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Abandono Afetivo

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Introdução
O Direito de família adapta-se às mudanças que ocorrem no comportamento da sociedade, tornando as relações familiares mais evidentes e respeitadas no ordenamento jurídico brasileiro. Considera-se o afeto o fator de mais influência na conformação das entidades familiares.
Assim, a finalidade do presente artigo visa analisar, em síntese, a responsabilidade civil subjetiva dos pais que abandonam afetivamente seus filhos, visto que esse abandono causa sérios problemas aos filhos, tanto psicológica como moralmente.
Com a evolução do direito de família, o conceito de poder familiar tornou-se sinônimo de proteção, pois, surgiram mais obrigações e deveres a ambos os pais para com seus filhos menores. E caso haja o descumprimento de tais deveres e obrigações, ocorrerá a perda do poder familiar.
É no momento em que ocorre ausência de algum dos pais no tocante ao afeto, que ocorre a discussão jurídica acerca do dano moral afetivo e a responsabilidade civil em relação ao abandono afetivo, sendo um assunto muito polêmico e delicado, pois envolve relações entre pais e filhos.
Dessa forma, mostra-se que a evolução pela qual passou a família acabou forçando diversas alterações na legislação, a qual passou a adotar uma nova ordem de valores, deixando de lado as questões meramente materiais e dando mais destaque às relações sócio afetivas.
Podendo então se entender que Abandono Afetivo consiste na omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral, psíquica e social.
O que é a família ?
A definição de família é alvo de uma multiplicidade de conceitos. Um deles é ser um elemento ativo, pois se encontra sempre em mudança para melhor atender às necessidades de uma sociedade em evolução. Dessa forma, torna-se a base da sociedade para o ser humano, revelando-se como o ramo do direito que está mais ligado à vida.
A evolução enfrentada pelo conceito de família acabou forçando diversas alterações na legislação brasileira. Contudo, a Constituição Federal de 1988 absorveu essa transformação, adotando uma nova ordem de valores, igualando o homem à mulher, dando mais ênfase ao afeto e priorizando a dignidade da pessoa humana. Portanto, no Direito de Família houve muitas mudanças, as quais se mostraram relevantes; logo, a legislação e as jurisprudências tiveram de acompanhar tal evolução com a finalidade de proteger a família e seus membros.
A importância dos pais na formação dos filhos
A formação de qualquer criança tem início na família, e é na família que os pais devem transmitir valores éticos e morais a seus filhos, pois é no lar que a criança molda sua personalidade.
Os pais são os responsáveis legais pela formação de seus filhos, sendo necessário que ambos, tanto o pai quanto a mãe, prestem as condições suficientes para garantir que a criança tenha um desenvolvimento sadio e uma educação adequada.
Os deveres dos pais em relação aos filhos menores estão dispostos no artigo 1634 do Código Civil de 2002, constando dentre eles o dever de dirigir-lhes a criação e a educação, bem como o direito de tê-los em sua companhia e guarda.
Poder familiar
Pátrio poder era a denominação utilizada no Código Civil de 1916, quando o assegurava exclusivamente ao marido. Mas com o decorrer do tempo, restringiram-se os poderes, surgindo o novo Código Civil de 2002 e alterou-se a expressão para “poder familiar”, momento em que o poder-dever de conduzir a família foi dado a exercício de forma conjunta pelos genitores.
No momento em que se descreve o poder familiar não se pode falar somente no “poder”, e sim em um conjunto de direitos e deveres que devem ser exercidos por ambos os pais em relação aos seus filhos.
Os laços envolvidos no poder familiar não são apenas no sentido moral e jurídico, mas de natureza afetiva e sentimental, sendo moldado em razão das necessidades fundamentais dos filhos menores.
Vê-se então que o poder familiar tornou-se mais que um poder, pois passou a constituir-se de uma relação com o exercício de várias atribuições exercidas pelos genitores, mas tendo como propósito o melhor interesse dos filhos.
Os deveres dos pais tornam-se fundamentais para a criação, a educação e a formação da criança, proporcionando-lhes sobrevivência. Logo, o genitor que faltar com suas obrigações, submete-se a reprimendas tanto de ordem civil, como de ordem criminal. Cabe ressaltar, novamente, que o exercício do poder familiar compete a ambos os genitores, com igualdade de condições e direitos.
