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PEÇA 1 - Constitucional
Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá)
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AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA XXXXXXXX DA COMARCA DE 
ROSANA – ESTADO DE SÃO PAULO
O MINISTÉRIO PUBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 
por seu promotor de justiça designado, vem à presença de Vossa Excelência 
para, nos termos do artigo 129, III da Constituição Federal, propor a presente 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Em face do município de ROSANA/SP, pessoa jurídica de
direito público, representado pelo seu Prefeito municipal, com endereço
XXXXXXXXXXX, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a aduzir.
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 1-DOS FATOS
O Ministério Público da Comarca de Rosana/SP, foi
procurado por um grupo de mães que reclamaram sobre a falta de vagas para
a realização de matrículas nas escolas de educação infantil e fundamental do
município. 
As mães ainda informaram que, devido à necessidade de
corte de gastos da Administração Pública, o município fechou escolas e não
providenciou a abertura de vagas suficientes para o atendimento da população
sob alegação de que devido à crise econômica as crianças deveriam aguardar
em casa até o próximo ano letivo.
Diante disso, o ministério público procurou o prefeito
municipal para propor um plano de cumprimento da obrigação de criar vagas
para todos os alunos, ajustando a conduta ilegal da administração pública
aquela prevista na constituição. 
Contudo, o prefeito recusou o acordo sobre o pretexto de
que não haveria dinheiro suficiente para isso, em razão de estar finalizando as
obras de um grandioso estádio de futebol.
Eis a síntese dos fatos. 
2-PRELIMINAR
2.1-TUTELA DE URGÊNCIA
Primeiramente insta consignar que é dever do Estado
garantir o direito a educação, conforme previsto no art. 227 da Constituição
Federal: 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
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prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65,
de 2010) (grifos nossos).
Desta feita, não é o que o município vem garantindo as
crianças, haja vista, que há enorme falta de vagas para realização de matricula
nas escolas de educação infantil e fundamental. 
Sendo assim, o Estado não garantiu de forma alguma o
direito a Educação dessas crianças, gerando deste modo, o direito a pleitear a
tutela de urgência, conforme previsto no art. 300 do CPC, a fim de garantir o
cumprimento deste direito que é de relevância a todos da sociedade. Assim,
estabelece que: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Além disso, fica claro que há o direito, uma vez que há
“fumus boni iuris” está presente, em decorrência do desrespeito ao provimento
para o atendimento no sistema educacional infantil, abrangendo todas as
crianças do município. Além do mais, as crianças estão em evidente “periculum
in mora”, tendo em vista que se a decisão jurisdicional for morosa, serão
extremamente prejudicadas, perdendo assim o ano letivo em decorrência da
ausência de vagas nas escolas do município.
Ademais, é incontestável que a evidente risco se não for
concedida a tutela de urgência, pois acarretará um dano irreparável e risco ao
resultado útil do processo, bem como grave lesão à ordem, conforme disposto
no comando do artigo 12 § 1º e 2º da Lei nº 7.347/85:
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem
justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
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§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do
Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso
suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada,
da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no
prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu
após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento.
Por fim, requer desde já, a concessão da tutela de urgência, haja
vista, que estão presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, consoante o art.
300 do CPC. 
 
3-MÉRITO 
3.1-DA LEGITIMIDADE ATIVA 
Inicialmente é importante trazer a lume a legitimidade do
Ministério Público (MP) para figurar na presente ação com fulcro no inciso II do
art. 129 na Constituição Federal. 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
Deste modo, o Ministério Público é imprescindível para
promover as medidas que se fizerem necessárias para assegurar o direito
contido na Constituição Federal, como o caso em questão, pois a grave
violação a garantia do direito à educação, preceito fundamental na sociedade.
Por fim, o MP é a instituição responsável por
apresentar/defender de forma judicial a ordem jurídica, os interesses da
sociedade e pela fiel observância das Leis e da Constituição.
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3.2-DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Inicialmente, por se tratar de ação que está vinculada a
educação infantil e fundamental, que é um direito contido na Constituição
Federal, faz-se mister figurar no polo passivo omunicípio, conforme disposto
no art. 211, § 2° da CF/88:
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão em regime de colaboração seus
sistemas de ensino.
[...]
