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Tributos e suas Espécies

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Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
FAPAN / FAPEN 
1 
Tributos e suas Espécies / Princípios 
Constitucionais. 
Definição: 
“toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se exprimir, que 
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada” (CTN, art. 3º). 
Convém examinar, isoladamente, os diversos elementos que compõem a definição 
positivada no art. 3º do CTN, a saber: 
Toda prestação pecuniária. Esse primeiro segmento do referenciado conceito exalta 
a regra geral de que o tributo, ordinariamente, se satisfaz com a entrega de dinheiro 
aos cofres públicos. Ressalta, pois, o objeto de toda e qualquer obrigação tributária 
principal, cuja natureza é eminentemente patrimonial. 
Traduzido na terminologia do Direito Privado, o tributo consiste numa obrigação de 
dar dinheiro ao Estado, onde o verbo dar é empregado não no sentido de singela 
doação (liberalidade), mas no sentido de adimplemento de um dever jurídico. Quando 
o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, a sua conversibilidade em 
moeda nacional será obrigatória para a autoridade administrativa que praticar o 
lançamento, ex vi do art. 143 do CTN. Logo, com vistas no conteúdo do art. 143 do 
CTN, pode-se dizer que se aplica, no campo tributário, o cânone segundo o qual 
debitor debit solvere in moneta praecisa in qua est obligatus, ou seja, a obrigação 
tributária corresponde a uma obrigação de pagamento em moeda nacional. 
Compulsória. Muito embora pareça despicienda a qualificação da prestação 
pecuniária como de caráter compulsório, a verdade é que esse traço assume uma 
dimensão e um significado conceitual imprescindíveis, vez que se consubstancia na 
marca maior do tributo, manifestada pelo dever jurídico de entregar (= dar) dinheiro 
aos cofres públicos nascer, não da vontade das partes (obligatio ex voluntate), mas 
da vontade da lei (obligatio ex lege)[1]. Ou seja, o fato que gera a obrigação tributária 
não nasce da vontade do indivíduo, é obrigatório e previsto em lei. 
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Nesse ponto, parece-nos que não 
foi extremamente feliz o nosso legislador, porquanto, como bem vislumbrado por 
Carvalho, “comete dois erros grosseiros: primeiro, ao repetir o caráter pecuniário da 
prestação. Se já disse que se trata de uma prestação pecuniária, para que insistir com 
a locução ‘em moeda’? Segundo, ao agregar a cláusula ‘ou cujo valor nela se possa 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn1
Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
FAPAN / FAPEN 
2 
exprimir’, pois com isso ampliou exageradamente o âmbito das prestações 
tributárias”[2]. Realmente, inicia esse segmento com uma expressão pleonástica – 
“em moeda” –, pois, como já se viu, uma prestação pecuniária nada mais é do que 
uma prestação em dinheiro, em moeda. Já com a alternativa que a oração seguinte 
encerra, acaba viabilizando a construção de equivocados entendimentos de que o 
tributo poderia ser pago das mais variadas formas, vez que quase todos os bens são 
suscetíveis de avaliação pecuniária, principalmente o trabalho humano. 
Que não constitua sanção de ato ilícito. Este preceptivo legal deixa clara a 
distinção entre uma penalidade pecuniária e um tributo: enquanto o primeiro tem 
como hipótese de incidência um ato ilícito, o segundo jamais pode contemplar uma 
ilicitude em sua hipótese de incidência. Tributo não pode assumir a roupagem de 
penalidade, de uma sanção e/ou um castigo aplicado ao contribuinte pela prática de 
um ato ilícito. Portanto, multa e tributo são elementos teleologicamente distintos e 
inconfundíveis[3]. Todavia, sempre bom lembrar que o fato gerador in concreto (fato 
imponível) pode ser fruto de uma circunstância ilícita, sem com isso impor 
comprometimento à subsistência digna do tributo no ordenamento jurídico. Para 
elucidar a assertiva acima, tomemos como exemplo o IPTU. O fato gerador in 
abstracto (hipótese de incidência tributária) desse imposto de competência privativa 
dos Municípios (CF, art. 156, I) é “a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem 
imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na 
zona urbana do Município”. Sob essa ótica, qualquer pessoa, seja ela um traficante 
ou a dona de um prostíbulo, encontram-se obrigadas ao pagamento do IPTU, isso 
porque o tributo não tem cheiro (tributum non olet), pouco importando para fins da 
referida incidência tributária se o bem imóvel foi adquirido com dinheiro ganho 
mediante uma atividade ilícita. 