Mostra-se que tanto quanto é impossível uma criança ou adolescente ter capacidade de administrar seus bens, assim também, não tem condições de se desenvolver adequadamente sozinha, sem auxílio de um responsável. Por tal razão é que existem deveres a serem observados e respeitados pelos pais.
Precedente
O abandono afetivo ganhou destaque em nosso ordenamento jurídico, sendo caracterizado pelo não cumprimento do dever dos pais de educar, cuidar e assistir o filho.
Porém, o tema em questão é muito complexo e delicado, porque passa a questionar os valores e sentimentos das pessoas junto a sua família. É um assunto que aparece com bastante frequência no judiciário, e consequentemente discute-se nos tribunais, inclusive com muitas opiniões divergentes.
Geralmente o abandono afetivo ocorre após a separação dos genitores, quando a guarda do filho passa a ser concedida a apenas um dos pais, sendo, na maioria das vezes, deferida à mãe. O outro genitor passa então a ausentar-se, deixando de cumprir com seus deveres e obrigações em relação ao filho, sendo que tais deveres e obrigações encontram-se todos regulamentados em nosso ordenamento jurídico.
Sabe-se que o dever do genitor que não ficou com a guarda não é só aquele em relação aos alimentos, mas o de auxiliar na construção da personalidade e desenvolvimento do filho, pois a criança tem a figura paternal como referência e exemplo.
Ocorre que o genitor acaba constituindo uma nova família, com novos filhos, e acaba abandonando o filho do relacionamento anterior, negligenciando os deveres de afetividade, assistência moral e psíquica, tornando isso um ato ilícito, passível de indenização.
A psicologia explica que o afastamento do genitor, que a carência do afeto nos laços familiares pode desenvolver nos filhos sintomas de rejeição, baixa autoestima, chegando a prejudicar o seu rendimento na escola, podendo resultar, ainda, em outras inúmeras consequências.
Cada membro da família tem o seu papel, principalmente os pais. A ausência de um destes acarreta uma desestruturação familiar, o que não colabora para um bom desenvolvimento da criança, pois se o pai se torna ausente, a mãe acaba por desempenhar o papel dos dois, podendo a criança desenvolver um trauma emocional por muito tempo, em razão de não ter o direito de conviver em um ambiente familiar tranquilo, equilibrado, com amor e atenção necessários no momento do seu desenvolvimento.
Nota-se, portanto, que o Código Civil apresenta novos valores às famílias, valorizando os laços de afetividade, preocupando-se com a dignidade e as pessoas, pois estas representam o futuro da sociedade.
Notícia
“STJ condena pai a indenizar filha por abandono afetivo”
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou um pai a indenizar em R$ 200 mil a filha por "abandono afetivo". A decisão é inédita. Em 2005, a Quarta Turma do STJ havia rejeitado indenização por dano moral por abandono afetivo.
O caso julgado é de São Paulo. A autora obteve reconhecimento judicial de paternidade e entrou com ação contra o pai por ter sofrido abandono material e afetivo durante a infância e adolescência. O juiz de primeira instância julgou o pedido improcedente e atribuiu o distanciamento do pai a um "comportamento agressivo" da mãe dela em relação ao pai. A mulher apelou à segunda instância e afirmou que o pai era "abastado e próspero". O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reformou a sentença e fixou a indenização em R$ 415 mil.
No recurso ao STJ, o pai alegou que não houve abandono e, mesmo que tivesse feito isso, não haveria ilícitoa ser indenizável e a única punição possível pela falta com as obrigações paternas seria a perda do poder familiar.
A ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma, no entanto, entendeu que é possível exigir indenização por dano moral decorrente de abandono afetivo pelos pais. “Amar é faculdade, cuidar é dever”, afirmou ela na sentença. Para ela, não há motivo para tratar os danos das relações familiares de forma diferente de outros danos civis.
“Muitos, calcados em axiomas que se focam na existência de singularidades na relação familiar – sentimentos e emoções –, negam a possibilidade de se indenizar ou compensar os danos decorrentes do descumprimento das obrigações parentais a que estão sujeitos os genitores”, afirmou a ministra. “Contudo, não existem restrições legais à aplicação das regras relativas à responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar, no direito de família”.
