
no atendimento aos pacientes (FELIPE et al., 2017). 
A responsabilidade de todos os profissionais da 
saúde, neste caso o profissional em imagem pesso-
al/esteticista, é sempre usar as técnicas de biosse-
gurança que lhes tragam segurança e assegurem a 
seu paciente a isenção de riscos inerentes perante o 
procedimento destas técnicas, evitando problemas 
patológicos, conforme está representado na Figura 
3 (DIAS, SILVA, 2018). 
 
Figura 2 - Profissional se prepara para a realização de 
um procedimento.
Fonte: http://www.euroamerica.net/blog/a-biosseguranca-a-servico-da-prevencao-de-acidentes-
no-mercado-de-trabalho
Figura 3 - Representação de profissional e paciente/cliente 
com a proteção adequada para a realização de todos os 
procedimentos.
Fonte: portaldaesteticista.files.wordpress.com/2013/04/estetica-25.jpg
18
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
É necessário e muito importante que sejam exercitados os conhecimentos que 
você adquiriu na Unidade I deste livro. Realize pesquisas sobre os temas que mais 
lhe geraram dúvidas e responda em seu caderno. Lembre-se que escrever sobre os 
temas e conteúdos estudados ampliará sua capacidade de fixação dos conteúdos 
necessários para a formação adequada. Desta maneira, sob a orientação de seu professor ou sua 
professora, realize as seguintes atividades: 
Temas para pesquisar, estudar e responder:
1 – O que são alvéolos e onde se localizam?
2 – Como se pode conceituar imunidade inata e adquirida? 
3 – Qual o conceito de patogenia? 
4 – O que são patógenos? Qual outra denominação podem receber?
5 – Qual é a diferença entre assepsia e esterilização?
6 – Qual a diferença entre sinais e sintomas?
VOCABULÁRIO 
A imunidade inata corresponde à primeira linha de defesa do organismo e é 
composta por barreiras físicas e químicas, células, o sistema complemento e 
proteínas chamadas de citocinas. Entre as células fagocitárias envolvidas nesta 
resposta encontram-se os monócitos, os macrófagos e os neutrófilos polimorfonucleares (PMN), 
cujas funções baseiam-se no reconhecimento dos microrganismos por receptores inespecíficos 
encontrados em sua superfície e posterior fagocitose e eliminação destes agentes infecciosos. No 
entanto, apesar de sucessivas exposições aos mesmos microrganismos, não se torna especializadae, 
logo, é considerada inespecífica.
19
Patologias relacionadas à estética 
UNIDADE II
Prezados(as) cursistas, os estudos em patologias relacionados à estética já são uma preocupação de di-
versos cientistas e estudiosos atuais. Estudam-se as doenças (chamadas doenças ocupacionais) que podem 
ser adquiridas no ambiente de imagem pessoal/estética, tanto pelos profissionais quanto pelo paciente/
cliente, assim como as patologias que são tratáveis, como por exemplo, a acne, pela realização de procedi-
mentos e cuidados permitidos no exercício desses profissionais. 
As doenças ocupacionais são o resultado de atividades desenvolvidas pelos profissionais ou devido à expo-
sição de produtos utilizados no seu ambiente de trabalho. O profissional de estética capilar é responsável por 
diversos tratamentos de beleza, ficando cronicamente exposto a substâncias (DOURADO et al., 2018). 
Em vários países do mundo e no Brasil, existe uma grande variedade de oferta de serviços de imagem 
pessoal/estética para a população, desde os mais atuais e/ou modernos, como maquiagem e sobrancelhas 
definitivas, alisamentos capilares, peelings faciais, depilação permanente e diversos tratamentos estéticos 
cutâneos − anticelulite e estrias, antimanchas, antiflacidez, antienvelhecimento, entre outros −, como os já 
considerados tradicionais, que são manicure/pedicure, corte de cabelo, tintura de cabelo, barbeamento, 
depilação, limpeza de pele e massagens. 
Os institutos de beleza e centros e/ou clínicas de estética são considerados estabelecimentos de inte-
resse da saúde, pois podem representar um risco para seus usuários e profissionais se as boas práticas de 
biossegurança não forem adotadas.
Sabe-se que, durante os procedimentos estéticos e de embelezamento, áreas do corpo são manipuladas por 
instrumentos, tais como: alicates para remoção do eponíquio (cutículas), lâminas de barbear, palitos, espátulas, 
tesouras, agulhas e outros instrumentais perfurocortantes capazes de promover lesões cutâneas que, atingin-
do o leito vascular sanguíneo, oferecem o risco de sangramentos da pele. Isso possibilita a transmissão de do-
enças infecciosas como HIV/AIDS, hepatites B e C, além de infecções bacterianas e fúngicas (SOBRINHO, 2014). 
Conforme já estudamos, a pele propicia uma barreira que protege o corpo contra os perigos físicos e 
ambientais, e a acne ocorre na pele. A pele faz parte do sistema tegumentar e é o maior órgão do corpo. Ela 
serve de cobertura externa e separa o nosso interior, por vezes frágil, das ameaças que existem em nosso 
meio ambiente (REISNER, 2016).
O sistema tegumentar, além de recobrir o corpo, protege-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de 
microrganismos patogênicos e também a radiação ultravioleta.
Esse sistema atua na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na regula-
ção da temperatura, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. 
O sistema tegumentar é constituído pela pele e por seus anexos: pelos, unhas, glândulas sebáceas, sudo-
ríparas e mamárias. A pele é composta pela epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, 
e pela derme, de tecido conjuntivo.
Subjacente, unindo-a aos órgãos, há a hipoderme (ou fáscia subcutânea), de tecido conjuntivo frouxo e 
adiposo (MONTANARI, 2016). A pele também previne a entrada de microrganismos infecciosos no corpo, 
além de atuar como defesa primária do sistema imune. Além disso, a pele exerce papel significativo na re-
gulação da temperatura corpórea e é muito importante para prevenir o superaquecimento ou super-resfria-
2.1 Acne
20
mento do corpo (REISNER, 2016).
Na Figura 4, podem-se observar a fotomicrografia obtida em microscópio óptico e a representação didá-
tica de corte de pele humana.
Atualmente, a saúde da pele tem recebido um maior cuidado e atenção, e uma doença que acomete 
quase todo indivíduo é a acne, que se inicia na puberdade e algumas vezes continua até a idade adulta. A 
acne tem sido uma das doenças na pele que mais tem incomodado os jovens, principalmente as do sexo 
feminino (FONSECA, MEJIA, 2014). 
