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TEORIA DAS PENAS – DIREITO PENAL – NP1 1. INTRODUÇÃO Norma penal / tipo penal incriminador: é reservada a função de definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de pena. As normas penais incriminadoras possuem preceito primário e secundário. O primeiro é o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor. Ao segundo, cabe a tarefa de individualizar a pena, cominando-a em abstrato. Pena em abstrato é a mínimo é o máximo da pena, que está prevista na legislação para todos. Após a dosimetria é chegado à pena em concreto. Há uma distinção entre crime e contravenção. Ambos são infrações penais pois estão lesionados bens jurídicos tutelados, contudo há uma diferenciação entre eles. A contravenção tem uma pena menor e é aplicada para condutas menos grave, um crime de menor potencial ofensivo. Já o crime é para ofensas graves a bens jurídicos protegidos pela sociedade e pelo direito penal. 1. Introdução A pena é a consequência natural imposta pelo Estado quando alguém prática uma infração penal. Quando o agente cometa um fato típico, ilícito e culpável abre-se a possibilidade para o Estado se fazer valer do ius puniendi, que é poder de punir, que fora tirado da mão dos privados e resguardado direitos e garantias fundamentais para sua aplicação. A pena é a resposta sancionatória do Estado. 2. Espécies de pena De acordo com o art. 32 do CP, as penas podem ser: a) privativas de liberdade; b) restritivas de direitos; e c) multa As penas privativas de liberdade, previstas pelo CP para os crimes ou delitos são as de reclusão ou detenção. Deve ser ressaltado, contudo, que a Lei das contravenções penais também prevê sua pena privativa de liberdade, que é a prisão simples. As penas restritivas de direito, são: a) prestação pecuniária; b) perda de bens e valores; c) prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; d) interdição temporária de direitos; e e) limitação de fim de semana. A multa é a pena de natureza pecuniária e seu cálculo é elaborado considerando-se o sistema de dias-multa, que pode variar entre um mínimo de 10 e máximo de 360 dias multa, sendo que o valor correspondente a cada dias-multa será 1/30 do valor do salário mínimo vigente à época dos fatos até 5 vezes esse valor. Poderá o juiz, contudo, verificar a capacidade econômica do réu, triplicar o valor do dia-multa, segundo a norma contida no parágrafo 1° do art. 60 do CP. 2. PESSOAS JURÍDICAS / PENAS PROIBIDAS / FINALIDADES 1. Penalização de PJ A CF prevê a responsabilização da Pessoa Jurídica em 2 questões. A primeira é em casa de crime ambiental. Existe regulamentação infraconstitucional, logo, há no mundo jurídico, a responsabilização para qualquer pessoa jurídica que cometa um crime ambiental, sendo possível punir os sócios daquela PJ. O outro tipo de responsabilização é em casos de crime contra o ordem econômica e financeira, contudo, mesmo estando caracterizado este tipo de penalização na CF, se trata de uma norma de eficácia limitada, necessitando de norma inconstitucional para a regulamentar. Por conta disse não há uma eficácia no mundo real. 3. Penas proibidas no BR A CF ainda prevê penas que são proibidas no Brasil, sendo elas: A) Proibida a pena de morte, salvo em casa de guerra declarada; B) De banimento para brasileiros natos. (Naturalizados podem); C) Proibida pena cruel; D) Proibida pena de caráter perpétuo (limite de encarceramento de 30 anos); E) Proibido pena de trabalhos forçados. 3. Finalidade das penas As finalidades das penas são explicadas por três teorias. Vejamos cada uma delas: A) Teoria Absoluta ou da Retribuição A finalidade da pena é punir o autor da infração penal. A pena é a retribuição do mal injusto, praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto no ordenamento jurídico. B) Teoria Utilitária ou Finalista A pena tem um fim prático e imediato de prevenção geral ou especial do crime. A prevenção é especial porque a pena objetiva a readaptação e a segregação sociais do criminoso como meios de impedi-lo de voltar a delinquir. A prevenção geral é representada pela intimidação dirigida ao ambiente social (as pessoas não deliquem porque têm medo de receber punição). C) Teoria Mista ou Eclética A pena tem a dupla função de punir o criminoso e prevenir a prática do crime, pela reeducação e pela intimidação coletiva. 3.1 Teoria adotada pelo art. 59 do Código Penal Em razão da redação contida no caput do art. 59 do Código Penal (Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime), podemos concluir pela adoção, em nossa lei penal, de uma teoria mista ou Eclética da pena. Isso porque a parte final do caput do art. 59 do CP conjuga a necessidade de reprovação com a prevenção do crime, fazendo, assim, com que se unifiquem as teorias absoluta e finalista, que se pautam, respectivamente pelos critérios da retribuição e da prevenção. 3. PRINCÍPIOS E PENAS PRIVATIVA DE LIBERDADE Princípios e Características das Penas 1. Legalidade A pena deve estar prevista em lei vigente, não se admitindo se já combinado em regulamento ou ato normativo. 