Instituída em lei. Somente a lei pode instituir tributos. Trata-se de exigência que deita 
raízes no cânone da estrita legalidade tributária, insculpido no art. 150, I, da Carta 
Magna de 1988, o qual veda a quaisquer das entidades tributantes instituir ou majorar 
tributos sem lei que o estabeleça. O princípio da legalidade é pedra basilar do Estado 
de Direito. 
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Atos 
administrativos vinculados ou regrados, conforme já ensinava Meirelles, “são aqueles 
para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização”[4]. 
Contrapõe-se, pois, aos denominados atos administrativos discricionários, 
qualificados por meio da valoração subjetiva, dos critérios da oportunidade, 
conveniência, razoabilidade, proporcionalidade, boa-fé e lealdade, consoante predica 
o magistério de Lúcia Valle Figueiredo. Afirmar que o tributo deve ser cobrado 
mediante uma atividade administrativa plenamente vinculada consiste em dizer que, 
ocorrendo a perfeita subsunção do conceito do fato ao conceito da norma (como 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn2
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn3
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn4
Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
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3 
precisa Karl Engisch), a autoridade administrativa tem o dever de apurá-lo, de 
constituir o crédito tributário correspondente através do lançamento, e de exigir o 
cumprimento da obrigação pelo contribuinte; inexistindo, portanto, qualquer juízo de 
oportunidade e conveniência a esse respeito (= ausência de discricionariedade). 
o CTN, em seu art. 142, parágrafo único, categoricamente preceitua que “a atividade 
administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade 
funcional”. Vale lembrar que é através do lançamento que a autoridade administrativa 
constitui todo e qualquer crédito tributário, isto é, verifica a ocorrência do fato gerador 
da obrigação tributária correspondente, determina a matéria tributável, calcula ou por 
outra forma define o quantum do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, se for o 
caso, propõe a aplicação da penalidade cabível (inteligência do art. 142, caput, do 
CTN). 
Espécies Tributárias: 
Conforme a Constituição, revela-se incensurável a afirmação de que nossa Norma 
Fundamental explicitamente recepcionou cinco espécies tributárias autônomas, a 
saber: a) impostos (CF, art. 145, I); b) taxas (CF, art. 145, II); c) contribuições de 
melhoria (CF, art. 145, III); d) empréstimos compulsórios (CF, art. 148); e e) 
contribuições sociais, também conhecidas como contribuições especiais ou 
parafiscais (CF, art. 149). 
Impostos: A definição de imposto, no Direito Tributário brasileiro, por longo tempo 
sofreu marcante influência da Ciência das Finanças, a qual estuda o tributo sob aperspectiva econômica. Voltando-se as atenções ao campo puramente jurídico, 
imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente 
de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (CTN, art. 16), ou 
melhor, ressaltando-se o caráter que lhe confere a tônica no sistema, é o imposto, 
pois, a única espécie de tributo não-vinculado existente em nosso ordenamento 
jurídico. O imposto configura um tributo exclusivamente relacionado com a pessoa do 
contribuinte, ou seja, a lei instituidora dessa exação há de tomar em consideração 
alguma situação fática relativa a este, como o fato de o mesmo auferir um rendimento, 
possuir um bem, realizar um consumo, conferindo-lhe o dever de carrear dinheiro aos 
cofres públicos, a título de determinado imposto. O pressuposto de fato eleito como 
núcleo do aspecto material da hipótese de incidência de um imposto, todavia, não 
pode ser um fato qualquer, mas sim um fato de natureza econômica, revelador da 
indispensável capacidade contributiva do sujeito passivo. 
