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37_economia_brasileira_conteporanea (1)

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
ECONOMIA 
BRASILEIRA 
CONTEMPORÂNEA 
2
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
missÃo
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
VisÃo
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
BiBliotEca mUltiViX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
Izidoro Cleyton
Economia Brasileira Contemporânea / Izidoro Cleyton. – Serra: Multivix, 2019.
EDitorial
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
FacUlDaDE capiXaBa Da sErra • mUltiViX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
4
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretor Executivo do Grupo multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
lista DE FiGUras
 > FIGURA 1 - Pirâmide Populacional 14
 > FIGURA 2 - Café 48
 > FIGURA 3 - Marechal Deodoro da Fonseca 49
 > FIGURA 4 - Nota cinquenta Cruzado 69
 > FIGURA 5 - Nota quinhentos Cruzados novos 71
 > FIGURA 6 - Petrobras 91
 > FIGURA 7 - Proteção ao investimento 101
 > FIGURA 8 - Integração Mundial 105
 > FIGURA 9 - Bandeiras do Mercosul 108
6
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
sUmÁrio
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
1 aspEctos Da Economia BrasilEira E concEitos BÁsicos 12
1.1 DEMOGRAFIA BRASILEIRA 12
1.2 EMPREGO E MERCADO DE TRABALHO 17
1.3 INFLAÇÃO 20
conclUsÃo 26
2 polÍticas EconÔmicas – aspEctos E instrUmEntos 29
2.1 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA 29
2.1.1 POLÍTICA FISCAL 30
2.1.2 POLÍTICA MONETÁRIA 33
2.1.3 POLÍTICA CAMBIAL 35
2.1.4 POLÍTICA DE RENDAS 37
2.2 ATIVIDADE ECONÔMICA 38
2.2.1 PIB 38
2.2.2 PNB 40
2.2.3 MEDIDAS ALTERNATIVAS 41
2.3 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA 42
conclUsÃo 44
3 Brasil Do sÉcUlo XX: alGUns Fatos QUE nos FiZEram 
cHEGar atÉ aQUi 47
3.1 DA ECONOMIA CAFEEIRA À INDUSTRIALIZAÇÃO 48
3.2 CRISE DE 1930 E O GOVERNO DE VARGAS 55
3.2.3.1 DE JK AO FIM DO GOVERNO MILITAR EM 1985 60
conclUsÃo 64
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
sUmÁrio
4UNIDADE
5UNIDADE
4 planos EconÔmicos tEntatiVa E Erros 67
4.1 DA DESCONFIANÇA A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA 67
4.2 A CORRIDA ELEITORAL DE 1989 72
4.3 GOVERNO COLLOR 74
conclUsÃo 77
5 EstaBiliZaÇÃo EconÔmica BrasilEira 80
5.1 GOVERNO ITAMAR FRANCO E O PLANO REAL 81
5.1.1 O PLANO REAL 81
5.1.2 GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 86
5.1.2.1 POLÍTICA CAMBIAL 86
5.1.2.2 PROGRAMA DE PRIVATIZAÇÃO 88
5.1.2.3 OUTRAS ÁREAS E FINAL DE GOVERNO 89
5.2 MUDANÇA DE ROTA: GOVERNOS LULA/DILMA/TEMER 90
5.2.1 GOVERNO LULA 90
5.2.2 GOVERNOS DILMA/TEMER 94
conclUsÃo 96
6 GloBaliZaÇÃo E a Economia rEGional: Uma DUaliDaDE 
Do mErcaDo 99
6.1 DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO ECONÔMICO 100
6.2 REGIONALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO NACIONAL 103
6.3 GLOBALIZAÇÃO E OS BLOCOS ECONÔMICOS 104
6.3.1 – BLOCOS ECONÔMICOS 107
6UNIDADE
8
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
conclUsÃo 110
GlossÁrio 112
rEFErÊncias 113
sUmÁrio
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
iconoGraFia
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
10
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Bem-vindo à disciplina Economia Brasileira Contemporânea!
O Brasil é um país de grandes oportunidades, mas, para aproveitá-las, é preciso en-
tender como funciona o mercado brasileiro e principalmente como são os sinais que 
este mercado emite. A grande extensão territorial e os movimentos migratórios no 
território brasileiro demonstram que existem grandes oportunidades ainda não ex-
ploradas no território nacional. O Brasil é um país jovem, se comparado com países 
da Europa, por exemplo. Nosso país tem pouco mais de 500 anos, e, de república, não 
tem nem 150 anos. Estamos em um momento de transformação política e econô-
mica. Você sabia que o Estado de Tocantins foi criado na Constituição de 1988? É o 
Estado mais novo do Brasil. A Constituição também é muito nova. Nesse curto históri-
co brasileiro, tivemos problemas econômicos gravíssimos com a inflação que, somen-
te após 1994, com a implantação do Plano Real conseguimos chegar a patamares 
consideráveis. O endividamento externo e interno foi agravado por políticas gover-
namentais protecionistas equivocadas para garantir a produção do café no Brasil. Já 
houve um tempo em que nossa democracia não foi respeitada e não podíamos votar 
e, somente no início da década de 80, foram estabelecidos o voto direto, a eleição 
a cada quatro anos e o pluripartidarismo. Decisões políticas afetam diretamente os 
aspectos econômicos de um país. 
Objetivos da disciplina
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de: 
• Identificar dos ciclos econômicos brasileiros.
• Comparar a relação econômica e os aspectos mercadológicos.
• Avaliar políticas econômicas e momentos históricos.
• Classificar contexto político e economia brasileira.
• Definir economia brasileira e sua evolução.
11
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Descrever a 
demografia 
econômica do Brasil.
> Explicar o emprego e 
mercado de trabalho 
no cenário brasileiro.
> Definir o processo 
inflacionário no 
Brasil.
UNIDADE 1
12
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 ASPECTOS DA ECONOMIA 
BRASILEIRA E CONCEITOS 
BÁSICOS
Ao falar de economia, na maioria das vezes, vem à nossa a mente somente recursos fi-
nanceiros, mas há outras situações envolvidas, tais como pessoas e recursos materiais. 
Economia é a ciência que estuda a alocação de recursos escassos, principalmente 
para atender aos desejos e necessidades infinitos. Os recursos financeiros são finitos, 
por isso muitas vezes são o centro das atenções dos debates econômicos. Entretanto, 
outras questões permeiam as questões econômicas produzir para quem possui re-
cursos financeiros ou produzir para quem precisa. Essa questão não tem respostas, 
pois dependem de vários contextos e questões vertentes econômicas.
 Nesta unidade, iremos verificar que uma variável pode nos levar a várias tomadas de 
decisão que, se não tivermos com informações suficientes, não seremos capazes de 
sermos assertivos. Dados errados ou uma interpretação equivocada pode trazer uma 
tomada de decisão errada. Pense na alocação de recursos públicos de maneira equi-
vocada ou inadequada. Imagine o impacto!
1.1 DEMOGRAFIA BRASILEIRA
Para se entender a economia de um país ou uma região, o pesquisador busca primei-
ramente entender os dados demográficos com o intuito de calcular o potencial de 
consumo, trabalho e população economicamente ativa daquela região.
No Brasil, temos o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que realiza 
este trabalho de coleta e tabulação desses dados para análise dos pesquisadores 
e estudantes.
Conforme levantamento estatístico do IBGE, somos 208.494.900, em 1º julho de 2018. 
Para ficar mais fácil, somos mais de 208,4 milhões brasileiros.
O Brasil é um dos países mais populosos do mundo. Durante muitos anos, especial-
mente nas décadas de 60 e 70, viveu-se a expectativa de uma explosão demográfica, 
afirmando-se que a população brasileira poderia chegar a 220 milhões de habitantes 
no ano 2000, se as taxas de crescimento da população daquela época (décadas de 60 
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
e 70), de quase 3% ao ano, fossem mantidas. Naquele momento, era comum associar 
às previsões de explosão demográfica seus aspectos negativos, como a provável falta 
de alimentos e a tendência ao empobrecimento. (GREMAUD, 2017 p. 12).
A fim de explicar os grupos etários, é comum utilizar um histograma que demostra, 
em forma de pirâmide, a proporção de pessoas separadas por sexo, onde o movimen-
to desta pirâmide representa o crescimento ou encolhimento da força de trabalho.
Estamos passando uma transição muito considerável no que diz respeito à base da 
pirâmide, ou seja, a taxa de natalidade é menor que a expectativa de vida dos brasi-
leiros. Essa informação é de extrema importância, pois devemos nos preocupar com 
políticas de saúde e bem-estar para pessoas com idades mais elevadas, e a nossa 
força de trabalho está reduzindo.