Figura 4 - Estrutura da pele. (Esq.) Fotomicrografia de um corte de pele normal corado com hematoxilina e eosina que 
mostra ondulações proeminentes de cristas epidérmicas (seta). (Dir.) Camadas e tipos celulares da epiderme e sua 
relação com a derme.
Fonte: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar/1.php
Figura 5 - Acne vulgar.
Fonte: http://www.muitochique.com/pele/tratamento-para-acne-vulgar.html
A acne vulgar, uma doença dos folículos pilosos e das unida-
des sebáceas, comumente afeta adolescentes e caracteriza-se 
pela formação de lesões papulares ou pustulares que, por fim, 
podem formar cicatriz. 
É uma afecção crônica da pele que atinge a unidade pilosse-
bácea e forma lesões polimórficas na face e/ou no tronco dos 
indivíduos acometidos. A patogenia dessa doença mais prova-
velmente reflete a atividade de Propionibacterium acnes em 
secreções sebáceas, podendo levar ao influxo subsequente de 
neutrófilos (NETO, CUCÉ, REIS, 2015).
2.1.1 Acne vulgar - Conceito
21
A acne não inflamatória, comedoniana, comedônica ou de 
grau I: caracteriza-se por comedões fechados e abertos, que 
são acúmulos de lipídios, queratina e bactérias, que formam 
um tampão central e resultam em dilatação folicular. Apresenta 
algumas pápulas e raras pústulas foliculares, conforme se pode 
observar na Figura 6. 
A acne inflamatória caracteriza-se por distensão folicular 
progressiva com ruptura e confere a presença de lesões cutâ-
neas eritematosas.
A acne inflamatória pode ser dividida em: acne papulopustu-
losa ou acne grau II; acne nódulo-abscedante; acne abscedante 
ou acne grau III; acne conglobata ou acne grau IV; acne fulminan-
te; acne fulminans ou acne grau V.
Vamos descrever cada um dos graus de acne inflamatória:
Acne papulopustulosa ou acne grau II: observando a Figura 
8, percebe-se que a acne tem intensidade variável, desde pou-
cas lesões até numerosas, com inflamação bem intensa. Carac-
teriza-se pela presença de comedões abertos, de pápulas, com 
ou sem eritema inflamatório, e pústulas. A seborreia está sem-
pre presente na face (RIVITTI, 2018).
Acne nódulo-cística ou grau III: ocorrência de comedões, 
pápulas, pústulas, nódulos e pseudocistos. Está presente na 
face e no tronco. Há comedões abertos, pápulas, pústulas, se-
borreia e nódulos furunculoides (formato de furuncúlos). Es-
ses nódulos, em muitos casos, são impropriamente chamados 
de cistos e contêm corneócitos degenerados, nos quais pode 
ocorrer a formação de pus e nos quais a drenagem também 
elimina queratina.
2.1.2 Formas clínicas (graus) e etiologia
Figura 6 - Acne grau I. Múltiplos comedões, 
raras pápulas eritematosas na fronte.
Fonte: www.freepik.com/premium-photo/scar-from-acne-on-face_2290107
Figura 7 - Acne inflamatória.
Fonte: https://www.tuasaude.com/tipos-de-acne/
Figura 8 - Acne grau II. Comedões, pápulas 
eritematosas e pústulas.
Fonte: www.freepik.com/premium-photo/scar-from-acne-on-face_2740282.htm
Figura 9 - Acne grau III.
Fonte: http://healthaio.it/acne-nodulo-cistica-cura/
22
A terapêutica para o tratamento da acne deve ser integral e ampla. É necessário se atentar para o pacien-
te como um todo, e a terapêutica deve ser múltipla, isto é, devem ser usados, ao mesmo tempo, técnicas e 
medicamentos que ajam nas várias etapas da patogenia da acne. 
Não se deve tratar a acne apenas com um medicamento local ou sistêmico. Consequentemente, o tra-
tamento deve objetivar: (1) desobstruir os comedões por meios físicos e químicos; (2) diminuir o conteúdo 
bacteriano por meio de antibacterianos locais ou orais; (3) acelerar a esfoliação da epiderme; (4) diminuir a 
quantidade e a produção do sebo, e (5) diminuição da inflamação (AZULAY, 2017).
No que tange ao tratamento medicamentoso da acne, pode-se dividi-lo em primeira linha e segunda linha. 
l Primeira linha 
1. Uso de sabonetes: sulfurosos, com ácido salicílico, peróxidode benzoíla, irgasan. 2. Peróxido de ben-
zoíla (gel a 2, 5 ou 10%). 3. Retinoides (creme a 0,025% ou gel a 0,01%, creme a 0,05% ou gel a 0,025%, 
creme a 0,1%, solução a 0,05%). 4. Adapaleno (gel 0,1%). 
Acne conglobata ou grau IV: apresenta-se em quadro mais 
grave com secreção e cicatrizes após a inflamação. Ocorre na 
face e no tronco. É uma forma grave de acne na qual se asso-
ciam nódulos purulentos, numerosos e grandes, que formam 
abscessos e fístulas que drenam pus. Existem canais entre os 
abscessos que formam bridas e lesões queloidianas. É uma for-
ma mais frequente em homens, em geral, e acomete a face, 
o pescoço e os lados anterior e posterior do tórax, podendo 
acometer até a região glútea (RIVITTI, 2018).
Acne fulminante ou grau V: é uma acne que se torna repen-
tinamente grave em homens jovens, apesar de ser extrema-
mente rara. Os sintomas diversos incluem a poliartrite, febre, 
astenia, o emagrecimento, a leucocitose, poliartralgia com eri-
tema inflamatório ou necrose, hemorragia em algumas lesões e 
acometimento sistêmico em na face e no tórax (RIVITTI, 2018).
No que se refere à etiologia, a acne possui: uma origem multifatorial que pode ser por queratinização 
dos folículos pilosos, aumentada por uma tendência genética; aumento da secreção sebácea por estímulo 
de hormônios masculinos; alteração da flora bacteriana (Propionibacterium acnes) na superfície da pele ou 
por inflamações que envolvem a ativação da imunidade inata e adquirida.
O diagnóstico pode ser realizado através da análise das manifestações clínicas, que ocorrem durante o 
período da adolescência, com um provável início na puberdade, e que a doença pode se estender até em 
torno dos 30 anos de vida.
Os estudos rescentes demonstram que pode haver uma maior incidência de acne em uma faixa etária 
que vai dos 14 aos 17 anos, no sexo feminino, e dos 16 aos 19 anos, no masculino (NETO, CUCÉ, REIS, 2015).
2.1.3 Tratamentos
Figura 10 - Acne grau IV.