A ministra ressaltou que nas relações familiares o dano moral pode envolver questões subjetivas, como afetividade, mágoa ou amor, tornando difícil a identificação dos elementos que tradicionalmente compõem o dano moral indenizável: dano, culpa do autor e nexo causal. Porém, entendeu que a paternidade traz vínculo objetivo, com previsões legais e constitucionais de obrigações mínimas.
 “Aqui não se fala ou se discute o amar e, sim, a imposição biológica e legal de cuidar, que é dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerarem ou adotarem filhos”, argumentou a ministra.
No caso analisado, a ministra ressaltou que a filha superou as dificuldades sentimentais ocasionadas pelo tratamento como “filha de segunda classe”, sem que fossem oferecidas as mesmas condições de desenvolvimento dadas aos filhos posteriores, mesmo diante da “evidente” presunção de paternidade e até depois de seu reconhecimento judicial.
Alcançou inserção profissional, constituiu família e filhos e conseguiu “crescer com razoável prumo”. Porém, os sentimentos de mágoa e tristeza causados pela negligência paterna perduraram, caracterizando o dano. O valor de indenização estabelecido pelo TJ-SP, porém, foi considerado alto pelo STJ, que reduziu a R$ 200 mil, valor que deve ser atualizado a partir de 26 de novembro de 2008, data do julgamento pelo tribunal paulista.
Previsão Legal
Conforme o disposto na Constituição Federal da República Federativa do Brasil
Art. 226. § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 229  Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Do dever de assistência afetiva dos pais para com os filhos segundo Conforme o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990)
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais
A Constituição Federal de 1988 garante a indenização proveniente de dano moral, conforme se vê:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) - Lei nº 8.742, de 7 de Dezembro de 1993
De acordo com o art. 203 da CF, a assistência social dever ser prestada a quem dela necessitar, isto é, a quem não possua meios de subsistência, independentemente de contribuição direta do beneficiário. No que tange especificamente aos idosos, a Lei nº 8.742/93 assegura um salário-mínimo a todas as pessoas com 65 anos ou mais, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Esta prestação pecuniária assistencial é denominada benefício de prestação continuada (BPC), cuja concessão e administração são realizadas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Política Nacional do Idoso - Lei nº 8.842, de 4 de Janeiro de 1994
A política nacional do idoso foi estabelecida a partir da Lei nº 8.842/94, que, ainda, criou o Conselho Nacional do Idoso. Essa lei foi posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 1.948/96. A finalidade da política nacional do idoso, conforme dicção do art. 1º da indigitada lei, foi a de garantir os direitos sociais ao idoso, promovendo sua autonomia, integração e participação ativa na sociedade.
Nesse cenário, vale destacar, ainda, as propostas de ações programáticas relativas à valorização da pessoa idosa e promoção de sua participação na sociedade, levadas a efeito a partir da edição do Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009, que instituiu um programa nacional de direitos humanos - PNDH-3, quais sejam:
"a) Promover a inserção, a qualidade de vida e a prevenção de agravos aos idosos, por meio de programas que fortaleçam o convívio familiar e comunitário, garantindo o acesso a serviços, ao lazer, à cultura e à atividade física, de acordo com sua capacidade funcional.
b) Apoiar a criação de centros de convivência e desenvolver ações de valorização e socialização da pessoa idosa nas zonas urbanas e rurais.
c) Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas, visando valorizar e reconhecer sua contribuição para o desenvolvimento e bem-estar da comunidade.
d) Desenvolver ações que contribuam para o protagonismoda pessoa idosa na escola, possibilitando sua participação ativa na construção de uma nova percepção intergeracional.
e) Potencializar ações com ênfase no diálogo intergeracional, valorizando o conhecimento acumulado das pessoas idosas.
f) Desenvolver ações intersetoriais para capacitação continuada de cuidadores de pessoas idosas.
g) Desenvolver política de humanização do atendimento ao idoso, principalmente em instituições de longa permanência.
h) Elaborar programas de capacitação para os operadores dos direitos da pessoa idosa.
i) Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políticas para pessoas idosas que contenha informações sobre os Centros Integrados de Atenção a Prevenção à Violência, taiscomo: quantidade existente; sua participação no financiamento público; sua inclusão nos sistemas de atendimento; número de profissionais capacitados; pessoas idosas atendidas; proporção dos casos com resoluções; taxa de reincidência; pessoas idosas seguradas e aposentadas; famílias providas por pessoas idosas; pessoas idosas em abrigos; pessoas idosas em situação de rua; principal fonte de renda dos idosos; pessoas idosas atendidas, internadas e mortas por violência ou maus-tratos."