A expectativa de vida do brasileiro, em 2016, conforme dados do IBGE, ultrapassou 
75 anos, onde, em 1940, era de 45 anos. Os Estados mais populosos do Brasil estão na 
Região Sudeste, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e os menos populosos são 
Roraima e Amapá, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 
/IBGE 2018.
Alterações na composição etária dessa população têm importantes implicações so-
bre o país. Países com população jovem direcionam parte de suas preocupações para 
aspectos pediátricos e incorrem em gastos relativamente mais elevados, por exem-
plo, com a construção de creches e escolas, enquanto países com população mais 
avançada dedicam parte significativa de suas atenções e de seus recursos à previdên-
cia social (GREMAUD, 2017 p. 11).
Você percebeu como uma simples informação gera uma série de possibili-
dades de pesquisas e exige um grande aprofundamento sobre o assunto? 
Economia é assim uma ciência que busca a todo o momento respostas para 
problemas de recursos que são finitos. Entre no site do IBGE e consulte no 
banco de Tabelas Estatísticas (SIDRA) as estimativas da população brasileira.
14
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Existem alguns estudiosos que acreditam que a população tem a tendência à pobre-
za, quando a taxa de natalidade é elevada, pois esse crescimento é muito mais eleva-
do que as taxas de crescimento de produção alimentar. Essa teoria foi desenvolvida 
por Thomas Malthus (1766-1834) e sua corrente ficou conhecida por neomalthusiana. 
Por outro lado, as pessoas contra essa corrente afirmam que esses pensadores se 
esquecem de um detalhe nos seus estudos: que foram os avanços e progressos tec-
nológicos que invalidam suas teorias.
De toda forma, a questão dos estudos demográficos é de extrema relevância para 
economia. O processo migratório também deve ser analisado, pois pessoas que dei-
xam os campos e buscam melhores condições devida nos centros urbanos têm 
impactos diretos nas questões de infraestrutura das cidades, além de questões de 
saúde e educação, mas, nesse momento, vamos nos atentar ao aspecto do cresci-
mento populacional.
FIGURA 1 - PIRÂMIDE POPULACIONAL
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
O crescimento total populacional de uma região ou país deve ser uma combinação 
entre a mortalidade, natalidade e o saldo migratório (diferença entre as pessoas en-
tram e saem de região).
15
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
A redução da taxa de natalidade é um fenômeno mundial e, no Brasil, não é dife-
rente. Existem algumas explicações para esta redução, como, por exemplo, a urba-
nização das cidades, utilização de métodos contraceptivos, melhoria nas condições 
educacionais, a preocupação da mulher com a carreira profissional, casamentos mais 
tardios, novos modelos de família, preocupação com custos de criação de filhos.
No entanto, essa redução no Brasil ainda não é uniforme, os Estados do Norte e 
Nordeste apresentam taxas de natalidade superiores aos Estados do Sul e Sudeste. 
Em 2016, com a epidemia da Zika, ocorreu uma redução em todo o Brasil, fenômeno 
nunca visto antes. No Estado de Pernambuco, onde foi o foco da epidemia, ocorreu a 
maior redução segundo dados do IBGE, queda de 10%.
 Da mesma forma, a taxa de mortalidade apresentou uma redução, com o avanço de 
controle das doenças epidêmicas, e avançou nas pesquisas, na busca da solução de 
tratamento e vacina contra diversas doenças que, até então, eram mortais.
Um grande avanço nesse indicador está relacionado à redução da morte de crianças 
de até 5 anos de idade por falta de cuidados médicos, e à saúde denominada primá-
ria, ou médico da família, que são políticas públicas que se preocupam com aquele 
primeiro atendimento, visando orientar as famílias e prestar os cuidados básicos.
Esses programas ajudaram muito a reduzir a distância entre pacientes e redes de 
acesso à saúde. Outro ponto importante foram as campanhas em massa de incen-
tivos às vacinas, erradicando doenças que no passado eram responsáveis por muitas 
mortes de crianças. 
A obrigatoriedade do fornecimento de alimentação balanceada nas escolas públicas 
reduziu a questão da desnutrição, sendo em algumas regiões a única alimentação 
que a criança tem no dia. Em outros locais no Brasil, havia crianças que não conse-
guiam ir à aula por não ter alimentação em casa. 
A taxa de migração ainda é um desafio, pois fixar a população no local de nascimen-
to é complexo. Existem muito locais no Brasil sem recursos e que precisam de um 
desenvolvimento maior. As pessoas buscam condições de trabalho e sobrevivência 
melhor para a família. Dessa forma, migram para centros urbanizados.
O termo migração pode ser entendido como o movimento de mobilidade de espaço, 
ou seja, mobilidade da população no espaço geográfico, no ato de trocar a região, 
seja ela município, estado ou país. Existem várias razões que podem estimular es-
ses movimentos, o que pode ser por motivos religiosos, econômicos, políticos ou até 
mesmo por questões ambientais.
16
Economia BrasilEira contEmporânEa 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
No Brasil nos séculos XVII e XVIII, ocorreram tais movimentos impulsionados por uma 
busca intensa por metais preciosos, onde grandes fluxos foram destinados para os 
Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Outra parte histórica importante foram 
as lavouras de café no interior de São de Paulo e sul de Minas Gerais, que atraíram 
milhares de migrantes para essas regiões, especialmente mineiros e nordestinos.
Entre vários outros fenômenos no Brasil que direcionaram e incentivaram a migração 
de pessoas em busca de melhores condições de emprego e renda foram a constru-
ção de Brasília da malha ferroviária pelo Brasil, o complexo de portos no Estado do 
Espírito Santo e a busca do ouro em Serra Pelada, entre outros inúmeros.
Os processos migratórios podem ser incentivados também, não somente por um 
fenômeno aleatório. O governo federal brasileiro, no século XX, desenvolveu um con-
junto de políticas públicas para desenvolvimento e ocupação da Região Centro-Oeste 
do país, onde a ideia central era a construção do Estado de Goiás e expansão da pro-
dução agrícola da região. Como consequência, o governo entraria com infraestrutura 
adequada. O resultado é que mais de 30% das pessoas que habitam essa região são 
oriundas de outras regiões (PNAD).
A Região Sudeste é a região que historicamente recebe mais migrantes que as outras 
regiões no Brasil. Basicamente, esse fenômeno deve-se ao elevado índice de indus-
trialização, no entanto, com crise econômica ou desaquecimento do mercado, é a 
região mais afetada com quantidade de mão de obra disponível. 
Outro ponto importante é a faixa etária do brasileiro. Essa classificação tem a classifi-
cação em três partes, jovens até 19 anos, adultos entre 20 e 59 anos e idosos após os 
60 anos. 
Em 1950, a nossa pirâmide era 52% (jovens), 43% (adultos) e 5% (idosos). Nos anos de 
2000, a base afunilou, o meio ficou um pouco mais robusto e o topo começou a ser 
mais representativo, segundo informações do IBGE. 
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Economia BrasilEira contEmporânEa 
SUMÁRIO
Pesquise na internet o site “populationpyramid”, no qual você consegue fazer 
várias projeções sobre o crescimento da população do Brasil e outros países. 
Assim, poderá comparar o ritmo de crescimento entre os países e fazer uma 
rápida pesquisa entre o atual mercado trabalho e emprego e trabalho.
1.2 EMPREGO E MERCADO DE TRABALHO
Em momentos de crise ou desaceleração da economia, a palavra desemprego é a 
que mais afeta os trabalhadores assalariados. 
Perder o emprego pode ser um dos eventos econômicos mais desoladores na vida de 
uma pessoa. A maioria das pessoas conta com os ganhos de seu trabalho para man-
ter seu padrão de vida, e muitas obtêm do trabalho não a renda, mas também um 
sentimento de realização pessoal. A perda de um emprego significa um padrão de 
vida mais baixo no presente, ansiedade em relação ao futuro e baixa autoestima. Por 
essa razão, não é de surpreender que os políticos em campanha eleitoral afirmem 
com frequência sobre como suas propostas políticas vão ajudar a criar empregos 
(MANKIW, 2014 p. 283).
O trabalhadores na teoria econômica são considerados fatores de produção, ou seja, 
são demandados pelas firmas como componente importante no processo produtivo. 
O tamanho dessa mão de obra disponível é decorrente da população total do país ou 
região estudada. Essa força de trabalho é chamada de População Economicamente 
Ativa ou PEA. Existem algumas nomenclaturas utilizadas que devem ser esclarecidas, 
pois existem diferenças entre elas. 
Da população total, temos que tirar as crianças e os idosos, sendo assim na PEA en-
trariam apenas as forças de ativo em condições de trabalho. Existem algumas deno-
minações e diferenças entre alguns países que incluem ainda uma denominação de 
População em Idade Ativa (PIA), mas não entraremos nesse conceito, nos concentra-
remos na PEA.