Com o mesmo timbre, assevera Valdés Costa que “el hecho elegido por el legislador 
no es un hecho cualquiera de la vida, sino que está caracterizado por su naturaleza 
Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
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4 
economica reveladora de capacidad contributiva, por lo menos, de la posibilidad 
material de contribuir a los gastos públicos”[5]. 
Dizer que o imposto é um tributo não-vinculado significa que sua hipótese de 
incidência não se encontra ligada a uma atividade estatal específica relativa ao 
contribuinte (= ausência de contraprestação estatal). Por sua vez, quando se fala em 
atividade administrativa vinculada (CTN, art. 3º, parte final), o que se quer ressaltar é 
que a cobrança de um tributo é sempre vinculada à lei (= impossibilidade de 
discricionarismo das autoridades administrativas nessa seara). 
Taxa: Para mais cômoda análise dessa espécie tributária, bem como de suas 
subespécies consagradas pelo Sistema Tributário Nacional, convém transcrever a 
sua regra-matriz estampada na Lei Maior: “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) II – taxas, em razão 
do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição”. De um modo geral, tem-se entendido que a taxa configura uma obrigação 
legal cuja hipótese de incidência encontra-se vinculada a uma atividade estatal 
imediata e diretamente vinculada ao contribuinte. 
Essa atuação, consoante reza a regra-matriz das taxas (CF/88, art. 145, II), pode 
consistir num serviço público ou num ato de polícia. Daí as duas modalidades de taxas 
encontradas em nosso ordenamento jurídico e passíveis de instituição: as taxas de 
serviço (que encontram suporte fático na realização de serviços públicos 
compulsoriamente fruíveis) e as denominadas taxas de polícia (cujo suporte fático 
reside no exercício regular de poder de polícia por parte da Administração Pública). 
Com efeito, a hipótese de incidência das taxas só pode residir num destes dois fatos 
típicos, disciplinados pelo Direito Público: I – prestação de serviço público; e II – o 
exercício regular do poder de polícia. 
Diferentemente da taxa de serviço, que comporta compulsória cobrança quando da 
utilização “efetiva” ou “potencial” de serviço público prestado ou posto à disposição 
do contribuinte, a mera potencialidade ou utilização potencial do exercício regular do 
poder de polícia não autoriza a pessoa política a exigir esta modalidade de taxa, como 
se depreende do lídimo teor do inc. II do art. 145 do Texto Magno. 
Ainda em relação à “taxa de polícia”, insta consignar, com apoio na arguta lição de 
Bernardo Ribeiro de Moraes, que o poder de polícia consubstancia um dos fatos 
geradores genéricos da taxa, isto é, não existe apenas uma taxa baseada no poder 
de polícia, mas uma invariabilidade de taxas que abstratamente podem ser instituídas 
com supedâneo no diferente ato de polícia que venha a ser exercido (v. g., taxa de 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn5
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5 
licença para localização e funcionamento, taxa de licença para publicidade, taxa de 
licença para construções, arruamentos e loteamentos, taxa de inspeção ou de 
vistoria, taxa para porte de armas, etc.). Eis que cumpre perquirir: o que há de ser 
considerado poder de polícia factível de figurar como fato gerador de uma taxa? 
Tomando de empréstimo as palavras utilizadas pelo CTN, em seu art. 78: “considera-
se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão 
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública 
ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Contribuição de melhoria: A contribuição de melhoria é uma espécie tributária que 
tem por hipótese de incidência uma atuação estatal indiretamente referida ao 
contribuinte, consistente na valorização imobiliária decorrente de obra pública 
(inteligência do art. 145, III, da Constituição c/c art. 81 do CTN). 
Fácil perceber, à luz de sua regra-matriz constitucional, que a cobrança de 
contribuição de melhoria, embora derive de obra pública, fica à mercê de mais um 
elemento, genuinamente afeto à sua hipótese de incidência: valorização imobiliária 
como corolário dessa atuação estatal. 