Estatuto do idoso – Lei No 10.741, de 1º DE Outubro DE 2003
 Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
 II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
Na esfera criminal, segundo o Código Penal
   Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos.
        § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Aumento de pena
        § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
        I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
        II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
        III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Os tipos de abandonos
Abandono afetivo
 A absoluta prioridade ao convívio familiar assegurada a crianças e adolescentes dispõe de respaldo constitucional, consubstanciada no princípio da paternidade responsável (CF, art. 227). Ainda que o amor não tenha preço, é indispensável assegurar o direito a exigir alguma espécie de reparação quando ocorre abandono afetivo. Cabe ser penalizada a negligência parental, cuja indenização pode ter natureza patrimonial ou extrapatrimonial. Para o Direito, o afeto não se traduz apenas como um sentimento, mas principalmente como dever de cuidado, atenção, educação, entre outros.
Abandono Material
   Considerado um crime de desamor, o abandono material caracteriza-se pela omissão injustificada na assistência familiar, ou seja, quando o responsável pelo sustento de uma determinada pessoa deixa de contribuir com a subsistência material de outra, não lhe proporcionando recursos necessários ou faltando com o pagamento de alimentos fixados judicialmente.
O abandono material pode configurar-se de várias formas:
a)          o cônjuge que não provê a subsistência ao consorte;
 
b)          o pai ou a mãe que deixa de atender ao sustento de filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho;
 
c)           o pai ou a mãe que deixa de pagar alimentos fixados judicialmente aos filhos;
 
d)          o descendente, filho, neto, bisneto, que não fornece recursos indispensáveis a ascendente impossibilitado de se sustentar;
 
e)          ou, qualquer pessoa que não socorra ascendente ou descendente acometido por grave enfermidade.
 Abandono intelectual
Negligência na educação de filho pelos pais ou de menor confiado à guarda de alguém, deixando de prover a ele a instrução primária, quando em idade escolar, ou permitindo que adquira hábitos perniciosos ou assista a espetáculos impróprios à sua idade. Segundo a lei penal, é crime.
Abandono afetivo parental
 Consiste na omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral, psíquica e social. O Estatuto das Famílias define a abandono parental como a tentativa do pai ou da mãe, dos avós ou de outra pessoa que tenha a criança ou o adolescente sob sua autoridade, convivência ou vigilância de afastá-lo de um dos pais.  A proposta conceitua a prática como qualquer ação ou omissão que ofenda direito fundamental da criança ou do adolescente, entre eles a convivência familiar saudável. Quando os tribunais passaram a identificar como alienação parental práticas que dificultam a convivência de crianças ou adolescentes com um dos genitores, foi editada a Lei nº 12.318/2010, que além de flagrar estas condutas, indica os meios processuais para identificar, alertar e punir quem assim age. Para eliminar uma legislação fragmentada, a lei foi incorporada ao Estatuto, enfatizando mais a prevenção e o equilíbrio no exercício das funções parentais.
Abandono afetivo inverso
Diz-se abandono afetivo inverso a inação de afeto, ou mais precisamente, a não permanência do cuidar, dos filhos para com os genitores, de regra idosos, quando o cuidado tem o seu valor jurídico imaterial servindo de base fundaste para o estabelecimento da solidariedade familiar e da segurança afetiva da família.
Responsabilidade civil
O Direito desempenha um papel ético, tendo uma função social, moralizadora, de atitudes humanas na relação que se estabelece entre os indivíduos.
Um importante componente entre Direito e Moral é a ética. A ética busca o melhor, o justo, o correto para a prática de atitudes ponderadas para que o ser humano possa ter a capacidade de delinear sobre os meios e os fins nas atividades que realiza.
Desta forma, comprovando a junção entre direito e moral, tem-se o instituto da responsabilidade civil para a reparação de danos morais.
