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Peça - Recurso Extraordinário - Constitucional
Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá)
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Peça - Recurso Extraordinário - Constitucional
Estágio Supervisionado I (Universidade de Cuiabá)
Baixado por Carlos Aquino (imoveiscarlosmagno@gmail.com)
lOMoARcPSD|4799383
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE 
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
Processo n.º (...). 
 
 
 
 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO 
PAULO, já qualificado nos autos em epígrafe, pela Procuradora de Justiça 
infra-assinada, que move em face do MUNICÍPIO DE ROSANA/SP, também já 
igualmente qualificado, vem, tempestivamente e com o devido respeito, à douta 
presença de Vossa Excelência, inconformado com as decisões de fls., interpor 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fulcro no artigo 102, inciso III, alínea “a”, 
da Constituição Federal e no artigo 1.029 e seguintes do Código de Processo 
Civil, na busca de uma justa reforma das decisões atacadas, requerendo que, 
juntamente com as razões recursais anexas, seja o presente recurso recebido 
em seus regulares efeitos cumpridas as formalidades de praxe, a fim de que os 
autos sejam remetidos ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), para 
devida apreciação e julgamento. 
 
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
 
Rosana/SP, (...) de (...) de (...). 
 
____________________________________ 
Assinatura da Procuradora de Justiça 
 
 
 
 
 
 
 
Baixado por Carlos Aquino (imoveiscarlosmagno@gmail.com)
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RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
Recorrente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
Recorrido: MUNICÍPIO DE ROSANA/SP 
 
RAZÕES RECURSAIS 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL, 
COLENDA TURMA, 
EMINENTE MINISTRO RELATOR. 
 
I – RELATÓRIO 
 
A distinta Turma Julgadora, na pessoa do 
Desembargador Relator do Recurso de Apelação n.º (...), não obstante seu 
notável saber jurídico, deixou de fazer a devida justiça ao considerar que a 
realidade enfrentada pelo Recorrido não permite que o Poder Judiciário 
estabeleça deveres de criação de vagas, em razão da estrutura e as condições 
econômicas insuficientes alegadas pela municipalidade. 
 
Neste lume, a Recorrente ao opor os Embargos de 
Declaração ao r. acordão proferido, a fim de suprir a omissão de ponto sobre o 
qual a Colenda Câmara deveria se pronunciar, logo fora improvido sob a 
alegação de que não há a necessidade de o Tribunal fundamentar a decisão 
com todos os argumentos trazidos pelas partes, devendo o decisium ser 
mantido. 
 
Assim, para o Tribunal, sedimentado na reserva do 
possível, apesar de haver o direito, “não poderia o Poder Judiciário impelir o 
Executivo a cumprir a Constituição quando a realidade dos fatos – 
impossibilidade econômica e administrativa de o município criar vagas para 
todos os alunos em idade escolar – não torna possível o cumprimento da 
Constituição”, em especial dos artigos 205, 208, 211 e 212 da Carta Magna. 
 
E Em razão disso, o r. acordão merece ser 
reformado. 
 
Baixado por Carlos Aquino (imoveiscarlosmagno@gmail.com)
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Com a devida vênia, nobre Ministro, a prevalecer à 
decisão objurgada, estaríamos diante de clara afronta ao disposto na legislação 
federal vigente, como restará demonstrado abaixo. 
 
II – DO CABIMENTO E DA ADMISSIBILIDADE 
 
Inicialmente, registra‐se que a matéria objeto do 
presente recurso – criação de vagas para a educação infantil pré-escolar, 
sendo requerida a tutela de urgência tendo em vista que as crianças não 
possuem acesso à escola e correm o risco de perderem o ano letivo – é 
exclusivamente jurídica, sem a necessidade de se reexaminar os elementos 
probatórios dos autos, não esbarrando, por conseguinte, no óbice da Súmula 
279 desse Tribunal. 
 
O Ministério Público Estadual, representado pela 
Procuradora de Justiça infra-assinada, foi intimado pessoalmente da decisão 
no dia 01/03/2018, iniciando-se em 02/03/2018, cujo termo advirá em, 
22/03/2018. 
 
Tempestivo, pois, o presente recurso, nos exatos 
termos do art. 1003, § 5º, do Código de Processo Civil. 
 