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Os economistas estudam o desemprego com o objetivo de identificar suas causas e 
ajudar a aperfeiçoar as políticas públicas que afetam os desempregados. Algumas 
dessas políticas, como programas de treinamento, ajudam as pessoas a encontrar 
novos empregos. Outras, como o seguro-desemprego, amenizam algumas das di-
ficuldades que os desempregados enfrentam. Outras, ainda, afetam sem querer a 
prevalência do desemprego.Acredita-se que leis que fixam um salário-mínimo alto 
demais, por exemplo, costumam aumentar o desemprego entre os membros menos 
qualificados e menos experientes da força de trabalho (MANKIW, 2014, p. 283). 
No Brasil, a taxa de desempregados é muito estudada, além de ser um fator muito 
crítico para economia. No último trimestre de 2018, chegamos ao patamar de 12,1 
milhões de pessoas desempregadas, conforme pesquisas do IBGE. Desde 2016, esta-
mos com um número elevado de desempregados.
Usualmente referimos ao aumento ou redução de empregos baseados no processo 
de atividade econômica. A esse fenômeno, dá-se o nome de desemprego cíclico ou 
conjuntural, pois seu processo está ligado a condições exclusivamentes econômicas, 
baseadas na lei de oferta e demanda. 
Nesse tipo de mercado, não somente a taxa de ocupação é determinada pela lei de 
oferta de demanda, mas o nível salarial também é afetado. Existem negociações do 
tipo “E isso ou nada” ou até aquelas em que os negócios são fechados em grandes 
acordos. Ponto importante dessas negociações é que o grau de valor do trabalhador 
é determinado pela dificuldade de substituição da força de trabalho por outro que 
faça a mesma atividade.
O trade-off (equilíbrio) entre crescimento da economia e redução do desemprego 
explica um ligeiro aumento nos salários ofertados no mercado de trabalho.
Não existe somente o desemprego cíclico; há ainda o desemprego friccional cujo 
sentido está relacionado ao tempo necessário para que o mercado de trabalho se 
ajuste, como exemplo, podemos citar o tempo necessário para reposição de mão de 
obra que se transferiu para uma nova oportunidade de trabalho em outra região.
Apesar de controverso, existe uma máxima na economia que defende que em um 
mercado em crescimento deverá sempre existir algum nível de desempregado, pois 
o encontro entre empregadores e empregados não ocorrem de maneira simétrica e 
perfeita. Com base nesse pensamento, surge então a necessidade dos deslocamen-
tos geográficos e treinamentos para adequação dos empregados a esses novos perfis 
de atividades laborais.
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SUMÁRIO
O desemprego estrutural é aquele que é reflexo das mudanças em certos setores da 
economia, frequentemente acompanhados de ganhos de produtividade do traba-
lho. Com a utilização de automação em linhas de produção e a melhorias nas tecno-
logias de informação, explica-se o ganho de produtividade nas atividades laborais e o 
aumento desse tipo de desemprego.
No Brasil, temos grandes exemplos de uso de tecnologias que substituíram o traba-
lho onde o uso de mão obra era intensivo. O setor primário tem um grande peso na 
geração de emprego e renda na nossa economia, principalmente agricultura e mi-
neração. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, a redução de mão de obra 
nesses setores foi drástica. Em qualquer pesquisa feita no youtube, nos deparamos 
com vários vídeos onde são exibidas máquinas com capacidade de substituir vários 
trabalhadores com um custo menor horário e com uma eficiência em relação a erros 
muito maiores. 
No Brasil, o governo nas diversas esferas tenta ajudar os desempregados a buscar 
recolocação no mercado, seja através de agências de divulgação de oportunidades 
e vagas ou através de treinamentos presenciais ou on-line para melhor qualificação. 
O importante é que essas pessoas se sintam amparadas e não deixam de procurar 
novas oportunidades de emprego e entrem nas estatísticas dos desalentados.
No entanto, além do aumento da taxa de desemprego ocorrida no Brasil após 
2013/2014, as condições de trabalho também estão diferentes das anteriores, partin-
do para um processo considerado de economia informação.
A economia informal pode ser conside-
rada uma negociação que não respeita 
as regras institucionais legais, ou seja, 
não utilizam como base para negocia-
ção as leis trabalhistas nem as fiscais, 
muito utilizada por mão de obra familiar 
e em negociações diretas entre peque-
nos produtores.
Carteira de trabalho não é assinada e não 
existe recolhimento ao INSS a nenhum 
outro órgão qualquer de fiscalização. 
Na economia, existem dois no-
mes que podem parecer próxi-
mos, mas têm significados mui-
to distintos. Economia Informal 
é aquela que desobedece às ati-
vidades normais de mercado (re-
colhimento de impostos, regis-
tro de funcionários). Economia 
Submersa são atividades que 
incluem atividades ilegais, como 
contrabando, tráfico.
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1.3 INFLAÇÃO
A inflação é o assunto mais temido pelo brasileiro, principalmente para os que vive-
ram antes de 1994, onde conviveram com altas taxas de inflação e tiveram que con-
trolar seus recursos financeiros.
A definição mais usual para inflação é o aumento generalizado de preço, no entanto 
devemos completar como algo contínuo, onde um processo é não um fato isolado.
É importante diferenciar inflação da aceleração inflacionária. Quando 
ocorre um aumento dos preços temos a inflação. Quando se diz que 
a inflação foi de 10% em determinado mês (ou ano) está-se dizendo 
que naquele período os preços em média aumentaram 10%. Se essa 
taxa se mantém constante nos meses (ou anos) seguintes. Isso signifi-
ca que os preços continuam a subir, em média, 10% por mês (ou ano). 
A inflação está estabilizada em 10%, mas não os preços. Se a inflação passa 
para 15% no mês seguinte, 20% no subsequente, existe uma aceleração in-
flacionária, em que os preços estão em média subindo e subindo cada vez 
mais – a inflação é cada vez mais alta (GREMAUD, 2017 p. 101).
Podemos separar a inflação em três tipos, de demanda, inercial e custos.
A inflação de demanda é a mais próxima e conhecida da população, como a rela-
ção ocorrida no mercado entre oferta e demanda. Cabe destacar alguns pontos que 
auxiliam nesse tipo de inflação, tais como aumento de renda, expansão de gastos 
públicos, alteração de crédito e taxa de juros e expectativas de agentes econômicos.
Com mais renda disponível, os consumidores começam a gastar mais, gerando 
uma pressão sobre os preços. Os preços são elevados gerando assim inflação.
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O governo é um dos maiores compradores no mercado. Então quando se diz que irá 
realizar alguma compra, os preços de determinados produtos ou serviços são direta-
mente afetados pela demanda do governo.
A inflação inercial, também conhecida como Indexial, não depende de custos ou de-
manda, está atrelada a índices acordados no passado. É muito comum em contratos 
de aluguel, mensalidades escolares entre outros. A grande questão é que, se esses 
mecanismos de indexação forem de grande operação na economia, dificilmente te-
rão variação negativa, tendo em vista que o passado se perpetua passando assim um 
aumento de preço para o presente.
O terceiro tipo de inflação é a de custo cujo propósito está ligado ao processo de 
aumento nos preços de matéria ou custos de produção que são repassados direta-
mente ao preço ao consumidor.
O sindicato negociou um aumento de salário para os padeiros em 10%. 
Como consequência, o custo da mão de obra do padeiro será repassado na 
mesma proporção para custo pão. Dessa forma, o pão ficará mais caro.
A inflação de custo incide direto no preço dos serviços e mercadorias: aumentou a 
mão de obra, foi repassado; o imposto subiu, o valor é repassado.
Dependendo do tamanho da inflação, pode-se dizer que é moderada (ou 
rastejante) ou que ocorre uma hiperinflação. Quando os aumentos de preços 
são pequenos, a inflação é dita rastejante ou moderada; se são muito gran-des, utiliza-se o conceito de hiperinflação (GREMAUD, 2017 p. 101).
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Quem sofre mais com inflação? Essa pergunta é sempre feita por vários estudantes 
e pesquisadores, mas a resposta é bem simples e lógica. Aquele que vive do salário, 
pois não consegue recompor a perda da inflação no seu salário.
Nos acordos coletivos de salários que são realizados anualmente, são repostos a per-
da do ano anterior, ou seja, você demorou um ano para recompor a perda e ainda irá 
demorar mais um ano para recompor a nova perda.
A inflação no Brasil não pode ser explicada de maneira isolada por nenhuma teoria. 
Cada uma contribui para explicar parte do processo inflacionário brasileiro.