A missão constitucional dos pais é pautada nos deveres de criar, educar e assistir os filhos menores uma vez que a natureza assistencial do poder parental é o mais importante, pois coloca em destaque a afetividade responsável, que liga pais e filhos, propiciados pela convivência familiar. Diante de tais pressupostos é possível considerar a responsabilidade civil para o genitor que descumpre as obrigações derivadas do poder familiar, na relação paterno-filial e é justo procurar compensação indenizatória diante dos danos causados aos filhos, por força de uma conduta que nega aos filhos a convivência, o amparo moral, psíquico e afetivo.
A natureza jurídica da responsabilidade civil é principalmente sancionadora. Ela se depara no princípio básico de não prejudicar ninguém e não causar dano a outrem. É o próprio sentimento de injustiça de indignação frente ao ato injusto e ilícito. Porém hoje se reconhece que a responsabilidade civil também deve ter caráter pedagógico.
Dificilmente após se ter estabelecido o litígio haja a possibilidade de se estabelecerem laços de afetividade. O autor da ação antes de bater à porta do judiciário, já bateu à porta do  genitor e não obtendo êxito. Neste caso a condenação do réu ao pagamento da pecúnia, terá menos o cunho de reparação do prejuízo e mais um caráter punitivo, sancionatório. Serve de exemplo aos pais que não cumprirem a sua paternidade responsável.
A responsabilidade civil tem como norte três elementos efetivos para a reparação do prejuízo sofrido pela vítima: o dano à conduta humana e o nexo de causalidade.
O nexo causal é o que conecta a conduta ao resultado, isto é, o que   estabelece entre a conduta do homem e o dano por ele praticado. Não pode haver responsabilidade sem nexo causal. Se ele não existir não será possível pleitear uma indenização. Ocorre o nexo causal na atitude do pai abandonar o filho, ausentando-se da convivência familiar, do companheirismo e do afeto, sem o qual o dano não teria sido causado.
Conceitua-se a culpa como a conduta voluntária contraria ao dever de cuidado imposto pelo direito, com a realização de um evento danoso involuntário e previsível. Todo ato ilícito, mediante uma conduta culposa que viola o direito de outro causando-lhe dano, deve ser indenizado, conforme o estabelecido no artigo 927 do Código Civil Brasileiro.
Portando a conduta é todo comportamento humano voluntário que se exterioriza por meio de uma ação ou omissão, gerando consequências jurídicas.
Configura-se dano como a lesão sofrida pelo ofendido, em seu complexo de valores protegidos no Direito, seja em sua própria pessoa moral ou física, ou seja, os seus bens psíquicos, físicos, materiais ou morais.
O dano causado ao filhohumilhado e colocado em situações vexatórias por rejeição e pelo abandono de um dos genitores configura o abandono afetivo.
O abandono afetivo ocorre quando um dos genitores não participa da vida dos filhos, sendo omisso para contribuir na educação do menor e na convivência com o mesmo, deixando de proporcionar assistência à criança prevista no art. 229 da Constituição Federal.
Quando um desses genitores não cumpre sua devida função gera um dano a personalidade da criança e do adolescente, o que parece uma verdadeira tortura para o filho que se sente abandonado.
Os pedidos indenizatórios no abandono afetivo existem porque, embora a dor não possa ser medida, é real e pode ser provada por laudos periciais de especialistas, como: assistentes Sociais, Psicólogos, Provas Documentais como Boletins Escolares, depoimento de testemunhas e o próprio interrogatório do juiz.
Sem dúvida o abandono afetivo causa um dano a personalidade do indivíduo, assim é necessário examinar cada caso concreto, para avaliar se é cabível o dever de indenizar.
Dano moral decorrente do abandono afetivo
Os juristas discutem muito a aplicação da reparação por danos morais nas relações familiares, acreditando que os pais não podem ser obrigados a pagar uma indenização ao seu filho por não ter lhe dado o amor e atenção que deveriam. As críticas existentes nas doutrinas afirmam que o afeto, amor e carinho não são indenizáveis.
Mas ocorre que tais críticas não têm muito sentido, pois os atos ilícitos praticados pelos genitores em relação ao abandono afetivo de seus filhos menores acabam causando grandes abalos psicológicos e morais, passando a afetar seu desenvolvimento e sua personalidade.