Fonte: http://dermatopatologia.com/doenca/acne-conglobata/
Figura 11 - Acne grau V.
Fonte: https://beautyblog.com.br/acne/acne-fulminante/
23
5. Antibacterianos tópicos (eritromicina 2 a 4%, clindamicina 1 a 2% em soluções ou gel). 6. Ácido azelai-
co (15 a 20% em gel). 7. Antibacterianos sistêmicos orais: tetraciclina (0,5 a 2 g diários), minociclina (100 a 
200 mg/dia) e doxiciclina (100 a 200 mg/dia).
l Segunda linha 
1. Antibacterianos sistêmicos orais: eritromicina, trimetoprima-sulfametoxazol, azitromicina, sulfona. 2. 
Isotretinoína oral: 0,5 a 1,5 mg/kg/dia, dose total: 120 a 150 mg/kg. 3. Antiandrógenos: para o tratamento 
da síndrome de acne da mulher adulta: espironolactona (50 a 200 mg/dia), acetato de ciproterona (10 a 50 
mg via oral, cinco a 14 dias antes do ciclo menstrual) (AZULAY, 2017). 
De acordo com Rivitti (2018), uma descoberta no tratamento que pode ser considerada uma verdadeira 
“Pérola clínica” é quando, em casos de acne fulminante, se utilizam corticosteroides orais.
Com o número cada vez maior de indivíduos em risco de 
infecções fúngicas, é imperativo que os profissionais de saú-
de e estética/imagem pessoal “pensem em fungos” quando do 
confronto com uma infecção suspeita (TEIXEIRA, 2015).
Desse modo, os profissionais devem se tornar familiarizados 
com os vários tipos de fungos, seus aspectos epidemiológicos e 
patogênicos, e também com as abordagens ideais de diagnósti-
co e terapia (MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2015).
2.2 Micoses 
A lista de patógenos fúngicos documentada é extensa, e não se pode mais ignorar ou desconsiderar os 
fungos como “contaminantes” ou clinicamente insignificantes quando isolados a partir de material clínico. É 
também aparente que o prognóstico e a resposta à terapia possam variar com o tipo de fungo que causa a 
infecção, como também com o status imunológico do indivíduo (TEIXEIRA, 2015). 
As doenças que são provocadas por fungos ou cogumelos e se localizam preferencialmente na epiderme 
e/ou em seus anexos são denominadas micoses superficiais e, podem, eventualmente, invadir a derme; em 
raríssimos casos, até mesmo os órgãos internos.
O contágio inter-humano das micoses é frequente, e estas são classificadas em quatro grupamentos: 
ceratofitoses, dermatofitoses, dermatomicoses e candidíases. Estas últimas, embora sejam consideradas 
oportunistas, serão estudadas neste capítulo, visto que, em pacientes imunocompetentes, se comportam 
como micose superficial (AZULAY, 2017).
Além da classificação taxonômica formal dos fungos, as infecções fúngicas podem ser classificadas de 
acordo com o parasitismo tecidual, como também pelas características específicas dos grupos de organis-
mos. Estas classificações incluem as micoses superficiais, cutâneas e subcutâneas, as micoses endêmicas e 
2.2.1 Conceito
2.2.2 Formas clínicas (graus) e etiologia
Figura 12 - Micoses.
Fonte: https://www.saudedica.com.br/remedios-caseiros-para-tratar-micose/
24
l Micoses superficiais
As micoses superficiais são aquelas infecções que estão limitadas às superfícies da pele e dos pelos. Elas 
não são destrutivas e são apenas de importância estética. A infecção clínica denominada pitiríase versicolor 
é caracterizada pela descoloração ou despigmentação e descamação da pele. Tinea nigra se refere a man-
chas pigmentadas em castanho ou negro localizadas principalmente nas palmas das mãos.
As entidades clínicas da piedra negra e piedra branca compreendem os pelos e são caracterizadas por 
nódulos compostos por hifas que envolvem as hastes dos pelos. Os fungos associados a estas infecções 
superficiais incluem Malassezia spp., Hortae werneckii, Piedraia hortae e Trichosporon spp (MURRAY, RO-
SENTHAL, PFALLER, 2015).
l Micoses cutâneas
As micoses cutâneas são infecções da camada queratinizada da pele, dos pelos e das unhas. Estas infec-
ções podem provocar uma resposta do hospedeiro e se tornar sintomáticas. Os sinais e sintomas incluem 
prurido, descamação, cabelos quebradiços, manchas de formato anelar na pele, bem como unhas espes-
sadas e opacas. Os dermatófitos são fungos classificados nos gêneros Trichophytron, Epidermophyton e 
Microsporum (MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2015).
As infecções da pele que envolvem tais organismos são denominadas dermatofitoses. A Tinea unguium 
se refere a infecções dos dedos dos pés que envolvem estes agentes. As onicomicoses incluem infecções das 
unhas causadas pelos dermatófitos e ainda por fungos não dermatófitos, como Candida spp. e Aspergillus 
spp. (TEIXEIRA, 2015).
l Micoses endêmicas
As micoses endêmicas são infecções fúngicas causadas pelos fungos dimórficos Histoplasma capsulatum, 
Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis, Coccidioides posadasii e Paracoccidioides brasiliensis (pató-
genos clássicos) (MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2015).
Esses fungos exibem dimorfismo térmico (existem como leveduras ou esférulas a 37°C e como fungo fila-
mentoso a 25°C) e geralmente estão confinados a regiões geográficas, onde eles ocupam nichos ambientais 
ou ecológicos específicos.
As micoses endêmicas são frequentemente referidas como micoses sistêmicas, porque estes microrganis-
mos agem como verdadeiros patógenos e podem causar infecções em indivíduos saudáveis. Recentemente, 
o fungo dimórfico Penicillium marneffei foi adicionado à lista de agentes causadores de micoses endêmicas.
Todos esses agentes produzem uma infecção primária no pulmão, com subsequente disseminação para 
outros órgãos e tecidos (TORTURA, FUNKE, CASO, 2017).
l Micoses oportunistas
As micoses oportunistas são infecções atribuídas aos fungos que são normalmente encontrados como 
comensais humanos ou no ambiente. Com exceção de Cryptococcus spp., estes organismos exibem uma 
virulência inerentemente baixa ou limitada e causam infecções em indivíduos que estejam debilitados, imu-
nossuprimidos ou que carreguem aparelhos protéticos implantados ou cateteres vasculares (MURRAY,RO-
SENTHAL, PFALLER, 2015).
Em termos práticos, qualquer fungo pode atuar como um patógeno oportunista, e, desta maneira, a 
as micoses oportunistas (MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2015). 
