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1 UNINTER EVERTON SILVA RIBEIRO ATIVIDADE PRÁTICA 1 Segurança de Barragens de Usinas Hidrelétricas COLATINA – ES 2020 2 EVERTON SILVA RIBEIRO ATIVIDADE PRÁTICA 1 Segurança de barragens de Usinas Hidrelétricas Este trabalho consiste em uma pesquisa relacionada a tópicos com tema que envolve conteúdo relacionado à segurança na construção, conservação e operação de barragens hidrelétricas. Prof. Eng. Viviana R. Zurro MSc. COLATINA – ES 2020 3 Sumário RESUMO ........................................................................................................... 4 ABSTRACT ....................................................................................................... 4 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 5 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 5 2.1. Aspectos de segurança de barragens ................................................. 5 2.1.1. Estrutura de concreto: Produção do concreto, tratamento e manutenção da estrutura .................................................................................... 5 2.1.2. Impactos socioeconómicos ............................................................. 8 2.1.3. Impactos ambientas ....................................................................... 9 2.1.4. Medidas necessárias para prevenção de acidentes e desastres .... 9 2.1.5. Medidas emergenciais em caso de acidentes e desastres ........... 11 3. CONCLUSÕES (ou CONSIDERAÇÕS FINAIS) ...................................... 12 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 12 4 SEGURANÇA DE BARRAGENS DE USINAS HIDRELÉTRICAS Autor: Everton Silva Ribeiro1 Orientador: Prof. Viviana R. Zurro2 RESUMO A presente pesquisa teve como objetivo compreender aspectos gerais da produção do concreto, tratamento e manutenção da estrutura das barragens de usinas hidrelétrica, representar os impactos socioeconômicos e ambientais, descrever quanto as medidas de prevenção referentes a casos de acidentes e desastres e descrever medidas emergenciais e plano de contingência em caso de rompimento ou aspectos que compromete a operação segura de barragens. Palavras-chave: Barragens. Hidrelétrica. Ambientais. ABSTRACT The present research aimed to understand general aspects of concrete production, treatment and maintenance of the structure of hydroelectric dams, to represent socio-economic and environmental impacts, to describe the prevention measures related to accidents and disasters and to describe emergency measures and contingency plan in the event of a breach or aspects that compromise the safe operation of dams. Keywords: Dams. Hydroelectric. Environmental. 1 Graduando do Curso Bacharel em Engenharia Elétrica da Universidade UNINTER, 2 Everton Silva Ribeiro, everton-ribeiro19@hotmail.com 5 1. INTRODUÇÃO Barragens hídricas, também chamadas de represas ou açudes são barreiras artificiais construídas em cursos de rios com o intuito de reter grandes quantidades de água para regularização e caudal, abastecimento e produção de energia elétrica. Atualmente as principais fontes de energia elétrica no país são as barragens hidrelétricas, sendo o Brasil um dos maiores produtores do mundo nessa modalidade. Existem vantagens e desvantagens em relação a este tipo de produção de energia. Cada vez mais os impactos negativos são o centro de atenção e discussão em relação a segurança e impacto no meio ambiente. Mesmo sendo construções muito caras devido às dificuldades de construção e a exigência constante de manutenção, a energia gerada pelas usinas hidrelétricas é uma das mais baratas produzidas pelo homem. 2. DESENVOLVIMENTO Podemos definir barragem de usina hidrelétrica como uma estrutura com objetivo de bloquear a passagem do curso de um rio, assim formando um reservatório de água. Sendo assim é possível a elevação do nível de água que por sua vez é criado um desnível possibilitando o armazenamento de massa de água criando uma fonte de energia de potencial que auxiliada por meio de escoamento através de conduto forçado direcionado a turbinas geradoras. 