Os pais têm o dever de cuidar e dar afeto ao seu filho, questão esta que se os genitores estivessem agindo corretamente, não precisaria ser discutida em juízo. Mas, infelizmente, algumas relações entre pais e filhos ocorrem de forma errada, visto que os pais acabam preocupando-se mais com as relações de trabalho, com os ganhos financeiros, e passam a deixar seus filhos em abandono. Esses pais acreditam que se oferecerem um brinquedo ou uma peça de roupa ao filho, ou seja, bens materiais, o afeto pode ser deixado em “segundo plano”.
Visão psicossocial sobre o abandono
A psicologia enumera diversas consequências da falta de afeto na vida e desenvolvimento da criança.Dessa forma, podemos compreender que o direito brasileiro acertou ao aceitar em nosso ordenamento jurídico o instituto do abandono afetivo, tentando amenizar o sofrimento causado através de indenização, já que não havia outra forma de reparação.
Segundo a psicologia, o desenvolvimento do ser humano está indiscutivelmente ligado ao ambiente em que vive, aos meios a qual é exposto e consequentemente aos aspectos sentimentais.A afetividade possui papel fundamental no desenvolvimento da pessoa, pois é por meio dela que o ser humano demonstra seus desejos e vontades.
É durante a infância que ocorre a formação do ser humano. Todo fato ocorrido durante a vida infantil influenciará substancialmente a vida adulta. Para que uma criança não cresça cercada de traumas e medos, deve-se atentar ao meio a qual ela é exposta. Caso seja cercada de afeto e cuidados, a probabilidade de crescer um adulto melhor aumenta expressamente.
Não são somente os aspectos jurídicos que são desencadeados pelo abandono afetivo, há também aspectos psicológicos que poderão influenciar de forma negativa a vida do ser humano abandonado.
Segundo a psicologia e a psicanálise, é na infância que o ser humano tem a necessidade do “outro”, nesse período é que se forma a personalidade. Os pais têm importante papel sócio afetivo, pois o amor e o afeto são fundamentais para se viver e se humanizar cada vez mais. O abandono traz consequência incalculáveis para a criança que se sente rejeitada e humilhada, causando danos irreparáveis, como por exemplo o complexo de inferioridade que requer tratamento psicológico.  A ausência injustificada de um dos pais causa dores psíquicas e prejuízos à formação da criança pela falta de afeto, cuidado e proteção.
A conduta omissiva, além de causar dano é uma infração aos deveres jurídicos de assistência imaterial e proteção, decorrentes do dever familiar. A rejeição de um dos pais, causa mutilações psíquicas e emocionais na criança, o que gera prejuízo na sua formação.
Foi-se o tempo dos equívocos das relações familiares gravitarem exclusivamente na autoridade do pai, como se ele estivesse acima do bem e do mal apenas por sua antiga função provedora, sem perceber que deve prover seus filhos muito mais de carinho do que de dinheiro, ou vantagens patrimoniais. Têm os pais o dever expresso e a responsabilidade de obedecerem às determinações judiciais ordenadas no interesse do menor, como disso é exemplo o dever de convivência e de visitação, que há muito deixaram de representar mera faculdade do genitor não guardião, causando a irracional omissão dos pais irreparáveis prejuízos de ordem moral e psicológica à prole.
Há vozes que se posicionam em contrário à reparação do afeto que foi negado aos filhos, temendo que o pai condenado à pena pecuniária por sua ausência jamais tornará a se aproximar daquele rebento, em nada contribuindo pedagogicamente o pagamento da indenização para restabelecer o amor.
A indenização pecuniária visa a reparar o agravo psíquico sofrido pelo filho que foi rejeitado pelo genitor durante o seu crescimento, tendo a paga monetária a função de compensar o mal causado, preenchendo o espaço e o vazio deixados com a aquisição de qualquer outro bem material que o dinheiro da indenização possa comprar.
Subsistem razões para discordar da vertente que nega a reparação material pela omissão do afeto parental, e ao contrário do que é afirmada, a indenização não tem nenhum propósito de compelir o restabelecimento do amor, já desfeito pelo longo tempo transcorrido diante da total ausência de contato e de afeto paterno ou materno.
Decisões judiciais buscando reparar com indenizações pecuniárias a dilaceração da alma de um filho em fase de formação de sua personalidade, cujos pais se abstêm de todo e qualquer contato e deixam os seus filhos em total abandono emocional, não condenam a reparar a falta de amor, ou o desamor, nem tampouco a preferência de um pai sobre um filho e seu descaso sobre o outro, mas penalizam a violação dos deveres morais contidos nos direitos fundados na formação da personalidade do filho rejeitado.