Observa‐se, ainda, que estão presentes os demais 
requisitos de admissibilidade prévios e específicos, no que diz respeito à 
tempestividade, ao esgotamento das instâncias respectivas, 
prequestionamento da matéria e contrariedade a dispositivos constitucionais 
descritos nos artigos 205, 208, 211 e 212 da Carta Magna, como será visto 
posteriormente. 
 
No tocante ao prequestionamento, cumpre registrar 
que a matéria aqui abordada foi apreciada pelo Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo, o qual entendeu que “não poderia o Poder Judiciário 
impelir o Executivo a cumprir a Constituição quando a realidade dos fatos – 
impossibilidade econômica e administrativa de o município criar vagas para 
todos os alunos em idade escolar – não torna possível o cumprimento da 
Constituição”. 
 
Baixado por Carlos Aquino (imoveiscarlosmagno@gmail.com)
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Não há dúvidas, portanto, que o tema recursal foi 
debatido pela Colenda Câmara, o que afasta a incidência das Súmulas 282 e 
356 desse Supremo Tribunal Federal. 
 
III – DA REPERCUSSÃO GERAL 
 
O § 3º do art. 102 da Constituição Federal dispõe o 
seguinte: 
 
“Art. 102. (Q). 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente 
deverá demonstrar a repercussão geral das 
questões constitucionais discutidas no caso, nos 
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a 
admissão do recurso, somente podendo recusá‐
lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros”. 
 
Visando regulamentar o tema, o art. 1.035 do Código 
de Processo Civil estabelece que: 
 
“Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão 
irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, 
quando a questão constitucional nele versada não 
tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. 
§ 1º Para efeito da repercussão geral, será 
considerada a existência ou não de questões 
relevantes do ponto de vista econômico, político, 
social ou jurídico, que ultrapassem os interesses 
subjetivos da causa. 
§ 2º O recorrentedeverá demonstrar a existência 
de repercussão geral para apreciação exclusiva 
do Supremo Tribunal Federal. ())”. 
 
Tem‐se, assim, que, nos recursos extraordinários, 
cabe ao Recorrente demonstrar a existência de repercussão geral das 
questões constitucionais então debatidas. 
 
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No caso em testilha, a questão constitucional 
ventilada – criação de vagas para a educação infantil pré-escolar – possui 
extrema relevância sob o ponto de vista social e jurídico, superando o interesse 
subjetivo das partes, haja vista que as crianças não possuem acesso à escola 
e correm o risco de perderem o ano letivo. 
 
Percebe-se, neste sentido, que a violação dos 
direitos básicos e fundamentais das crianças e adolescentes tem sido, 
constantemente, observada no nosso país. A realidade fática hoje verificada 
demonstra, claramente, que os próprios Poderes Públicos, que, a princípio, 
deveriam adotar medidas urgentes e prioritárias para garantir a 
sobrevivência digna dos nossos jovens, desrespeitam o Estatuto da 
Criança e do Adolescente e a nossa Constituição, proporcionando a 
crianças e jovens em peculiar condição de pessoa em desenvolvimento, 
situações que ofendem o princípio da dignidade humana, de modo que o 
posicionamento definitivo do Pretório Excelso é fundamental para conferir 
segurança jurídica à temática posta nos autos. 
 
Destarte, entende‐se atendida a exigência da 
repercussão geral, porquanto restou demonstrada que a temática veiculada no 
presente recurso claramente ultrapassa os limites subjetivos da causa. 
 
IV – DAS RAZÕES RECURSAIS 
IV.1 – DO EFEITO SUSPENSIVO ATIVO 
 
Sabe-se que, em regra, os recursos excepcionais 
não são dotados de efeito suspensivo capaz de sobrestar a eficácia da decisão 
recorrida até ulterior análise pelos Tribunais Superiores. 
 
Não obstante, a fim de evitar a consumação de 
danos oriundos de decisões judiciais com graves defeitos jurídicos (error in 
procedendo e error in judicando), o ordenamento processual prevê a 
possibilidade de concessão de efeito suspensivo aos recursos dirigidos às 
Cortes Superiores quando a execução da decisão recorrida for passível de 
causar à parte lesão grave e de difícil reparação. 
 