A teoria monetarista se baseia que a inflação tem causa para emissão de moeda em 
um ritmo superior àquele necessário da economia, provocando assim um déficit no 
setor público e, como consequência, inflação. Como solução, a proposição é o contro-
le na emissão da moeda. Basicamente, a proposta é a indexação da moeda e, como 
risco, pode gerar taxa da inflação existente.
A corrente dos keynesianos associa a inflação ao excesso de gastos públicos. Dessa 
forma, o governo deve intervir no mercado de fatores de produção sempre que esti-
ver em desequilíbrio, forçando a aumentar os custos (mão de obra, equipamentos e 
etc.), aumentando assim os preços e reduzindo a pressão do consumo.
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SUMÁRIO
Keynes foi o maior dos economistas do século XX, porque teve a coragem de 
criticar a ortodoxia neoclássica e, principalmente, porque, com essa crítica, foi 
capaz de fundar uma nova disciplina dentro da teoria econômica: a macroe-
conomia. Para realizar essa notável façanha, ele usou uma notável capacida-
de de abstração e concluiu seu trabalho afirmando ter construído uma “teo-
ria geral”. Na verdade, o que fez foi desenvolver de forma genial, na primeira 
metade do século XX, uma teoria histórica do ciclo econômico, da mesma 
forma que Adam Smith e Marx desenvolveram teorias históricas do desen-
volvimento capitalista. Entre essas duas realizações maiores do pensamento 
econômico, tivemos, na segunda metade do século XIX, uma terceira con-
tribuição fundamental ao pensamento econômico: a eclosão, principalmen-
te com León Walras, do pensamento neoclássico, lógico-dedutivo em vez de 
histórico, que pretendeu ser também “geral”. Entre essas três grandes teorias, 
que formam o núcleo do pensamento econômico, apenas a última pode ter 
alguma pretensão a ser geral, porque é radicalmente abstrata, descrevendo 
não uma economia capitalista real, mas uma economia de mercado hipoté-
tica. As duas outras, por serem essencialmente históricas, ofereceram uma ex-
plicação mais poderosa para os problemas reais das economias capitalistas, 
mas, em compensação, são menos gerais (LIMA, 2003, p. 21).
Na teoria estruturalista, defende-se que existem diferentes ritmos de crescimentos 
entre setores da economia, causando assim excesso de oferta em mercados mais 
desenvolvidos e excesso de demanda em mercados menos desenvolvidos. A sua pro-
posta está relacionada a créditos fiscais e incentivos para aqueles que ainda não es-
tão em condições de concorrer, de acordo com demanda do mercado.
Os inercialistas acreditam que devem existir mecanismos de indexação, pois somen-
te assim conseguirá explicar o processo inflacionário. Correções automáticas dos prin-
cipais preços da economia. O congelamento dos preços e salários para combater a 
inflação é a base do discurso. 
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No Brasil, em tempos de hiperinflação, houve momentos que as recomposições eram 
mensais, pois, caso contrário, o assalariado não conseguiria adquirir aquilo que preci-
sa para seu sustento.
A inflação não prejudica somente o consumidor, ela tem efeitos devastadores na eco-
nomia como um todo. Os preços deixam de ser base para comparação de escassez 
e dos custos relacionados ou processo produtivo. Dessa forma, o agente econômico 
(seja ele consumidor ou revendedor) perde a noção se o ovo é mais caro que o quilo 
de feijão, por exemplo.
Em um processo inflacionário, o agente econômico perde a noção de com-
paração de preços. Em uma situação extrema, a dúzia de ovos pode ter o 
valor mais elevado que o quilo da carne bovina; o quilo do frango com preço 
mais elevado que o quilo do peixe.
Nesse contexto, o preço relativo perde totalmente sua função, onde o agente eco-
nômico não tem mais base de comparação relativa dos preços com base no custo 
produtivo e na oferta de produtos no mercado.
A inflação ainda tem impacto na fuga de capital pela busca de moeda forte, no 
caso brasileiro deixando o Real desvalorizado, impactando diretamente na balan-
ça de pagamento.
Outro efeito é sobre a distribuição de renda, uma vez que, com a inflação, a média 
dos preços está subindo, mas não necessariamente todos os preços estão subindo 
no mesmo ritmo ou ao mesmo tempo. Assim, se alguns preços, como os salários 
de determinadas categorias, não sobem no mesmo ritmo que outros, existe uma 
tendência de perda para aqueles que recebem os preços em atraso, e um ganho 
para aqueles que recebem os preços que estão subindo mais rapidamente. Então, 
existem alguns grupos de pessoas que tendem a perder com o processo inflacioná-
rio. São aquelas que não têm como se proteger desse processo, ou seja, têm os pre-
ços relativos a seus gastos subindo mais que aqueles relativos a seus recebimentos 
(GREMAUD, 2017 p. 105).
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SUMÁRIO
No Brasil, para medir a inflação, existem alguns indicadores, pois existe uma dificul-
dade muito grande pela quantidade de itens a serem medidos. Alguns indicadores 
buscam mensurar as variações ocorridas nos preços ao consumidor final, outros bus-
cam mensurar as variações no mercado de atacado.
No site do Banco Central do Brasil, existem muitas informações sobre indi-
cadores macroeconômicos, além de relatórios e análises sobre o mercado. 
Comece com o boletim O Focus, é uma boa opção para entender o que está 
acontecendo e a perspectiva para os próximos meses.
A criação de indicadores deve-se basicamente da combinação de uma cesta de op-
ções de consumo e taxas que representem, de maneira mais fiel, as variações ocorri-
das naquele segmento ou setor.
Existem vários indicadores e índices para medir a inflação cuja fórmula de cálculo 
expressa o período de medição, a região ao qual a pesquisa abrange, os produtos da 
amostra, o peso de cada bem, além da classe de renda.
Outro ponto importante é saber qual tipo de fórmula de cálculo é feita, se é uma 
média aritmética, harmônica ou geométrica ponderada. 
Os indicadores mais utilizados no Brasil, usualmente, estão atrelados a uma categoria 
de mercado.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de responsabilidade do IBGE, 
divulgado mensalmente. É utilizado na correção de balanços e demonstrações 
financeiras de empresas de capital aberto. Seu universo de pesquisa trata-se de 
famílias com renda familiar de 1 a 40 salários mínimos. Sua pesquisa abrange 11 
regiões metropolitanas.
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O Índice Nacional Preços ao Consumidor (INPC), também de responsabilidade do 
IBGE, pesquisa famílias com renda de 1 a 8 salários mínimos. Sua pesquisa abrange 
11 regiões metropolitanas.Muito utilizado para reajustes salariais.
O Índice Geral de Preços no Mercado (IGPM), de responsabilidade da Fundação 
Getúlio Vargas, seu período de coleta é do dia 21 a 20, o orçamento familiar abran-
ge renda entre 1 a 33 salários mínimos (incluindo preços por atacado e construção 
civil). Sua pesquisa abrande Rio de Janeiro/ São Paulo e 11 Regiões Metropolitanas. 
Seu resultado é utilizado para contratos.
A escolha de um índice deve ser muito bem estudada, pois cada um deles é 
calculado com um objetivo específico, levando em consideração a capacida-
de de compra em salários, cesta de consumo e região de pesquisa.
CONCLUSÃO
O Brasil é um país com uma extensão territorial elevada e está entre os cinco maiores 
países do mundo. Podemos dizer que existem vários “Brasis” dentro do Brasil. Regiões 
com desenvolvimento diferente, não somente social, mas econômico e até educacio-
nal, com questões demográficas diferentes.
No que diz respeito à demografia brasileira, é importante analisar que, por essas 
diferenças regionais, existem muitas migrações que ainda ocorrem por busca de 
melhores condições de vida e trabalho, pois a região onde ele está inserido não 
oferece a mínima condição de vida. Ainda existem regiões com baixa densidade de-
mográfica, é o caso das regiões Norte e Centro-Oeste, quando se afasta dos grandes 
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SUMÁRIO
centros urbanos.
A nossa pirâmide mudou, estamos vivendo mais, com mais qualidade de vida. Nossa 
expectativa de vida ultrapassou os 75 anos; no entanto, estamos tendo menos filhos. 
A nossa base da pirâmide está ficando mais estreita. Nos anos de 60 e 70 estima-
va-se que, em meados dos anos 2000, seríamos aproximadamente 220 milhões de 
brasileiros e teríamos problemas graves de alimentação. No entanto, felizmente essa 
estimativa não concretizou.