Penalizam o dano à dignidade humana do filho em estágio de formação, mas não com a intenção de recuperar o afeto não desejado pelo ascendente, mas principalmente, por seu poder dissuasório a demonstrar que, doravante, este velho sentimento de impunidade tem seus dias contados e que possa no futuro desestabilizar quaisquer outras inclinações de irresponsável abandono, se dando conta pelos exemplos jurisprudenciais, que o afeto tem um preço muito caro na nova configuração familiar.
O reconhecimento doutrinário 
Em virtude do exposto, verifica-se que é possível os pais serem responsabilizados civilmente pelos danos morais decorrentes do abandono afetivo, pois com as evoluções na estrutura familiar, foram aplicados aos pais mais deveres em relação aos seus filhos, mostrando que os deveres não são apenas em relação aos alimentos, ao auxílio material, mas sim ao amor, ao afeto e carinho que são dados aos filhos. Atualmente o afeto tornou-se a base da família, pois é na família que o filho menor constrói a sua personalidade.
Logo, mostra-se ser de grande relevância o estudo do abandono afetivo nas relações entre pais e filhos, pois é um assunto muito delicado que acaba envolvendo questões tanto na área jurídica como na área psicológica. Ocorre que os filhos abandonados por seus genitores acabam procurando o judiciário, a fim de que possam, de alguma maneira, suprir as consequências que o abandono afetivo lhes conferiu, pois terão seu desenvolvimento psicológico afetado.
Assim sendo, fica aos operadores do direito interpretar e punir cada caso, de maneira justa, em conformidade comos princípios expressos na Constituição Federal, tendo maior destaque o princípio da afetividade e o princípio da dignidade da pessoa humana.
Vê-se que as jurisprudências dos tribunais brasileiros aderem à indenização decorrente do abandono afetivo, embora não seja permitida a indenização por esse motivo, não apenas com a intenção de punir aquele pai pela falta de amor, mas para lhe mostrar que tem de cuidar e amar o filho e lhe dar atenção, até porque não se pode obrigar alguém a amar, pois o amor tem de nascer naturalmente na relação afetiva entre pais e filhos.
Conclusão
Na família atual o elemento mais essencial é a afetividade, pois ela é o pilar que sustenta a relação familiar, possibilitando a sedimentação dos laços sentimentais recíprocos e o respeito entre seus membros. A afetividade entre pais e filhos é instrumentalizada e mediada pelo poder familiar daqueles em relação a estes. Por poder familiar entenda-se o conjunto de deveres impostos aos pais com a finalidade de proteger e efetivar o desenvolvimento completo dos filhos no decorrer da infância, adolescência e velhice, em caso de idosos que também são abandonados, salvaguardando o melhor interessado, a pessoa humana. Entre os atributos do poder familiar estão: dirigir-lhes a criação e educação, tê-los em sua companhia e guarda, conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casar, nomear-lhes tutor, representá-los e assisti-los nos atos da vida civil, reclamá-los de quem ilegalmente os detenha, exigir obediência, respeito e serviços próprios da sua condição.
 A falta de convivência de pais e filhos na mesma moradia não acaba com o poder familiar, ademais é fundamental na vida da criança o contato com ambos os pais, de forma a permitir seu pleno desenvolvimento e reduzir os prejuízos decorrentes da não convivência dos genitores sob o mesmo teto. Em contrapartida ao direito-dever de ter o filho em sua companhia, preconiza o artigo 227 da Constituição Federal o direito da criança e do adolescente à convivência familiar e à companhia de ambos os pais. O direito humano fundamental à convivência familiar está calcado na dignidade da pessoa humana e no princípio da prioridade absoluta dos direitos dos infantes. O direito de convivência emana dos princípios do direito natural, os quais atam os vínculos familiares pela manutenção do afeto. É direito natural, pois é direito humano que independe da concessão do Estado. O rompimento das relações familiares fere o alicerce espiritual de seus membros e atinge a personalidade dos envolvidos, representando perda afetiva que pode ensejar o desmoronamento de todo um projeto de vida. Hoje temos o do afeto como valor jurídico protegido pelo sistema jurídico, reconhecido o direito ao afeto na família, especialmente quanto aos filhos. 