Em outros termos, realização de obra pública que não traga valorização do imóvel do 
contribuinte não comporta cobrança de contribuição de melhoria, assim como 
qualquer valorização imobiliária que não decorra de uma obra pública (v. g., 
realização de benfeitorias úteis, voluptuárias ou necessárias) não serve de suporte 
fático de cobrança dessa espécie tributária. Eis a razão pela qual a contribuição de 
melhoria é considerada um tributo indireta e mediatamente vinculado a uma atuação 
estatal que, in casu, é a obra pública. 
Obra pública, como pontifica Celso Antônio Bandeira de Mello, é a “construção, 
reparação, edificação ou ampliação de um bem imóvel pertencente ou incorporado 
ao domínio público”[6]. Em tese, qualquer obra pública que implique reflexa 
valorização imobiliária viabiliza a tributação por meio de contribuição de melhoria. 
Embora a Constituição de 1988 apenas acentue sobre a outorga de competência para 
instituir contribuição de melhoria “decorrente de obra pública”, parece-nos certo, com 
vistas à manutenção da lógica do sistema, que, sem a valorização dos imóveis 
circunvizinhos, seus proprietários não podem ser compelidos a recolher tal exação. 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn6
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6 
Será devida a contribuição de melhoria, na hipótese de um imóvel de propriedade 
privada experimentar uma mais-valia, em virtude de quaisquer das seguintes obras 
públicas (Decreto-lei n. 195/67, art. 2º): 
I – abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e 
outros melhoramentos de praças e vias públicas; 
II – construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e 
viadutos; 
III – construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido, inclusive todas as obras 
e edificações necessárias ao funcionamento do sistema; 
IV – serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos,instalações de 
redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento 
de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública; 
V – proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento e 
drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais, retificação 
e regularização de cursos d’água e irrigação; 
VI – construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de 
estradas de rodagem; 
VII – construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; 
VIII – aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações 
em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico. 
Não se pode, pois, confundir com o IPTU ou o ITR, crescendo de importância, sob o 
prisma da tipologia tributária, a mais-valia do imóvel decorrente de obra pública. Daí 
a razão pela qual entendemos que, data maxima venia, sem a demandada 
valorização imobiliária, desaparece toda e qualquer possibilidade de se instituir 
validamente uma contribuição de melhoria, ainda que diante de concreta realização 
de obra pública pela pessoa política. 
Tecnicamente falando, a hipótese de incidência da contribuição de melhoria não é ser 
proprietário de imóvel territorial urbano ou rural, mas, sim, ser proprietário de imóvel 
(urbano ou rural) efetivamente valorizado por conta da realização de uma obra 
pública. Sua base de cálculo, como consectário lógico-natural, não é e nem pode ser 
o valor do imóvel, mas sim o quantum da valorização (mais-valia) experimentada pelo 
imóvel em decorrência da obra pública realizada, ou melhor, é “o incremento 
valorativo que a obra pública propicia ao imóvel do contribuinte”[7] 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn7
Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
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7 
Empréstimo Compulsório: Os exatos e bem delineados contornos jurídicos dessa 
espécie tributária encontram-se esculpidos no art. 148 da Constituição, que dispõe: 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no 
art. 150, III, b. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
Trata-se, fácil perceber, de tributo de competência privativa da União, cujo legislador, 
quanto à sua instituição, obrigatoriamente há de observar um pressuposto de ordem 
formal (uso de lei complementar) e material (só pode atender aos casos ventilados 
nos incisos I e II do art. 148), cuja validade finalística lhe é inerente – toda receita 
deve ser aplicada à despesa que serviu de fundamento de validade de sua instituição. 