2.1. Aspectos de segurança de barragens As barragens podem ser constituídas por concreto, terra, rochas ou podem ser mistas (mistura de concreto com os outros materiais). Cada um destes tipos de barragem é descrito com mais detalhes a seguir (Eletrobrás, 2003; Schreiber, 1978): 2.1.1. Estrutura de concreto: Produção do concreto, tratamento e manutenção da estrutura As barragens são estruturas construídas para bloquear o curso dos rios representando a água e criando reservatórios, são projetadas de acordo com várias características específicas, tipo de terreno, jusante dos leitos do rio dentre outros, as 6 barragens podem ser de terra e rocha também conhecidas como barragem de enrocamento, de concreto divididas em barragem de gravidade ou barragem de arco e barragens de contrafortes. O concreto é um suprimento que os materiais que compõe a forma construtiva bem como a tecnologia aplicada são fatores essenciais na produção, proveniente do endurecimento de uma mistura resultante de cimento Portland, agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita) e água. Em alguns casos específicos necessita alterar alguns estágios do concreto, sendo no estado fresco ou endurecido, e pode ser acrescentado materiais básicos na composição como aditivos, adições, fibras e outros. Na construção de barragens os requisitos técnicos específicos devem atender características especiais principalmente na demanda de misturas com características distintas, exigindo da engenharia tecnologias dos materiais a produção de diferentes tipos de concretos e suas respectivas produções representadas abaixo: Concreto Massa: Utilizado em barragens de gravidade ou gravidade aliviada, tem característica por ser resistente a compressão que define um dos seus principais parâmetros para o controle de qualidade. São produzidos a partir aglomerantes e uma preocupação é referente a textura do cimento utilizado, devido ao processo de hidratação e a quantidade de volume utilizado no processo pode gerar liberação de temperatura principalmente nas primeiras idades, o principal ponto de avaliação é a definição da granulometria do cimento para reduzir o volume de água na hidratação e redução do calor na hidratação, já os agregados são utilizados para reduzir a quantidade de água e cimento utilizado na produção do concreto propiciado a redução do custo de produção, a engenharia de mineralogia tem grande influência principalmente no estudo do módulo de elasticidade, coeficiente de expansão térmica e durabilidade dos materiais utilizados como agregado e por fim é a mistura que é o ponto fundamental para definir a resistência do concreto e busca minimizar a geração de calor durante a mistura. Concreto compactado com rolo: Considerado uma evolução do concreto convencional com baixo consumo de cimento e redução de tempo na 7 colocação. Trata-se de uma mistura de concreto que possui uma redução no teor de água/cimento, é produzida em centrais de mistura que são transportadas em caminhões basculantes e espalhado com tratores de esteira e subsequente compactados com rolos em camadas inferiores a 30 cm, não faz necessário a utilização de cimentos especiais, porem em casos de grandes volumes deve adotar aglomerantes com baixo calor de hidratação, quanto o agregado deve possuir dimensões específicas pois dimensões superiores a especificadas dificulta no espalhamento e compactação durante o processo e na produção de pontos vazios comprometendo a resistência e quanto a dosagem Mehta e Monteiro(2008) destaca que a compactação do solo auxilia no concreto magro onde o teor de água é determinante na densidade da mistura auxiliando na compactação e resistência, abordando uma técnica adequada de dosagem é crucial na determinação da resistência de cisalhamento entre as camadas e a baixa permeabilidade do concreto. Concreto armado convencional: Possui uma resistência nas ordens de 20 a 50 Mpa aplicado principalmente em estruturas com alta projeções de tração. Concreto protendido: Tipo de concreto armado com armadura ativa que reage um pré-alongamento promovendo um auto equilíbrio de esforços tração e compressão no aço/concreto. Concreto projetado: Utilizados principalmente em revestimentos de túneis, canais e estabilizações de taludes. Concreto de alto desempenho: Característicos por baixa permeabilidade e alta resistência na ordem superior a 50 Mpa são muito utilizados em vertedouros pois resiste a abrasão além de possuir característica impermeabilizante. Concreto ciclópico: Concreto convencional com a utilização do aglomerado de pedra amarroada, aumentando o volume e peso do concreto e reduzindo os custos. Embora na projeção e construção seja importante na definição da forma construtiva e tipos de concreto, um fator fundamental depois de construída e iniciado a operação é a manutenção das barragens, como demostrado no estudo das 8 características especificas do concreto, após a conclusão da implantação o mesmo ainda sofre reações químicas, uma é a alteração da temperatura devido o método