A possibilidade decorre do disposto no art. 1.029, 
§5º, inc. I, do Código de Processo Civil, que garante ao Ministro Relator, por 
meio do seu poder geral de cautela, poderes para, com base em fundado 
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receio de que o cumprimento imediato do acórdão condenatório, antes do 
julgamento final da causa, gere lesão grave e de difícil reparação, determinar 
as medidas provisórias que julgar adequadas, a fim de que a matéria sob 
exame fique resguardada até o pronunciamento final das instâncias 
competentes. 
 
In casu, a concessão do efeito suspensivo é 
clamado haja vista que está nitidamente evidenciado no desrespeito ao 
provimento para o atendimento no sistema educacional infantil. 
 
Além disso, é patente o prejuízo das crianças frente 
ao ano letivo em razão de reprovação por ausência dos dias letivos. 
 
Isto posto, resta evidente a necessidade de 
concessão do efeito ativo para promover a disponibilização, o quanto antes, de 
vagas para a educação infantil pré-escolar. 
 
IV.2 – DA SEPARAÇÃO DOS PODERES E RESERVA DO POSSÍVEL 
 
Antes de mais nada, é importante destacar que a 
última instância que protege e concretiza os direitos fundamentais é o Poder 
Judiciário. 
 
Neste vértice, o princípio da inafastabilidade do 
Poder Judiciário foi previsto e ampliado pela Constituição de 1988, visto que o 
referido princípio abrange a lesão a direito, ameaça e a proteção dos direitos 
coletivos. 
 
Assim, há legitimidade do Poder Judiciário para 
determinar a concretização de políticas públicas constitucionalmente previstas, 
com a finalidade de assegurar direitos fundamentais, quando houver omissão 
da administração pública, não configurando violação do princípio de separação 
dos poderes. 
 
Verifica-se, inclusive, através do dispositivo descrito 
no art. 211, da Constituição Federal: 
 
 
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Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios organizarão em regime de 
colaboração seus sistemas de ensino. 
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino 
e o dos Territórios, financiará as instituições de 
ensino públicas federais e exercerá, em matéria 
educacional, função redistributiva e supletiva, de 
forma a garantir equalização de oportunidades 
educacionais e padrão mínimo de qualidade do 
ensino mediante assistência técnica e financeira aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no 
ensino fundamental e na educação infantil. 
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão 
prioritariamente no ensino fundamental e médio. 
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
definirão formas de colaboração, de modo a 
assegurar a universalização do ensino obrigatório. § 
5º A educação básica pública atenderá 
prioritariamente ao ensino regular. 
 
É nítido que, a realização desses direitos é gradual, 
em face do inescapável vínculo financeiro existente com as possibilidades 
orçamentárias do Estado. 
 
No entanto, não pode o Poder Público manipular a 
sua atividade financeira para criar um obstáculo à efetivação desses direitos 
fundamentais. 
 
Mesmo porque o art. 212, da Lei Maior dispõe que: 
 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca 
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, 
no mínimo, da receita resultante de impostos, 
compreendida a proveniente de transferências, 
na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
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§ 1º A parcela da arrecadação de impostos 
transferida pela União aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos 
respectivos Municípios, não é considerada, para 
efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do 
governo que a transferir. 
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no 
"caput" deste artigo, serão considerados os sistemas 
de ensino federal, estadual e municipal e os 
recursos aplicados na forma do art. 213. 
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará 
prioridade ao atendimento das necessidades do 
ensino obrigatório, no que se refere a 
universalização, garantia de padrão de qualidade e 
equidade, nos termos do plano nacional de 
educação. 
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e 
assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão 
financiados com recursos provenientes de 
contribuições sociais e outros recursos 
orçamentários. 
§ 5º A educação básica pública terá como fonte 
adicional de financiamento a contribuição social do 
salário-educação, recolhida pelas empresas na 
forma da lei. 
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação 
da contribuição social do salário-educação serão 
distribuídas proporcionalmente ao número de alunos 
matriculados na educação básica nas respectivas 
redes públicas de ensino. 
 