Se o contribuinte puder demonstrar que o produto da arrecadação do empréstimo 
compulsório que pagou não foi aplicado para cobrir a despesa que lhe serviu de causa 
determinante, como apontado na lei complementar que o instituiu, nasce ao 
contribuinte o direito subjetivo, observado o prazo prescricional, de propor a 
competente ação de repetição de indébito, ou, em caso de prestações vincendas a 
pagar, poderá manejar competente medida judicial, visando suspender a sua 
exigibilidade. Essa destinação do produto da arrecadação, analisada mais a fundo, 
serve de limitação ao poder de tributar, habitando o patrimônio jurídico dos 
contribuintes pátrios, mormente porque faz parte da natureza jurídico-constitucional 
dos empréstimos compulsórios. É ela que impede que o contribuinte se torne devedor 
ad aeternum desse tributo uma vez instituído. Com efeito, o empréstimo compulsório 
só é exigível enquanto perdurar o pressuposto constitucional que ensejou sua 
cobrança. Desaparecendo sua causa determinante, sua exigibilidade não mais 
encontrará qualquer fundamento de validade. Diferentemente dos impostos, o 
empréstimo compulsório exsurge no sistema como um tributo indispensavelmente 
vinculado a uma despesa específica que lhe serve de fundamento de validade, 
inaplicando-se, assim, a vedação do inc. IV do art. 167 da Lei Maior. Não só pode 
como deve, necessária e obrigatoriamente, ter tal vinculação. 
Contribuições sociais: Além da contribuição de melhoria, a Constituição prevê 
outras contribuições em seu art. 149, nos seguintes moldes: “Compete 
exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 
146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo”. 
Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
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8 
Dispõe ainda o § 1º do mesmo diploma legal que “os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em 
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não 
será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União”. 
Em sua redação originária, o art. 149 contemplava um único parágrafo. Por força da 
Emenda Constitucional n. 33, de 11-12-2001, contudo, foram acrescidos os §§ 2º, 3º 
e 4º, com a seguinte redação: 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o 
caput deste artigo: 
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III – 
poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação 
e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser 
equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
Como se não bastasse, em 19 de dezembro de 2003, por conta da aprovação da 
Emenda Constitucional n. 39, concebeu-se o acréscimo do art. 149-A aos preceitos 
da Lei Maior, passando-se a outorgar facultativamente aos Municípios e ao Distrito 
Federal o direito de instituírem “contribuição, na forma das respectivas leis, para o 
custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III”. 
As contribuições sociais do art. 149 e 149-A chamam logo a atenção pelo fato de não 
terem suas matrizes esboçadas na Constituição de 1988 (ressalvando-se as 
contribuições à seguridade social a que alude o art. 195), qualificando-se 
constitucionalmente como tributos finalisticamente vinculados, ou seja, configuram 
exações genuinamente voltadas a servir de instrumento à consecução de fins ou 
custeio de despesas/programas determinados. 
Assim, diante da vigente Constituição, pode-se conceituar a contribuição social como 
espécie de tributo com finalidade constitucionalmente definida, a saber: intervenção 
no domínio econômico, interesse de categorias profissionais ou econômicas, custeio 
da seguridade social e do serviço de iluminação pública. 
Tributos em Espécie - Professor Carlos Maia. 
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9 
As contribuições de intervenção no domínio econômico (representadas pela sigla 
CIDE) são tributos que só atingem, à obviedade, setores delimitados da atividade 
econômica (v. g., contribuição ao INCRA e ao SEBRAE, segundo entendimento do 
STJ e STF), visando assegurar a livre concorrência, a preservação do meio ambiente, 
a defesa do consumidor, etc. Quanto à especificidade da sujeição passiva, ressalta 
Roque Carrazza que “apenas quem explora, sob regimede direito privado, a atividade 
econômica objeto de regulação estatal pode ser compelido a pagar a específica 
‘contribuição de intervenção no domínio econômico’”[8] 
Diz-se de categoria profissional ou econômica, a contribuição voltada a subsidiar 
a organização de classes profissionais ou econômicas, fornecendo recursos 
financeiros indispensáveis à manutenção da entidade associativa. Também 
conhecidas como contribuições corporativas, assumem, muitas das vezes, a feição 
de tributo de captação, ou seja, cada cabeça um tanto correspondente. Logo, 
somente as pessoas (físicas ou jurídicas) que estiverem diretamente relacionadas 
com a atividade profissional ou econômica que se pretenda disciplinar é que podem 
figurar no campo da sujeição passiva dessa exação. É o caso das contribuições pagas 
à OAB, CREA, CRM, SESC, SENAC, SESI, SENAI, SENAR, etc. 