Qualquer infecção causada por fungos, ou seja, fúngica, é chamada de micose. As micoses geralmente 
são infecções crônicas (com longa duração), em razão do crescimento lento dos fungos. As micoses são 
classificadas em cinco grupos de acordo com o grau de envolvimento dos tecidos e o modo de entrada no 
hospedeiro: sistêmica, subcutânea, cutânea, superficial ou oportunista (TORTURA, FUNKE, CASO, 2017).
25
lista dos identificados se torna maior a cada ano. Os patógenos fúngicos oportunistas mais comuns são as 
leveduras Candida spp. e Cryptococcus spp., o mofo aspergillus spp. e Pneumocystis jirovecii. Devido à sua 
inerente virulência, o Cryptococcus spp. é frequentemente considerado como um patógeno que infecta de 
forma “sistêmica”. 
Embora esse fungo possa causar infecção em indivíduos imunologicamente normais, ele é claramente 
visto mais frequentemente como um patógeno oportunista na população imunocomprometida (MADIGAN 
et al., 2016).
No que concerne aos tratamentos de micoses é necessário lembrar que os fungos estão relacionados 
com os animais. Consequentemente, os fármacos que afetam as células fúngicas também podem afetar as 
células do animal, fato que torna difícil o tratamento das infecções fúngicas em seres humanos e em outros 
animais (TORTURA, FUNKE, CASO, 2017).
As indicações dos diferentes agentes terapêuticos são determinadas pela sintomatologia ou etiologia da 
dermatose, compreendendo os seguintes itens: detergentes, calmantes, umectantes, protetores, anti-infla-
matórios e antifúngicos (RIVITTI, 2018).
É muito importante lembrar também que existe uma enorme quantidade de micoses e que, em muitos 
casos, o diagnóstico, prognóstico e a posologia com a indicação do tratamento só podem ser realizados por 
profissionais de saúde habilitados (TORTURA, FUNKE, CASO, 2017).
Além disso, existem fatores interferentes que devem ser observados e analisados em tratamentos me-
dicamentos de micoses, tais como os grupos especiais de pacientes/clientes (crianças, idosos e gestantes).
Na terapêutica tópica (no local de ocorrência da micose), são pontos importantes a considerar: a absor-
ção das medicações, suas possíveis toxicidades e, do ponto de vista prático, a quantidade de medicamento 
a ser aplicada.
Diversas substâncias antifúngicas são usadas no tratamento das dermatofitoses (micoses superficiais e 
micoses cutâneas), como iodo, ácido propiônico e propionatos, ácido undecilênico e undecilenatos, ácido 
salicílico, ácido benzoico.
Uma fórmula clássica é a seguinte:
Nas dermatofitoses plantares (nas “solas” dos pés) crônicas com hiperqueratose, pode-se empregar a 
pomada de Whitfield, utilizando-a uma vez ao dia (RIVITTI, 2018).
2.2.3 Tratamentos
Iodo metaloide 1 g
Ácido benzoico 2 g
Ácido salicílico 2 g
Álcool a 70° 100 ml 
Usar uma ou duas vezes ao dia.
Ácido salicílico 6 g
Ácido benzoico 12 g
Vaselina 100 g
26
A loção de hipossulfito de sódio encontra sua indicação eletiva no tratamento da pitiríase versicolor.
Modo de usar: aplicar uma vez/dia, após o banho, seguido por uma solução acidificante de ácido tartári-
co a 5% em água destilada durante 20 dias. Observação: após o tratamento da pitiríase versicolor, recomen-
da-se fazer exposição ao sol para igualar a tonalidade da pele.
A violeta de genciana é específica para o tratamento da candidose.
A violeta de genciana pode ser usada em álcool, associada ao ácido salicílico nos espaços interdigitais 
(RIVITTI, 2018).
O timol tem ação antibacteriana e antifúngica, sendo indicado nas paroníquias.
A nistatina e a anfotericina podem ser usadas topicamente na candidose. Atualmente, os antifúngicos 
usados são os imidazólicos, como o isoconazol, miconazol e bifonazol, e outros cremes a 1% (RIVITTI, 2018).
Também são ativos a terbinafina, a amorolfina e o ciclopirox, também em cremes a 1%. Todos esses pro-
dutos são encontrados em marcas comerciais. Nas onicomicoses, pode ser feita avulsão química das unhas, 
usando-se a fórmula descrita a seguir.
Hipossulfito de sódio 25 g
Água destilada 100 ml
Usar uma vez/dia, após o banho, por 20 dias.
Hipossulfito de sódio 40%
Água de colônia 5%
Água destilada q.s.p. 100 ml
Violeta de genciana 1g
Água destilada 100 ml
Usar uma vez ao dia, de três a quatro dias.
Violeta de genciana 1 ou 2 g
Ácido salicílico 1 g
Álcool a 70° 100 ml
Usar uma vez ao dia, de três a quatro dias.
Timol 2 g
Álcool absoluto 100 ml
Usar uma vez ao dia, de sete a 10 dias.
Ureia 0 a 40mg
Vaselina 40mg
Lanolina 20mg
Cera branca 20 mg
27
A Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) é uma doença que constitui um dos maiores problemas 
de saúde da atualidade, em função do seu caráter pandêmico e de sua gravidade, e tem se dissipado rapi-
damente pelo mundo desde 1981. 
A Aids é uma doença grave, de caráter pandêmico, que foi reconhecida pela primeira vez em meados de 
1981, nos Estados Unidos da América (EUA), por meio da notificação de casos de pneumonia por Pneumocys-
tis carinii e de sarcoma de Kaposi. No Brasil, o primeiro caso foi diagnosticado em 1983 (MEDEIROS, 2016).
Desde os primórdios da descrição da Aids, observou-se a sua consequência catastrófica em decorrência 
de uma profunda diminuição da imunidade celular. Inicialmente, notou-se que as pessoas infectadas evo-
luíam para a morte devido às chamadas infecções oportunistas e por neoplasias (tipos de cânceres) raras 
denominadas, também, subsequentemente, de neoplasias oportunistas. Ao se realizar o diagnóstico destas 
“doenças oportunistas”, sistematicamente se detectava a diminuição da imunidade celular.
Em um segundo momento, quando o diagnóstico mais precoce da infecção pelo vírus HIV foi possibilitado 
pelo desenvolvimento de testes sorológicos, percebeu-se que a perda da imunidade celular, que era determi-
nada pelas quantidades de linfócitos T CD4+, ocorria de maneira paulatina e progressiva (SALOMÃO, 2017).
