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A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade PEÇA 1 - Constitucional Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá) A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade PEÇA 1 - Constitucional Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá) Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/tarefas-obrigatorias/peca-1-constitucional/4509644/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/3614832?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/tarefas-obrigatorias/peca-1-constitucional/4509644/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-de-cuiaba/estagio-supervisionado-i/3614832?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA XXXXXXXX DA COMARCA DE ROSANA – ESTADO DE SÃO PAULO O MINISTÉRIO PUBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, por seu promotor de justiça designado, vem à presença de Vossa Excelência para, nos termos do artigo 129, III da Constituição Federal, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA Em face do município de ROSANA/SP, pessoa jurídica de direito público, representado pelo seu Prefeito municipal, com endereço XXXXXXXXXXX, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a aduzir. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional 1-DOS FATOS O Ministério Público da Comarca de Rosana/SP, foi procurado por um grupo de mães que reclamaram sobre a falta de vagas para a realização de matrículas nas escolas de educação infantil e fundamental do município. As mães ainda informaram que, devido à necessidade de corte de gastos da Administração Pública, o município fechou escolas e não providenciou a abertura de vagas suficientes para o atendimento da população sob alegação de que devido à crise econômica as crianças deveriam aguardar em casa até o próximo ano letivo. Diante disso, o ministério público procurou o prefeito municipal para propor um plano de cumprimento da obrigação de criar vagas para todos os alunos, ajustando a conduta ilegal da administração pública aquela prevista na constituição. Contudo, o prefeito recusou o acordo sobre o pretexto de que não haveria dinheiro suficiente para isso, em razão de estar finalizando as obras de um grandioso estádio de futebol. Eis a síntese dos fatos. 2-PRELIMINAR 2.1-TUTELA DE URGÊNCIA Primeiramente insta consignar que é dever do Estado garantir o direito a educação, conforme previsto no art. 227 da Constituição Federal: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) (grifos nossos). Desta feita, não é o que o município vem garantindo as crianças, haja vista, que há enorme falta de vagas para realização de matricula nas escolas de educação infantil e fundamental. Sendo assim, o Estado não garantiu de forma alguma o direito a Educação dessas crianças, gerando deste modo, o direito a pleitear a tutela de urgência, conforme previsto no art. 300 do CPC, a fim de garantir o cumprimento deste direito que é de relevância a todos da sociedade. Assim, estabelece que: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Além disso, fica claro que há o direito, uma vez que há “fumus boni iuris” está presente, em decorrência do desrespeito ao provimento para o atendimento no sistema educacional infantil, abrangendo todas as crianças do município. Além do mais, as crianças estão em evidente “periculum in mora”, tendo em vista que se a decisão jurisdicional for morosa, serão extremamente prejudicadas, perdendo assim o ano letivo em decorrência da ausência de vagas nas escolas do município. Ademais, é incontestável que a evidente risco se não for concedida a tutela de urgência, pois acarretará um dano irreparável e risco ao resultado útil do processo, bem como grave lesão à ordem, conforme disposto no comando do artigo 12 § 1º e 2º da Lei nº 7.347/85: Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional § 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato. § 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento. Por fim, requer desde já, a concessão da tutela de urgência, haja vista, que estão presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, consoante o art. 300 do CPC. 3-MÉRITO 3.1-DA LEGITIMIDADE ATIVA Inicialmente é importante trazer a lume a legitimidade do Ministério Público (MP) para figurar na presente ação com fulcro no inciso II do art. 129 na Constituição Federal. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; Deste modo, o Ministério Público é imprescindível para promover as medidas que se fizerem necessárias para assegurar o direito contido na Constituição Federal, como o caso em questão, pois a grave violação a garantia do direito à educação, preceito fundamental na sociedade. Por fim, o MP é a instituição responsável por apresentar/defender de forma judicial a ordem jurídica, os interesses da sociedade e pela fiel observância das Leis e da Constituição. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 3.2-DA LEGITIMIDADE PASSIVA Inicialmente, por se tratar de ação que está vinculada a educação infantil e fundamental, que é um direito contido na Constituição Federal, faz-se mister figurar no polo passivo omunicípio, conforme disposto no art. 211, § 2° da CF/88: Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. [...] § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996). Sendo assim, por ser o município o responsável legal para figurar no polo passivo, deve ser representado nesta circunstância pelo prefeito ou procurador, de acordo com o inciso III do artigo 75 do CPC: Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: III - o Município, por seu prefeito ou procurador; Por fim, o município é o ente federativo responsável por responder no polo passivo da ação, visto que, este é responsável pelo ensino fundamental e também da educação infantil. Logo, o prefeito é quem deve representar o município nessas circunstâncias. 3.3-DO CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA A Constituição Federal prevê que a educação é um direito social fundamental, conforme o artigo 6 da CF/88. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015). (grifo nosso) Além do mais, a educação não é apenas um direito, é também um dever do Estado e da família, de acordo com o art. 205 CF/88. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Assim, é importante destacar que a educação não é somente um direito, é um bem necessário para que possamos exercer a cidadania e ter uma boa vivência social. Outrossim, o direito a educação é reconhecido pelo ordenamento jurídico e, pode ser invocado a qualquer tempo, podendo ser exigido judicialmente do Estado, quando este não cumprir com esta obrigação, conforme disposto no artigo 208, I, IV, § 1º e 2º da Constituição Federal: Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009). IV - Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. Ainda, como apresentado no item anterior, cabe à União em colaboração com os Municípios, propiciar adequadamente o exercício deste direito, conforme o artigo 211, § 2º, da CF/88. Entretanto, neste caso Excelência, tem-se que a União está desenvolvendo disciplinarmente seu Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 papel, enquanto o prefeito, por motivos totalmente descabidos não, destinando o orçamento para outros fins. Assim, não apenas a Constituição Federal prevê este direito, como também, nosso regramento específico, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, disciplina nos artigos 53 e 54, que a criança e o adolescente têm direito a educação, para que possam se desenvolver, se qualificar para o mercado de trabalho e exercer com consciência sua cidadania. Devendo para isso, lhes serem conferidos o direito ao acesso e condições de permanência na escola. Ora Excelência, o que vem sendo praticado pelo prefeito deste município é extremamente repugnante, coloca em xeque todo o desenvolvimento do futuro do nosso país por motivos descabidos, haja vista, que se pretendemos obter um futuro próspero, precisamos proporcionar a estas crianças uma educação de qualidade, no período certo, não as deixa-las nas ruas, desemparadas e correndo risco de serem atraídas e influenciadas por pessoas de má índole, com más intenções. Desta forma, não há nenhum argumento que afaste a responsabilidade do município de fornecer as vagas suficientes para a educação infantil e fundamental a todas as crianças do município. Portanto, diante de todo o exposto e de toda fundamentação apresentada acima, fica nítido o desrespeito e o descumprimento do prefeito de Rosana, frente a Constituição e os demais ordenamentos jurídicos vigentes no nosso país. Como também, à necessária intervenção jurisdicional como meio de ceifar essa mácula que a cada dia que passa mais prejudica e aumento os riscos às nossas crianças. 4-DO PEDIDO Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=peca-1-constitucional a) Requer a citação do município de Rosana/SP na pessoa do Excelentíssimo Prefeito municipal para que, no prazo legal, conteste a presente ação; b) Seja concedida a tutela provisória antecipada de urgência, obrigando o município a fornecer as vagas necessárias para suprir a demanda de estudantes, sob pena de multa diária de no mínimo R$1.000,00 (um mil reais); c) A condenação do município de Rosana/SP, a criação do número de vagas necessárias para atender toda a população, sob pena de multa diária de no mínimo R$ 1.000,00 (um mil reais), ou, subsidiariamente, que sejam as pessoas preteridas indenizadas em mesmo valor mensal destinado ao pagamento de instituição privada de ensino fundamental, até que sejam providenciadas vagas no sistema público gratuito; d) A produção de provas por todos os meios em direito admitidos; Dá-se a causa para meros efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Nestes termos, pede deferimento. Rosana/SP XX de XXXXXXX de XXXX. Promotor de Justiça do Município de Rosana-Estado de São Paulo. Baixado por Roberto Ribeiro (robmach13@gmail.com) lOMoARcPSD|4800266
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