Por sua vez, contribuições à seguridade social (vulgarmente chamadas de 
contribuições previdenciárias) são aquelas voltadas a custear o tripé da seguridade 
social: saúde, previdência e assistência social (CF, art. 194). Portanto, escapa-lhe, do 
ponto de vista formal e objetivo, o custeio de finalidades que não lhe são peculiares, 
tais como auxiliar o direito à educação, à habitação e outros que compõem o 
complexo da ordem social e que são alvo das contribuições sociais gerais. Constitui 
subespécie de contribuições sociais cujo regime jurídico tem suas bases mais bem 
definidas na vigente Constituição. As bases do particular regime jurídico que 
mencionamos encontram-se definidas pelos artigos 195, I, II, III, e seu § 6º, e ainda 
pelos arts. 165, § 5º e 194, VII. Tais contribuições caracterizam-se, portanto, pelo fato 
de ingressarem a um orçamento próprio (o da seguridade social), isto é, a um 
orçamento que não se confunde com o orçamento do Tesouro Nacional, bem como 
por estarem submetidas a uma regra especial de eficácia normativa, centrada 
exclusivamente num prazo de noventa dias a contar da data de publicação da lei que 
as instituir ou majorar (denominado de princípio da anterioridade nonagesimal, 
especial, mitigada). 
 
 
[1] Definição de Dino Jarach, ao conceber o tributo como “uma prestación coactiva 
por parte de los particulares al Estado (...)” (El hecho imponible. 3. Ed. Buenos Aires: 
Abeledo-Perrot, 1982.p.9) 
[2] CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 18 ed. São Paulo. pag. 
25. 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftn8
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftnref1
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftnref2
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[3] O STF deixou assentado ao julgar o RExt 90.834-0/MG, STF, 2ª Turma, rel. Min. 
Djaci Falcão. www.stf.jus.br 
[4] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 20. Ed. São Paulo: 
Malheiros, 1995. P.149. 
[5] COSTA, Ramón Valdés. Cusrso de derecho tributário. 3. Ed. Bogotá: Temis, 2001. 
Pag.. 114 
[6] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo, p. 609. 
[7] CARRAZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional, p. 373. 
[8] CARRAZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional. Pag. 394. 
 
 
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftnref3
http://www.stf.jus.br/
http://www.stf.jus.br/
https://d.docs.live.net/a67c339dd85f2b2e/P%C3%B3s_Estratego/2020.1/30_03_20_Direito_Contabilidade_Tributaria/Apostila_Direito_Contabilidade_tribut%C3%A1ria.docx#_ftnref4
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Princípios Constitucionais Tributários 
Serão apresentados os princípios constitucionais tributários e também a hierarquia 
das leis brasileiras, com a explicação sobre o que significa cada tipo de normativo. Ao 
final do capítulo, será possível: 
a. Identificar e compreender a importância dos princípios constitucionais tributários, 
associando-os a alguns casos aplicáveis no sistema tributário vigente. 
b. Entender como funciona o processo de edição de normativos e a função específica 
de cada um deles. 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Somente será possível exigir ou aumentar tributos por 
meio de Lei que o estabeleça. Assim, não é possível aumentar tributo, seja pela 
elevação de alíquota, seja pela ampliação de base de cálculo, via fontes chamadas 
secundárias (instruções normativas, decretos, portarias, atos declaratórios e outras). 
Todavia, o § 1º do art. 153 da Constituição diz que o Poder Executivo poderá, desde 
que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos 
seguintes impostos: II, IE, IOF e IPI. Portanto, fica de fora da aplicação do princípio 
da legalidade uma eventual elevação da alíquota destes impostos. Alterações na base 
de cálculo e no fato gerador têm que ser feitas por lei. 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA É proibido cobrar tributos em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado. Em resumo, uma lei que propunha o aumento da alíquota 
do Imposto de Importação para sucos de frutas a partir de 1º de janeiro de 2020 não 
poderá ser publicada em data posterior. Se for publicada, por exemplo, no dia 20 de 
janeiro de 2020, o aumento somente teria validade para os fatos geradores ocorridos 
a partir desta data. 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Não é permitido que uma lei aumente ou institua 
um tributo no mesmo ano de sua edição. Assim, um aumento no imposto de renda 
definido em lei publicada no ano de 2019 somente terá validade a partir de 1º de 
janeiro de 2020. Esta regra não se aplica aos impostos sobre comércio exterior, IPI e 
IOF. Já as contribuições sociais (PIS, COFINS, CSLL e CPMF) só podem ser criadas 
ou aumentadas após completar 90 dias da publicação da Lei. A Emenda 
Constitucional no 42/ 03 promoveu modificações nas regras referentes ao princípio 
da anterioridade, acrescentando o prazo de 90 dias para alguns impostos. Assim, é 
possível dizer que o princípio da anterioridade tem dois desdobramentos: 
ANUALIDADE, indicando que os tributos NÃO podem ser aumentados, seja por 
elevação de base ou por aumento de alíquota, no mesmo ano da publicação da lei. 