adotado na mistura dos suprimentos. Segundo a (ICOLD 1994) as principais anomalias que tem observadas em barragens de concretos são relacionadas primeiro a fundações, fatores como resistência, degradação e impermeabilização nos sistemas de drenagem são afetados por fenômenos de erosão e de dissolução dos materiais de enchimento das superfícies de menor resistência dos maciços rochosos, segundo são que afetam as barragens, principalmente em regiões cuja a interferência da variação de temperatura ambiente interfere na degradação do concreto devido reações químicas devido o processo de expansões diferenciais e finalizando casos que afetam outros elementos estruturais, a degradação dos elementos de impermeabilização e as juntas de concretagem e de contração e mesmo as juntas especiais. As anomalias indicadas, podem ser detectadas através de sistemas de monitoramento instalado nas barragens e suas fundações, ou através de inspeções avaliando fissuras e possíveis infiltrações, nesses casos a identificação e intervenção deve ser em processo de fase inicial permitindo tomar medidas adequadas de manutenção corrente, bem como a programação, em tempo, de uma eventual grande revisão ou reparação. 2.1.2. Impactos socioeconómicos Este fator avalia a severidade dos impactos socioeconômicos decorrentes da eventual ruptura de uma barragem, levando em consideração a existência de instalações residenciais, comerciais, agrícolas, industriais, de infraestrutura e serviços de lazer e turismo na área afetada à jusante ou instalações portuárias ou serviços de navegação. Como avaliar: verificar a existência de instalações residenciais, comerciais, industriais, agrícolas e serviços de navegação e turismo na área afetada pela barragem por meio de imagens aéreas, preferencialmente considerando o mapa de inundação. 9 Material produzido no âmbito do Convênio nº 001/ANA/2011 – SICONV nº 756001/2011, firmado entre a Agência Nacional de Águas - ANA e a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu - Brasil - FPTI. 2.1.3. Impactos ambientas Este fator busca avaliar a área afetada pela ruptura hipotética de uma barragem sob o ponto de vista de impacto ambiental. É considerada a existência de áreas de interesse ambiental e áreas protegidas em legislação específica. Como avaliar: analisar as informações disponíveis no SIGEL-ANEEL e em sistemas de informações estaduais, como por exemplo o Geosisemanet (Minas Gerais), considerando impacto muito significativo quando a área afetada pela barragem estiver inserida em uma unidade de conservação, área indígena ou o rio seja classificado como de proteção permanente. Material produzido no âmbito do Convênio nº 001/ANA/2011 – SICONV nº 756001/2011, firmado entre a Agência Nacional de Águas - ANA e a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu - Brasil - FPTI. 2.1.4. Medidas necessárias para prevenção de acidentes e desastres A Resolução normativa Nº 696, De 15 de Dezembro de 2015, estabelece critérios para classificação, formulação do Plano de Segurança e realização da Revisão Periódica de Segurança em barragens fiscalizadas pela ANEEL de acordo com o que determina a Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. A mitigação consiste na adoção de procedimentos de prevenção e preparação e seu funcionamento depende do estado de prontidão dos envolvidos. A prevenção consiste na redução da probabilidade de acorrer um acidente através de medidas estruturais, com obras de reforço, de aumento da capacidade de extra vazão ou de manutenção. Os procedimentos operacionais são compilados como Planos de segurança das Barragens, são guias de instruções técnicas que cada proprietário deve confeccionar e treinar os envolvidos afim se estabelecer medidas de proteção e segurança em todos aspectos relacionados a operação e manutenção das barragens. 10 Pelo lado da Defesa Civil e ANEEL, consiste no monitoramento de eventos causadores de desastres, a aplicação de leis penais em fatores não conforme as normativas vigentes de seguranças de barragens e pôr fim a preparação que consiste em atuar na redução do fator de vulnerabilidade. Consiste essencialmente na implementação de medidas não-estruturais para reduzir os danos produzidos por efeitos oriundos a falhas. Fator fundamental na eliminação de acidentes e desastres se dá no processo de mitigação, ações que envolve legislação, conscientização, monitoramento, manutenção, implementação de sistemas de alerta, elaboração de planos e treinamentos são de extrema importância para não causar vulnerabilidade nas operações