Ao longo de 30 anos, a saúde pública depara-se com esse complexo problema de saúde que atingiu 
proporções mundiais: a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), representado na Figura 7, 
responsável por desencadear a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), uma infecção que tem aco-
metido milhares de pessoas em todo o mundo (MEDEIROS, 2016).
Ao observar a Figura 13, podemos identificar as estruturas constituintes do vírus HIV. 
A partícula viral possui envelope glicolipoproteico, que contem espículas consistentes em trímeros das 
proteínas gp120 (SU) e gp41 (TM). Logo abaixo do envelope viral há a matriz viral formada pela proteína 
p17 (MA). Dentro da matriz, se encontra o capsídeo viral, que apresenta morfologia cônica e é formado pela 
proteína p24 (CA). O capsídeo protege o material genético viral, que consiste em duas moléculas de RNA de 
polaridade positiva, que se associam pelo terminal 5’.
Associada ao ácido ribonucleico (RNA), se encontra a proteína p7 (NC). Dentro do capsídeo também se encon-
tram a p6 e as enzimas virais protease (PR), integrase (IN) e transcriptase reversa (TR), além de outras proteínas 
virais (vif, vpr, nef e p6) e celulares (MHC-I e MHC-II, dentre outras) (SANTOS, ROMANOS, WIGG, 2015).
A história natural da infecção pelo HIV ou o curso de progressão da infecção pode ser caracterizado por 
três fases: fase aguda ou infecção primária, fase persistente crônica e AIDS.
Os marcadores de progressão para AIDS, que definem clinicamente essas etapas, são a contagem de cé-
lulas TCD4+, a carga viral plasmática e a presença ou 
não de manifestações clínicas.
A infecção pelo HIV gera uma doença persisten-
te crônica, caracterizada pela depleção de linfócitos 
TCD4+ e pela disfunção imunológica, tornando o 
indivíduo suscetível a infecções oportunistas e com 
maior morbidade e mortalidade pelas mais distintas 
infecções. 
Os mecanismos que estão envolvidos na geração 
deimunodeficiência ainda não estão totalmente 
esclarecidos e parecem estar associados não só à 
perda e à redução das células TCD4+, mas também 
à disfunção de células apresentadoras de antígeno, 
2.3 HIV-AIDS
2.3.1 Conceito e etiologia
Figura 13 - Esquema representativo da partícula do HIV1.
Fonte: adaptado de http://cfsib.com/mgh/wp-content/uploads/2014/08/shutterstock_96427412.jpg
28
No cenário atual da epidemia, destacam-se os progressos alcançados nos últimos anos relacionados ao 
diagnóstico e ao tratamento, cujo impacto pode ser percebido no aumento da sobrevida e na melhoria da 
qualidade de vida das Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), principalmente no que se refere às melhorias 
advindas com a terapia antirretroviral (TARV), que resulta em uma doença de perfil crônico e, portanto, pos-
sibilita maior sobrevida aos pacientes (VILLARINHO et al., 2013). 
Atualmente, estão disponíveis 22 medicamentos antirretrovirais, dos quais 11 são fabricados aqui no 
Brasil, divididos em seis classes: inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (ITRN), inibi-
dores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos (ITRNN), inibidores da protease (IP), inibidor 
de fusão, inibidor CCR5 e inibidor de integrase (UNAIDS, 2015).
Hoje, recomenda-se que o paciente seja incentivado a fazer uso imediato da TARV, independentemente 
da contagem de linfócitos CD4+. Tal conduta objetiva reduzir a transmissibilidade da infecção e ter um maior 
controle da epidemia, favorecendo também o estado clínico do paciente (BRASIL, 2018).
Portanto, a definição do melhor momento para o início do tratamento é uma das decisões mais impor-
tantes no acompanhamento clínico, que deve considerar os riscos associados à infecção não tratada frente 
aos da exposição prolongada aos medicamentos.
Além disso, o impacto clínico favorável, com início mais precoce da terapia antirretroviral (TARV), tem se 
revelado importante instrumento na redução da transmissão do HIV. Todavia, devem-se considerar a impor-
tância da adesão ao tratamento e o risco de efeitos adversos por longo prazo.
Assim, o principal objetivo da TARV é suprimir a replicação do vírus HIV de forma eficaz e sustentada, de 
modo que ocorram o decréscimo da carga viral a níveis indetectáveis e a reconstituição imunológica, com a 
elevação do número de linfócitos TCD4+, além do restabelecimento de suas funções fisiológicas no organis-
mo (SANTOS, ROMANOS, WIGG, 2015).
Os agentes etiológicos da hepatite viral são responsáveis por uma grande incidência de casos de morbi-
dade e mortalidade e representam grave problema de saúde pública em todo o mundo. As hepatites virais 
são causadas por agentes de diferentes famílias e gêneros que possuem em comum tropismo pelo fígado, 
levando a alterações hepáticas de gravidade variável.
Os vírus, que são denominados vírus da hepatite A (HAV) e vírus da hepatite E (HEV), são classificados 
respectivamente como dos gêneros Hepatovirus (família Picornaviridae) e Hepevirus (família Hepeviridae), 
transmissíveis pelo intestino (via entérica) e causadores de hepatite aguda.
As hepatites de tipo A e E são endêmicas em regiões mundiais afetadas pela pobreza, onde as condições 
sanitárias são precárias. Epidemias de hepatite E foram reportadas em países como Índia e México (SANTOS, 
ROMANOS, WIGG, 2015).
Os vírus da hepatite B (HBV; gênero Orthohepadnavirus, família Hepadnaviridae) e da hepatite C (HCV; gê-
nero Hepacivirus, família Flaviviridae) são transmitidos pela via parenteral e representam os principais agentes 
etiológicos da hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC) em todos os continentes. Outro vírus 
hepatotrópico humano conhecido é o vírus da hepatite D (HDV), que é defectivo e associado ao HBV.
2.4 Hepatites
2.3.2 Tratamento
ativação exagerada da resposta imunológica, exaustão de linfócitos T e B e perda da arquitetura dos diversos 
tecidos linfoides. Isso gera a incapacidade de o sistema imune (SI) montar uma resposta adequada para o 
controle dessa e de outras infecções que acometam o paciente (SANTOS, ROMANOS, WIGG, 2015).
29
A rigor, pode-se denominar hepatite qualquer processo inflamatório do fígado, seja ele causado por um fár-
maco, um vírus ou uma bactéria. Entretanto, convencionou-se chamar de hepatite, especificamente de hepa-
tite viral, o processo associado à grande variedade de vírus que pode acometer esse órgão (SALOMÃO, 2017).