A questão do emprego no Brasil é crítica, pois temos um desafio muito grande, a de 
qualificar o nosso povo. As máquinas estão substituindo o trabalho humano com um 
custo-benefício muito melhor, principalmente em atividades que exigiam mão de 
obra intensiva. Precisamos migrar para os setores secundário e terciário que exigem 
outras competências dos trabalhadores. Estes terão que se qualificar cada vez mais 
para buscar novas oportunidades
Essas questões estão aí para nós pensarmos e nos prepararmos para novos tempos, já 
que a inflação está batendo na porta com redução do poder de compra, com pressão 
na moeda nacional e possível fuga do capital nacional para moeda estrangeira.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Avaliar as políticas 
econômicas no 
contexto do Brasil.
> Identificar as 
diferenças entre PIB 
e PNB.
> Descrever o 
crescimento do PIB 
no Brasil.
UNIDADE 2
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SUMÁRIO
2 POLÍTICAS ECONÔMICAS – 
ASPECTOS E INSTRUMENTOS
Política econômica demonstra as estratégias que o governo irá adotar no seu man-
dato. Um governo que não deixa claras as suas intenções em relação ao mercado, ou 
seja, não é transparente, não passa confiança. Todos os envolvidos ou interessados 
não se sentem à vontade para investir ou manter relações comerciais com tal nação. 
O risco de se manter relações onde não há transparência, usualmente, exige contra-
partidas elevadas (taxa de juros). Quanto maior a transparência das políticas econô-
micas, menor a taxa de juros exigidas pelos investidores para retorno. 
Somente se pode controlar aquilo que se pode medir. Utiliza-se o PIB (produto inter-
no bruto) como uma das formas de mensurar a geração de riqueza das nações; por 
ser padrão, facilita a comparação entre as nações, mostrando qual tem ou não gerado 
mais ou menos PIB em comparação à outra – além de poder ser gerado outro indica-
dor: o PIB per capita, que leva em consideração o valor do PIB dividido pelo número 
de habitantes. 
2.1 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Na política econômica, deve-se buscar o equilíbrio, dessa forma, não existe o certo ou 
o errado. A transparência das informações para tranquilizar o mercado deve ser utili-
zada como ferramenta de comunicação da governança. 
Podemos conceituar política econômica como um conjunto de ações e direciona-
mentos que norteiam os rumos adotados por um governo com a finalidade de atingir 
um propósito ou objetivo no âmbito econômico do país ou nação. É preciso buscar 
cumprir o papel social, fiscal, monetário e de rendas.
Uma das questões centrais em economia, muitas vezes ignorada nas análises 
menos aprofundadas, refere-se à existência de conflitos entre os objetivos per-
seguidos pela política econômica. É preciso ter-se consciência de que os obje-
tivos de política econômica não são independentes, sendo, no mais das vezes, 
conflitantes. É verdade que, em determinadas circunstâncias, atingir-se um 
objetivo pode facilitar a busca de outros (o crescimento, por exemplo, pode 
facilitar a solução dos problemas de distribuição de renda), mas esta não é a 
regra. Particularmente, em países subdesenvolvidos, as metas de crescimento 
e equidade distributiva têm-se mostrado conflitantes. (LANZANA, 2017, p. 5).
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Por ser um assunto complexo, a política econômica não irá agradar todos, até porque 
alguns querem ganhar com elevação de algumas políticas e outros com a redução 
de outras.
política Econômica é diferente de economia política
Matias-Pereira (2015, p.12) define que “a expressão ‘economia política’ é empregada 
na atualidade, em geral, para tratar de estudos interdisciplinares relacionados à eco-
nomia, sociologia, direito e ciências políticas, para compreender como as instituições 
e os aspectos políticos impactam no comportamento dos mercados. No campo da 
ciência política, a expressão se orienta para as teorias liberais e marxistas, que enfo-
cam as relações entre a economia e o poder político dentro dos Estados.
As políticas econômicas são divididas em quatro tipos: política Fiscal, monetária, 
cambial e de rendas.
2.1.1 POLÍTICA FISCAL
Segundo Afonso (2012, p. 21), em uma das metáforas mais famosas de Keynes:
a economia oscila, alterna fases de expansão e de desaceleração ao longo dos 
ciclos, por vezes mergulhando em crise de recessão e depressão. Ciclo e crise 
estão interconectados de modo que o próprio longo prazo constitua uma su-
cessão de ciclos – além do que, no longo prazo, todos estaremos mortos.
No sistema econômico, o governo também tem um papel de consumidor, além de 
grande regulador do próprio sistema. Como o governo não gera renda por atividades 
econômicas desenvolvidas por comercialização ou produção de algum bem ou ser-
viço, sua renda basicamente provém de impostos ou tributos em quaisquer uma das 
esferas (nacional, estadual ou municipal).
Existe uma divisão a respeito dos gastos do governo para gerenciar e controlar de ma-
neira mais eficiente os recursos. Determinados gastos correntes e os investimentos.
As despesas correntes são descritas e classificas por legislação especifica. Lanzana 
(2017, p. 11) resume as quatro despesas em: 
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i consumo do governo: corresponde ao pagamento dos funcionários públi-
cos, e outras despesas necessárias à manutenção do aparato público (energia 
elétrica, materiais etc.); ii transferências: referem-se às despesasque são efe-
tuadas pelo setor público e destinadas ao setor privado, sem a contrapres-
tação de serviços ou fornecimento de bens, como é o caso da Assistência e 
Previdência Social. iii Juros: incluem tanto o pagamento de juros da dívida 
interna como externa; vale observar, porém, que, embora se faça referência à 
“dívida externa brasileira”, grande parte dessa dívida refere-se ao setor privado; 
os juros de responsabilidade do governo referem-se apenas àqueles devidos 
pelo endividamento do setor público. IV Subsídios: correspondem aos gastos 
do governo com o objetivo de garantir ao consumidor preços inferiores ao 
custo de produção.
A gestão desses recursos deve ser realizada de maneira eficiente e responsável, prin-
cipalmente no que diz respeito ao equilíbrio das contas públicas, que seria o controle 
do orçamento, isto é, não gastar mais que sua base de arrecadação.
Para melhor entendimento da política fiscal, existe uma divisão em duas partes feita 
por Lanzana (2017, p. 6):
a política fiscal pode ser dividida em duas grandes partes: a política tributária 
e a política de gastos públicos. Como se sabe, o governo (nas esferas federal, 
estadual e municipal) efetua despesas na economia com pagamento de fun-
cionários, construção e manutenção de escolas, hospitais, pagamento de juros 
da dívida interna etc. Quando o governo aumenta esses gastos, diz-se que a 
política fiscal é expansionista; caso contrário, tem-se uma política fiscal contra-
cionista. A política fiscal será expansionista ou contracionista dependendo do 
que o governo está pretendendo atingir com a política de gastos.
A política fiscal é o equilíbrio entre a arrecadação de impostos e os gastos efetuados 
pelo governo. Essa política está totalmente ligada ao papel intervencionista do gover-
no. Quando as atividades econômicas se encontram em desaquecimento, o governo 
saca de estratégias para redução de impostos para reaquecer o consumo.
No Brasil, em 2008, o governo reduziu a tarifa do IPI para carros com motores de 1.1 
a 2.0 cilindradas de 13% para 6,6%, e ainda isentou para motores 1.0. Essa medida 
entrou em vigor em 12/12/2008.
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Por outro lado, quando existe uma possível explosão de consumo ou algo que possa 
gerar inflação, por exemplo, o governo pode lançar mão dessa mesma política para 
restringir o consumo.
Para cobrir gastos do governo federal e ajudar do superávit primário, em 1993, 
foi criado o IPMF, com alíquota de 0,25% sobre débitos lançados pelas insti-
tuições financeiras e gastos do governo brasileiro. Em 1997, transformou-se 
em CPMF e vigorou até 2007 com alíquota de 0,38%, que ficou conhecida 
como “imposto do cheque”, apesar de ser uma contribuição.
Ao se falar de política fiscal, é impossível separar a questão dos gastos do governo. 
No entanto, essa análise tem de ser avaliada na questão da qualidade do gasto. 
O governo federal brasileiro mantém um portal na internet, o Portal da 
Transparência, que disponibiliza informações sobre o orçamento anual e 
realiza comparativos dos gastos realizados. Disponibiliza, ainda, informações 
dos últimos anos, tendo, assim, a possibilidade de realizar uma análise sobre 
a evolução dos últimos anos.
A questão tributária no Brasil não é simples. Não é tarefa fácil para o contribuinte en-
tender o que ele paga e qual é a destinação dos tributos. Tributos arrecadados pela 
União são repassados para os estados e municípios com base em regras especificas. A 
maioria dessas regras está prevista na Constituição Federal de 1988 e suas emendas.
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SUMÁRIO
2.1.2 POLÍTICA MONETÁRIA
Nas políticas econômicas, a moeda tem uma importância central. A fim de clarificar 
essa ideia, vale ressaltar que, segundo Lanzana (2017, p. 33), no Brasil, existe uma 
grande polêmica no significado dela. 