contendo barragens. Fonte: Nota do Autor Figura 1 – Ciclo de gerenciamento de riscos e emergências 11 2.1.5. Medidas emergenciais em caso de acidentes e desastres Nessa fase, espera-se que as medidas adotadas na fase de mitigação tenham sido eficientes na redução das consequências e que todos os procedimentos preparados na fase anterior ao impacto sejam adequados e seguidos pelos responsáveis por sua execução. A resposta implica a ativação e a implementação dos planos e procedimentos de emergência, bem como a coordenação dos esforços de resposta, designadamente, na emissão de alertas e avisos; disponibilidade de informação adequada ao público; assistência durante e após o desastre, inclusive no cuidado a mortos e feridos, provendo abrigos de emergência e locais para evacuação, cuidados médicos, alimentação e vestuário. Acidentes ocorridos no século passado, já têm gerado discussão há alguns anos sobre os métodos aplicados à segurança de barragens no país. Cárdia (2007) cita a preocupação da comunidade ligada à segurança de barragens com as garantias de performance das estruturas quando o governo iniciou seu plano de privatizações na década de 1990. O autor ainda recorda a realização de eventos técnicos que visavam auxiliar os envolvidos na operação dessas estruturas a encontrarem um modo melhor de compatibilizar os objetivos da privatização, num mercado competitivo, com os critérios de segurança adequados. Esse desafio ainda existe como tema em discussão. Foram produzidos, então, dois importantes documentos. O primeiro, coordenado pela Eletrobrás, é o “Critérios de Projeto Civil de Usinas Hidrelétricas” (ELETROBRÁS, 2001), e o segundo, produzido pelo Ministério da Integração Nacional (MI), é o “Manual deSegurança e Inspeção de Barragens” (MI, 2002). Esses manuais são aplicados ao projeto e à segurança das barragens, respectivamente. Ambos já tratavam, ainda que simplificadamente, do planejamento de ações emergenciais para o caso de ruptura ou acidente envolvendo as barragens, embora o foco não fosse esse. 12 3. CONCLUSÕES (ou CONSIDERAÇÕS FINAIS) Embora seja um processo técnico e específico na determinação do tipo de concreto utilizado nas construções de barragens, concluímos que fatores específicos como preparação, quantidade e tipo de mistura são determinantes na resistência física das barragens das hidrelétricas. Concluímos também, que a manutenção é um dos pilares do plano de contingência no gerenciamento da prevenção de riscos de acidentes e desastres, entretanto os órgãos fiscais estão presentes em todas as fases de operação de uma barragem, na construção, operação e conservação, medidas essa que produz uma base solida eliminando a vulnerabilidade de possíveis rompimentos ou acidentes gerados com barragens hidrelétrica e pôr fim a engenharia vem evoluindo e se modernizando com passar do tempo através de medidas tecnológicas e tomando exemplo de acidentes no passado que geraram impactos sociais e ambientais em projetos com algumas falhas na construção. REFERÊNCIAS BRASIL. 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Acesso em: 24 set. 2019. ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico. Sobre o SIN: o sistema em números. Disponível em: <http://www.ons.org.br/paginas/sobre–o–sin/o–sistema–em–numeros>. Acesso em: 04 abr 2020. PRADO JUNIOR, F. A. P.; BERG, S. V. Capacity factors of Brazilian hydroelectric power plants: Implications for cost effectiveness. University of Florida, 2013. Disponível em:<https://pdfs.semanticscholar.org/7a56/8b5ec79b2ff8b9cc9266791b72eb14135c61.p df>. Acesso em: 04 abr 2020. RIBEIRO, F. M. Inventário de ciclo de vida da geração hidrelétrica no Brasil: Usina de Itaipu – primeira aproximação. 2003 Dissertação (Mestrado em Energia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. SCHREIBER, G. P. Usinas hidrelétricas. São Paulo: Blucher, 1978. 19 WORLD ENERGY COUNCIL. World Energy Resources: 2013 Survey. London: World Energy Council, 2013. BRASIL. Lei 12.334 de 20 de setembro de 2010. Estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens – PNSB e cria o Conselho Nacional de Segurança de Barragens – CNSB e o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens – SNISB. Disponível em: Acesso em: 04 abr 2020. MEHTA, K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Micro estrutura, Propriedades e Materiais. São Paulo: Ibracon, 2008. ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras. Critérios de Projeto Civil de Usinas Hidrelétricas. CBDB ICOLD, 2003.
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