Dentre esses vírus, distinguem-se aqueles que se replicam principalmente no fígado (embora possam 
fazê-lo também em outros órgãos) e, por isso, são chamados de vírus hepatotrópicos. Enquadram-se nessa 
categoria os vírus causadores das hepatites A, B, C, D e E. Os vírus das hepatites A e E compartilham uma 
série de características epidemiológicas e clínicas (SALOMÃO, 2017).
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D 
e E, sendo este último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos 
vírus B ou C e não sabem. 
Essas pessoas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais 
graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames 
de rotina que detectam a hepatite. 
Para que você saiba se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites, observe se já se 
expôs a algumas dessas situações:
l Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos ali-
mentos (vírus A e E);
l Transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou compartilhou seringas, agulhas, lâminas de 
barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D) (BRASIL, 2018).
l Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B, C e D).
No caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados 
no exame de sangue (BRASIL, 2018).
Para garantir o tratamento de pessoas que vivem com hepatites virais, o Ministério da Saúde do Brasil cen-
tralizou a compra de alguns medicamentos que são indicados para a terapêutica das hepatites (BRASIL, 2018).
A lista com a descrição de cada fármaco (princípio ativo) e a unidade que fornece cada forma farmacêutica 
(comprimidos, cápsulas, drágeas, entre outros) estão apresentados na tabela 1.
2.4.1 Conceito e etiologia 
2.4.2 Tratamento
 Item Descrição Unidade de fornecimento
01 Alfapeguinterferona 2a (PEG) 180mcg Seringa preenchida
02 Entecavir (ETV) 0,5mg Comprimido revestido
03 Daclatasvir 30mg Comprimido revestido
04 Daclatasvir 60mg Comprimido revestido
05 Lamivudina (3TC) 150mg Comprimido revestido
06 Lamivudina (3TC) solução oral Frasco
07 Ribavirina (RBV) 250mg Cápsula
08 Simeprevir 150mg Cápsula
09 Sofosbuvir 400mg Comprimido revestido
10 Tenofovir (TDF) 300mg Comprimido revestido
Fonte: DIAHV/SVS/MS – 2018.Tabela 1 – Fármacos e formas farmacêuticas para terapêutica das hepatites no Brasil.
30
Aprenda procedimentos de como combater as manchas na pele que foram causadas por 
consequência da acne. 
Acesse o link e aprenda mais:
A distribuição desses medicamentos segue as regras do Componente Especializado da Assistência Farma-
cêutica do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde (DAF/SCTIE/MS), no âmbito 
das estratégias de acesso a medicamentos de alto custo pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério da Saúde distribui esses medicamentos aos almoxarifados de medicamentos dos estados 
e do Distrito Federal, que se tornam responsáveis por sua dispensação às Redes de Serviço das Hepatites 
Virais. A distribuição desses produtos é feita de duas formas: por meio da utilização do estoque existente 
no almoxarifado do Ministério da Saúde (veja a grade de distribuição para cada, cobertura trimestral) e pela 
entrega direta dos laboratórios fornecedores, conforme estabelecido em convênio (BRASIL, 2018).
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Assista aovídeo no endereço fornecido e receba cinco dicas importantes para 
combater a acne. Trata-se de um vídeo de quatro minutos e quatro segundos, educativo 
e instrutivo.
Assista em: www.youtube.com/watch?v=Zutqq0O-rFs
https://www.youtube.com/watch?v=iZTU8jsVHAo
VOCABULÁRIO 
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem 
anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. No entanto, podem 
transmitir o vírus a outras pessoas através de relações sexuais desprotegidas, 
compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a 
amamentação. Por isso é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
DICAS
PESQUISE
Mancha ou mácula!
 A mancha ou mácula é uma alteração de cor da pele sem relevo ou depressão. 
Compreende a mancha vásculo-sanguínea, por vasodilatação ou constrição ou pelo 
extravasamento de hemácias, e as manchas pigmentares, pelo aumento ou pela 
diminuição de melanina ou por depósitos de outros pigmentos na derme. Quando o 
pigmento é depositado sobre a pele, constitui-se uma mancha artificial.
http://www.youtube.com/watch?v=Zutqq0O-rFs
https://www.youtube.com/watch?v=iZTU8jsVHAo
31
Casos especiais em procedimentos 
estéticos
UNIDADE III
Prezados(as) cursistas, atualmente, as inúmeras possibilidades para se modificar/melhorar a aparência 
por meio dos tratamentos estéticos, exercícios físicos, dietas, produtos cosméticos, cirurgias plásticas e 
itens de moda fortalecem o interesse das pessoas na busca pelo “ideal” de autoimagem e o crescimento da 
chamada “indústria da aparência”.
Essa indústria fomentou o surgimento de novas profissões no setor da estética/imagem pessoal e fez 
crescer o número de consultores responsáveis pela imagem pessoal. Desta forma, a melhoria da imagem 
pessoal cada vez mais possibilita vantagens nas relações sociais e humanas. Mesmo que tenhamos em men-
te que o que importa é a nossa essência, na realidade a aparência é muito importante.
Sabemos que entre a avaliação da essência humana e a percepção da aparência decorre um intervalo de 
tempo que favorece os investimentos em beleza e sobre os quais se constrói a indústria da estética/imagem 
pesssoal e cosmética (PÉREZ, EMILIANO, 2015).
Nesse sentido é de vital importância uma atuação eficiente e eficaz dos profissionais em estética e ima-
gem pessoal para realizarem quaisquer procedimentos e, para isso, utilizam procedimentos operacionais 
padronizados, assim como realizam a anamnese completa anteriormente (LOCKS, KOCH, DEVILLA, 2018).
A anamnese é uma entrevista realizada pelo pro-
fissional cabeleireiro ou terapeuta capilar com seu 
cliente, com o objetivo de se obter informações para 
que possa orientar um ponto inicial no tratamento/
procedimento que deseja realizar (ROCHA, 2018; 
HONORATO, 2018).
A anamnese se inicia com os questionamentos 
em relação ao motivo principal pelo qual o pacien-
te/cliente procurou os cuidados do profissional em 
estética, pois esses motivos consistem o principal 
fator para orientar o profissional na realização dos 
diagnósticos (HALAL, 2018).
Com a reunião sistemática de todos esses da-
dos, o profissional conseguirá analisar e montar, de 
acordo com a situação e necessidade do paciente/
cliente, o melhor tratamento, que será único e per-
sonalizado, além de evitar expor a riscos e/ou causar 
danos a este (HONORATO, 2018). 