Pode-se começar a discussão a partir das funções que a moeda desempenha: 
(a) meio ou instrumento de troca, por ter aceitação generalizada e garanti-
da por lei; (b) reserva de valor, dado que representa liquidez imediata para 
quem a possui; (c) unidade de conta, dado que possibilita que todos os bens 
e serviços sejam expressos num mesmo denominador; e (d) padrão para pa-
gamentos diferidos, isto é, pagamento em diferentes períodos de tempo (por 
exemplo, para definir uma dívida futura, uma promissória a vencer etc.).
Uma pergunta que sempre vem à cabeça da maioria das pessoas que começa a 
estudar economia é: “Por que o governo não imprime dinheiro e paga suas dívidas?” 
A resposta é bem simples. Caso o governo agisse dessa forma, ele faria com que o 
sistema entrasse em colapso, pois existiria uma oferta grande de moeda disponível, 
deixando de ser atrativa para o mercado, pois não teria valor justamente pelo excesso 
de moeda em oferta.
Segundo Mankiw (2014), 
A quantidade de moeda disponível em uma economia é conhecida como 
oferta monetária. Em um sistema no qual haja moeda-mercadoria, a oferta 
de moeda é a quantidade dessa mercadoria. Em uma economia que utilize 
moeda fiduciária, como é o caso na maioria das economias atuais, o governo 
controla a oferta monetária: restrições de natureza legal concedem ao gover-
no o monopólio sobre a impressão de moeda. Assim como o nível de tributa-
ção e o nível de compras do governo representam instrumentos de política do 
governo, o mesmo ocorre com a oferta monetária. O controle sobre a oferta 
monetária é chamado de política monetária. 
No site do Banco Central do Brasil, existem muitas curiosidades sobre as 
moedas que circularam e ainda circulam na economia. Informações de diâ-
metro, circunferência, material e peso, além de quantidade produzida.
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Existem três instrumentos de controle utilizados na política monetária, o depósito 
compulsório, a política de redesconto e controle da base monetária. Os brasileiros 
estão bem habituados com o termo “depósito compulsório”, pois ainda é noticiado 
nos telejornais para explicar juros no mercado através dos recursos disponíveis nos 
bancos para empréstimos.
No Brasil, todos os bancos comerciais são obrigados a recolher um percentual dos 
depósitos à vista ao Banco Central. Quanto maior o compulsório, menor a quantida-
de de dinheiro disponível em circulação. Como consequência, os juros são elevados e 
inibe-se a questão de consumo, por exemplo.
Na implantação do Plano Real, em 1994, o Banco Central elevou o compul-
sório para 100% para os depósitos à vista (preocupados com uma possível 
explosão de consumo). A menor taxa registrada até o momento foi de 21% 
nos depósitos à vista em dezembro de 2018.
A política de redesconto é uma prática entre o Banco Central e os bancos comerciais, 
que buscam recursos de emergência para manter a liquidez em momentos de aperto.
Além dos instrumentos clássicos de política monetária, o Banco Central pode 
afetar as condições de liquidez da economia por meio da regulamentação e 
controle do crédito, como, por exemplo, fixando o limite do número de pres-
tações no financiamento de automóveis (ou qualquer outro bem de consumo 
durável), contingenciando o crédito, fixando as taxas de juros etc. (LANZANA, 
2017, p. 44). 
A alteração e o controle da base monetária são de responsabilidade do governo no 
que diz respeito ao aumento ou redução de moedas correntes no mercado (isso é a 
base monetária). 
Um dos instrumentos utilizados para controle dessa base são as operações de merca-
do aberto (Open Market). De acordo com Mankiw (2014, p. 220), as operações open-
-market são as compras e vendas de títulos do governo pelo BancoCentral. Quando 
o Banco Central compra títulos do público, a quantidade de moeda corrente que 
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SUMÁRIO
paga por esses títulos aumenta a base monetária e, com isso, aumenta a oferta mo-
netária. Quando o Banco Central vende títulos para o público, a quantidade de moe-
da corrente recebida por ele reduz a base monetária e, com isso, diminui a oferta 
monetária. As operações de mercado aberto constituem o instrumento de política 
econômica que o Banco Central utiliza com maior frequência. Na realidade, o Banco 
Central realiza operações de mercado aberto nos mercados de títulos quase todos os 
dias da semana.
Classificamos em três os fatores que podem levar a alterações na base monetária. 
O primeiro é o resultado das contas públicas, pois, para compensar os possíveis défi-
cits, o governo pode emitir moeda; e, quando tem superávit, o efeito é o contrário: re-
tira-se moeda. A segunda possibilidade está relacionada com operações no mercado 
externo, pois, com a exportação de produtos ou serviços, existe uma pressão para a 
emissão de moedas, para que esse dinheiro recebido do exterior seja incorporado na 
economia brasileira. O terceiro fator, segundo Lanzana (2017), refere-se às operações 
de crédito do setor público. Quando o saldo de tais operações é positivo, há uma 
pressão para encolher a base, e o inverso ocorrendo na hipótese deficitária.
Segundo Mankiw (2014, p. 240), o controle monetário gera problemas, pois os vários 
instrumentos dão ao Banco Central poder substancial de influenciar a oferta mone-
tária. Entretanto, o Banco Central não pode controlar com perfeição a oferta mone-
tária. A prudência do banco na realização dos negócios pode fazer com que a oferta 
monetária sofra mudanças imprevistas. Por exemplo, os bancos podem optar por 
manter maior volume de excesso de reservas, uma decisão que aumenta a propor-
ção entre reserva e depósitos e reduz a oferta monetária. Em outro exemplo, o Banco 
Central não pode controlar com precisão as quantias que os bancos tomam empres-
tadas na janela de desconto. Quanto menos os bancos tomarem emprestado, menor 
será a base monetária, e menor será a oferta monetária. Portanto, a oferta monetária 
às vezes assume direções que o Banco Central não pretendia.
2.1.3 POLÍTICA CAMBIAL
A política cambial está ligada ao processo de comércio exterior do país. No Brasil, até 
meados de 1990, era possível considerar o comércio exterior brasileiro quase nulo, 
pois havia pouca ou quase nenhuma interação com o mercado externo, até por ques-
tões econômicas internas.
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Antes de mais nada, alguns conceitos devem ser esclarecidos, para melhor entendi-
mento dessa política. O primeiro conceito é câmbio, que pode ser traduzido como o 
valor de uma moeda referente a outra, ou seja, quantos reais são necessários para 
adquirir um dólar americano, por exemplo.
Existem três tipos de sistema de câmbio, 
que são livres, câmbio fixo e “minibandas”. 
Em relação ao câmbio livre, os próprios 
agentes determinam-no por meio dos me-
canismos de oferta e procura. A volatilida-
de é uma das características desse merca-
do. O volume de importação e exportação 
do país direciona o câmbio nesse sistema. 
O câmbio fixo é determinado pelo governo 
central, não havendo alteração, sendo que 
as pressões do mercado são garantidas pe-
las reservas do governo. A Argentina usou durante muito tempo esse tipo de câmbio. 
Já o sistema de minibanda é um intermediário entre os dois sistemas, pois o governo 
estabelece e informa os limites permitidos de variações da moeda, e ainda realiza in-
tervenção quando as flutuações atingem o teto ou o piso da banda.
No Brasil, adota-se o câmbio livre. No entanto, existem várias interferências do go-
verno com instrumentos de compra ou venda de moedas por meio de contratos de 
swaps, que são operações de permutas que trocam risco por rentabilidade. Swap é 
um contrato do tipo derivativo, utilizado como hedge ou seguro. Pode-se, dessa for-
ma, chamar o sistema adotado no Brasil de câmbio sujo, pois existem determinados 
patamares ou bandas que o governo irá intervir.
O governo faz intervenções através de leilões de contratos de swaps que tro-
cam ganhos atuais por rentabilidade futura, buscando retirar liquidez do 
mercado. Nesse caso, inserir liquidez no mercado antecipa o vencimento, 
pagando taxas atraentes para investidores trocarem ganhos futuros para 
rentabilidades atuais. 
O Banco Central é a fonte ofi-
cial sobre a cotação (paridade) 
do real em relação a outras 
moedas. No seu site, existem 
várias tabelas e histórico sobre 
a paridade cambial no Brasil.