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996).
Sendo assim, por ser o município o responsável legal para
figurar no polo passivo, deve ser representado nesta circunstância pelo prefeito
ou procurador, de acordo com o inciso III do artigo 75 do CPC:
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
Por fim, o município é o ente federativo responsável por
responder no polo passivo da ação, visto que, este é responsável pelo ensino
fundamental e também da educação infantil. Logo, o prefeito é quem deve
representar o município nessas circunstâncias.
3.3-DO CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
A Constituição Federal prevê que a educação é um direito
social fundamental, conforme o artigo 6 da CF/88.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
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Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
90, de 2015). (grifo nosso)
Além do mais, a educação não é apenas um direito, é
também um dever do Estado e da família, de acordo com o art. 205 CF/88.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Assim, é importante destacar que a educação não é
somente um direito, é um bem necessário para que possamos exercer a
cidadania e ter uma boa vivência social.
Outrossim, o direito a educação é reconhecido pelo
ordenamento jurídico e, pode ser invocado a qualquer tempo, podendo ser
exigido judicialmente do Estado, quando este não cumprir com esta obrigação,
conforme disposto no artigo 208, I, IV, § 1º e 2º da Constituição Federal: 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de
2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009).
IV - Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até
5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente.
 
Ainda, como apresentado no item anterior, cabe à União
em colaboração com os Municípios, propiciar adequadamente o exercício deste
direito, conforme o artigo 211, § 2º, da CF/88. Entretanto, neste caso
Excelência, tem-se que a União está desenvolvendo disciplinarmente seu
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papel, enquanto o prefeito, por motivos totalmente descabidos não, destinando
o orçamento para outros fins.
Assim, não apenas a Constituição Federal prevê este
direito, como também, nosso regramento específico, o Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, disciplina nos artigos 53 e 54, que a criança e o
adolescente têm direito a educação, para que possam se desenvolver, se
qualificar para o mercado de trabalho e exercer com consciência sua cidadania.
Devendo para isso, lhes serem conferidos o direito ao acesso e condições de
permanência na escola.
Ora Excelência, o que vem sendo praticado pelo prefeito
deste município é extremamente repugnante, coloca em xeque todo o
desenvolvimento do futuro do nosso país por motivos descabidos, haja vista,
que se pretendemos obter um futuro próspero, precisamos proporcionar a
estas crianças uma educação de qualidade, no período certo, não as deixa-las
nas ruas, desemparadas e correndo risco de serem atraídas e influenciadas
por pessoas de má índole, com más intenções.
Desta forma, não há nenhum argumento que afaste a
responsabilidade do município de fornecer as vagas suficientes para a
educação infantil e fundamental a todas as crianças do município.
Portanto, diante de todo o exposto e de toda
fundamentação apresentada acima, fica nítido o desrespeito e o
descumprimento do prefeito de Rosana, frente a Constituição e os demais
ordenamentos jurídicos vigentes no nosso país. Como também, à necessária
intervenção jurisdicional como meio de ceifar essa mácula que a cada dia que
passa mais prejudica e aumento os riscos às nossas crianças.
4-DO PEDIDO
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a) Requer a citação do município de Rosana/SP na
pessoa do Excelentíssimo Prefeito municipal para que, no prazo legal, conteste
a presente ação;
b) Seja concedida a tutela provisória antecipada de
urgência, obrigando o município a fornecer as vagas necessárias para suprir a
demanda de estudantes, sob pena de multa diária de no mínimo R$1.000,00
(um mil reais);
c) A condenação do município de Rosana/SP, a
criação do número de vagas necessárias para atender toda a população, sob
pena de multa diária de no mínimo R$ 1.000,00 (um mil reais), ou,
subsidiariamente, que sejam as pessoas preteridas indenizadas em mesmo
valor mensal destinado ao pagamento de instituição privada de ensino
fundamental, até que sejam providenciadas vagas no sistema público gratuito;
d) A produção de provas por todos os meios em direito
admitidos;
Dá-se a causa para meros efeitos fiscais, o valor de R$
1.000,00 (um mil reais).
Nestes termos, pede deferimento. 
Rosana/SP XX de XXXXXXX de XXXX.
Promotor de Justiça do Município de Rosana-Estado de São Paulo.
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