Uma anamnese, como quaisquer outros tipos 
de entrevistas, possui formas e técnicas corretas 
de serem aplicadas. Ao seguir as técnicas, pode-se 
3.1 A importância da anamnese para o início dos procedimentos estéticos 
Figura 14 - Ficha Anamnese.
Fonte: http://www.milartslojagrafica.com.br/1ca295/ficha-anamnese-corporal-esteticista-em-offset-
120gr-encorpada-colorida-frente-e-verso-tamanho-a4-bloco-50-fls-cada-cod-0002
32
Durante a gestação ocorrem várias alterações fi-
siológicas que acarretam uma série de modificações 
envolvendo diferentes sistemas. Tais mudanças ocor-
rem em resposta ao aumento da carga fisiológica, ini-
ciando-se nas primeiras semanas de gestação e con-
tinuando até seu término (BORGES, CARMO, 2014).
A maioria das mudanças no corpo da mulher 
grávida ocorre em função de alterações hormonais 
caracterizadas por grandes elevações dos níveis de 
hormônios: estrogênio, progesterona, prolactina e 
outros (relaxina, gonadotrofina coriônica e somato-
mamotropina coriônica humana), que promovem al-
3.2 Cuidados nos tratamentos estéticos em gestantes
aproveitar ao máximo o tempo disponível para o atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um 
tratamento correto (HALAL, 2018, HONORATO, 2018).
Existe uma ideia inadequada, difundida entre diversos profissionais desinformados, que acreditam que 
o documento denominado “ficha de anamnese” seja útil apenas para obter os dados pessoais de seus pa-
cientes/clientes quando precisar contatá-los. Além disso, trata-se apenas de um simples cadastro, servindo 
principalmente para conhecê-los profundamente e para ajudar o profissional de estética/imagem pessoal na 
tomada de decisões importantes e fundamentais em relação aos procedimentos e/ou tratamentos a serem 
realizados (ROCHA, 2018; HONORATO, 2018).
O aumento no número de pessoas que opta por procedimentos estéticos e médicos para melhorar sua 
aparência pode ser devido a fatores sociais e culturais alterados na sociedade moderna, bem como à facili-
dade de acesso e custos acessíveis desses tratamentos cosméticos/estéticos. 
Atualmente, dois elementos legitimam a busca por esse tipo de tratamento: a ampla definição de saúde 
aceita pela comunidade científica e pela lei e a prestação de informações meticulosas ao profissional antes 
de obter o consentimento do paciente/cliente (LORENZO, 2018).
Em países da União Européia (Itália, por exemplo), embora a legislação atualmente considere que os 
tratamentos exclusivamente cosméticos não sejam invasivos, exige-se, no entanto, que os profissionais in-
formem aos clientes sobre a melhoria real que se pode esperar, bem como os riscos de agravar as suas 
condições estéticas atuais.
No Brasil, estudos têm demonstrado que quase 20% dos profissionais de estética/imagem pessoal não 
realizam anamnese e nem a inspeção da pele, do couro cabeludo ou dos cabelos dos clientes antes de iniciar 
os procedimentos. 
A ausência de anamnese não pode ocorrer, pois está inserida na adesão dos profissionais em relação às 
práticas de biossegurança e é imprescindível para que se possam identificar grupos especiais de pacientes/
clientes, tais como gestantes, alérgicos, cardiopatas e portadores de próteses metálicas.
Não se pode esquecer que os institutos de beleza e centros e/ou clínicas de estética são considerados 
estabelecimentos de interesse da saúde, pois podem representar um risco para seus usuários e profissionais 
se as boas práticas de biossegurança não forem adotadas (SOBRINHO, 2014).
Os conhecimentos técnicos e todos os conteúdos que foram disponibilizados e adquiridos através da 
aprendizagem pelo profissional de estética e imagem pessoal, no decorrer de seu curso, neste momento, 
serão decisivos. Cabe a você interpretar e analisar, de forma precisa, eficiente, eficaz e sem equívocos, os 
dados que foram obtidos durante a anamnese (HALAL, 2018).
Figura 15 - Gravidez e tratamento estético.
Fonte: https://www.opas.org.br/sintomas-de-gravidez-descubra-se-voce-pode-estar-gravida/
33
terações e modificam completamente o funcionamento do organismo por causarem estiramentos mecânicos 
(FRIELINK et al., 2015). 
 Além das alterações fisiológicas, também ocorrem transformações psicológicas e emocionais que so-
frem influência de vários fatores, entre eles a relação da mulher com o seu corpo em intensa modificação 
(BORGES, CARMO, 2014). 
Outras alterações são observadas na pigmentação da pele durante a gestação e em graus variados, que 
podem ocorrer em 90% das mulheres, especialmente em pacientes de pele com coloração escura. O melas-
ma consiste na hiperpigmentaçãosimétrica e borrada e surge no segundo trimestre da gestação.
As alterações de pressão arterial, respiratórias e metabólicas também estão associadas ao período gesta-
cional. Elas são responsáveis pelo aparecimento das disfunções estéticas, como estrias, edema, fibroedema 
gelóide, varizes e até acne no corpo materno. Contudo, estas alterações podem ser amenizadas através de 
tratamentos estéticos.
O profissional em estética/imagem pessoal, ao identificar, na realização da anamnse, o período gestacio-
nal da paciente/cliente, deverá ter cuidados específicos na aplicação de quaisquer tratamentos e/ou proce-
dimentos, para assegurar a sua efetividade e eficácia e garantir a segurança da gestante e do feto (FRIELINK 
et al., 2015).
Portanto, o planejamento para a execução dos tratamentos e procedimentos em pacientes/clientes ges-
tantes é fundamental. O profissional também não deve somente conhecer as técnicas, mas também ter 
noção das alterações fisiológicas esperadas para o período gestacional, assim poderá identificar as possíveis 
situações de risco. Cabe ao profissional em estética/imagem pessoal exercer, de forma técnica e científica, 
procedimentos que proporcionam bem-estar, e não invasivos (SILVA, MEJIA, 2013).
Podem ser realizados diversos procedimentos estéticos em pacientes/clientes gestantes, tais como: peeling 
“químico”, peeling “físico”, limpeza de pele e desobstrução mecânica da acne para a remoção de comedões, mas-
sagens e drenagem linfática (CHIAPARRO, 2014). Porém, cuidado! Você, profissional, esteja atento às recomen-
dações médicas sobre quando iniciar o tratamento de drenagem linfática, que normalmente é indicado a partir 
do terceiro mês de gestação, para que não haja riscos e danos à saúde do feto (CICHARCZ, OLIVEIRA, 2013). 