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A intervenção do governo no câmbio torna-se um instrumento de controle, pois, no 
Brasil, com o real valorizado, as pessoas tendem a comprar produtos mais importa-
dos do que os produtos nacionais, gerando uma pressão no mercado interno, com a 
saída de recursos financeiros e entrada de mercadorias. Por outro lado, com o real fra-
co, existe uma saída de mercadoria (desabastecimento do mercado interno) e uma 
pressão com os recursos financeiros entrantes no mercado na troca de moeda estran-
geira pelo Real. A busca do equilíbrio por meio da política cambial influi diretamente 
no processo de política do comércio exterior.
2.1.4 POLÍTICA DE RENDAS
O grande vilão da economia é a inflação, tanto quando é um processor de controle 
quanto em relação às suas causas e efeitos. O trabalhador assalariado é o mais pre-
judicado, pois perde o poder de compra e aquisição de bens e serviços, até mesmo 
aqueles primordiais para sobrevivência. Tal política busca uma intervenção do gover-
no em questões de preço, seja congelamento, tabelamento ou algum controle, e em 
questões relacionadas aos salários.
No Brasil, segundo Lanzana (2017, p. 67), a primeira tentativa de adotar uma políti-
ca negociada de rendas ocorreu em 1985, com o então Ministro do Trabalho Almir 
Pazianotto. A situação não evoluiu e no ano seguinte o governo lançou o Plano 
Cruzado, que trazia em sua nova estrutura uma política de rendas, não negociada, 
mas imposta.
O Brasil tem um histórico de controle de preços desde 1950, com a criação da comis-
são nacional para estilização dos preços (CONEP). E, nos sucessivos planos econômi-
cos brasileiros, um dos pilares estava relacionado ao controle de preço do mercado.
Podemos considerar o Brasil um dos países que, em números, apresenta a maior 
quantidade de planos relacionados a políticas salariais. Como já foi mencionado, a 
questão inflacionária no Brasil sempre foi um grande problema, e quem perde com 
isso é o trabalhador assalariado. Dentre os inúmeros planos econômicos e tentativas 
de minimizar esse dano, o governo buscou intervir e criar mecanismos para reduzir o 
impacto da inflação sobre o salário do trabalhador.
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Com a inflação, parte do salário do trabalhador é “corroído”, ou seja, perdendo assim 
o poder de aquisição do seu salário. Indexação, gatilhos e reposição são tentativas 
para tentar voltar o poder de compra do trabalhador. Dessa forma, a política de renda 
está ligada diretamente com a tentativa de reduzir os impactos da inflação nos pre-
ços e nos salários dos trabalhadores.
2.2 ATIVIDADE ECONÔMICA
A atividade econômica de uma região ou país produz riqueza através da transforma-
ção, comercialização ou distribuição de produtose serviços. Essa riqueza produzida 
tem como finalidade melhoria da condição de bem-estar da população, seja ela por 
meio da educação, seja por meio da saúde, seja por meio da alimentação. Segurança 
e justiça também entram nessa lista de melhorias das condições da população.
O computador, o smartphone e a comercialização de música on-line são 
exemplos de tecnologias com grande impacto na atividade econômica. Tudo 
isso resulta em mudanças no nível de preços, na quantidade de bens e servi-
ços produzida e no trabalho empregado, o que afeta os ciclos de negócios e 
provoca flutuações em torno da tendência de longo prazo de uma economia. 
(NOBREGA, 2016, p.194).
Existem algumas métricas para mensuração ou medição dessa riqueza gerada. 
No Brasil, usamos o PIB (Produto Interno Bruto), que é um indicador mundialmente 
aceito e acaba servindo de parâmetro para comparar as economias das nações. 
2.2.1 PIB
O Produto Interno Bruto é uma métrica para avaliar a geração de riqueza econômica 
de um país ou uma região, seja ela pelo lado da oferta, seja pelo lado da demanda. 
Vasconcelos (2016, p. 41) afirma que é importante considerar que o PIB é um fluxo, 
sendo expresso ao longo de um período determinado (normalmente por trimestre 
ou ano), tal como a própria renda de uma pessoa ou de toda a economia. Por esse 
motivo, é errôneo tratar o PIB como a soma de todas as riquezas de um país. Sendo 
assim, Vasconcelos (2016) resume o PIB como a quantidade total de bens e serviços 
finais produzidos e consumidos em determinado período de tempo.
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SUMÁRIO
De acordo com Miltons (2015), aquilo que é produzido dentro de um país pode ser 
medido em termos monetários, objetivando agregar as unidades heterogêneas. 
Dessa forma, pode-se mensurar o PIB através de três métricas: pelo método ou ótica 
do valor adicionado, método ou ótica da renda, método ou ótica do dispêndio.
No Brasil, a cada período de três meses, segundo Vasconcelos (2016, p. 41), e também 
uma vez por ano, o IBGE, seguindo uma metodologia internacional da Organização 
das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), determina 
o valor de tudo o que é produzido e consumido com base nas óticas da produção e 
da despesa.
Mollo (2003, p. 19) apresenta o método do valor adicionado a partir da soma de todos 
os preços de bens e serviços produzidos. O PIB pode ser medido partindo-se da soma 
dos preços de todos os bens e serviços. Observe, porém, que parte desses bens, os 
bens intermediários, é usada na produção de outros bens. Contando todos os bens, 
finais e intermediários, são incluídos os intermediários duas ou mais vezes. Para evitar 
essa dupla contagem na mensuração do PIB, somam-se os valores de todos os bens 
produzidos – o valor bruto da produção –, excluindo depois o valor das matérias-pri-
mas e dos insumos intermediários. Ou, então, soma-se, em cada produção, apenas o 
que foi acrescentado de novo em cada etapa produtiva. Esse acréscimo é chamado 
de valor adicionado.
Na ótica da renda, o processo tem base na medição dos fatores de produção. De acor-
do com Mollo (2013, p. 17): 
Os rendimentos recebidos pelos capitalistas, pelos proprietários de recursos 
naturais e pelos trabalhadores proporcionam os recursos necessários à com-
pra de bens e serviços. A venda destes, por sua vez, dará condições para nova 
compra de máquinas, equipamentos e matérias-primas e para a contratação 
de trabalhadores, iniciando novo ciclo de produção, e assim sucessivamente. 
Para Vasconcelos (2016, p. 42):
O objetivo principal das contas nacionais é mensurar da melhor forma possí-
vel o PIB de uma economia, o resultado com base na ótica da produção (e da 
renda) deve ser estritamente idêntico ao obtido pela ótica da demanda, assim 
como, no balanço de uma empresa, seus ativos deverão ser idênticos aos pas-
sivos mais o patrimônio. 
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Quanto ao método do dispêndio ou gasto, existem vários com bens finais, tais como o 
consumo das famílias, gastos governamentais e investimentos na capacidade produ-
tiva. Um ponto de atenção no método de gasto é que as importações são subtraídas 
pelas exportações, trabalhando assim somente com o saldo líquido dessas operações.
O PIB de uma nação ou país pode ser dividido pela quantidade de habitantes, che-
gando, assim, ao PIB per capita. Mollo (2013, p. 25) descreve que se deve comparar os 
PIB per capita de vários países se estiverem expressos na mesma unidade monetária, 
como o dólar. Essa comparação dá uma ideia do grau de desenvolvimento do país. 
Trata-se, porém, de uma ideia vaga e imprecisa, uma vez que, ao fazer isso, há uma 
suposição de que todas as pessoas do país ganham a mesma fração do produto, o 
que não é verdade. Ao contrário, a concentração de renda em mãos de poucas pes-
soas pode ser muito grande. Assim, países com um PIB per capita muito alto podem 
estar convivendo com grandes massas e bolsões de pobreza.
O uso do PIB possui algumas limitações e passa por certa análise preliminar. Segundo 
Lanzana (2017, p. 88): 
Em condições normais, a situação econômica de um país é avaliada por seu 
PIB (como indicador do “tamanho do mercado”) ou seu PIB per capita (ren-
da per capita), que nada mais é do que a renda média da população. Assim, 
maiores níveis de PIB per capita estariam associados a padrões mais elevados 
de bem-estar material. É preciso levar em consideração, porém, que o PIB 
per capita “esconde” informações relevantes sobre o bem-estar de uma socie-
dade. Não é possível perceber como a renda está distribuída entre os vários 
segmentos da sociedade, qual a parcela do gasto do governo dirigida à área 
social; enfim, as condições sociais não são passíveis de avaliação apenas com 
o indicador de renda per capita.
2.2.2 PNB
O Produto Nacional Bruto ou PNB da receita líquida enviada ao exterior está relacio-
nado ao fato de que, no caso do Brasil, têm-se muitas empresas multinacionais que 
enviam seus lucros para matrizes, não deixando o fluxo de riqueza gerado no Brasil.