Portanto, não pode o Poder Público deixar de 
cumprir suas obrigações constitucionais sob o pretexto de não possuir 
os meios econômicos hábeis, em especial quando a própria Constituição 
exige a aplicação de mínimo orçamentário a fazer concretizar as 
promessasconstitucionais, como no caso da educação e da saúde, sob o 
solo da reserva do possível e do mínimo existencial. 
 
IV.3 – DO DIREITO BÁSICO 
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Destaca-se que a educação infantil é um direito 
fundamental de toda criança, consagrado em sede constitucional, que não se 
submete à avaliação meramente discricionária da Administração Pública para 
ser implementado. 
 
Nesse sentido, o próprio art. 208, inciso I, § 2º, da 
Carta Magna sustenta que: 
 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será 
efetivado mediante a garantia de: (...) 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 
(quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, 
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos 
os que a ela não tiveram acesso na idade própria; 
(...) 
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório 
pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, 
importa responsabilidade da autoridade 
competente. 
 
Confrontando os dispositivos acima mencionados, 
com o artigo 54, inciso IV do ECA, que enuncia ser “dever do Estado 
assegurar à criança e ao adolescente, atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero a seis anos de idade”, podemos concluir que a 
acessibilidade geográfica integra o direito fundamental à educação. 
 
Por fim, apenas para espancar qualquer dúvida, 
merece destaque o artigo 208, inciso III do ECA, aplicável ao caso concreto: 
 
“Art. 208 - Regem-se pelas disposições desta Lei as 
ações de responsabilidade por ofensas aos direitos 
assegurados à criança e ao adolescente, referentes 
ao não-oferecimento ou oferta irregular: 
 (...) 
III - de atendimento em creche e pré-escola às 
crianças de zero a seis anos de idade.” 
 
IV. 4 – DO PAPEL PRIORITÁRIO 
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O princípio da prioridade absoluta tem como objetivo 
principal a proteção integral das crianças e dos adolescentes, assegurando a 
primazia que facilitará a concretização dos direitos fundamentais enumerados 
no artigo 227, caput, da Constituição Federal, e renumerados no caput do 
artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
No mesmo sentido, o art. 205, da Constituição 
Federal, dispõe: 
 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho. 
 
Ainda, levando em conta a condição de pessoa em 
desenvolvimento, a criança e o adolescente possuem uma fragilidade peculiar 
de pessoa em formação. 
 
Dessa forma, a prioridade deve ser assegurada 
por todos os membros da sociedade, tais como a família, a comunidade, a 
sociedade em geral e o Poder Público. 
 
IV. 5 – DA PRIORIDADE NO ATENDIMENTO 
 
A Constituição Federal, precisamente no art. 227, 
estabeleceu que: “É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar 
à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, além de colocá-los a salvo 
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão”, de onde extraímos os princípios da prioridade 
absoluta e da proteção integral, consagrados, inclusive, no Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
 
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Ainda, como norma especial, veja-se o que prevê o 
Estatuto da Criança e do Adolescente: 
 
“Art. 4º É dever da família, da comunidade, da 
sociedade em geral e do poder público assegurar, 
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. 
A garantia de prioridade compreende: a) primazia de 
receber proteção e socorro em quaisquer 
circunstâncias; b) precedência de atendimento nos 
serviços públicos ou de relevância pública; c) 
preferência na formulação e na execução das 
políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada 
de recursos públicos nas áreas relacionadas com a 
proteção à infância e à juventude.” 
 
Nesse sentido, é imperioso destacar a importância 
da prioridade do atendimento à criança, haja vista que, conforme o disposto 
nos dispositivos supracitados, seja no campo judicial, extrajudicial, 
administrativo, social ou familiar, o interesse infantojuvenil deve sempre 
prevalecer. 
 
Isto posto, o princípio da prioridade de atendimento, 
torna-se condição essencial para que se proteja efetivamente os direitos 
fundamentais das crianças e dos adolescentes e deve ser seguido e aplicado 
por todos os órgãos jurisdicionais. 
 
V – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, o Ministério Público Estadual requer 
seja o presente Recurso Extraordinário conhecido e provido, a fim de 
reformar o acórdão questionado proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça de 
São Paulo que indeferiu o pedido de que sejam criadas e disponibilizadas 
vagas do ensino fundamental infantil no município-réu, bem como deferir o 
pedido de efeito ativo, fundado na urgência. 
 
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