A henna própria para sobrancelhas também é um procedimento estético que pode ser realizado. É uma 
técnica que permite preencher falhas e dar destaque no olhar, e as gestantes podem se submeter, pois o 
produto utilizado é natural (COLUSSI, LABS, MUNHOZ, 2018).
O profissional em estética/imagem pessoal, 
juntamente com os demais profissionais da saúde, 
deve, também, orientar as pacientes/clientes grávi-
das, pois os esclarecimentos sobre os autocuidados, 
como hidratação da pele, ingestão de água, alimen-
tação correta e suficiente, exercícios físicos, além de 
recursos considerados seguros para o período gesta-
cional, possibilitam à futura mãe vivenciar este mo-
mento de intensas modificações físicas e emocionais 
em harmonia com seu corpo, sem conferir risco à 
sua saúde e à do seu bebê.
Prezado(a) cursista, o planejamento do trata-
mento para a gestante deve ser cuidadoso, sendo 
fundamental conhecer as técnicas e as alterações fi-
siológicas esperadas para o período gestacional para 
que os procedimentos sejam realizados com eficácia 
e segurança, garantindo uma recuperação mais rápi-
da e eficaz das alterações sofridas pelo corpo duran-
Figura 16 - Massagem modeladora.
Fonte: https://www.vix.com/pt/bdm/bebe/gravida/materia/tratamentos-esteticos-proibidos-na-gravidez
34
te a gestação (FRIELINK et al., 2015).
Entretanto, nem todos os recursos podem ser adotados para o tratamento destas afecções, e alguns de-
vem ser adaptados especificamente para a paciente/cliente gestante, pois não é aceitável submeter a mãe 
e o feto a riscos (SILVA, MEJIA, 2013).
Cardiopata é um termo que abrange todo e qualquer paciente que possua um dos tipos de doenças que 
acomete o coração e/ou algum dos grandes vasos sanguíneos. Geralmente os cardiopatas são comumente 
chamados “cardíacos”. Alguns tipos mais frequentes de cardiopatias são: 
l Cardiopatia congênita – defeitos cardíacos que estão presentes desde o nascimento do indivíduo. Em 
casos mais graves, costuma ser percebida logo que o bebê nasce; nos casos menos graves, pode ser diag-
nosticada quando a pessoa já está na idade adulta (WHF, 2018). 
l Doenças no miocárdio – são defeitos nos músculos que compõem o coração. Em muitos casos, o órgão 
não consegue bombear o sangue de forma adequada. 
l Infecção no coração – causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas quando alcança e atinge o 
músculo cardíaco. 
l Cardiopatia de válvulas – o coração tem quatro válvulas que abrem e fecham para permitir o fluxo de 
sangue no órgão. Uma variedade de fatores pode danificar as válvulas, causando a doença.
l Cardiopatia hipertensiva – é uma consequência da pressão arterial alta (140 mmHg x 90 mmHg), que 
pode sobrecarregar o coração e os vasos sanguíneos e causar a doença.
l Cardiopatia isquêmica – é causada pelo estreitamento das artérias (vasos sanguíneos) do coração pela 
acumulação de gordura, o que leva à diminuição da oferta de sangue para o órgão. A doença pode gerar 
anginas (dor no peito) ou, nos casos agudos, infarto.
Prezados(as) cursistas, os pacientes/clientes cardiopatas também necessitam de um atendimento técni-
co especializado. Este paciente/cliente, que também está inserido no grupo de casos especiais para a reali-
zação de procedimentos estéticos, portador de alguma cardiopatia, necessita ser identificado no momento 
em que se realiza a anamnese completa, para que se possa planejar e executar os procedimentos e cuidados 
adequados que minimizem quaisquer tipos de riscos (HALAL, 2018). 
Os sintomas de cardiopatia podem variar com o tipo de problema e o grau de comprometimento da fun-
ção cardíaca. Alguns sinais incluem: cor de pele cinzenta ou azul (cianose); inchaço nas mãos, tornozelos e 
pés; falta de ar; falta de fôlego durante atividade física; fadiga; batimentos cardíacos irregulares; tonturas, 
vertigens, desmaios e dor no peito.
3.3 Pacientes cardiopatas e o tratamento estético adequado
3.4 Procedimentos estéticos em pacientes alérgicos e com próteses metálicas
A alergia pode ser caracterizada pelo aumento da capacidade dos linfócitos B (células do sistema imune) de 
sintetizarem a imunoglobulina do isótopo IgE contra os antígenos (substâncias estranhas) que se introduzem 
no organismo por via respiratória, ingestão ou permeação da pele (SANTOS, CRUZ, COSTA, 2018). O tema é vas-
to e, por isso, é possível haver diversos fatores envolvidos no processo de alergia desencadeado como resposta 
anormal a algum componente, ao próprio processo imunológico, à herança genética ou por anormalidades 
metabólicas do paciente (SANTOS, CRUZ, COSTA, 2018).
3.4.1 Pacientes alérgicos
35
Cursista, pacientes alérgicos estão inseridos no grupo de casos especiais e, para a realização de procedi-
mentos estéticos, é fundamental que sejam identificados no momento da anamnese. Esta é decisiva para que 
se planejem e executem os procedimentos e cuidados adequados que minimizem quaisquer tipos de riscos 
e evitará que sejam utilizados produtos que contenham substâncias desencadeadoras de processo alégicos 
neste paciente (HALAL, 2018).
Com relação a esses produtos, pode-se citar a maquiagem ou os produtos para a pele. Pacientes/clientes 
que têm alergia a cosméticos devem evitá-los e procurar linhas específicas para esse problema (nos Estados 
Unidos, inclusive, já é possível encomendar maquiagem e hidratantes sob medida, feitos após testes alérgicos). 
De forma geral, há uma recomendação necessária: é importante procurar produtos que tenham no rótulo 
o termo “hipoalergênico”. Não é uma garantia absoluta, mas, normalmente, esses cosméticos são isentos de 
substâncias reconhecidamente alergênicas, quando são produzidos por empresas conceituadas e vendidos em 
lojas especializadas.
Para minimizar riscos de reações alérgicas, também é importante que você, profissional em estética/ima-
gem pessoal, oriente seu paciente/cliente que não importa a maquiagem que esteja utilizando, pois jamais de-
ve-se dormir sem removê-la! Após um dia inteiro em contato com substâncias químicas e poluentes suspensos 
no ar, a pele precisa ser limpa e hidratada (SILVEIRA, 2014).
Uma outra situação que pode ocorrer e que será identificável é a ocorrência, na pele, de lesões como feri-
mentos e herpes ativa,

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