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Assim, aumento no dia 15/ FEV ou no dia 15/ DEZ só entrará em vigor em janeiro do 
ano seguinte. 
NOVENTENA ou NONAGESIMAL, indicando que a lei que aumentou tributo só 
entrará em vigor no mês seguinte após completar 90 dias de sua publicação. Assim, 
o aumento de alíquota da COFINS em 15/ FEV entrará em vigor a partir de junho do 
mesmo ano, enquanto aquele aumento de 15/ DEZ só entraria em vigor em abril do 
ano seguinte. Tributos com fato gerador semanal, como era o caso da CPMF, entram 
em vigor na semana seguinte à semana em que completar 90 dias de prazo da 
publicação da lei. Porexemplo, se a contribuição fosse recriada em 2017, com o 
normativo publicado no dia 2/ MAI/ 17, completaria 90 dias em 30/ JUL/ 17 e entraria 
em vigor no dia 1o/ AGO/ 17, que é a semana subsequente. 
As contribuições sociais não seguem as regras da ANUALIDADE, seguindo, no 
entanto, o princípio NONAGESIMAL. Para alguns impostos e as taxas, que seguem 
as duas regras, deve ser aplicado o prazo mais longo de entrada em vigor do 
aumento. A Lei Complementar no 116, publicada em 31/ JUL/ 03, entrou em vigor em 
JAN/ 04. Se tivesse sido publicada no dia 30/ NOV do mesmo ano, seria aplicada a 
regra nonagesimal, com o aumento na lista de serviços valendo apenas a partir do 
mês de MAR/ 04. Para melhor compreensão da aplicação dessas regras em relação 
aos principais impostos cobrados no Sistema Tributário Nacional, veja o quadro a 
seguir, elaborado pelos sócios da empresa de consultoria tributária Gaia, Silva, 
Gaede & Associados, unidade do Rio de Janeiro, e gentilmente cedido pelo amigo 
Gérson Stocco: 
 
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REGRAS PARA VALIDADE DE NORMATIVOS PROPONDO AUMENTOS EM TRIBUTOS 
(SEJA POR AMPLIAÇÃO DE BASE OU AUMENTO DE ALÍQUOTAS) 
Anuidade e 
Noventena 
Apenas 
Anuidade 
Apenas 
Noventena 
Em Vigor 
Imediatamente 
Taxas 
Contribuição 
de Melhoria 
ITBI e ITCMD 
ICMS e ISS 
IPTU e IPVA 
(exceto B. 
Cálculo) 
ITR e IGF 
Contribuições, 
exceto Seg. 
Social 
IR 
Base de Cálculo 
do IPTU e IPVA 
 
IPI 
CSLL 
COFINS 
CPMF 
INSS 
PIS/ PASEP 
 
II e IE 
IOF 
Empréstimo 
Compulsório 
 
Fonte: Gérson Stocco e Gustavo Damázio, sócios da Gaia, Silva, Gaede & Associados. 
 
 
	Espécies Tributárias:
	ANUALIDADE, indicando que os tributos NÃO podem ser aumentados, seja por elevação de base ou por aumento de alíquota, no mesmo ano da publicação da lei. Assim, aumento no dia 15/ FEV ou no dia 15/ DEZ só entrará em vigor em janeiro do ano seguinte.

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