O artigo 186 do Código Civil estabelece que “aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. O artigo 927, por sua vez, dispõe que “aquele que, por ato ilícito (Artigos 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Assim, aquele que causar dano é obrigado a ressarcir os prejuízos. Nesse diapasão, por ser o “afeto” tutelado pelo ordenamento, seja pelo direito à personalidade, convivência familiar, dignidade da pessoa humana, pelos atributos do poder familiar, etc. E consequentemente, se houver lesão ao referido direito, e restar configurado o trinômio de dano, culpa e nexo causal, o ato ilícito pelo abandono afetivo deve ser indenizado. Ressalte-se que o artigo 229 da Constituição Federal atribui aos pais os deveres quanto à criação e educação dos filhos, de forma que ao abandonar afetivamente o filho, o genitor ofende bem jurídico tutelado, cabendo a reparação do dano causado. Dessa forma, quando os pais se omitem nos seus deveres na criação do filho, há violação do direito à dignidade da pessoa humana (artigo 1º, III, da CF), afronta ao direito da personalidade (artigo 5º, X, da CF), desrespeito aos deveres inerentes ao exercício do poder familiar (artigo 1.634 do CC), o que incide certamente na prática de ato ilícito (artigo 186, do CC), surgindo, então, o dever de repará-lo (artigo 927, do CC). 
Enfatize-se que a impossibilidade de indenização da dor moral advinda do abandono afetivo não pode ser confundida com a dificuldade de indenização da dor moral, porque a dor, de fato, não tem preço. Entretanto, a dificuldade de reparar não enseja a negação do dano, e configurado o dano é certo que deve ser reparado, da forma que for. Se o dinheiro não paga diretamente o preço da dor, ao menos colabora para sua amenização. A finalidade da indenização pelo abandono afetivo é fazer com que o genitor o reconheça a ilicitude do seu ato inteiramente lesivo ao filho, revelando o caráter educativo da indenização, além de punitivo. Visa, assim, evitar a ocorrência no futuro de casos semelhantes de abandono afetivo, garantindo aos filhos um desenvolvimento completo e sadio em todos os aspectos, seja físico, psíquico, intelectual, moral, espiritual, emocional, pois só dessa maneira se estará de fato concretizando e protegendo a dignidade da pessoa humana, vale ressaltar ainda que o abandono não se inclui apenas em uma fase da vida, e sim em todas, porém é na infância que o individuo começa a desenvolver sua personalidade, ou seja esse é o momento crucial para que haja um apoio e um ciclo social e familiar de amor e afeto, para que assim uma pessoa possa construir e moldar a aspiração ideal de um bom ser humano, dotado de necessidades básicas que é o amor.
Referências
youtube.com/watch?v=oG5XmOPDXFk
migalhas.com.br/FamiliaeSucessoes/104,MI262537,61044-Da+indenizacao+por+abandono+afetivo+na+mais+recente+jurisprudencia
ibdfam.org.br/artigos
conjur.com.br/2017-nov-26/stj-condena-pai-indenizar-filho-danos-morais-abandono
conjur.com.br/2012-mai-02/turma-stj-manda-pai-indenizar-filha-abandonada-200-mil
oglobo.globo.com/brasil/stj-condena-pai-indenizar-filha-por-abandono-afetivo-4793531
g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/08/abandono-afetivo-nao-e-por-voce-nao-amar-e-por-nao-cuidar-diz-advogada.html
ibdfam.org.br/busca?q=abandono+afetivo
jusbrasil.com.br/artigos/137611283/abandono-afetivo-frente-ao-ordenamento-juridico-brasileiro
familia.com.br/9878/abandono-afetivo-o-que-diz-a-lei
conteudojuridico.com.br/artigo,filhos-do-divorcio-e-o-abandono-afetivo,589134.html
jus.com.br/artigos/25122/abandono-afetivo-e-o-ordenamento-juridico-brasileiro
lex.com.br/doutrina_24230664_RESPONSABILIDADE_CIVIL_DOS_FILHOS_COM_RELACAO_AOS_PAIS_IDOSOS_ABANDONO_MATERIAL_E_AFETIVO.aspx
ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11310&revista_caderno=14>. 
J.M, Leoni Lopes de Oliveira – Direito Civil, Família. 1ª Edição, 2018 – Editora Forense.

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