O PIB é a produção interna do país, já o PNB tem a ver com a produção realizada por 
multinacionais. A diferença entre os dois é a renda líquida enviada ao exterior (RLE), a 
qual refere-se à remuneração de fatores externos ao país (remessa de lucros, royalties, 
juros, etc.). Assim, uma multinacional instalada no Brasil gera produção interna (PIB), 
mas uma parte da remuneração dessa produção será enviada ao exterior a título de 
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SUMÁRIO
remessa de lucros (essa parcela remetida não faz parte do PNB, porque não é remu-
neração de fatores de produção de propriedade nacional). O produto nacional bruto 
é a resultante da diferença entre o produto interno bruto e a remessa de lucro envia-
da ao exterior.
2.2.3 MEDIDAS ALTERNATIVAS
O PIB tem suas limitações, principalmente, no que diz respeito à distribuição de ren-
da, ele mede o fluxo de geração de riqueza, no entanto, a distribuição per capita pode 
não ser a melhor forma para avaliar as possíveis distorções.
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), de acordo com Lanzana (2017, p, 89), 
é uma medida que melhor reflete o desenvolvimento econômico-social de um país. 
O IDH é um índice que varia no intervalo de 0 a 1, sendo que, quanto maior o grau 
de desenvolvimento econômico-social, mais próximo o indicador de 1, o indicador 
demonstra mais desenvolvimento.
Para Vasconcelos (2016, p. 162): 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) incorpora umasérie de variáveis 
relacionadas à renda per capita e sua distribuição, às condições de saúde e de 
educação, entre outros itens. Assim, apesar de não ser uma medida perfeita 
de bem-estar (lembre-se de que nenhum indicador é), o IDH é um indicador 
significativo, pois sintetiza outras medidas que nos ajudam a avaliar a qualida-
de de vida da população de diferentes países. 
Em contrapartida do PIB, foi criado o FIB (Felicidade Interna Bruta), em 1972, 
pelo Rei Jigme Singye Wangchuck, de Butão. Além do FIB, também existe o 
índice do planeta feliz. Vale a pena pesquisar um pouco mais sobre o assun-
to. Essas métricas são bem interessantes e buscam melhorias na qualidade 
de vida dos seres humanos.
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2.3 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Quantas vezes você já escutou que o Brasil é um país rico? No entanto, temos um 
problema de concentração de riqueza nas mãos de poucos. Isso gera uma distri-
buição de renda distorcida, pois aqueles que detêm boa parte da riqueza nacional 
representam uma pequena parcela da população. A concentração de renda ainda é 
um problema no Brasil. 
O Brasil ainda apresenta uma grande concentração principalmente de renda e con-
dições melhores de vida nos grandes centros e regiões de litoral. A região sudeste é a 
região mais industrializada do Brasil, no entanto, o índice de violência é um dos mais 
elevados.
De acordo com Nobrega (2016), para melhor entender a diferença existente entre os 
países e regiões sobre a renda, tem-se que analisar a fonte de renda do respectivo 
objeto de estudo. É válido ressaltar que: “No Brasil, cerca de 80% da renda das famílias 
advém do trabalho. Portanto, as variáveis que determinam os salários são as mesmas 
que explicam como a renda é distribuída” (NOBREGA, 2016, p. 268).
Para medir o grau de concentração de riqueza, utiliza-se o índice de gini. Segundo 
Miltons (2015, p. 176), este índice é uma medida do grau de concentração de renda 
em determinado grupo, mostrando a diferença entre os mais pobres e os mais ricos. 
Varia de 0 a 1, sendo que o valor 0 indica uma situação de igualdade, quando todos 
têm a mesma renda. Já o valor 1 indica o grau máximo de concentração, ou seja, 
quando uma única pessoa detém toda a riqueza.
O debate sobre a pobreza é fundamentado na proporção de indivíduos que 
auferem renda abaixo da denominada linha de pobreza. Os países a concei-
tuam de forma diferenciada e, no Brasil, não há legislação específica ou um 
consenso quanto a esta definição. (MILTONS, 2015, p. 177).
A distribuição de renda para a população deve ser considerada para ser avaliada a 
população em condições de pobreza. Existem duas medidas bastante tradicionais e 
amplamente conhecidas de pobreza: pobreza absoluta, que pode ser definida como 
a situação em que os indivíduos de um país ou região não atingem níveis conside-
rados mínimos de condições de vida. Em geral, definem-se como pobres absolutos 
os indivíduos que não conseguem consumir uma quantidade de calorias (consumo 
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SUMÁRIO
de alimentos) minimamente adequada para sua subsistência, ou seja, sofrem o pro-
blema da subnutrição. Você pode até estranhar esse critério, porque a pobreza não 
envolve apenas questões alimentares, mas, em termos intuitivos, a ideia é que, se esse 
indivíduo sequer consegue se alimentar de maneira adequada, ele muito provavel-
mente sofre de outros problemas sérios que prejudicam sua sobrevivência. A pobre-
za relativa ocorre quando o indivíduo tem o mínimo necessário para subsistir, mas 
não possui os meios necessários para viver de acordo com a área onde está inserido 
ou como as pessoas de status social comparável. 
No Brasil, os conceitos de pobreza estão, em geral, associados às condições de 
vida precárias, graças a rendimentos monetários baixos. No entanto, há que se 
destacar que tem havido uma aplicação crescente do caráter multifacetado 
da pobreza, o que tem requerido também medidas multidimensionais, ou 
seja, as que apresentam indicadores de saúde, educação, nutrição, entre ou-
tros. (MILTONS, 2015, p. 178).
A distribuição de renda familiar por classes facilita a questão de monitoramento 
e gestão dessa informação, com a finalidade de avaliar o trânsito entre as classes. 
Com base nas ideias de Nobrega (2016, p. 288), tem-se que: No Brasil, dividindo as 
famílias em cinco grupos de renda, denominados A, B, C, D e E, é possível verificar que 
o grupo de renda mais alta (classe A) detém cerca de 36,9% da renda total, enquanto 
o grupo de renda mais baixa (classe D e E) retém 13,1%, de acordo com informações 
de 2014. 
O Brasil ainda é um país rico com muitos pobres. Mas o recuo histórico da con-
centração de renda, após anos de uma desconfortável posição de candidato a 
campeão mundial neste quesito, é, no mínimo, alentador. Vários foram os fa-
tores que contribuíram nesta melhora: expansão dos programas assistenciais 
do governo, aumento real do valor do salário mínimo, o desenvolvimento do 
setor de construção civil, a queda do desemprego, entre outros. No entanto, 
é importante salientar que o País ainda tem um longo caminho a percorrer, 
haja vista a alta concentração de renda, principalmente no décimo superior 
(os 10% mais ricos). Em 2009, este grupo ainda possuía 42,8% da renda. (MIL-
TONS, 2015, p. 189).
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CONCLUSÃO
O Brasil é um país rico, com grandes reservas de minerais e um potencial agrícola 
muito elevado. Há capacidade intelectual, com ótimos centros de pesquisas e tecno-
logia avançada.
No que diz respeito às políticas econômicas não existe um meio termo, deve-se prio-
rizar as políticas para atendimento às questões mais urgentes e de resultado mais 
rápido. Ao se tratar de Brasil, os interesses partidários e pessoais por muitos anos 
estiveram à frente da necessidade da população brasileira, que foi deixada de lado.
Nenhum instrumento de política econômica deve ser considerado sozinho, pois exis-
tem valores exógenos que têm efeitos consideráveis, caso não seja alcançada de ma-
neira satisfatória aquela política.
O câmbio é um ponto bem delicado, pois envolve não somente o mercado interno, 
mas tem impacto direto nas relações comerciais com outras nações, podendo, assim, 
fomentar ou retrair o mercado.
Outro ponto a ser considerado é a política de renda, pois tem um caráter de inter-
venção na economia de maneira direta para proteger o mercado e, principalmente, 
o trabalhador da inflação e seus impactos. A intervenção do governo diretamente na 
economia nem sempre é bem vista pelo mercado, pois em economias abertas ou 
liberais, o governo deve buscar a mínima intervenção no mercado, deixando que as 
questões mercadológicas sejam resolvidas pelo próprio mercado.
Mensurar ou medir a riqueza gerada em um país ou uma região não é tarefa fácil, 
principalmente por questões de acesso aos dados e modelo de análise. Existe um 
risco de duplicação de informação ou esquecimento de algum dado que não foi 
calculado.
O modelo de valor agregado é o mais simples de entender dos processos de mensu-
ração, pois a cada etapa agrega aquilo que foi feito no processo anterior. Na produção 
de um pão, tem-se o trigo, que será agregado na farinha, que será agregada no pão. 
Sendo assim, o preço do pão já englobou todas as etapas anteriores.
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A pergunta que fica no ar é a seguinte: tem como medir a felicidade através de uma 
escala matemática?

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