2. Anterioridade Aleija deve estar em vigor na época em que for praticado infração penal. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 3. Individualidade A sua imposição e cumprimento deverão ser individualizados de acordo com a culpabilidade e o mérito do sentenciado. 4. Proporcionalidade A pena deve ser proporcional ao Crime praticado. 5. Humanidade Não se admitem as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, perpétuas, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis. 6. Personalidade ou Pessoalidade A pena não pode passar da pessoa do condenado. Assim, a pena de multa, ainda que considerada dívida de valor para fins de cobrança não, pode ser exigida dos herdeiros do falecido. 7. Penas Privativas de Liberdade - PPL São três: reclusão (para crimes mais graves), detenção (crimes menos graves) e prisão simples (para as contravenções penais). Essa percepção de gravidade do crime é unicamente do legislador penal. Lembrando que reclusão, detenção e prisão simples não é a livre arbítrio do juiz, sendo que no preceito secundário do tipo penal incriminador já vem estipulado qual é a referida pena privativa de liberdade. O que o juiz deve averiguar é o regime inicial. 7.1 Regimes Penitenciários A) Fechado: cumpre a pena em estabelecimento de segurança máxima ou média. Vai para esse regime, normalmente, quem foi condenado à mais de 4 anos e menos de 8. Não tem saidinha e eles trabalham interno. B) Semiaberto: cumprir a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em estabelecimento similar. Podem ter saídas temporárias. Normalmente vai quem foi condenado de 4 a 8 anos e não é reincidente. C) Aberto: Trabalha ou frequenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se em casa do albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga. Normalmente para aqueles que foram condenado a menos de 4 anos e não é reincidente. Regressão por salto pode, progressão não. A jurisprudência entende que devido a lotação no regime fechado o agente pode começar cumprir no semiaberto. O exame criminológico é feito por uma comissão para analisar a vida e o psicológico. Quando o agente entra no fechado é obrigatório e na progressão é optativo. Na superveniência de doença mental, o agente é realocado para ambiente adequado aos inimputáveis. A pena é substituída por medida de segurança. Remissãoé o instituto que concede desconto na pena por conta do trabalho realizado. A cada 3 dias trabalhados desconta 1 dia na pena. Detração Penal é o instituto que desconta da pena definitiva o tempo que o agente ficou anteriormente preso em prisão preventiva. A LEP vai dizer que gestante, mãe com filho menor ou deficiente, portador de doença grave e maiores de 70 anos podem cumprir pena no domicílio. Existe também o RDD - Regime Disciplinar Diferenciado. Está dentro do fechado sendo mais restrito que o fechado. São direcionados a membros organização criminosa, pessoas que agregam alto risco para a segurança do presídio e aqueles que subvertem a ordem interna. A duração máxima de permanência no RDD é de 360 dias, renováveis pelo mesmo período. A visita neste instituto é rigorosamente regulada. 4. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 1. Introdução São todas as opções oferecidas pela lei penal a fim de que evite a pena privativa de liberdade. Nos termos do artigo 43 do Código Penal, as penas restritivas de direitos são as seguintes: prestação pecuniária, perda de bens e valores, Oi prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana. 2. Requisitos Um dos requisitos que diz que será possível a substituição da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos é a fixação da pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não pode ter sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou qualquer que seja a pena aplicada se o crime for culposo. A inexistência de reincidência em crime doloso é o segundo requisito exigido pelo inciso 2º do artigo 44 do Código Penal. Há uma ressalva de que seu condenado for Reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face da condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude de prática do mesmo crime. O requisito de natureza subjetiva possibilita a substituição, Com base no inciso 3º do artigo 44 do Código Penal desde que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente 3. Prestação pecuniária A prestação pecuniária, segundo o parágrafo 1º do Artigo 45 do Código Penal, consiste no pagamento em dinheiro a vítima, a seus dependentes ou à entidade pública ou privada, com destinação social, de importância fixada pelo juiz não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidente os beneficiários. É verdade a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implica o pagamento isolado de multa. Para que a pena privativa de liberdade possa ser substituída pela prestação pecuniária, não há necessidade de ter ocorrido um prejuízo material, podendo ser aplicada nas hipóteses em que a vítima sofreu um dano moral. Se a vítima sofreu um dano material o juiz analisa a extensão do prejuízo para aplicar corretamente a prestação pecuniária
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